As Viagens de Aldailis – Parte III

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Escrito por ungoliant

11- Passagem pelas montanhas

Na aurora do dia seguinte, Aragorn apressadamente foi acordar a todos para reuni-los a mesa do desjejum. Lá, sentaram e fizeram os planos para sua caminhada.
– Vamos primeiro um pouco a Oeste como Lhûgëa precisa parar em Lórien, e assim vamos seguir um caminho pequeno pelo Anduin um pouco antes das Emyn Muil para pararmos em Rohan. – Aragorn contou.
– Certo!E depois vamos prosseguir andando até Minas Tirith e ficar lá por um tempo? – Sam perguntou
– Sim, pelo menos é o que planejamos antes de partir para o Condado. – Aragorn respondeu.
– Bem…Depois vou voltar para o Condado, afinal, vou ter que reconstruir minha estalagem… – Alda suspirou.

 

– Eu pretendo passar um tempo mais extenso em Minas Tirith, para conhecer melhor a cidade. Ithilien estava linda quando partimos, e acho que passarei um tempo lá também. – Legolas concluiu.
– Ah, você vai continuar Legolas… – Lhûgëa parou e começou a pensar.
– Na minha opinião, vocês deveriam partir logo. Espero que seu desejo seja não atravessar Moria, mas passar em volta do lado de fora para chegar a Lothlórien. – Elrond aconselhou – Podem se demorar em Lórien, mas não percam a noção do tempo como sempre acontece. Se não, Gandalf pode ficar ligeiramente irritado.
– Talvez sim, talvez não. Ele é tão misterioso que até hoje não sei os motivos que ele fica bravo! – Sam sorriu.
Pararam de conversar e juntaram suas coisas. Sam pegou mais uma corda, antes que esquecesse. Pegaram um cavalo para cada um, e informaram a Elrond que assim que chegassem na parte inferior de Moria iriam mandar os cavalos de volta. Alda foi montada em Arueo, que já conhecia; Aragorn em seu antigo cavalo, Brego, Gimli e Legolas em Filk, Lhûgëa em Retor e Scor (finalmente aceitando um cavalo) montou Rider.
Juntos, partiram rumo a Lórien. No primeiro dia de viagem foram lentamente, sem pressa alguma para chegar lá. Todos iam conversando animadamente sobre assuntos diversos, e Gimli não perdeu a chance de fazer todos darem boas risadas. Todos finalmente pediram para que Alda ou Sam cantasse, e Alda após muita insistência resolveu cantar.
– A música não tem nome, e vou compor agora… – Alda falou, e em seguida com uma entonação forte começou a cantar:
Dias atrás,
Queria voltar pra casa,
Mas não dá mais.

Mas, não posso continuar
assim, pois vou acabar
Triste como sempre.
– Que letra triste…Você se identifica com ela? – Legolas comentou.
– Não é tão triste assim, mas já me senti durante a minha infância. Mas nada a comentar… – Alda respondeu.
– A letra é muito bela e foi escrita por alguém que possui uma inteligência de sábios – Aragorn sorriu – Retrata firmemente o sentido das saudades.
– Era essa a intenção quando a escrevi! – Alda sorriu – Mas não queria falar disso agora!
– Tudo bem, nós entendemos! – Lhûgëa falou – Canta outra!

Quando precisei,
Tu não estavas lá pra me defender.
Foi difícil entender.

Nunca mais,
Ousei dizer que amo você,
Pois você me deixara de lado.
Nada tenho a declarar,
Pois acabo de sonhar:
Comigo e contigo!
Nada entre nós,
Nada pra reclamar.
Nada para brigar.
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Ninguém falou. Permaneceram em silêncio por um trecho, até que a curiosidade matou Sam:
– Por que escreveu essa Alda? Você nunca cantou essa lá na Estalagem.
– Eu sei…Mas ela me veio na cabeça agora. Isso foi quando alguns homens chegaram do norte, lembra? Você sabe do resto agora… – Alda respondeu.
– Parece que você não teve muita sorte com os homens, não é? – Gimli perguntou.
– Realmente não tive. Além do mais, quase nunca homens passavam pelo Condado, e quando passavam eram todos grosseiros… – Alda respondeu rindo – Acho que até agora a pessoa da raça dos homens que eu conheci e que é educado e não é grosseiro é o Aragorn.Mas também nunca estive interessada em me dar melhor com eles.Não me entendia com nenhum ser vivo a algum tempo atrás. – ela riu mais – Relacionamentos a maioria das vezes gera decepção…
– Obrigado. – Aragorn interrompeu – Mas acho que Alda não gostaria de comentar muito sobre isso…Se estiver errado me avise.
– Não, pelo contrário! Cante algo alegre para eles, Sam! – Alda empurrou Sam.
Sam cantou uma canção alegre, e Alda aumentou sua velocidade passando a frente dos outros examinando o local. A frente via várias montanhas, e imaginou uma delas sendo Moria. Continuou ainda na frente de todos, mas logo diminuiu a velocidade quando o Sol subiu sobre as cabeças do grupo, demonstrando ser meio-dia.
Pararam para almoçar, e entraram em conversas individuais. Aragorn manteve uma conversa com Alda simpaticamente, evitando comentar de suas músicas ou algo que tivesse passado. Legolas e Lhûgëa conversavam em Quenya. Sam e Scor começavam a se entender e a virar amigos, e Gimli cochilava abertamente. Logo todos levantavam e seguiram a viagem devagar, só conversando.
Foram se aproximando das montanhas para ver o portão de Moria quando chegassem para dar a volta, apesar de saberem que iriam chegar lá a alguns dias de viagem. Alda e Aragorn preferiram manter a retaguarda e Gimli ia guiando todos na frente. Encostaram-se às montanhas por volta das 2 horas, e mantiveram uma velocidade razoável.
Avançaram mais do que o esperado, aproximadamente 10 milhas e pararam para os cavalos descansarem. Alda ficou de fora da conversa dos outros, escovando o pelo de Arueo. Não demorou muito para que Aragorn notasse a distância dela e começasse a conversar:
– Bela tarde está se passando, não acha Alda?
– Sim, muito bela! Seu esplendor reluz sobre os picos das montanhas a nossa volta. – Alda respondeu – E ligeiramente no pelo branco de Arueo…É tão macio que poderia ficar horas escovando-o e nem perceberia o tempo passar.
– Realmente parece um pelo muito macio e sem nós – Aragorn comentou – Posso escová-lo um pouco?
– Claro! – Alda pegou uma escova e passou a Aragorn – Logo partiremos de novo, não é? Quanto pretende andar ainda hoje?
– Pelo menos mais umas cinco milhas antes da noite se aprofundar. – Aragorn calculou, escovando o pelo de Arueo – Mas se não conseguirmos não há problema algum. Devemos partir em meia hora.
– Tempo suficiente para que os cavalos e nós mesmos descansemos. – Alda sorriu – Se quiser descansar vá, não se preocupe comigo.
Aragorn fez uma pequena reverência, mas continuou escovando Arueo. Em meia hora estavam todos montados em seus cavalos e devagar iam avançando.
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Conversavam e riam como se nada de ruim pudesse acontecer e caminharam mais três milhas antes do crepúsculo. Mesmo após o anoitecer, conseguiram caminhar mais duas milhas antes de parar para dormir. Fizeram uma ceia razoável e dividiram os horários. Alda e Lhûgëa não teriam que vigiar essa noite, aproveitando para dormir mais um pouco. Mas, ao contrário de Lhûgëa, Alda não dormiu e sentou-se ao lado de Arago
rn que cumpria seu turno.
– Não consigo dormir. – Alda disse.
– Eu também não, por isso pedi para que Gimli passasse seu turno para mim. – Aragorn respondeu.
– Então eu acho que vou cumprir os turnos contigo e ver se consigo dormir depois. – ela disse – Pois agora, acho que nem com alguma erva eu ia adormecer.
– Por que se preocupa tanto, Alda? – Aragorn perguntou.
– Não me preocupo, só não consigo dormir. – Alda respondeu. – Nada mais que insônia.
– Concordo com você nesse ponto. – Aragorn respondeu – E é melhor ter sua companhia do que vigiar só.
– Obrigado Aragorn. – Alda sorriu – Isso me faz sentir melhor.
– Que bom que ajudei em alguma coisa! – Aragorn riu.
– Como se você já não tivesse ajudado em outras coisas, não é mesmo? – Alda riu.
– Não, não ajudei em nada até agora! – Aragorn respondeu.
– Imagine…Não me ajudou quando voltei da “caçada orc” nem ajudou Elrond a proteger sua casa…Você já ajudou muito apesar de não ver. – Alda disse.
– Bem, se for levar essas em consideração, então talvez eu tenha feito algo além do que penso agora.- Aragorn disse, rindo novamente.
– Tenho direito de perguntar no que está pensando? – Alda perguntou.
– Yé – respondeu Aragorn em élfico – Ni mel elyë.
– Ni acca – Alda respondeu
Alda repousou cuidadosamente sua cabeça no ombro de Aragorn e juntos observaram as estrelas. No fim do turno de Aragorn, Alda dormira antes que Aragorn acordasse Legolas. O outro, colocou a cabeça dela cuidadosamente na relva macia, e sentou-se ao lado, ficando sem dormir durante a noite.
Na aurora do segundo dia desde Valfenda, Sam, que havia feito o último turno acordou todos. Aragorn tinha conseguido fechar os olhos durante o turno de Legolas, e agora preparava algo para comer no desjejum. Comeram rapidamente e voltaram a seguir caminho, agora um pouco mais rápido. Aragorn, Alda e Lhûgëa apostaram uma corrida até um conjunto de pequenos morros, e Alda surpreendentemente ganhou. O prêmio era uma noite sem ter de fazer o turno de vigia, mas Alda não gostou muito e passou o prêmio para Sam.
– Ele merece mais…Ele viu a aurora nascer hoje, sabem? – Foi o motivo que ela alegou.
Continuaram correndo um pouco, e logo que passaram esses morros, aumentaram a velocidade em direção do Bruinen. Lá, todos beberam água abundantemente sem se demorar, e continuaram a cavalgada. À uma hora da tarde chegaram ao pé de um morro que tinha um vale no meio. Como Moria não tinha nenhum, acharam que seria mais sábio passarem por ali, e caso não saíssem antes da aurora passariam a noite abaixo das pedras.Diminuíram a velocidade e passaram a tomar mais cuidado por onde andavam.
– Façam silêncio… Estamos passando pelas Montanhas Sombrias…orcs ainda moram aqui… – Aragorn lembrou.
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Seguiram no vale numa velocidade razoável e logo o crepúsculo chegava e eles já estavam abaixo das montanhas. Pararam e acenderam um fogo baixo, temendo os seres malévolos das montanhas. Esquentaram um pouco a comida que trouxeram de Valfenda e apagaram a sua única fonte de calor. Sem conversar nem nada, todos se juntaram com seus cobertores e procuraram se esquentar da melhor maneira possível.
– Vamos demorar quanto tempo para sair daqui? – Alda perguntou baixinho para Aragorn que estava a seu lado.
– Aproximadamente cinco dias se continuarmos neste ritmo. Sei que é mais do que levaríamos se entrássemos em Moria – Aragorn adicionou – Mas prefiro demorar mais a ser atacado por Balrogs e orcs.
– Ouvi em uma história dos eldar que os Balrogs foram feitos por um ex-Valar, um dos criadores de Arda, Melkor que chamavam de Morgoth… – Alda comentou.
– Sim, foi ele mesmo. – Aragorn respondeu – Ele acabava com tudo que os outros Vala faziam na terra-média, por isso eles se mudaram para Valinor.
Ninguém disse mais nada durante a noite escura e fria que se seguiu.Na aurora congelante e chuvosa do dia seguinte levantaram rapidamente sem nem comer seu amado desjejum. Aragorn ficou parado em pé por um tempo até que quase desistiu de tentar enxergar por sobre a névoa espessa que estava em volta do grupo. Mas Scor, hábil nesse tipo de terreno e tempo, falou claramente:
– Devemos ir encostados às montanhas, quando passarmos por uma inteira essa névoa vai ter sumido, mestre Aragorn!
– Tem certeza disso, Scor?- Alda perguntou esperançosa.
– Sim, tenho certeza, Alda! Vamos, você vem comigo? – Scor colocou-se a frente e apontou.
Aragorn ficou receoso e não se moveu. Alda não hesitou em seguir Scor encostada na parede. Lhûgëa seguiu-os, e Legolas foi atrás dela. Aragorn, desistindo da idéia de ficar, disse a Gimli e Sam para irem na sua frente e seguiu na retaguarda.
Foram bem mais devagar do que gostariam, mas numa velocidade considerada rápida para um vento que quase os fazia levantar do chão. Apesar de não terem visto, o Sol já estava sobre eles e o meio-dia estava marcado nos estômagos de todos. Quando Sam ia reclamar que nem o desjejum fizeram, a montanha foi ficando “redonda”, e a medida que andavam sentiam-na menor. Assim meia-hora depois passaram pela primeira montanha das quatro que deveriam. Deram mais três passos e toda a névoa desapareceu, mas a chuva ainda caia em gotas enormes. Fizeram uma pausa para almoçar, e logo voltaram a caminhar. Foram andando cada vez mais rápido à medida que seus olhos voltavam a enxergar, e antes do crepúsculo já haviam andado ¼ da segunda montanha.
Assim que o dia virou noite, pararam, esquentaram a comida em uma pequena fogueira, protegendo-a da chuva, e em seguida deixaram que a água a apagasse, comendo e se juntando de novo como no dia anterior. Alda e Aragorn fizeram o primeiro turno enquanto os outros dormiam.
– Por que ficou receado quando Scor tentou ajudar-nos? – Alda perguntou.
– Não sei, mas pareceu-me impossível que ele pudesse enxergar isso. – Aragorn respondeu – Mas depois fui e estou aqui, não é mesmo?
– Sim, isto é verdade… – Alda respondeu – Mas se eu não tivesse ido atrás do Scor e os outros não tivessem me seguido seria o contrário, não acha?
– Você está certa… – Aragorn respondeu – Deveria ter acreditado em Scor, ele não fez nada além de tentar nos ajudar.
– Bem…você deveria aprender a confiar nas pessoas. Às vezes faz bem. – Alda aconselhou.
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Aragorn nada respondeu e continuaram em silêncio após isso. Nenhum dos dois queria dormir, portanto, deixaram os outros dormirem, sem precisar vigiar.
A aurora do dia seguinte foi mais clara que a do dia anterior, mas ainda chuvosa. Seguiram lentamente, indo atrás de Scor que entendia bem até demais sobre as montanhas. Passaram pela segunda montanha às duas horas, e andaram mais um pouco antes de parar para almoçar.
Dessa vez fizeram uma fogueira e deixaram-na acesa, já que de dia não haveria problema, pois os orcs das montanhas só saem de noite. Todos se uniram em volta da mesma, e pela primeira vez em dois dias conversaram e riram tanto quanto o tempo que tinham permitiu. Voltaram a andar uma hora depois, e iam a passos lentos, mas seguros. Aragorn ia à frente junto com Scor, Alda e Lhûgëa iam conversando atrás e Gimli, Sam e Legolas na retaguarda, cantando.
Andaram mais duas horas após o crepúsculo, e pararam abaixo de uma rocha, podendo acender uma fogueira e deixá-la acesa. Aragorn e Alda foram dormir antes de todos, visto que na noite anterior não adormeceram nem por um instante. Legolas ia fazer o turno a noite inteira por conta própria e sentou-se à frente da fogueira observando tudo com seus olhos élficos.A noite passou fria como o gelo, mas calma e sem interrupções para os que dormiam.
Legolas acordou todos lentamente na aurora do dia seguinte, mais clara que o dia anterior e menos chuvosa.Andaram mais rápido, e até o meio dia conseguiram andar metade da terceira montanha, a segunda maior. Pararam para almoçar com a fogueira brilhando e esquentando-os, fazendo todos demorarem a comer e beber, e só partiram uma hora depois.
Continuaram seu caminho com Scor à frente, Lhûgëa e Legolas atrás dele, Gimli e Sam, e na retaguarda Alda e Aragorn. Todos conversavam em voz baixa, e iam andando rápido na medida do possível. Quando a montanha começou a diminuir, a trilha ficou mais estreita, obrigando-os a andar em fila Indiana. Scor ia à frente, até que, três horas após o crepúsculo ele não agüentou mais andar, e tiveram que parar no fim da terceira montanha. Lhûgëa montou guarda, observando tudo em volta no espaço estreito onde estavam.
Passaram uma boa noite, e a aurora do dia seguinte foi clara e sem chuva. Tomaram o desjejum e voltaram a andar, agora com menos pausas, pois a velocidade diminuía a cada passo que davam. Continuaram andando, mesmo após o meio-dia, sem almoçar. Estavam no começo da quarta montanha, que seguia superando todas as outras em sua volta. Ao crepúsculo, não passaram nem um quarto da montanha, e esse era seu quarto dia nelas. Sam ficou acordado para vigiar após a janta, e os outros logo adormeceram.
A aurora do quinto dia foi boa, clara sem nenhum risco de chuva. A passagem estava limpa, e seguiram o mais rápido que seus pés podiam andar. Atingiram a metade da montanha às três horas da tarde, mas nem por isso pararam: Se fosse possível, a próxima parada seria só fora daquelas montanhas. Por isso aumentaram o passo, e no crepúsculo já podiam ver a relva verde do lado de fora das montanhas. Agora foram definitivamente correndo, e chegaram no lado de fora das montanhas à noite. Acamparam lá mesmo, com Gimli de vigia, e todos se acomodaram na relva macia dormindo.
Gimli acordou todos um pouco antes da aurora, quando avistou um Rio ao longe.
– Calma Gimli…Não é o Veio de Prata, é o Rio de Lis. Se eu fosse você, esperava um pouco e beberia a água do Anduin. – Aragorn falou levantando-se – Vamos tomar o desjejum e direcionarmos para o Sul…
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– E Gimli, nossas garrafas estão cheias…Acho que dá pra ir até Lórien antes de necessitar beber água do Anduin! – Lhûgëa disse animada.
Tomaram um rápido desjejum e começaram a andar no começo da aurora. Aragorn estipulou que chegariam a Lórien em dois dias se parassem para dormir apenas algumas horas, e assim, seguiam a um passo largo e rápido.Foram rumando em direção ao Sul, observando o Vale de Lis que agora estava bem próximo. Seguiram rápido e não pararam para almoçar, tendo começado a avistar uma floresta à frente.
– Nesse ritmo parece que iremos chegar lá hoje! – Alda comentou.
– Com certeza, mas só se não pararmos até chegar lá… -Aragorn começou.
– Então não há problemas! – Gimli disse sorridente – Nenhum de nós parece cansado! Vamos lá, vamos lá!
E com essas palavras voltaram a andar. Em meia-hora avistaram o Rio Veio de Prata, e continuaram andando, agora mais rápido na esperança de comer uma ceia em Lórien. Chegaram a Lórien alguns minutos depois, e um elfo desceu do seu flet na árvore. Reconheceu Aragorn, Legolas, Gimli e Lhûgëa e foi cumprimentá-los.
– Aragorn Elessar, rei de Gondor! Como é bom vê-lo de novo! – Apertou a mão de Aragorn – Legolas e Lhûgëa! Não sei por que não me espanto que os dois estejam aqui! Gimli, filho de Glóin! Que surpresa vê-lo de novo! Hoje a Senhora autorizou sua entrada sem vendas…Oh sim, mestre Samwise, amigo de Frodo! Lembro-me de você também! – virou-se para Alda e Scor – Mas vocês, eu jamais vi por aqui.
– Sou Scor, um Storm! Decidi me juntar a eles, para ver se dou menos azar! – Scor lamentou.
– Sou Aldailis Echuiré, da Estalagem Trodo do Condado. Nunca vim por essas áreas, mas meu sonho era conhecer Lothlórien e Valfenda.Chame-me de Alda, por favor.- Alda fez uma reverência.
– Muito prazer, Alda e Scor…Vamos, a Senhora os aguarda! – O elfo apontou para uma trilha.
Seguiram por ela maravilhados, até chegarem aos pés de um belo mallorn. Uma escada desceu, e eles começaram a subir. Alda estava maravilhada com aquilo tudo, e não conseguiu ir sem observar tudo em volta.Ela ia à frente de Aragorn, que educadamente deixava-a parar para observar o lugar. Logo alcançaram o flet mais alto, e lá Galadriel e Celeborn os receberam.
– Vocês, Sam, Aragorn, Gimli e Legolas, já passaram por dias bem piores que esses e tiveram uma recepção agradável, então não vejo por quê agora seria diferente, já que os tempos até estão melhores. – Disse Celeborn.
– Obrigado, meu Senhor. – Legolas fez uma reverência. Galadriel encarou todos um a um, até que somente Aragorn, Legolas e Lhûgëa suportaram.
– Todos estão muito famintos e cansados… – Galadriel desviou o olhar de todos – Podem descer e descansar a vontade, com uma ótima ceia.
Todos agradeceram ao Senhor e a Senhora, e Lhûgëa os conduziu para seu próprio flet. Ele ficava em um dos galhos mais baixos do mallorn do Senhor e da Senhora, e lá, eles cearam e foram descansar. Alda sentou-se na ponta do flet e ali ficou parada, sem dormir. Aragorn, que havia ficado mais um pouco conversando com a Senhora, desceu e sentou-se ao lado dela.
– Sabe, Aragorn, sei que vai achar besteira, mas me senti desconfortável com o olhar da Senhora. – Alda disse.
– Todos se sentem assim na primeira vez que vêem a Senhora Galadriel. – Aragorn respondeu.
– Ela entrou na minha cabeça e me disse algumas coisas…Uma era para ficar de olho com a passagem por Fangorn, que é para onde vamos, passando por Isengard e chegando a Rohan… – Alda disse.
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– A Senhora disse a mesma coisa para mim, e tenho certeza que para os outros também. – Aragorn comentou – Mas pode relaxar hoje, Lórien é muito bem protegida. E se já está duvidosa da Senhora, caso ela chame-a para ver em seu espelho, recuse-se.
– Por que, o que esse espelho mostra? – Alda ficou curiosa.
– Ele pode mostrar coisas que já passaram, coisas que estão ocorrendo e algumas coisas, que podem acontecer. – Aragorn respondeu sorrindo.
– Então é melhor eu ir dormir um pouco…Nós vamos passar muito tempo aqui? – Alda perguntou.
– Provavelmente sim, e Lhûgëa provavelmente irá permanecer aqui. – Aragorn respondeu – Ao menos que ela deixe o coração comandar a si própria.
– É…Mas tem vezes que as pessoas trocam o cérebro pelo coração, ou o cora&ccedi
l;ão pela razão. – Alda disse – Mas isso não vem ao caso agora…Boa noite, Aragorn!
Passaram aproximadamente três dias em Lórien, até que todos decidiram partir. Lhûgëa disse que já descia para dizer adeus, e chamou Legolas para uma conversa particular. Enquanto isso, os outros iam dizer Adeus para a Senhora e para o Senhor de Lórien, e depois se sentaram na relva macia esperando os dois elfos. Demorou um pouco até que Legolas e Lhûgëa descessem do flet. Eles vieram de mãos dadas, e Alda já foi lamentando-se:
– Ah Lhûgëa, queria que você fosse conosco! – Alda suspirou.
– Eu também, sabe? – Lhûgëa comemorou rindo – Por isso eu vou! Aí depois nós podemos voltar juntas, o que acha Alda?
– Ótima idéia! Que bom que você vai conosco! – Alda comemorou.
Partiram rápido, pretendendo chegar a Fangorn para ver os ents de barco em 2 dias. Partiram pelo Rio Veio de Prata bem perto de onde ele deságua no Anduin. Foram em duplas ou trios, indo Aragorn e Alda no barco da frente, Legolas, Lhûgëa e Gimli no do meio e Sam com Scor no da retaguarda.

12- Ataque “quase” Surpresa

Foram navegando junto à correnteza, avistando Fangorn na costa Leste do Anduin ao fim do dia. Desceram na floresta para acampar, juntos de uma árvore. Alda deu um pulo durante o sono que acordou todos.
– Aragorn, você vai nos ajudar de novo daqui a pouco…Suba na árvore, já! – ela disse para Aragorn
– Por que? – Todos perguntaram em coro.
– Ouçam, não há muito tempo! – Alda respondeu – Confiem em mim, ou ninguém vai sair vivo agora!
Aragorn fez que sim, e escalou a árvore de olhos abertos. Os outros fingiram estar dormindo, e fingiram não ouvir um barulho que veio de trás de um arbusto perto deles. Continuaram fingindo dormir, até que dormiram de verdade. Nessa hora, um bando de orcs barulhentos surgiu em volta deles, cercando-os.
– Quem é o líder desse grupo patético? – O maior orc perguntou.
– Eu! – Alda respondeu antes que qualquer um pudesse sequer pensar em uma resposta.
A uma ordem desse orc, todos foram desarmados e amarrados junto às árvores. Mas, sem que ninguém visse, Scor conseguiu fugir e se esconder. Alda foi separada do grupo, e cerca de 10 orcs a cercaram, enquanto outros 10 ficaram de olho nos outros reféns e nas armas deles.
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– O que fazem nessa terra? – O orc chefe perguntou.
– Como se eu fosse dizer, é claro. – Alda respondeu.
– É melhor mesmo você dizer… – Um outro orc veio apontando um arco na direção de Alda.
– Vocês são tolos e burros, jamais iam entender o que vim fazer aqui! – Alda respondeu, se soltando do braço do outro orc.
– Se assim deseja… – O orc atirou a flecha.
– Sim! – Alda se jogou no chão, deixando a flecha atingir seu braço esquerdo – Vocês… – Ela levantou – me… – Foi andando em direção das armas – Feriram! – ela caiu em cima das armas, fingindo-se de morta.
Os orcs, pensando que ela morrera, fizeram uma fogueira e comeram grande parte do que eles haviam trazido de Valfenda. Enquanto isso, Alda foi sentindo até achar sua espada. Pegou-a, e cortou as cordas de suas mãos e pés, e foi se arrastando devagar até os outros, com as armas deles presas nas cordas que a amarravam. Soltou primeiro Lhûgëa, que ajudou a soltar os outros.
– Com licença, Senhores Orcs, vocês não pensaram que iam me matar com uma flecha no braço esquerdo, iam? – Alda chamou atenção.
Os orcs se viraram para a direção do grupo e avançaram em disparada.
– ARAGORN! – Alda gritou, e Aragorn caiu sobre vários orcs matando-os com Andúril.
Assim, todos seguiram sua batalha. Legolas e Gimli contavam os orcs, mas cada vez que um morria dois vinham dos arredores da clareira onde estavam. Após 10 orcs mortos, nenhum outro orc veio até a clareira. A um sinal de Aragorn, todos começaram a se afastar para fora da floresta, e Alda, passando rápido em volta das árvores saiu correndo para a direção de Rohan. Um orc saltou em cima dela e com a espada, passou raspando em sua barriga. Ela lutou com as mãos, já que a espada havia caído no momento em que o orc a esmagara contra o chão, mas não obteve bons resultados: Foi arremessada para longe, e o orc, com seu arco e flecha na mira, mirou sua flecha para o pescoço de Alda. Do meio do mato, Scor surgiu e, por mais que Alda quisesse que ele não o fizesse, Scor pulou em sua frente e a flecha o acertou em cheio.
Enquanto ela fugia, Lhûgëa levou três flechadas, uma no braço esquerdo e duas no direito, sendo levada por Legolas na direção que Alda correra. Gimli teve parte de seu cabelo cortado, e sua perna ferida. Sam lutou com toda a sua força, e foi levado por Aragorn, que levara somente uma espadada raspando em seu pescoço. Eles correram na direção que Alda fora, e Legolas, com seus olhos de elfo, acertou uma flecha no orc quando ele preparava para tentar acertar de novo Alda. Essa por sua vez, se arrastou até Scor.
– Eu não fui de muita utilidade para vocês, não é mesmo, Aldailis? – Scor murmurou.
– Mas é claro que foi! Se não fosse por você, jamais teríamos saído das montanhas e nem termos sido salvos dos orcs na mata dos Trolls… – Alda respondeu – E agora eu não estaria viva.
– Deixe Scor aqui, ele sabe se cuidar… – Scor pediu – Vá para Rohan e permaneça lá, salva…
– Mas Scor, você não pode, você não vai nos deixar! – Alda falou.
Não obteve resposta. Scor perecera ali, salvando-a. Ali, Alda esperou, com lágrimas silenciosas escorrendo pela morte de seu mais novo amigo, até que foi acertada por outra flecha em seu ombro, fazendo-a perder os sentidos.
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Aragorn fez todos aumentarem a velocidade, e achou Alda em outra clareira, caída em cima de algo pequeno. Ele foi até ela, e viu que ainda estava viva, só inconsciente. E viu Scor também e lamentou-se muito pela perda desse companheiro, tanto quanto os outros. Mas não tiveram tempo para nada além de correr. Foram correndo o mais rápido que puderam, sem parar nem um instante. Logo saíram de Fangorn, e correram pela planície de Rohan, até chegarem no palácio Dourado de Meduseld, onde foram muito bem recebidos pelo Rei Éomer.
Cada ferido foi levado para um quarto, e Aragorn permaneceu sentado perto do trono de Éomer, esperando. Legolas voltou logo, pois só fora levar Lhûgëa para um quarto, e Gimli veio com ele. Sam desmaiara quase quando atingia o fim da floresta, e Gimli o deixou em um quarto dormindo. Éomer voltou rápido, com boas notícias.
– As duas estão ótimas, só com os braços machucados. Lhûgëa não vai poder usá-los muito bem durante duas semanas, e Alda não poderá usar o braço esquerdo por algumas semanas também. – Éomer disse – Mas vamos tratar de outros assuntos! O que faz por aqui, agora que é Rei sobre a terra do oeste, Aragorn?
– Fui até o Condado fazer um favor a Gandalf. Ele quer estudar uma corrente élfica da única moça da raça dos Homens do Condado. – Aragorn respondeu.
– R
ealmente, pela impressão que tive é que ela não só é da Raça dos Homens, mas é uma moça com sangue dúvendor. – Éowyn surgiu de um dos quartos –Senhor Aragorn, que bom revê-lo!
– Olá, Senhora Éowyn! – Aragorn disse – É bom vê-la também…Você estava no quarto de uma moça de cabelos negros compridos?
– Sim, estava. E já irei voltar para lá, só vim cumprimentá-los. – Éowyn se virou.
– Deixe isso no quarto dela, por favor!- Aragorn jogou uma mochila que Éowyn pegou no ar – Salvei nossas mochilas das mãos sujas dos orcs…Pelo menos o que restou delas.
Éowyn sorriu e voltou para o quarto de Alda.
– Espero que fiquem bastante tempo aqui, Aragorn. – Éomer disse – Gostaria de ter sua presença e a de seus amigos aqui pelo tempo que quiserem.
– Bom dia, Rei Éomer! – Sam saiu do corredor – Acho que adormeci no caminho.
– Acha não: Tem certeza! – Gimli disse enfaixando a testa – Você simplesmente caiu adormecido no chão. Pensamos que alguma seta havia lhe atingido!
– Desculpem! Mas fazia um dia inteiro que eu não dormia… – Sam começou.
– Não há problemas, amigo. – Aragorn interrompeu – Você, e todos nós estamos aqui…Menos Scor.
– Agora que você falou sobre o Scor, como ele morreu? – Legolas perguntou.
– Eu suponho que ele tenha salvado Alda da flecha do Orc que você matou a distância… – Aragorn disse – Mas é melhor não perguntarmos nada a ela hoje,pois deve estar sofrendo por causa disso.
– Você está certo, Aragorn. Falaremos sobre isso outro dia. – Gimli respondeu. – Ou talvez nem falaremos.
Continuaram conversando mesmo após o meio-dia, e assim a tarde foi chegando, e o crepúsculo se aproximando lentamente. Enquanto isso, Alda e Lhûgëa ainda estavam desacordadas, sem saber que estavam em um quarto confortável em Rohan.
Os moradores souberam da chegada dos viajantes, e muitos se aproximaram do Palácio Dourado. Um homem, da idade da aparência de Alda, ficou parado em frente às muralhas do palácio, e por lá ficou mesmo após todos saírem para suas casas.
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Esse era Huim, o mais bravo e corajoso dos cavaleiros de Rohan daquela época. Tinha cabelos dourados, no momento escondidos por seu elmo de ferro. Desde àquela hora ele ficou parado, olhando para cima das muralhas, com esperança de ver a moça de cabelos negros que vira sendo trazida para a cidade, e que ele se apaixonou mesmo tendo a primeira visão dela desmaiada.

13 – Primeira Noite em Rohan

Alguns minutos antes do crepúsculo, Alda acordou e logo se sentou. Ao lado da cama onde estava, viu uma bela senhora de cabelos loiros.
– Boa tarde, Senhorita! – A moça disse – Sou Éowyn, irmã de Éomer de Rohan, onde estamos agora.
– Boa tarde, sou Aldailis Echuiré, do Condado. – Alda disse – Gostaria de me levantar e ver meus companheiros.
– Bem, você poderia se trocar antes…Sua roupa está meio rasgada nos locais onde foi atingida.- Éowyn apontou para a bolsa danificada de Alda – O senhor Aragorn conseguiu pegar as mochilas enquanto atacava os orcs.
– Que bom! Lamentaria muito a perda das mochilas, mas menos do que a perda de Scor. – Alda levantou – Obrigada por me ajudar, Éowyn.
– Não precisa agradecer, Aldailis. – Éowyn respondeu – Pode se trocar e ir à sala do trono comigo, Éomer e seus companheiros.
Éowyn fez uma reverência e saiu do quarto. Alda colocou seu vestido preto e deixou sua corrente a mostra, e seu cinto com a espada presa. Seu braço esquerdo doía e estava imobilizado, mas sem hesitar abriu a porta e saiu do quarto. No corredor, encontrou Lhûgëa, que deu um abraço em Alda. Conversaram enquanto passavam pelo corredor, até chegarem a sala do trono. Éowyn estava sentada ao lado de Éomer sorrindo, e havia algumas cadeiras à frente do trono e do Rei. Alda sentou-se na cadeira vazia ao lado de Aragorn.
– Sejam bem-vindas a Rohan, nobres senhoras. – Éomer saudou-as – Espero que gostem da cidade.
– Obrigado rei Éomer.- Alda agradeceu – Espero que possa servir Rohan como eu puder, tanto no Palácio quanto em batalhas que possam ocorrer.
– Você pode ajudar no palácio, quando quiser. – Éomer respondeu – Mas em batalhas, acho que não precisa gastar suas forças a toa.
– Você pode pensar que só por eu ser uma moça eu não tenha habilidade, mas posso demonstrá-la a você se quiser, majestade. – Alda respondeu sorrindo. – E mesmo se não gostar de meu truque, dê-me uma chance.
– Se insiste, poderia demonstrar sua habilidade comigo, já que seus amigos são suspeitos. – Éomer sorriu e levantou-se.
Alda levantou-se também e ambos postaram-se no centro do Salão. Alda desembainhou a espada com sua mão direita, e a segurou com a mesma. Éomer deu o primeiro golpe, o qual Alda defendeu com a espada em uma mão só. Éomer tentou desvencilhar sua espada, mas Alda manteve ambas bem seguras. Éomer tentou de novo, mas Alda abaixou a espada dele e deu seu salto, caindo em pé nas costas de Éomer com a espada ao lado do pescoço do Rei.
– Se eu quisesse, poderia tê-lo matado agora, majestade. – Alda guardou a espada com ligeira dificuldade por usar somente uma mão. Curvou-se e voltou a sentar-se.
– Belo truque, Aldailis. – Éomer voltou a seu trono – Mas acho que isso é pouco para aceitá-la em meu exército.
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– Com certeza, Senhor. Principalmente por eu ser uma mulher, é claro. – Alda levantou-se, ofegante e tossindo – Se me dão licença, vou até as muralhas.Estou me sentindo sufocada…
Alda saiu determinada até o portão do Palácio, e saiu direto para o muro. Foi até a ponta do muro externo e ficou parada, com seus cabelos voando junto ao vento, imóvel. Huim ainda esperava na frente da casa mais próxima da muralha, e vendo a aparição da moça que vira chegando inconsciente, falou:
– És tu, senhora, que chegou aqui inconsciente, com duas flechas no braço? – Huim olhou para Alda.
– Sim, fui eu. – Alda respondeu olhando para baixo – Quem és tu, e como sabes que eu estava com duas flechas?
– Sou Huim, um cavaleiro de Rohan. Vi-te chegando aqui nos braços do Rei de Gondor. – Huim respondeu – E qual é teu nome, se me permite perguntar, minha Senhora?
– Sou Aldailis Echuiré, do Condado… Mas para nada posso servir aqui em Rohan. – Alda respondeu.
– Tua voz é de alguém que está sofrendo…Queres conversar, ou compor uma canção? – Huim perguntou.
– Gostaria, mas não ia gostar de minhas letras tristes. – Alda respondeu, sumindo da visão de Huim. – Ou será que suportarias ouvir a canção de uma moça que conviveu sempre muito distante? – Alda apareceu fora dos portões.
– Me honraria em ouvir tua canção, Aldailis do Condado. – Huim tirou seu elmo, mostrando seus cabelos dourados.
Estou tão cansada de esperar aqui…
Se você tiver que partir,
Gostaria que você simplesmente partisse

Essa ferida é tão grande que nem o
tempo pode apagar
Mas minha voz ecoa, cantando:

Quando você chorasse, iria limpar todas as suas lágrimas
Quando você gritasse, iria lutar contra seus medos
Eu te ajudaria em tudo,
Amando-o.
Mas você continua comigo, mas estou
Sozinha…

– Sua voz é bela, mas a canção pesa na tristeza em que você a escreveu. – Huim comentou.
– Sei que a tristeza em minhas letras se mostra grande, mas não me importo com nada do que eu escrevo… – Alda explicou, sorrindo.
– Você deveria usar mais sua voz, e quem sabe assim conseguisse alguém que não fosse embora. – Huim disse.
– Eu conheço um alguém que não irá embora, mas eu irei. – Alda respondeu. – Realmente não adiantaria em nada sofrer por um dano que eu irei causar.
– Então, há alguém na sua vida que não te abandonaria? – Huim ficou sério.
– Sim… – Alda olhou para o céu – Mas eu irei me separar dessa pessoa assim que passar uma semana do dia em que chegarei em Minas Tirith.
– Espero que – Huim forçou-se a dizer – essa pessoa realmente goste de você, e que ela te siga.
– Você é muito gentil, Huim. Mas eu detestaria ser seguida se eu tomei uma decisão, mesmo que ela seja errada. – Alda disse. – E após muitos anos de vida, ninguém nem tentou fazer isso…
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– Você não deve ser muito mais nova que eu, minha Senhora. – Huim disse. – E eu tenho 30 anos.
– Pode ter certeza de que nesse ponto somos muito diferentes. – Alda riu.
– Jura? Você não pode ter mais de 45 anos, pode? – Huim perguntou estupefato.
– Posso…Bem mais. – Alda tornou a rir, nem percebendo que Aragorn estava à frente da porta do Palácio escutando.
– 55? – Huim tornou a perguntar, e Alda fez que não – 60? – Alda repetiu que não – Ah não, não mais de 70!- Huim agora não escondia mais a surpresa.
– 85…Mas a idade não conta para mim. – Alda agora ria com gosto do espanto de Huim, e Aragorn sorria por dentro, afinal, ele tinha 89.
– Mas você então é uma moça do povo do Norte, dos dúnedain? – Huim perguntou.
– Sim, sou. Mas não me tornei uma Guardiã como muitos esperavam na minha época… – Alda respondeu, agora ficando séria.
– Mas o povo do Norte foi destruído há muitos anos atrás… – Huim começou.
– Sim, sim…Há 80 anos atrás nosso povo começou a ter ameaças de ataque. Então e minha família fugimos para o Sul, mas não corremos o suficiente…Meus pais mandaram-me entrar em uma Floresta que estava por perto e disseram que me encontrariam em uma terra de nome Condado, e disse para que eu procurasse por esta terra com a maior velocidade possível… – Alda suspirou.
– Permite-me perguntar o que ocorreu depois, minha Senhora? – Huim falou mais para si mesmo do que para Alda.
– Permaneci dois anos em Bolsão, e me mudei para a Quarta Oeste, onde abri uma estalagem. No início da Quarta Era estava ficando embaralhada com tantos elfos, então mestre Samwise Gamgi apareceu, e nos tornamos sócios…A partir de então, lá permaneci, até alguns meses atrás. – Alda respondeu com um tom de cansaço na voz. Aragorn se recolheu sem fazer barulho, entendendo porque Alda nem sempre fora sorridente.
– Sinto muito, minha Senhora. Não queria ofendê-la nem magoá-la. – Huim disse.
– Não, não, está tudo bem…Espero que nos vejamos novamente…Preciso entrar, acho que vamos cear agora. – Alda entrou nos portões.
Huim continuou lá, parado, esperançoso de poder vê-la de novo. Enquanto isso, Alda entrou na Sala de Jantar e sentou-se na outra extremidade da mesa, longe do Rei, ao lado de Lhûgëa. Ambas não se falaram, trocando apenas olhares mostrando-se com a mesma opinião sobre o que ocorreu antes do crepúsculo. Alda demorou a acabar seu prato, com certa dificuldade para segurar os talheres com uma mão só. Permaneceu sentada por muito tempo após a ceia, esperando a sobremesa.
Valeu a pena esperar, pois um grande bolo de chocolate foi servido. Alda demorou menos para acabar com o pedaço de bolo, mas mesmo assim comeu devagar, agora conversando com Lhûgëa.
– Bem…Eu não gostei muito, você sabe do que, mas nada pude dizer… – Lhûgëa começou.
– Eu percebi pelo seu rosto, mas realmente não há nada que possamos fazer. Mas não me importo, não tenho um orgulho tão grande para fazer alguma besteira. – Alda continuou – Mas, sabe, preferia partir logo depois de amanhã na aurora para Minas Tirith.
Lhûgëa não respondeu, pois pegara outro prato de bolo de chocolate para si.Com o fim da conversa, Alda levantou-se pedindo licença e dirigiu-se para fora do Palácio novamente. Ela só não viu que Aragorn decidiu levantar-se também e foi atrás dela.
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Alda foi até o mesmo lugar onde encontrara Huim de tarde, e o outro, andou para frente para começar uma conversa. Mas parou quando ia cumprimentá-la de novo, pois Aragorn apareceu e postou-se ao lado dela.
– O que te faz ficar tão distante? – Aragorn perguntou.
– Lembro-me de quantas pessoas tive de deixar, e quantas pessoas me deixaram. Também percebo quantas pessoas não confiam em mim só porque não sou um homem. – Alda respondeu
– Não precisa pensar assim… – Aragorn fechou as mãos de Alda dentro das dele. – Conheço pessoas que pensam bem diferente. E de tanto que confio em você, adoraria que servisse Gondor.
– Eu adoraria servir a Gondor e a você, Aragorn. – Alda olhou nos olhos de Aragorn – Mas irei voltar para Valfenda com Sam para pegar Frodo, e fazer minha estalagem novamente…Não irei permanecer em Gondor muito tempo.
– Eu entendo… – Aragorn percebeu o olhar triste dos olhos de Alda – Não precisa se preocupar com nada, eu compreendo que precisa voltar para casa. – Aragorn diminuiu a voz que só ele ouviu o que disse.
– Eu realmente quero voltar para casa, mas ainda lamento por não poder permanecer em Gondor por mais de uma semana. – Alda segurou o choro.
– Tudo bem, Alda, não se preocupe. – Aragorn abraçou Alda – Você vai voltar, e vai voltar muito bem para o Condado, e sua Estalagem vai ficar mais bonita que antes.
– Obrigado Aragorn. – Alda abraçou-o com seu braço direito – Espero ser de serventia enquanto estiver lá.
– Um dia, há algum tempo atrás disse quase a mesma coisa a você, e você disse-me que já havia feito muitas coisas pelo grupo. – Aragorn disse – E eu repito a mesma coisa a você, com toda a minha sinceridade.
– Seria sinceridade ou clemência, Aragorn? – Alda perguntou.
– Sinceridade. – Aragorn respondeu – Já descobri antes de o Anel ser destruído que a sinceridade pode ser de melhor serventia do que a clemência, apesar de às vezes necessitarmos dela.
– Você andou ouvindo alguma coisa que falei hoje, como por exemplo, a minha história, Aragorn? – Alda perguntou, sorrindo.
– Talvez…E se eu ouvi, sinto muito por você, mas quase sofri o mesmo dano. Como minha mãe disse “Guardei esperança para os homens. Não guardei nenhuma para mim”. – Aragorn respondeu.
Nada mais disseram, mas permaneceram ali, abra&cc
edil;ados, olhando para as estrelas por algum tempo. Huim, vendo e ouvindo o que diziam, decidiu se retirar, e só voltaria para dizer Adeus no dia em que fossem partir.
Quando Alda e Aragorn voltaram para o Palácio, todos menos o Rei Éomer e Éowyn haviam ido dormir.Alda disse boa noite a todos e voltou para seu quarto, dormindo assim que encostou a cabeça em seu travesseiro.
Éowyn e Éomer conversavam, mas quando Aragorn pigarreou, eles pararam.
– Sinto muito me intrometer em seus assuntos, mas nós pretendemos partir na aurora de depois de amanhã. Se puder nos emprestar três ou quatro cavalos nós agradeceríamos profundamente. – Aragorn interrompeu.
– Com certeza lhe cederei quatro cavalos, Aragorn! – Éomer respondeu – Mas, agora, acho que você deve descansar. Nos vemos amanhã, boa noite!
Assim, Aragorn foi deitar-se e adormeceu rápido.
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14 – Último dia de caminhada

Todos se levantaram cedo na aurora daquele dia. Alda sentou-se na ponta oposta de onde o rei Éomer estava sentado. Sam foi fazer companhia a Alda, mas sua conversa só diminuiu o animo da mesma.
– Assim que voltarmos ao Condado poderíamos fazer um andar a mais na estalagem! – Exclamou Sam – Teríamos uma boa ajuda de Merry e Pippin se pedirmos!
– Claro, Sam, claro… – Alda respondeu sem interesse.
– E talvez pudéssemos aumentar o estábulo – Sam continuou – E, quem sabe…
E assim Sam passou o resto do desjejum falando sozinho. Alda se alimentou bem, e depois foi pegar sua mochila no quarto. Quando saiu dele, encontrou Lhûgëa no corredor, e saiu conversando com ela.
Foram para o lado de fora do Palácio e encontraram três belos cavalos esperando-as. Aragorn conversava com Éomer, mas o segundo interrompeu sua conversa e disse:
– Bem, o que poderia lhes oferecer como presente, já que estão partindo?
– Nada, rei Éomer. – Legolas respondeu – Os cavalos emprestados já estão ótimos para nós.
– Gostaria de lhes oferecer algo a mais, Legolas. – Éomer respondeu sorrindo.
– Acho que já conhece minha resposta, meu Senhor. – Alda disse – Gostaria de servir Rohan quando estiver por perto.
– Bem, vou considerar seu pedido dessa vez. – Éomer respondeu – Se você passar por Lórien, peçam para avisar-me, para chamá-la caso seja de necessidade.
– Obrigada, meu Senhor! – Alda agradeceu com uma reverência.
– Algumas flechas, tanto para mim quanto para Lhûgëa, seriam muito úteis. – Legolas disse.
– Concedido, mestres elfos. – A um sinal de Éomer duas pessoas vieram com duas aljavas de flechas – Samwise, Aragorn? O que posso lhes oferecer?
– Já conversamos sobre isso, Éomer. – Aragorn respondeu.
– Eu, eu gostaria de algumas provisões a mais. – Sam falou.
– Certo, mestre Samwise! – Éomer respondeu, e mais duas pessoas trouxeram-lhe provisões – Tenham uma ótima viagem até Gondor!
– Obrigado novamente, Éomer – Alda respondeu virando-se para Éowyn – Foi bom tê-la conhecido!Espero vê-la de novo, Éowyn!
– Eu também espero, Aldailis! – Éowyn respondeu – Passe por aqui, quando estiver voltando para o Condado!
– Vou passar…Tchau! – Alda se desanimou um pouco. – Ah – Alda virou-se novamente para Éowyn – Chame-me de Alda, por favor!
Alda se preparou novamente para cavalgar na garupa de Aragorn. Gimli foi com Legolas, e Sam na garupa de Lhûgëa. Partiram, e enquanto iam passando pela cidade, as pessoas iam aplaudindo e dizendo-lhes Adeus. Quando estavam nos limites de Rohan, Huim saiu da multidão e se dirigiu a Alda.
– Vejo que está um pouco melhor, Aldailis! – Huim sorriu.
– Sim, estou, Huim! – Alda respondeu forçando um sorriso – Consegui entrar para a Guarda reserva de Rohan!
– Que bom! – Huim disse – E quanto a pessoa da música, soube quem é. Não se irrite, não estava espionando!
– Entendo…Nos falamos daqui uma ou duas semanas, pois na minha volta para o Condado passarei por aqui! Adeus, Huim! – Alda acenou quando Aragorn aumentou a velocidade.
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Cavalgaram em silêncio por muito tempo, nas belas planícies de Rohan. Uma hora antes do meio-dia, eles diminuíram a velocidade. Alda se segurava firme, mas gentilmente em Aragorn, e apoiava a cabeça com os olhos fechados nas costas do mesmo.
– Vejo que fez dois amigos em Rohan! – Aragorn tentou uma conversa.
– É… – Alda respondeu desligada.
– Vamos lá, Alda, ânimo! – Aragorn disse – Temos que aproveitar ao máximo o último dia da viagem! Vamos, quer guiar Snow?
– Com certeza quero! – Alda se animou.
Pararam para Alda inverter de lugar com Aragorn. Alda sentou-se a frente e voltaram a cavalgar. Segundo Aragorn chegariam a Minas Tirith logo após o crepúsculo. Alda se alegrou e passou o resto da tarde rindo e conversando. Passaram da metade do caminho quando o Sol subiu acima de suas cabeças mostrando que era meio-dia, e pararam para almoçar.
– Talvez alcancemos Minas Tirith antes do crepúsculo. – Aragorn disse.
– E aí poderemos ter uma bela ceia! – Sam alegrou-se
– Você só pensa em comer, Sam! – Legolas riu – Eu quero ver as estrelas, sentado sobre as muralhas de Minas Tirith!
– E eu espero sentar-me ao seu lado, passando meus conhecimentos sobre o céu para você, Legolas. – Lhûgëa sorriu.
– Eu espero conhecer Gandalf, o Branco rapidamente. – Alda fez uma fogueira.
– Pode acreditar que irá conhecer assim que chegar, Alda. – Aragorn afirmou e colocou algo para cozinhar – Com certeza ele estará nos esperando nos portões, e se não estiver, estará na porta do Palácio.
– Duas noites seguidas em um palácio…Nunca sonhei com isso. – Alda falou pensativamente – Sempre sonhei com batalhas, onde pudesse usar a espada e o arco, protegendo tanto a mim quanto às pessoas do local onde estava lutando!
– Isso é um sonho bem diferente para uma moça, Alda! – Gimli exclamou – Realmente, toda moça que conheci, tirando Éowyn e você, tiveram o outro sonho que você disse que nunca teve.
– Eu sempre soube disso, nunca me dei bem com as Hobbits. – Alda disse rindo – mas nunca me importei!
Pararam de conversar para almoçar, e para um almoço de acampamento ele estava delicioso. Logo, voltaram a cavalgar, numa velocidade estável, que às vezes aumentava ou diminuía. Assim, o último dia de caminhada seguiu tranqüilo, Alda conseguia manter Snow em uma boa velocidade, e com uma leveza que ninguém que colocasse os ouvidos no chão iria escutá-lo. Alda conversava com todos sempre com sorrisos, e todos riam da falsa alegria que tentava demonstrar. De fato, ela estava feliz por conduzir Snow, mas, ela também pensava que não valeria a pena ficar triste: Ela ia acabar entristecendo os amigos também.
Um pouco antes do crepúsculo, todos já puderam observar a distância, a grande muralha branca de Minas Tirith. A medida que se aproximavam, viram uma figura de um homem vestido de branco montado em um cavalo da mesma cor no portão da muralha.Essa foi a primeira visão de Alda quanto a Mithrandir: Um senhor de idade, todo branco em cima do cavalo mais belo que existiu na época.
– Esse é Gandalf, e por aqui é conhecido por Mithrandir. – Aragorn murmurou – Seu cavalo é Scadufax, e ele s
ó obedece a Gandalf.
– Isso é bem legal…Agora fiquei mais curiosa! – Alda acelerou Snow.
Legolas e Lhûgëa aceleraram seus cavalos também, e logo ao crepúsculo estavam todos na frente de Gandalf, que mandou que abrissem os portões. Do lado de dentro da cidade, ouviram vozes altas dizendo:
– O Rei Elessar voltou! Viva para o Rei Elessar!
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– Você se chama Elessar? – Alda murmurou para Aragorn.
– Meu nome de verdade é Aragorn,mas aqui me chamam de Elessar,e enquanto estive em Valfenda fui Estel e era chamado de Passolargo em Bri.E Éomer já chegou a me apelidar de Pé-de-Vento. – Aragorn respondeu rindo.
– Se importa se eu continuar a chamá-lo de Aragorn? – Alda perguntou com um sorriso.
– Não, não me importo, pois como disse, Aragorn é meu nome verdadeiro. – Aragorn disse.
E assim, pararam de conversar e seguiram para o Palácio de Minas Tirith. Lá, foram para o Salão de Jantar, e encontraram um moço de semblante sério, mas honesto, gentil, que ninguém pode vencer em batalha. Esse se levantou e apresentou-se a Alda.
– Boa noite, Aragorn, Legolas, Gimli, Mithrandir e Sam…Prazer senhoritas sou Faramir, filho de Denethor. – Faramir fez uma reverência.
– Prazer, Senhor Faramir, Lhûgëa de Lórien. – Lhûgëa fez uma reverência.
– Muito prazer, Faramir. – Alda retribuiu a reverência – Sou Aldailis Echuiré, do Condado.
– Nós também ainda não fomos apresentados, Aldailis. – Gandalf disse – Sou Gandalf, o Branco, ou se preferir Mithrandir. Eu a chamei aqui.
– Boa noite e muito prazer, Gandalf. – Alda respondeu – Vou lhes dar a corrente de presente, pois ela não me auxilia mais no que foi feita para fazer. – Ela tirou a corrente.
– Se me permite perguntar, Aldailis, para que ela auxiliava? – Gandalf aceitou a corrente.
– Ela me ajudava a prevenir-me de perigos, e até mesmo de adivinhar o que há por vir. – Alda respondeu – Mas agora, que já estou com ela a mais de quinze anos, ela não auxilia mais, pois já adquiri o dom para prever as coisas de dentro dela.
– Certo…Mas como Faramir disse, devem estar cansados. – Gandalf guardou a corrente no bolso – Podem trocar-se e se preparar para a ceia.
Assim todos fizeram. Alda colocou seu vestido Azul marinho, o único que ainda não usara. Lhûgëa estava com um branco, que trouxera de Lórien. Aragorn preferiu sua camisa com a Árvore Branca estampada, enquanto Sam trocou o colete amarelo por um verde. Legolas trocou-se por uma roupa verde e branca, e Gimli trocou sua roupa prateada por uma dourada.
Aragorn, como Rei, sentou-se na ponta direita da mesa, com Alda na sua diagonal direita e Gandalf na sua esquerda.Ao lado de Alda estavam Lhûgea, Legolas e Sam, e ao lado de Gandalf, Faramir e Gimli. Juntos, sentaram-se e falaram sobre sua viagem a Gandalf, que se alegrou que tudo transcorreu como ele imaginava. Ficou preocupado com o ataque de Orcs a Valfenda, mas concluiu que nenhum orc tentaria entrar lá novamente.
– Então, vocês viajam para me ajudar, e acabam ajudando a mais pessoas! – Gandalf concluiu – Isso é ótimo, como esperava que fosse ocorrer. Pena que perderam um amigo como Scor, ele iria com vocês até se tornar o melhor Storm já conhecido.
– Mas, afinal, a única coisa que ele não percebeu é que ele já era um bom Storm! – Aragorn suspirou – Vi isso desde o momento em que nos encontramos na casa de Tom Bombadil, quando ele se lamentou.
– Então, afinal, sua viagem veio com uma grande consagração, Aragorn. – Faramir brincou – você protegeu a casa de Elrond, seus amigos e ainda voltou para reinar sobre as terras do Oeste!
– Isso não é uma piada tão grande, Faramir! – Aragorn respondeu, mas sorriu – Uma grande piada é que você, que segurou agora a Regência, vai cair e subir de novo para governar sobre Ithilien! Isto é uma boa piada!
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Todos riram da última, e continuaram conversando sobre assuntos diversos. Deliciaram-se e conversaram muito durante àquela e as outras noites que se seguiram. Todos se esqueceram de voltar a seus lares, menos Alda, que ainda se sentia ferida em pensar em ir embora, mas sabia que ia ter de partir.

15- Uma triste despedida

Seis dias após a chegada a Gondor, Alda sentiu que era a hora para avisar sua partida junto a Sam, rumo ao Condado.
Na aurora desse dia, na hora do desjejum, Alda preferiu nada dizer, pois todos estavam felizes conversando e rindo, inclusive ela, que conversava alegremente com Aragorn e Gandalf. Eles riam cada vez que Alda contava alguma coisa sobre as pessoas que iam a estalagem.
– Teve uma vez, que uma Hobbit meio exibida foi descendo a escada e levantou o nariz quando me viu. Mas, para o azar dela, escorregou bem no último degrau e caiu de cara no chão! – Alda contou.
Todos riam muito das coisas que Alda contava, e até ela ria junto, muito feliz em estar em Gondor. Foi assim que ela esqueceu de avisar que ia partir na aurora do dia seguinte.
Alda e Aragorn passaram a tarde e passeando na Cidade Branca, observando cada casa e cada Árvore que passavam, e sempre havia uma história para ser contada. Quando chegaram onde ocorreu a última batalha por Gondor, no Fim da Guerra do Anel, Alda adorou a história e lamentou não estar nela.
Seguiram caminhando, felizes e contando histórias. Aragorn, com vontade de ver se ela estava mais alegre, pediu para Alda cantar alguma coisa. Essa pigarreou e cantou:
Com você sempre estarei,
Quando for subir,
Quando for descer.

Os meus problemas irão sumir,
Os mais visíveis,
Os mais comuns.

Nada nesse mundo vai nos vencer,
Eu sei, Eu sei.
Temos uma estrela particular,
Pra nos guiar.

Tudo que queremos é diversão,
Fazer bons amigos só de curtição,
Tudo que queremos é celebrar,
Quero, ter alguém pra confiar.

Aragorn bateu palmas. Alda sorriu verdadeiramente para ele, que resolveu falar.
– O ritmo e a letra ficaram ótimos, você estava sendo muito sincera com suas palavras, Alda.
– Realmente, eu estava. Mas estive nas outras músicas também. – Alda respondeu – Mas essa, até agora, foi a que eu mais gostei de todas que já fiz. Vou cantar para o Frodo quando eu o ver novamente.
– Faça isso! – Aragorn respondeu – Sabe o que você ainda não viu?
– Não, eu não conheço a cidade! – Alda riu.
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– As muralhas. Você ainda não subiu até seu topo, e não viu a vista maravilhosa que lá tem. – Aragorn apontou para as grandes muralhas.
Assim, no fim da tarde, Aragorn, Alda, Legolas e Lhûgëa seguiram para as grandes muralhas brancas. Seguiram devagar, sem se preocupar com o tempo, pois o tempo nunca é curto para se divertir. Conversaram um pouco durante o caminho, passaram pelas casas de Curas (Agora cheias de plantas do gênero Athelas ou Folha-do-Rei), e seguiram para a muralha.
Chegaram nela cinco minutos após as casas de cura. Subiram, e sentaram-se no topo, olhando para o belo pôr-do-sol que estava ocorrendo.Alda fechou os olhos e virou a cabeça para cima. Lembrou-se que tinha de avisar que ia partir no dia seguinte, e resolveu falar.
– Aragorn… – Alda começou
– Estou ouvindo, Alda. – Aragorn respondeu.
– Eu vou partir amanhã, na aurora, de volt
a para o Condado.
– Amanhã? Mas já? – Aragorn ficou em um tom de mágoa.
– Sim, amanhã na aurora… – Alda repetiu – Eu vou dar o aviso hoje, na ceia.
– Claro, entendo… – Aragorn sentiu uma pontada no coração – Sobre meu presente pedido a Éomer, era que Snow ficasse para você, assim, você e Sam poderiam ir mais rápido a cavalo, certo?
– Certo… – Alda respondeu
– Se quiser eu parto com você, Alda… – Aragorn começou
– Não! Devo ir sozinha com Sam, Aragorn.Não permitirei que mais alguém vá comigo, pelo menos não meus amigos. Se não a dor será pior para mim.
– Alda…Irei sentir muito a sua falta. – Aragorn olhou para Alda.
– Eu também, Aragorn. Mas ainda iremos nos ver, apesar da demora. – Alda encarou Aragorn.
– Isso é superstição ou você viu isso? – Aragorn perguntou se aproximando.
– Eu vi isso. – Alda deu um beijo rápido em Aragorn, mas logo se afastou – Melhor voltar ao palácio, estou com fome.
Legolas e Lhûgëa resolveram voltar também. Assim, eles foram caminhando à frente, Aragorn atrás, pesaroso, e Alda mais atrás ainda. Mas ela sabia que isso ia ocorrer, e não poderia evitar.
Assim, a ceia se estendeu mais do que o esperado, pois Aragorn, ajudado por Gandalf e Faramir, conseguiram aumentar a conversa e convencer a todos de comer um pouco mais. Mas, do mesmo modo, seria impossível impedir o pronunciamento de Alda, que já se decidira e levantara-se.
– Tenho um comunicado a fazer.
– Pode falar, Alda, somos todos a ouvidos! – Gimli disse.
– Eu e Sam vamos partir de volta para o Condado amanhã, logo na aurora. – Alda suspirou.
– Não, Alda, você não pode deixar-nos agora! – Lhûgëa exclamou – Você tem que ficar mais tempo conosco, com seus amigos!
– Não posso, Lhûgëa, prometi para Frodo que após uma semana de estadia em Gondor iria voltar para Valfenda e depois, se eu quisesse, para o Condado. – Alda respondeu.
E nada mais se falou naquela noite, em que todos permaneceram quietos e magoados. Ninguém demorou muito mais a mesa, e foram todos dormir em uníssono.
Na aurora do dia seguinte, Aragorn acordara mais cedo para arrumar tudo para a partida de Alda e Sam.Ele murmurava com Faramir e Gandalf quando Alda e Sam foram para o estábulo, montar em Snow e ir embora. Os outros chegaram quando Alda e Sam iam subir ao cavalo, adiando um pouco a partida.
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– Sam, Alda…Vamos sentir falta de vocês! – Gimli afirmou.
Todos se despediram, mas, a mais pesarosa até de se ver foi a separação de Alda e Aragorn. Eles se despediram com um abraço, e Aragorn prometeu que ainda iriam se ver. Com um último aceno, Alda e Sam partiram a galope rápido, evitando olhar para trás.

 


Esse foi o primeiro livro da Trilogia As Viagens de Aldailis.
O segundo livro, De volta tristemente ao Condado,conta sobre a volta de Alda, Sam,Frodo e alguns amigos ao condado.
E o terceiro livro, De volta ao Rei, relata o final de Alda e seus amigos.

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