Não foi preciso Tolkien alterar muito do que já estava escrito, a resposta estava em seu próprio texto. Bastava dar uma polida e evidenciar certos acontecimentos. Frodo era um hobbit, um povo que nunca tinha realizado um grande feito, alguns até desconheciam sua existência, uma pessoa alegre, generosa, mas comum. Tolkien transformou Frodo em um herói ao longo da história, através de suas escolhas e atos. Boa parte da empatia que sentimos é por este fato, diante de nossos olhos está a transformação de uma pessoa comum que diante de circunstâncias que ele não pode evitar, se transforma em um herói. Diferente de Aragorn que já é um herói, Frodo tem muito que provar para nós. E rapaz, como ele faz isso.
São inúmeros os momentos que podemos ver o heroismo de Frodo, o primeiro é quando ele se oferece para ser o Portador do Anel, levá-lo até a Montanha da Perdição e destruí-lo. Apesar de Tolkien confessar na carta 181 que o hobbit tomou esta decisão porque não queria se separar do Anel, é preciso uma enorme coragem para ter falado no Conselho e aceitado a missão. Mas o momento chave é o perdão a Gollum. Tolkien diz que Frodo passou por várias provações e destaca duas. O perdão e o sacrificio.
Quando Tolkien fala em perdão, está falando sobre o misericordia que Frodo teve para com Gollum, e nosso herói conseguiu passar pela provação. E por isso quando Gollum chega e luta com Frodo pela posse do Anel e depois cai no fogo junto com seu Precioso, temos a sensação de que Frodo cumpriu a sua demanda. E de fato ele teve sucesso. E o mais importante, todos os acontecimentos são lógicos, a sequência de eventos é natural. O final é crível. E Frodo surge como um herói maior que Aragorn.