Para todo fã de Tolkien que se preze, ir para o Reino Unido e não pelo menos um pulo em Oxford chega a beirar ao absurdo. A importância dessa cidade na vida do escritor é grande, como pode ser visto no artigo A Oxford de Tolkien, traduzido pela Natália “deathie” Pacheco e publicado aqui na Valinor em fevereiro de 2007. E justamente por isso que durante as férias de julho desse ano eu e o Deriel tiramos um dia só para passear por essa cidade. Agora compartilhamos com vocês o relato da viagem e algumas dicas para quem estiver planejando visitar Oxford.
Uma sugestão para quem vem de Londres é pegar o trem da estação Paddington: a viagem dura algo em torno de uma hora e é bastante agradável. O intervalo de tempo entre um trem e outro é bem curto e comprar a passagem é bastante simples se você tiver cartão de crédito, uma vez que eles possuem máquinas para vender. A passagem custa em torno de 40 libras para o casal, ida e volta.Para consultar preços e horários, não deixe de visitar o site da National Rail através do qual é também possível comprar as passagens. Só lembrando que esses trens funcionam quase como ônibus, o que significa que não há lugares marcados. Se quiser sentar na janelinha ou simplesmente ter sua companhia sentada ao seu lado, é melhor chegar cedo para embarcar. Chegando em Oxford, você perceberá que trata-se de uma cidade pequena já pelo tamanho da estação: não tem nada a ver com a Paddington que você pode ter deixado para trás a cerca de uma hora atrás.
Se sua saída foi perto do horário do almoço, o primeiro lugar a se conhecer é o pub Eagle and Child , que servia como ponto de encontro do grupo Inklings. Não é uma caminhada muito longa da estação até o pub, e é um jeito de se conhecer a cidade. O Eagle and Child é um pub pequeno, e muitos fãs de Tolkien passam por lá todos os dias com a mesma idéia que você. Então tenha paciência, especialmente se você escolher a mesa embaixo das placas que celebram o grupo formado por Tolkien e C.S.Lewis (que foi o nosso caso).
Enquanto você come um delicioso Fish&Chips, diversas pessoas passarão por sua mesa para fotografar as placas. O negócio é levar na esportiva e curtir essa oportunidade única de estar em um ambiente no qual o Professor também esteve. Terminando o almoço, é hora de visitar o cemitério Wolvercote. Antes de começar a jornada, não deixe de conferir o pub que fica no outro lado da rua, de frente para o Eagle and Child: O Lamb & Flag era o “plano b” dos Inklings, quando por alguma razão não pudessem visitar o local de hábito.
Para o cemitério Wolvercote o caminho é longo e a não ser que você tenha um perfil de atleta, o ideal é que não vá a pé. Táxi custa caro, então o jeito é ir de ônibus mesmo (que ficará em torno de 3,80 libras para o casal, ida e volta). É só pegar o ônibus vermelho 2A (no qual já na hora de embarque você compra a passagem de volta, o que significa que o retorno deverá ser em um ônibus vermelho também), e pedir para o motorista para avisá-lo quando estiver perto do Wolvercote, que fica na Banbury Road. Se quiser ser mais preciso, diga que o nome do ponto do ônibus é Five Mile Drive.Tudo bem, falando assim parece fácil. O fato é que demos muita sorte em pedir informação para uma senhora no ponto de ônibus: ela não só confirmou sobre em qual deveríamos embarcar como também avisou o motorista que iríamos para o Wolvercote, contou algumas coisas sobre Oxford (por exemplo, que Summertown é o bairro chique da cidade) e nos avisou quando chegamos. Muito legal mesmo, aliás, ficamos com uma ótima impressão do pessoal de lá não só por causa dessa senhora, mas porque todos realmente pareciam bastante simpáticos e atenciosos.
Sobre o Wolvercote, o fato é que ele é relativamente pequeno, mas tem uma placa apontando a entrada. Assim que entrar, você já poderá ver uma placa indicando o local no qual Tolkien está enterrado. Não tente descobrir por conta porque você levará muito tempo até chegar ao túmulo do professor (que está mais afastado da entrada). Aproveite as plaquinhas marrons nas quais está escrito “J. R. R. Tolkien author” para se orientar – nesse caso não tem erro e é bastante rápido.
O túmulo do Tolkien em si é bastante simples e não difere dos demais. É apenas se aproximando que vemos detalhes, como uma miniatura do Aragorn, poesias, cartas e outras lembranças que os fãs deixam lá. A Valinor agora já está bem representada, com a camiseta que deixamos lá. Uma curiosidade: os admiradores também deixam moedas no local.
Deixando o Wolvercote é só atravessar a rua e na diagonal você já encontrará o ponto de ônibus para voltar. Não esqueça, se você comprou o ticket de ida e volta, só poderá retornar em um ônibus vermelho. Você chegará no centro da cidade novamente, onde poderá visitar mais alguns lugares relacionados ao professor.
Um deles é a Exeter College, onde Tolkien estudou. Lembramos aqui que exceto no caso do cemitério, nada é muito óbvio e uma boa lição de casa antes de visitar a cidade ajuda, já que raramente há placas indicando a passagem de Tolkien por determinados lugares. Após circular pela cidade, caso tenha que voltar para Londres, fique atento ao horário dos trens, porque entre 16:00 e 19:00 você poderá embarcar em trens específicos, e não em todos que deixam a estação de Oxford para Londres. E se você também já esteve lá e quer compartilhar fotos e recomendações, entre em contato conosco através do e-mail valinor@valinor.com.br