vendeu mais de seis milhões de cópias e freqüentemente aparece como um
dos Top10 de livros de fantasia de todos os tempos (sua continuação
"Two-Hearts" acabou de ganhar o Hugo Award 2006). Peter é profundamente
envolvido com a Terra-média, tendo escrito a famosa página introdutória
das edições d'O Senhor dos Anéis da Ballantine e o roteiro para O Senhor dos Anéis de Ralph Bakshi. No próximo 6 de fevereiro de 2007, Lionsgate Entertainment lançará um DVD especial do 25º aniversário de O Último Unicórnio,
com um roteiro de Beagle (PARA OS FÃS: ajude a causa de Peter comprando
seu DVD autografado exclusivamente pela Conlan Press![1]).
– – – – – – – – – – – – – – – –
Como um escritor de ficção com alguma experiência no mundo do cinema,
eu estou bem ciente de pelo menos um aspecto do negócio: você nunca
sabe a história inteira. Isto se aplica para outras pessoas, tão bem
quanto para escritores – é muito possível que Peter Jackson e Fran
Walsh não saibam realmente os mais profundos motivos por trás do
comportamento da New Line, e nunca conhecerão. Eu acredito que tem sido
assim desde os dias de "O Grande Roubo de Trem"[2].
Certa vez, há muito tempo atrás, eu disse sem segundas intenções para
Raph Bakshi, "É claro, todo mundo lá em Hollywood mantêm três coleções
de livros separadas." Ao que Bakshi respondeu, "Diabos, sim!" Eu estava
brincando. Ele não estava. Eu aprendi muito sobre isso quando chegou a
hora de eu receber a última parte dos meus míseros cinco mil dólares de
pagamento pelo roteiro da versão animada de O Senhor dos Anéis, apenas
para descobrir que eu tinha que ameaçar processar Saul Zaentz para
conseguir o dinheiro. (E eu ainda estou brigando, todos esses anos
depois, para tentar fazê-lo cumprir suas outras promessas. Clique aqui se você está curioso).
Eu tenho muito menos conhecimento e opiniões sobre diretores do que eu
tenho sobre roteiros e roteiristas. Mas eu acredito que, deixando de
lado certos falhas, Peter Jackson fez um O Senhor dos Anéis
tão bom quanto todos nós gostaríamos de ver fora do multiplex de nossas
cabeças. Alguma outra pessoa provavelmente poderia fazer isso
também – assim como outra pessoa pode fazer um filme de O Hobbit
perfeitamente bom – mas eu sei algo sobre a jornada de quase 50 anos
d'O Senhor dos Anéis para as telas, e eu não acredito que outra pessoa poderia tê-lo feito. Nós não estamos falando sobre efeitos especiais que não estavam disponíveis 20 anos atrás, mas sobre obsessão: um certo tipo de loucura, se você preferir. Loucura aliada
ao talento, ao comprometimento, ao amor… como George Gobel[3], um
comediante da minha juventude, costumava dizer "Você não consegue mais
fazê-los compreender".
—–
Notas de tradução:
[1] Para saber mais sobre a promoção de 25 anos de O Último Unicórnio, basta acessar a página da Conlan.
[2] O Grande Roubo de Trem é uma referência ao filme de
1903, inovador por vários motivos: foi filmado em cenário real, inclui
movimentos de câmera e faz uso de montagem paralela. Os efeitos de
zoom, uma técnica de montagem avançada para a altura, foram também
utilizados.
[3] George Gobel é um comediante norte-americano, famoso por seu
programa semanal na NBC – The George Gobel Show – que foi ao ar de 1954
até 1960.