Eras das Árvores

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Escrito por Fábio Bettega

Depois da destruição das grandes lâmpadas e o Primeiro Reino de Almaren, os Valar foram para o oeste, para o continente de Aman, onde eles construiram um Segundo Reino chamado Valinor, significando Terra dos Valar. Então cada um tomou uma parte daquela terra e ergueram mansões e criaram jardins, mas também construiram Valimar, "A Casa dos Valar", uma cidade murada, com cúpulas e pináculos de ouro e prata e cheia de música de muitos sinos.

 
Em uma colina verde, logo depois dos portões dourados a oeste de Valimar, os Valar criaram duas imensas árvores mágicas. Estas foram as maiores árvores que jamais existiram e eram chamadas Laurelin a Dourada e Telperion a Branca. Quase do tamanho das colossais Lâmpadas dos Valar, essas Árvores de Valinor irradiavam uma luz brilhante de ouro e prata. O crescer e o minguar da florescência de cada Árvore fornecia a medida de cada dia, e a própria luz nutria cada um que vivia sob sua presença radiante, e preenchia cada um com felicidade e sabedoria.

Segundo as primeiras anotações de Tolkien, nos "Anais de Valinor", percebemos que as Eras das Árvores começam mil Anos dos Valar depois da criação de Arda; ou seja, na décima Era dos Valar, ou dez mil anos dos mortais depois da criação de Arda. Também podemos afirmar que as Eras das Árvores duraram quase vinte Eras dos Valar ou vinte mil anos dos mortais de duração.

Existe no entanto um fator complicante na cronologia de Arda pois as Eras das Árvores aplicam-se somente às Terras Imortais. Ao chegar em Aman, os Valar ergueram um grande muro na forma das Montanhas Pelóri para manter afastados Morgoth e todos seus discípulos. Estas montanhas, as mais altas do mundo, realmente protegeram Valinor de invasão, mas também aprisionou a Luz das Árvores de tal forma que o restante de Arda permaneceu nas trevas.

Consequentemente, durante as Eras das Árvores, estamos lidando com sistemas de tempo paralelos. Desta foram, enquanto as Terras Imortais viveram a glória das Árvores, a Terra Média vivenciou duas épocas, cada uma com dez mil anos dos mortais: as Eras da Escuridão e as Eras das Estrelas.

Nas Terras Imortais as Eras das Árvores foram divididas em dois períodos. As primeiras dez Eras dos Valar, ou 10.000 anos dos mortais, foram conhecidas como Anos da Felicidade em Valinor. Durante este período os Valar e Maiar prosperaram e suas grandes mansões e moradas cresceram cada vez mais em tamanho e beleza. As Águias foram criadas por Manwë, os Ents concebidos por Yavanna e os Anões concebidos por Aulë. Glorioso de fato foi este período em Valinor, enquanto além dos muros dos Pelóri, a Terra Média enfrentava o terror e a maldade da dominação de Melkor durante as Eras da Escuridão.

Sobre a segunda metade das Eras das Árvores, muitos outros fatos são relatados por Tolkien. Este período ficou conhecido como o Entardecer dos Abençoados em Valinor, mas na Terra Média foi chamado de Eras das Estrelas. Este foi o período em que Varda, Rainha dos Céus, reascendeu as estrelas sobre a Terra Média e causou o Despertar dos Elfos.

Com o tempo, quando chegou às Terras Imortais notícias do Despertar dos Elfos e das incursões de Melkor sonre os Elfos para escravisá-los, matá-los e corrompê-los, os Valar organizaram um conselho de guerra. Ferozmente, como anjos vingativos, os Valar e os Maiar vieram à Terra Média e trouxeram as Legiões de Melkor diante de si.

Esta foi chamada a Guerra dos Poderes e nesta guerra muitas batalhas e duelos foram travados entre os Valar e eles destruiram completamente Utumno e arrancaram Melkor de suas cavernas. Então Melkor foi mantido cativo em Valinor e preso com correntes indestrutíveis. Este período ficou conhecido como a Paz de Arda, e durou pela maior parte das restantes Eras das Árvores em Valinor e Eras das Estrelas na Terra Média.

Estes foram os melhores anos para a raça dos Elfos, pois sem a fúria maléfica de Melkor, este povo escolhido prosperou e cresceu em poder. Depois da Guerra dos Poderes, os Valar convocaram os Elfos para dir e viver com eles na Terra da Luz. Esta foi a migração em massa chamada de Grande Jornada dos Eldar, aqueles Elfos que atenderam o chamado dos Valar.

A Grande Jornada foi tema de muitas canções dos Elfos, pois seus esforços para concluir a jornada foram longos, e os Eldar foram divididos diversas vezes em diversas raças e tribos. Aqueles que chegaram à Terra Imortal e foram abençoados pelas Árvores de Luz foram três famílias: os Vanyar, os Noldor e os Teleri. Para este povo escolhido, os Valar concederam uma parte des Terras Imortais chamada Eldamar, o "Lar dos Elfos", e sua beleza era uma maravilha de pasmar. Muitas eram suas mansões e torres, mais as mais finas estava na capital dos Vanyar e Noldor Tirion, e nas cidades dos Teleri Alqualondë na costa de Eldamar e Avallondë na Ilha de Tol Eresëa.

Depois das Eras do Acorrentamento, Melkor veio diante dos Valar para ser julgado. Ele pareceu ter mudado e declarou-se arrependido, então Manwë, Senhor dos Valar, ordenou que suas correntes fossem removidas. Mas os Valar haviam sido enganados. Em segredo, Melkor tramou sua queda. Primeiro ele semeou intriga entre os Elfos, e então, em aliança com a Grande Aranha, Ungoliant, ele travou guerra abertamente.

Ele veio com Ungoliant até as Árvores dos Valar a atacou-as com uma grande lança, e a Aranha sugou a Luz e Vida das Árvores até que elas murcharam e morreram. Tudo em Valinor tornou-se horrendamente escuro com a Sombra de Ungoliant, e Melkor riu com terrível contentamento, pois por duas vezes ele destruiu as grandes Luzes do Mundo.

Não contente com sua grande maldade, Melkor foi até a Foltaleza Élfica de Formenos, assassinou o Grande Rei dos Noldor, e roubou as pedras mágicas chamadas Silmarils. Estas foram as mais valiosas joias daquela e qualquer outra era. Elas eram sagradas aos Noldor que as fizeram, pois elas marcavam o mais alto grau da criação de gemas Élficas. Com o Escurecimento de Valinor, elas se tornaram ainda mais valiosas, pois estas três gemas brilhavam e irradiavam a luz viva das Árvores dos Valar.

A que belas elas fossem, os Silmarils pareciam carregar consigo uma terrível maldição. Elas trouxeram desespero e destruição sobre todos que as possuiram. Quando Melkor se apoderou delas e fugiu para a Terra Média, os Noldor fizeram um juramento de sangue de vingança e, sob a liderança de Fëanor, o criador dos Silmarils, eles partiram. Este foi o início da Guerra das Grandes Jóias que se estendeu por toda a Primeira Era do Sol e foi registrada na obra de Tolkien "O Silmarillion".

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