“Pennies” ou moedas, são unidades surgidas no oitavo século Anglo-Saxão, cunhadas e modeladas na contemporaneidade, mas rejeitadas mais tarde pelos Francos. Offa, Rei da Mércia, expandiu a produção de “penny” depois de conquistar o reino de Kent, o qual começou a cunhar a moeda por volta de 765. As primeiras “pennies” foram, deste modo, distintas das “pennies” de hoje. Elas eram feitas de prata e foram as principais moedas do reino Anglo-Saxão do século VIII em diante, assim como a “solidus” (moeda romana de ouro) tinha sido a principal moeda do império Romano séculos antes. “Pennies” substituíram uma velha moeda, chamada “sceat”, a qual foi usada no comércio entre os anglo-saxônicos e os escandinavos.
A prévia publicação de “O Senhor dos Anéis” foi forçada a resumir o
extensivo material que ele havia preparado para os apêndices. Dentre as passagens excluídas, a qual foi somente publicada no “The peoples of Middle-earth” de forma breve, mas fascinante seção detalhando os nomes do dinheiro usado em Gondor. O “tharni”, que nós sabemos, era a moeda de prata, a quarta parte de um “castar”. O “tharni” pode, deste modo, ter sido equivalente as moedas de prata (silver pennies) de Eriador.
O equivalente élfico para “tharni” e “castar” eram “canath” (do kanat-, ‘four’) e “mirian” (do mir, ‘uma jóia ou preciosidade’). “The Etymologies” fornece a palavra primitiva, “mbakh”, significando
‘troca’, pela qual as palavras para ‘comércio’ e ‘comerciante’ são derivadas no Qenya (precursor do Quenya). Existiam também palavras para ‘mascate’ e ‘mercadoria’ em Sindarin.
O fato das línguas antigas da Terra média reconhecer palavras como
‘comércio’ e ‘comerciante’ dá a entender que Tolkien chegou a pensar nas atividades econômicas no começo, entre Elfos e Anões, entretanto ele não providenciou detalhes destas atividades. Nós não sabemos na verdade se ‘moedas’ eram usadas em Beleriand, por exemplo, mas Círdan segundo boatos comercializou ou deu pérolas para Thingol, quem abastecia destas os anões de Ered Luin.
Os anões construíram estradas ‘do começo ao fim’ da Terra-média no início desta história. Os anões de Ered Luin construíram uma ou duas estradas levando a Doriath, e a rota, eventualmente, estendia por todo caminho para Nargothrond (a qual eles ajudaram a erguer). O comércio anão passava pelo Dor Caranthir, e Caranthir é dito que se tornou rico por este. Então ele presumivelmente cobrou encargos de algum caráter em troca de manter as rotas a salvo e em segurança. Ele pode também ter suprido os anões com comida, no “The people of Middle-earth” é contado a nós que os anões não cultivam a sua própria comida.
Os anões só ajudaram a construir duas cidades em Beleriand que nós saibamos: Menegroth e Nargothrond. Os Noldor tinham seus próprios pedreiros para contar e eles presumivelmente construíram suas torres de pedra sem a ajuda anã. Entretanto Anões e Noldor trocavam conhecimentos e forjavam produtos, ao que parece. O potencial do comércio é neste caso considerável, pelo menos mais ao leste de Beleriand.
Fora de Beleriand os anões tinham um sistema de estradas se estendendo pelo menos de Ered Luin a todo o caminho para as Colinas de Ferro e aparentemente mais longe. Os anões, como parece, se comprometeram de certo modo com o comércio com elfos Avari e Nandorin, bem como os Edain, mas nós não sabemos se a moeda era um meio de troca ou se a troca de mercadorias e serviços eram os primeiros sinônimos de comércio.
Na segunda era, a civilização Eldar se difundiu de Lindon (o último refúgio de Beleriand), do leste e sul para Eregion e Edhellond. Edhellond era apenas um assentamento, um território de Sindarin e Nandorin, que aparentemente desejavam permanecer isolados de Gil-Galad e seus Noldor que dominavam um reino no norte. Eregion era considerado parte do reino Noldor, mas a sua população incluía pelo menos alguns Sindarin e/ou Nandorin.
Eregion também estava envolvida em alguma espécie de comércio com Khazad-dûm, a qual o comércio era tão produtivo que os anões escavaram um túnel por milhas através das Montanhas Nebulosas na disposição de prover os elfos com uma ponte para o seu reino subterrâneo. Antes deste tempo, os anões tinham de passar externamente as montanhas, também ou pelo Passo do Chifre Vermelho (a qual deu a eles acesso a Eregion) ou indo ao norte para o Passo Alto onde a estrada primitiva atravessava Eriador passando perto de onde Elrond mais tarde fundou o refúgio de Valfenda.
Entretanto parece ter sido virtualmente pequeno ou nulo o comércio entre Beleriand e as terras mais ao leste na primeira era, a segunda era se realizou um incremento em Eriador e nas Terras Ermas. Duas imigrações, do leste, ocorreram no início da Segunda Era, o que trouxe contato mais próximo de Khazad-dûm com a civilização de Beleriand. A primeira migração (grande êxodo) foi a dos anões de Ered Luin no primeiro século. As cidades mais antigas de Nogrod e Belegost foram arruinadas na Guerra da Ira. Os anões de Belegost também pareceram ter sido perturbados pela guerra entre Doriath e Nogrod. Conseqüentemente, muitos deles partiram e foram para Khazad-dûm, aonde eles aumentaram a população e infundiram no povo de Durin o conhecimento que eles ganharam com os Noldor e Sindar.
A segunda migração foi dos elfos, quando muitos Noldor e Sindarin passaram para o leste. Alguns dos Sindar passaram as montanhas e organizaram reinos em meio a elfos da floresta nos Vales do Anduin (pelo menos dois, possivelmente mais). Estes elfos que fundaram Eregion criaram um centro de comércio, o qual atraiu até mesmo os númenorianos a estabelecer uma espécie de porto ou colônia perto “Tharbad” no rio “Gwathlo”. Entretanto nós não podemos saber com certeza, o quanto extensiva era a influencia de Eregion, a região estava em uma posição de comércio com os homens de Eriador, os elfos de Lindon e os Vales do Anduin, os anões de Ered Luin das Montanhas Nebulosas, e Númenor.
Tudo isto chega a um fim, de qualquer modo, na guerra dos elfos e de
Sauron. Eriador e as Terras Ermas foram devastadas e muitos da população local foram mortos ou partiram. A grande civilização élfica foi não foi destruída, mas virtualmente se dirigiram de volta ao mar, salvos por poucas terras que sobreviveram em vales e nas profundezas das florestas. A guerra criou uma economia e política nula, a qual os númenorianos subseqüentemente ocuparam, substituindo a velha cultura élfica de tal modo que pelo fim da era, Adunaico, a língua nativa de Númenor, deu espaço ao Westron, o qual substituiu o Sindarin como língua comum para o noroeste da Terra-média.
Os númenorianos estabeleceram colônias por toda parte da Terra-média e eles começaram a se acomodar largamente em Eriador bem como ao longo as margens do sul do Anduin. As duas grandes cidades deles no mundo do norte eram Lond Daer Ened na boca de Gwathlo e Pelargir na boca do Anduin. Mas novamente Tolkien não nos fala de comércio que os númenorianos devem ter conduzido nestas regiões. Lond Daer foi originalmente fundada como um porto sazonal de Aldarion entre o século VIII e IX. Ele usou isso como base para “armazenar”, “cultivar” árvores com as quais se construíam navios e ele não parece ter compensado os habitantes nativos (os “Gwathuirim”, parentes distantes dos númenorianos) de modo algum.
O nome Pelargir implica que o local era um porto real e uma fortificação, ‘royal garth of ships’ (“jardim real de navios”). Pelargir pode ter servido como uma base de operações para os Númenorianos nas guerras que se seguiram contra Sauron, porém eles nunca montaram uma grande expedição contra Mordor partindo dali. Ao contrário, o local parece ter servido para manter protegidos os colonos que moravam ao longo da costa do Anduin, e os navios de Pelargir deviam estar mais envolvidos em assegurar as terras costeiras aonde “os Gwathuirim” viviam.
O vasto Império de Númenor parece ter desenvolvido um comércio que beneficiou a ‘terra-mãe’, assim como o Império colonial britânico beneficiou a metrópole nos séculos XVII e XVIII. A riqueza teve um fluxo para Númenor maior que o de Númenor para suas colônias. Assim as colônias proviam matéria-prima, escravos e tributos aos Númenorianos, exceto quando, ocasionalmente, algum aventureiro estabelecia algum pequeno reino.
Então o comércio no Noroeste da Terra-média provavelmente estava fechado do tempo da Guerra dos Elfos contra Sauron ao tempo de fundação de Arnor e Gondor. A chegada de Elendil e os Exilados Fiéis de Númenor seria precedida por um gradual aumento de colonos Fiéis que dependeram menos e menos da ajuda de Númenor e mais da ajuda de Elfos e Anões. Comércio e troca deviam ter revivido um tanto, especialmente depois que Ar-Pharazôn tomou Sauron para Númenor e reduziu a influência do Senhor do Escuro na Terra-média o suficiente para permitir que Gil-Galad estendesse a sua própria influência a leste e aos Vales do Anduin.
Elendil, deste modo, encontrou uma grande e produtiva população esperando por ele e seus filhos em Eriador e nos Vales do Anduin localizados mais ao sul. Estas pessoas, Númenorianos, Edain, e homens de linhagem mista, começaram a trabalhar construindo grandes cidades (Annuminas e Fornost Erain no Norte, Minas Anor, Minas Ithil e Osgliath no sul), imponentes fortalezas (Angrenost e Aglarond em Calenardhon), e ricos e poderosos reinos. Nos primeiros anos Arnor e Gondor se comunicavam principalmente por navios (não considerando as mensagens passadas através dos Palantíri). Navios deixavam Pelargir ou Osgliath e navegavam norte para o Rio Gwathlo, aonde eles passavam rio acima para Tharbad (Lond Daer Ened estava aparentemente por agora destruída ou a muito abandonada).
No tardar da Segunda Era, Arnor e Gondor estavam provavelmente isoladas do resto Númenoriano da Terra-média. As terras mais ao sul controladas pelos Reis Homens, os quais se tornaram os Númenorianos-Negros, apoiadores ou Sauron e tradicionais inimigos dos Fiéis. Gondor, dessa forma, teria sido uma parceira mais jovem nas relações econômicas entre os Dúnedain Fiéis e seus aliados. Mas depois que Sauron estava derrotado e Isildur estava perdido nos Vales do Anduin, Gondor foi levada pela corrente para longe da esfera de influencia de Arnor. Como Arnor decaiu em população, riqueza e poder, Gondor estendeu suas fronteiras ao norte, leste e sul, entrando em contato com populações as quais tinham estado fora da influência de Gil-Galad.
A mudança para fora de Arnor na política de Gondor deve ter ferido a economia do Reino do Norte. Com o declínio de Lindon como uma das principais forças, Arnor tinha apenas os Anões para negociar, e Tolkien não conta para nós nada sobre suas relações na Terceira Era. O influxo dos Hobbits, no início do segundo milênio, indubitavelmente trouxe nova riqueza para os reinos de Rhudaur e Cardolan, mas eles não poderiam reabilitar os Dúnedain do norte à sua forma e poder.
A situação em Eriador deve ter sido muito confusa por vários séculos. Com três reinos Dúnedain, havia provavelmente três cunhagens. Será que Elfos e Anões também cunhavam suas própria moedas? Disparidades em recursos e a constante briga e hostilidade entre os reinos Dúnedain teriam, mais adiante, enfraquecido a economia do norte. Mercadores Anões provavelmente passavam com impunidade através de Eriador. Elfos provavelmente não eram perturbados também. Mas o povo de Círdan e os remanescentes do reino de Gil-Galad estavam diminuindo. Esperanças para o comércio teriam sido limitadas. Os Anões ainda precisavam de comida, os Dúnedain ainda precisavam minérios e talvez pedras para construção.
O crescimento do reino de Angmar ao norte teria, realmente, ajudado a estabilizar a situação entre os Dúnedain de algumas maneiras. Rhudaur foi destruída cedo e Cardolan tão enfraquecida se tornou virtualmente reintegrada dentro do reino de Arnor (Arthedain). A influencia de Arthedain, deste modo, cresceu com a intervenção de Lindon e Valfenda (Elrond até alistou ajuda de Lothlorien nas guerras contra Angmar). Uma única cunhagem Dúnedain teria sido, assim, restaurada para o norte e é duvidável que Eriador, em algum tempo, tenha tido uma cunhagem diversa de novo. Por conseguinte, as “pennies” que Bilbo e Carrapicho deram eram provavelmente equivalentes em valor e forma.
De 1409 para diante, a economia de Eriador teria sido dominada por três regiões: Fornost Erain, no sul, fim das Colinas do Norte; Bri, no cruzamento das grandes estradas; e Tharbad no cruzamento do rio Gwathlo. Tharbad estava em sério declínio, já que foi originariamente um forte e um centro de comércio para os Dúnedain. A economia e os interesses políticos de Gondor no norte estavam nesse tempo em declínio e a última guarnição militar Gondoriana foi extraída de Tharbad depois da Grande Peste de 1636.
O grande influxo dos Grados às Terras Pardas por volta de 1300, o que beneficiou Tharbad economicamente, foi contrabalançado pela morte da população desses na Grande Peste. Os únicos Grados, que sobreviveram no Oeste das Montanhas Sombrias daquele tempo em diante, eram aqueles que haviam recentemente migrado fundado o Condado além do rio Brandevim. A Peste também exterminou a maioria da população de Cardolan e o organizado assentamento efetivamente rumou para um fim entre Tharbad e Bri. Tharbad foi, deste modo, isolada do resto de Eriador e sua população provavelmente nunca se recuperou totalmente dos efeitos da Grande Peste.
Arnor sobreviveu outros 338 anos, mas sua população diminuiu. O Condado, Bri, Fornost Erain, e Tharbad eram as únicas regiões produtivas que restavam. Fornost e o Condado foram ambas dominadas na invasão final lançada por Angmar. O Condado foi posto em ordem, mas Fornost estava finalmente abandonada pelos Dúnedain que provavelmente escaparam para as profundezas das Colinas do Norte.
Pelo resto da Terceira Era, a atividade econômica de Eriador avançou com dificuldade. Poucos viajantes passavam por Bri e o Condado, mas não havia mais uma fundação para suportar um comércio significante. O Condado aparentemente continuou a suprir comida para os Anões de Ered Luin, que incharam em número depois que a civilização de Khazad-dûm foi destruída pelo Balrog em 1980-1. Bri permaneceu como um importante ponto de parada em uma jornada através de Eriador, mas não era mais vital às necessidades do reino do norte. Então a pergunta quanto a quem cunhava o dinheiro que apareceu é pertinente.
Provavelmente os Anões de Ered Luin proviam o dinheiro para Eriador. Eles teriam precisado dele para pagar a comida comprada do Condado e isso teria beneficiado Bri a respeitar o seu uso também. Se os Elfos de Lindon e Imladris faziam uso do dinheiro então faria lógica para eles usar a moeda anã também.
É, deste modo, evidente que o Condado estabeleceu uma pequena, mas prospera economia mercante com Bri, Terra dos Buques, os Anões de Ered Luin, e provavelmente Tharbad e Terras Pardas. Comércio com o sul provavelmente caiu em silêncio, estagnou-se depois que Tharbad foi abandonada no trigésimo século, mas Saruman parece ter desenvolvido uma forte conexão com os Sacola-Bolseiros por volta de 3000 em diante.
A influência de Bri decaiu firmemente durante todo o fim da Terceira Era, mas parece que os Dúnedain de Eriador usavam Bri como um centro de operações. Eles podiam comprar suprimentos lá e recolher notícias assim como organizar as atividades de seus Guardiões, as quais parecem ter focalizado em proteger Bri, o Condado e a Terra dos Buques, e seus próprios lares. Em “No Pônei Saltitante” Tolkien escreve que os Guardiões viviam a leste de Bri, e a menção de Cevado Carrapicho a Frodo: “não dá para explicar o leste e o oeste, como dizemos aqui em Bri, referindo-nos as excentricidades dos Guardiões e do pessoal do Condado”, implica que os habitantes de Bri estavam consideravelmente certos de que os Guardiões viviam nas terras orientais.
Aragorn menciona uma instalação abandonada distante um dia de jornada a leste de Bri, implicando que este é o último sinal de uma civilização em Eriador entre Bri e Imladris. Se for este o caso, então parece improvável que os Dúnedain de Eriador realmente moravam diretamente a leste de Bri. Não havia muito lá, exceto pelas Colinas dos Ventos, depois do Pântano dos Mosquitos, e Aragorn contou aos Hobbits que ninguém vivia nas Colinas. Em outra ocasião, ele se arrisca ao sul de Topo do Vento para encontrar Athelas perto de um velho lugar aonde sua gente tinha acampado ou se estabelecido uma vez, logo é concebível que os Dúnedain moravam nas Colinas do Norte e/ou do Sul (provavelmente mudando constantemente e então evitando serem detectados por espiões de Sauron).
Os Dúnedain não estavam com muito poder econômico ao fim da Terceira Era, mas seu ocasional tráfego combinado com a passagem dos Anões na estrada teria ajudado a manter a estalagem de Bri, o Pônei Saltitante, nos negócios. Mas parece claro que o tráfego era insuficiente por si só. Carrapicho parece ter servido como o responsável pelos cavalos no vilarejo de Bri, já que muitos dos cavalos locais e pôneis eram mantidos no seu estábulo.
Comércio existia em outra parte do mundo mais ao norte. Os homens da Cidade do Lago trocavam com os Elfos do norte da Floresta das Trevas e alguns Homens do Norte não nomeados vivendo mais distante ao sul, no rio Celduin. A misteriosa terra de Dorwinion nas costas ao Noroeste do interior do Mar de Rhûn proviam essas pessoas com um bom vinho. O restabelecimento de Vale e Erebor no Século XXX fortaleceu a economia regional consideravelmente, mas ainda era uma grande e isolada região. As ordens especiais de Bilbo para presentes de Vale e Erebor eram muito provavelmente feitas por razões sentimentais melhor que uma preocupação com o costume. NO Hobbit parece que Bilbo nunca tinha escutado sobre Vale e Erebor antes de Thorin contar a ele a história de como Smaug destruiu os dois reinos.
A despeito de todas essas visões de troca e comércio passando ao longo das estradas da Terra-média, havia um limite para a economia da história do mundo de Tolkien. O Condado desenvolveu algum tipo de governo, mas aparentemente faltou riqueza para manter uma grande burocracia. Os agentes postais e condestáveis respondiam ao prefeito de Grã-Cava que gerenciava o Serviço de Mensagens e Patrulha (condestáveis e fronteiros).
Tolkien escreveu no Prólogo de O Senhor dos Anéis “nessa época o Condado mal tinha um ‘governo’. Na maioria das vezes as famílias cuidavam dos seus próprios negócios. Cultivar comida e come-la ocupava a maior parte de seu tempo. Em outros assuntos eles eram, em geral, generosos e não gananciosos, mas satisfeitos e moderados, de modo que terras, fazendas, oficinas, e pequenos comércios tendiam a permanecer inalterados por gerações”.
Entretanto o Serviço Postal empregava mais Hobbits que o a Patrulha, quando os convites e ordens de Bilbo para a Festa inundaram os correios da Vila dos Hobbits e Beirágua , “carteiros voluntários estavam sendo procurados”. O fato de voluntários serem precisos implica que não havia provisões para empregar extra (mesmo que temporários) trabalhadores, e seja qual fosse a renda gerada pelo correio era insuficiente para prover os salários adicionais.
As trocas secretas de Lotho Sacola-Bolseiro com Isengard também parece implicar que não haviam taxas de exportação. Não é claro como o Condado pagava pelos 12 condestáveis, muito menos o maior número de fronteiros e agentes postais. Algum tipo de taxa ou dízimo devia ter existido para prover sua manutenção, mas eles podem não ter sido significantes. Sem um grande rendimento base, o “governo” do Condado conseqüentemente não era muito de fator econômico, mesmo dentro do próprio Condado. Assim, a maior parte do dinheiro era provavelmente concentrada nas mãos de várias famílias poderosas como os Tûks, Brandebuques, Bolseiros, etc. as quais cuidavam dos seus próprios negócios.
A presença de estábulos e tavernas por todo o Condado implica uma
quantidade justa de atividade social e viajante. Estes locais provavelmente serviram como centros de suas vida sociais nas comunidades e provavelmente eram localizados perto de quaisquer mercados estabelecidos nas vilas. É duvidável que existiam muitas pessoas de negócios poderosas como Lotho Sacola-Bolseiro, que comprou muitas fazendas e plantações na Quarta Sul. Seus empreendimentos eram, pelo menos, em parte financiados por Saruman.
Como sempre, eu tenho apenas sido capaz de tocar por cima desses assuntos, mas eu penso ser evidente que Tolkien devotou um considerável pensamento ao dinheiro e economia na Terra-média, entretanto seria impossível documentar completamente as atividades de troca de várias pessoas. A escala de troca era provavelmente sempre pequena, exceto no suprimento de comida para grandes exércitos ou nações Anãs. Tolkien provavelmente não imaginou uma economia maciça, mas ele parece ter estado ciente que os comerciantes antigos vaguearam pela Europa por milhares de anos e na construção da Terra-média ele permitiu uma ampla e estável economia.
(traduzido por Pandatur)