Jackson se Ajustou a J.R.R. Tolkien", o professor de Oxford e renomado
especialista em Tolkien Tom Shippey foi além do seu auto-intitulado
"grito de desagrado" para tanto criticar quanto, talvez
surpreendentemente, elogiar certos aspectos dos filmes de Jackson.
iniciou sua discussão sobre os filmes na quarta-feira (24/out/2007)
dividindo com a audiência sua experiência na pré-estréia de "O Senhor
dos Anéis: A Sociedade do Anel". Foi uma sessão predominantemente para
críticos e repórteres, e ele ficou surpreso ao ver que mesmo com o
tamanho do filme – mais de três horas – nenhum dos repórteres ou
críticos se moveu.
"Ninguém falou, ninguém comeu sua pipoca, ninguém foi ao banheiro. Então", ele concluiu, "há alguma coisa lá!"
A
mais importante questão para Shippey, contudo, era se aquele "alguma
coisa" permanecia fiel ou não ao conceito original da Terra-média de
Tolkien.
Enquanto Shippey prevê que eles gastaram algo em torno
de um milhão de dólares por dia durante a filmagem, ele disse que
Tolkien era muito mais parcimonioso na escrita de seus livros.
De
acordo com Shippey, Tolkien freqüentemente escreveu no verso dos
relatórios de seus estudantes e usava uma caneta tinteiro com tinta
fornecida pela universidade, portanto evitando completamente até mesmo
o custo do papel e tinta. Seu único gasto foi seu tempo livre, uma
perda que, disse Shippey, "posso dizer por experiência própria, não
vale nada".
Os filmes, por outro lado, tiveram um orçamento
incrível. Quando essa quantidade de dinheiro é gasta, as pessoas criam
expectativas similarmente imensas: de forma que Jackson tinha a
responsabilidade de agradar sua audiência, uma preocupação com a qual
Tolkien nunca teve que se incomodar. Jackson, contudo, precisou
encontrar uma maneira de tornar a obra prima de Tolkien atrativa a uma
audiência predominantemente juvenil.
u003cbr>De certas maneiras, ele teve sucesso, de acordo com Shippey. O Conselho de Elrond, por exemplo, é um relato de 15.000 palavras de uma conferência realizada por um grupo, no livro. Dificilmente isso se traduziria bem para a tela de cinema.u003cbr>u003cbr>Ao invés disso, Jackson apresentou muito da informação revelada sobre o anel durante o conselho no começo do filme como pano de fundo de uma batalha e efeitos especiais que despertaram a atenção. Shippey disse que ele não tem nenhum problema com isso, porque ele acredita que não renega essencialmente a atmosfera do trabalho de Tolkien.u003cbr>u003cbr>Outras cenas incluÃdas no filme, contudo, nunca teriam se encaixado na Terra-média da imaginação de Tolkien. Para ilustrar seu ponto Shippey mostrou dois trechos de "As Duas Torres": uma cena na qual Legolas usa seu escudo como um "skate" para descer uma escadaria enquanto atira em orcs e um clipe de Aragorn arremessando Gimli através de uma fenda. u003cbr>u003cbr>"Tolkien jamais teria incluÃdo isso", disse Shippey.u003cbr>u003cbr>De acordo com Shippey a maior falha do filme não se relaciona à caracterização ou mesmo ao roteiro, mas sim ao tratamento que Jackson dá ao palantir – uma pedra que funciona como uma bola de cristal.u003cbr>u003cbr>u003cbr>Nos livros, cada uma das quatro vezes em que é usado, os personagens tiram conclusões erradas do que vêem, o que afeta drasticamente suas eventuais ações. O tema de Tolkien aqui é supostamente demonstrar a importância do livre arbÃtrio e não simplesmente tentar adivinhar, mesmo à luz de um resultado potencialmente assustador.u003cbr>u003cbr>No filme, contudo, o palantir é reduzido a um aparelho de comunicação. A idéia de questionar o livre arbÃtrio é totalmente negligenciada.u003cbr>u003cbr>Com exceção da distorção do palantir, Shippey disse que Jackson capturou o espÃrito geral do trabalho de Tolkien.u003cbr>u003cbr>"No geral, eu fiquei impressionado com os filmes", ele disse.u003cbr>u003cbr>Para a Professora Assistente de Inglês Mary Agnes Edsall, que ensina um curso de inglês em Bowdoin intitulado "A Idade Média de Tolkien", convidar Shippey para falar em Bowdoin foi importante por uma série de razões.”,1]
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De
certas maneiras, ele teve sucesso, de acordo com Shippey. O Conselho de
Elrond, por exemplo, é um relato de 15.000 palavras de uma conferência
realizada por um grupo, no livro. Dificilmente isso se traduziria bem
para a tela de cinema.
Ao invés disso, Jackson apresentou muito
da informação revelada sobre o anel durante o conselho no começo do
filme como pano de fundo de uma batalha e efeitos especiais que
despertaram a atenção. Shippey disse que ele não tem nenhum problema
com isso, porque ele acredita que não renega essencialmente a atmosfera
do trabalho de Tolkien.
Outras cenas incluídas no filme,
contudo, nunca teriam se encaixado na Terra-média da imaginação de
Tolkien. Para ilustrar seu ponto Shippey mostrou dois trechos de "As
Duas Torres": uma cena na qual Legolas usa seu escudo como um "skate"
para descer uma escadaria enquanto atira em orcs e um clipe de Aragorn
arremessando Gimli através de uma fenda.
"Tolkien jamais teria incluído isso", disse Shippey.
De
acordo com Shippey a maior falha do filme não se relaciona à
caracterização ou mesmo ao roteiro, mas sim ao tratamento que Jackson
dá ao palantir – uma pedra que funciona como uma bola de cristal.
Nos
livros, cada uma das quatro vezes em que é usado, os personagens tiram
conclusões erradas do que vêem, o que afeta drasticamente suas
eventuais ações. O tema de Tolkien aqui é supostamente demonstrar a
importância do livre arbítrio e não simplesmente tentar adivinhar,
mesmo à luz de um resultado potencialmente assustador.
No filme,
contudo, o palantir é reduzido a um aparelho de comunicação. A idéia de
questionar o livre arbítrio é totalmente negligenciada.
Com exceção da distorção do palantir, Shippey disse que Jackson capturou o espírito geral do trabalho de Tolkien.
"No geral, eu fiquei impressionado com os filmes", ele disse.
Para
a Professora Assistente de Inglês Mary Agnes Edsall, que ensina um
curso de inglês em Bowdoin intitulado "A Idade Média de Tolkien",
convidar Shippey para falar em Bowdoin foi importante por uma série de
razões.
u003cbr>"Seu trabalho sobre Tolkien foi fundamental para mostrar como estes chamados romances de fantasia são produtos de uma profunda erudição em termos de linguagem, literatura, folclore e filosofia", disse Edsall em sua introdução à palestra de Shippey.u003cbr>u003cbr>De acordo com Edsall, seu curso sobre Tolkien foi um dos mais excitantes que ela já ensinou em Bowdoin.u003cbr>u003cbr>"Ele gerou algumas das mais relevantes discussões em classe e os ensaios mais engajados, na melhor tradição das artes liberais", ela disse. "Estudantes não apenas participaram na leitura e análise textual com atenção ao contexto histórico, mas também exploraram os problemas éticos apresentados nos textos, nas análises e, algumas vezes, em suas vidas".u003cbr>u003cbr>nu003c/div>nnn”,0]
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"Seu
trabalho sobre Tolkien foi fundamental para mostrar como estes chamados
romances de fantasia são produtos de uma profunda erudição em termos de
linguagem, literatura, folclore e filosofia", disse Edsall em sua
introdução à palestra de Shippey.
De acordo com Edsall, seu curso sobre Tolkien foi um dos mais excitantes que ela já ensinou em Bowdoin.
"Ele
gerou algumas das mais relevantes discussões em classe e os ensaios
mais engajados, na melhor tradição das artes liberais", ela disse.
"Estudantes não apenas participaram na leitura e análise textual com
atenção ao contexto histórico, mas também exploraram os problemas
éticos apresentados nos textos, nas análises e, algumas vezes, em suas
vidas".