Segundo Christopher, os versos são "território desconhecido". "Ouso
dizer que muitos ficarão imediatamente assustados com a mera ideia de
‘longos poemas narrativos’ e não irão em frente. Mas pode muito bem
acontecer, afirma, que os poemas tenham um "impacto inesperado".
"Minha esperança é que aqueles que apreciam e admiram as obras do meu
pai considerem que o livro é iluminador em relação à poesia nórdica
antiga como um todo, no tratamento que ele faz dessa lenda feroz,
apaixonada e misteriosa e nesse novo e pouco conhecido aspecto dele
como filólogo e poeta. Acima de tudo, espero que a poesia lhes traga
prazer."
Christopher relata os detalhes do manuscrito que deu origem ao livro.
"Meu pai deixou um único manuscrito, que estava completo; não há mais
do que algumas páginas de escritos anteriores, e todos os outros
rascunhos desapareceram. O manuscrito foi feito com uma letra boa e
clara, escrito sem correções, e obviamente deveria ser uma cópia final.
Algumas correções menores foram feitas nele bem depois. Minha ‘edição’
se refere basicamente a explicações e esclarecimentos."
O filho predileto do Professor vive na França desde 1975 e aproveitou
para atacar a lenda de que ele impediria a entrada de fãs em sua
propriedade usando uma horda de javalis domésticos.
"A forma completa da história diz que eu tenho não um javali, mas um
bando inteiro deles, expressamente para expulsar fãs de Tolkien que
supostamente se escondem na mata em torno da minha casa. De fato há
muitos javalis por aqui, mas não acho que eles seriam bons cães de
guarda, mesmo que eu quisesse."
E o que Tolkien acharia de sua popularidade hoje? "Ele poderia ficar
alternadamente deliciado, encantado, divertido, confuso, inquieto, sem
saber o que pensar, indignado, mas, no fim das contas,
compreensivelmente impressionado", diz Christopher.
A entrevista na íntegra pode ser lida, em inglês, neste link.