Fingon

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Escrito por Anica

Corajoso e com capacidade de iniciativa, Fingon é lembrado por vários
grandes feitos e pela sua amizade inabalável, bem como por ter sido um
dos impulsionadores da Nirnaeth Arnoediad, a última das grandes
batalhas de Beleriand, antes de o Oeste ter vindo em auxílio dos povos
da Terra Média. Foi sem dúvida um dos mais poderosos elfos de
antigamente.
 
 
Fingon foi o 4º Alto-Rei dos Noldor, tendo sucedido ao seu pai
Fingolfin depois de este, num ato de desespero e bravura, ter sido
morto por Morgoth às portas de Angband. Fingon nasceu ainda durante a
Era das Árvores, antes da escuridão cair sobre Valinor. Era o filho
mais velho de Fingolfin e de Anairë; os seus irmãos mais novos eram
Turgon e Aredhel Ar-Feiniel. O reinado de Fingon foi curto e
atribulado, marcado por acontecimentos que trouxeram grande sofrimento
a todos os Noldor; mas ele sempre lutou com todas as forças contra o
mal que se insurgia contra o seu povo.

Fingon fez parte dos Noldor que partiram de Valinor para a Terra Média,
incitados por Fëanor. Devido à traição deste último, que destruiu os
barcos dos Teleri assim que desembarcou em Beleriand (apesar da
intervenção de Maedhros, que queria ir buscar Fingon), foi obrigado a
atravessar o Helcaraxë, juntamente com grande parte do seu povo.

Fingon fez então um dos seus mais nobres atos, nos primeiros dias após
a sua chegada. Decidindo sarar o desentendimento entre os Noldor,
viajou sozinho até Angband, para libertar Maedhros, com quem havia tido
uma grande amizade em Valinor. Encontrou-o, suspenso pelo seu pulso num
precipício. Pediu então auxílio a Manwë, que lhe enviou Thorondor;
montado na águia, voou até Maedhros. Não vendo outra escolha para
libertar o amigo das correntes de Mekor, cortou-lhe a mão, e Thorondor
levou-os para Mithrim.

Em Beleriand, Fingon habitou a Noroeste, nas zonas montanhosas perto de
Anfauglith, onde reinava o seu pai. Fingolfin cedeu-lhe Dor-lómin, a
oeste de Hithlum. Por várias vezes Fingon entrava em confronto com os
orcs de Morgoth, que partiam em incursões desde Angband, ainda cercada
na altura, mas sempre saia vitorioso. Liderou também um grupo de
arqueiros que reteve Glaurung, na primeira aparição do dragão.

“Então Fingon, príncipe de Hithlum, partiu contra ele com arqueiros
a cavalo e cercou-o com um anel de velozes cavaleiros; e Glaurung, não
pôde suportar os seus dardos, e fugiu para Angband, donde não tornou a
sair durante muitos anos.”

A Dagor Bragollach, a Batalha das Chamas Repentinas, foi um rude golpe
para todos os povos livres que habitavam Beleriand. As terras de Fingon
ficaram a salvo do fogo devido às Ered Wethrim, mas apenas a muito
custo este as conseguiu defender das enchentes de orcs que as seguiram.
Com as forças dos elfos diminuídas, Fingolfin perdeu toda a esperança
de vitória, e enfrentou Morgoth em combate singular, em que morreu,
apesar de combater valentemente. Fingon herdou assim, desgostoso, a
soberania, na mais complicada das horas que os Noldor já haviam
atravessado. E esta condição foi piorando no decorrer do seu reinado.

Sete anos depois da Dagor Bragollach, Hithlum foi invadida por vastas
hordas de Orcs, e Fingon, com um exército inferior em força e números,
só não foi derrotado devido ao auxílio de Círdan, que subiu o Estuário
de Dengrist nos seus barcos.

Até que, quinze anos após o início do reinado de Fingon, à medida que o
poder de Morgoth continuava a crescer, Maedhros, o mais velho dos
filhos de Fëanor, decidiu lançar um ataque em grande escala contra
Angband, convencido de que a única maneira de derrotar o Senhor Escuro
era atacá-lo com todas as forças disponíveis, antes que o seu poder se
tornasse demasiado grande para ser contrariado. Devido aos maus feitos
que resultaram do juramento de Fëanor, não teve tanto auxílio quanto
desejava, mas Fingon aceitou juntar-se a Maedhros, e com ele levou
grande parte do seu exército, juntamente com alguns elfos de Orodreth,
bem como Mablung e Beleg, os únicos que vieram de Doriath.

O plano de Maedhros era atrair todas as forças de Morgoth até um
exército comandado por si, para que depois as forças de Fingon viessem
por trás, pelos desfiladeiros de Hitlum, e as apanhassem de surpresa.
Assim o poderio de Morgoth seria desfeito e Angband estaria
desprotegida. Mas Maedhros for traído por Uldor, dos Homens, que
revelou os seus planos a Melkor; e assim, este teve tempo de traçar as
suas próprias artimanhas contra os Noldor e os Homens. Enquanto Uldor
atrasava o exército de Mardhros, que viajava através de Anfauglith,
Morgoth lançou uma grade força de orcs, que avançou sorrateiramente
através de Anfauglith, e só foi detectada quando estava já muito
próxima de Hithlum e de Fingon. O objetivo de Morgoth era que Fingon
atacasse esse exército antes de Maedhros chegar, para que as forças dos
Noldor ficassem dispersas, e só então lançasse contra elas todo o seu
poderio.

E as maquinações de Morgoth resultaram, pois o exército de Fingon
desceu sobre os orcs em todo o seu esplendor e força. Os orcs,
incapazes de resisitir ao ataque, foram todos chacinados; mas nem aí as
forças de Fingon pararam, e avançaram até às próprias portas de
Angband. Masentão Morgoth pôs em movimento a sua hoste principal, que
sorrateiramente havia saído da sua fortaleza, e rechaçou Fingon com
grandes baixas. O exército continuou a ser perseguido durante um dia,
até que foi completamente cercado; então valeu a Fingon a ajuda de
Turgon, que veio com uma hoste de dez mil elfos em auxílio do seu
irmão. Então chegou também Maedhros, e a batalha podia ter sido ganha,
não fosse a traição dos Orientais. Estes enfraqueceram as hostes de
Maedhros e causaram grandes baixas. A batalha foi também piorando para
Fingon e Turgon. Fingon acabou por ser confrontado com Gothmog, senhor
dos Balrogs.

“Foi um feroz recontro. Por fim, Fingon era o único de pé, com a sua
guarda morta à sua volta, e lutou com Gothmog, até outro Balrog vir por
trás e lançar uma faixa de fogo em seu redor. Então, Gothmog atingiu-o
com o seu machado preto e uma chama branca irrompeu do elmo de Fingon,
que se abriu. (…) e bateram-no com o pó das suas maças, e à sua
bandeira azul e prateada pisaram-na no charco do seu sangue.”

Assim pereceu um dos mais bravos elfos de que há memória; outra grande
perda para os elfos, numa batalha que choram acima de todas as outras,
e assinalou em definitivo o seu declínio na Terra Média – a vitória
final de Morgoth era agora quase certa.

Não tendo sido casado e tido filhos, Fingon foi sucedido como Alto-Rei dos Noldor pelo seu irmão mais novo, Turgon de Gondolin.

Curiosidades:

Na versão de O Silmarillion publicada, Gil-Galad aparece como filho de
Fingon. Isto é na realidade uma idéia antiga de Tolkien, mais tarde
alterada, e que o seu filho Christopher descreveu como um “erro
editorial”. Na realidade, Gil Galad era filho de Orodreth, que por sua
vez era sobrinho de Fingon.

Nome:

Embora sem certezas, se pensa que o nome de Fingon significa algo como
"herói hábil". Vem da forma original findekáno, que combina os
elementos fin – "skill" (perícia, habilidade) e káne – "valour"
(valor). Isto é explicado no 5º volume dos The History of Middle-earth,
The Lost Road and Other Writings III The Etymologies.

Outros nomes:

O Valente

 
Árvore Genealógica: 
 
fingolfin_tree
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(clique na imagem para vê-la em tamanho maior) 
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