J. R. R. Tolkien passou parte da infância em Birmingham e de lá ele
tirou a inspiração para alguns locais que aparecem em suas obras, com a
Floresta Velha, o Grande Moinho e as Duas Torres.
A casa fica na Rua Wake Green 264. Assim como o pântano, é parte da pouco conhecida Trilha Tolkien em Birmingham, que conduz a diversos pontos turísticos que o autor usou em seus livros, incluindo As Duas Torres – de Edgbaston, não da Terra-média.
Em 2007 completou-se 70 anos desde que O Hobbit foi publicado e Tolkien apresentou o mundo do Condado, casa de Bilbo (e mais tarde de Frodo) Bolseiro. Mas foi apenas recentemente que os leitores souberam que o modelo para seu oásis pacífico no campo não era uma Cornwall ou Somerset rural mas uma área que hoje se situa no meio de uma Birmingham toda urbanizada.
A primeira parada da trilha é o Moinho Sarehole (conhecido nO Hobbit como o Grande Moinho), onde, entre as idades de quatro e oito, Tolkien e seu irmão mais novo Hilary passaram muitas horas alegres explorando e sendo perseguidos por um moleiro mau humorado (assim como os hobbits nos livros).
Durante os meses de inverno, o Moinho Sarehole (agora um museu) matém suas portas fechadas, mas seu grande chaminé de tijolos ainda cria uma grande impressão, mesmo visualizado através de frestas no pântano. A cerca baixa e de madeira que cerca o moinho pouco faz para impedir aqueles que desejam dar uma olhada no lago verde e groso com vegetação que fica ao lado da fundação do moinho.
Em contraste, a casa que foi lar da família Tolkien entre 1896 e 1900 é um pouco desapontadora. Não apenas pela ausência de uma placa azul e por estar fechada a visitantes, mas não há sequer um hobbit artificial entre seus muitos vasos de flores. Com muito mais atmosfera é o pântano, que é alcançado por um caminho de bagalôs de tamanho hobbit e cercada por um caminho forrado com madeira que permite andar por lá sem ficar encharcado.
Dificilmente pode-se dizer que a Trilha Tolkien é super-explorado. Apesar do sucesso sísmico da trilogia, premiada com vários Oscars, as referências a Tolkien são limitadas a menções respeitosas no painel de avisos da reserva natural ao invés de em outdoors ao estilo americano "Este é o País de Tolkien". E apesar de Moseley Bog estar pedindo por réplicas pequenas e de pés-peludo de Merry, Pippin e Sam a única e solitária atração feita por mãos humanas é um crocodilo em tamanho real, esculpido em um tronco.
Ao invés disso, as forças naturais da umidade e podridão tiveram liberdade de criar seu próprio espaço, apresenando exércitos de árvores feridas e caídas, lutando (e em muitos casos falhando) para ficar em pé em meio ao solo úmido. Enquando isso, hordas de trepadeiras esperam qualquer oportunidade de puxar os galhos caídos para dentro da lama.
É quase um alívio sair desse lugar escuro e denso, e ir ao outro lado da cidade, em busca das lendárias Duas Torres (como no título de O Senhor dos Anéis, volume dois).
Qualquer um que assistiu os filmes verá a similaridade entre os 32 m de altura do Perrot’s Folly (A Tolice de Perrot, em português), uma estrutura parecida com um farol na Rua Waterworks, e a deslumbrante fortaleza de Isengard, moradia do mago maligno Saruman e seus orcs. O mesmo se aplica à Edgbaston Waterworks Tower, poucas centenas de metros à frente, na mesma rua. Um século atrás, seriam visto lançando sinistras nuvens de fumaça ao estilo de Mordor. Hoje em dia estão dormentes.
Fica ao critério de cada um dizer qual torre ficcional cada uma das estruturas reais representa. Tradicionalmente, a frase "duas torres" se refere a Minas Tiroth, lar dos reis de Gondor (e local para a batalha final decisiva), e Minas Morgul, a fortaleza da qual Sam e Frodo observam os exércitos de orcs marchando para a batalha.
Ao mesmo tempo, contudo, há um grande número de outras torres, incluindo Orthanc (mais tarde Isengard), Cirith Ungol (perto da alcova da aranha gigante Laracna) e Barad-dûr (de onde Sauron a tudo vigiava). O que está além de discussão é que quando o jovem Tolkien se mudou para a Rua Stirling o horizonte teria sido dominado por estas duas torres imponentes.
"Ele deve ter olhado pela janela de seu quarto e lá estaria a Perrott’s Folly", diz um professor que estava passando, em uma peregrinação na Terra-média, partindo de sua casa em Worcester. "Embora não fosse realmente uma tolice no sentido mais estrito. Foi construído por um dono de terras local, de forma que pudesse sentar-se no topo e vigiar suas posses por várias milhas ao redor". Hoje podemos estar a uma curta viagem de ônibus do centro de Birmingham, mas um século atrás tudo isso seriam campos. É dito que Tolkien ficou chocado epal extensão da industrialiação quando, em 1933, ele retornou aos lugares de sua infância. Mas nada podia tirar a imagem de perfeição rural criada em sua infância.
"Eu vivi, em meu primeiros anos, no Condado", uma vez ele declarou a um amigo. "Numa era pré-mecânica".