Um caso clássico disso é a passagem na qual o palantír de Orthanc aparece pela primeira vez: a princípio, a esfera negra que Gríma lança do alto da torre de Saruman simplesmente se espatifa nos degraus, sem que o autor tivesse qualquer idéia de sua importância para o futuro da história.
O próprio Faramir, um dos personagens mais conhecidos e amados pelos leitores (ou seria pelas leitoras?), surge como um obscuro capitão gondoriano de nome Falborn, para só posteriormente tomar o lugar de irmão de Boromir. Sobre isso, Tolkien escreve: "Tenho certeza de que não o inventei, nem mesmo o quis na história (embora goste dele), mas lá veio ele caminhando pelos bosques de Ithilien". O encontro inicial de Faramir com Frodo e Sam tem um clima bem mais tenso, com o nobre de Gondor abertamente desconfiado de uma traição contra Boromir.
A história dos combates decisivos no Pelennor e diante do Portão Negro também é um tanto estranha: para se ter uma idéia, estava inicialmente programado que um exército combinado de Ents e Elfos aparecesse para ajudar as forças de Aragorn no assalto a Mordor.
O livro conta com as já tradicionais notas de Christopher Tolkien sobre a evolução da história e belos desenhos em preto e branco, feitos pelo próprio Tolkien, de lugares como o Templo da Colina. Minas Tirith e a Toca de Laracna.