Grima era um humano de raça desconhecida, morto em 3 de novembro de 3019.
Viveu em Edoras, Rohan. Era filho de Galmod.
Grima foi o conselheiro do rei Théoden de Rohan. Ele traiu seu país e seu rei ao se tornar agente de Saruman. Sob as ordens do mago, enfraqueceu o reinado de Théoden para facilitar a invasão de Rohan, morrendo posteriormente junto a seu mestre, sendo esse o ato final da Guerra do Anel.
Tinha um rosto pálido e escuro, olhos pesados e caídos. Nada se sabe sobre o início de sua vida ou como realmente ele veio a ser corrompido por Saruman. O mago aparentemente o prometeu não só riqueza, mas também a sobrinha de Théoden, Éowyn, a quem Grima desejava.
Grima tomou Herugrim, a espada do rei, para si e a guardou em seus aposentos junto com os demais objetos de valor que havia roubado de outros. Também pegou jóias da herança da Casa de Eorl para Saruman.
Usou sua habilidade com as palavras e sua persuasão para influenciar o rei debilitado em suas decisões e e na política. O julgamento de Théoden ficou nublado, encoberto, e ele passou a ser dependente dos conselhos de Grima. O rei raramente deixava o salão de Meduseld (palácio dos reis de Rohan) e começou a dar ordens através do seu conselheiro. Os comandantes de Théoden ressentiam as instruções dadas por Grima, e fizeram tudo ao seu alcance para contrariar sua influência, mas eles não desafiavam seu rei e acabavam por obedecer às ordens que Grima os impunha. Embora não gostassem de Grima, a esta altura sua traição ainda não era conhecida por Rohan.
Para colaborar com os planos de conquista de Saruman, Grima tentou enfraquecer o centro de comando de Rohan e desacreditar os comandantes do rei. Seus principais adversários foram Théodred – o filho do rei – e Éomer – o sobrinho. Grima não foi capaz de jogá-los contra o rei ou um contra o outro, então, ele tentou jogar o rei Théoden contra Éomer. Insinuou que Éomer tinha fome de poder e era desobediente, e embora Éomer se mantivesse leal, Grima foi capaz de plantar a semente da dúvida em Théoden.
Éowyn também se tornou alvo dos venenos de Grima. Ele usava o desespero que ela sentia ao agir como cuidadora de seu tio enfermo, e a levou a crer que ela e seu povo haviam perdido sua honra. Grima constantemente a observava e seguia, antecipando o dia em que ela seria sua, como Saruman havia prometido.
Em 19 de setembro de 3018, Gandalf, o Cinzento chegou à Edoras e teve sua entrada recusada. No dia seguinte, lhe foi concedida uma audiência com o rei onde disse que havia sido aprisionado por Saruman em Orthanc. Gandalf tentou avisar Théoden que Saruman planejava invadir Rohan, mas Théoden estava sob a influência profunda de Grima e não podia ouvi-lo, mandando então Gandalf embora.
Graças a isso, Grima foi apressadamente para Isengard informar a Saruman que Gandalf tinha chegado à Edoras. De acordo com a história, Grima foi parado pelo Senhor dos Nazgûl que estava procurando Gandalf e o Condado. Contando tudo que sabia, revelou que Saruman havia ocultado seu conhecimento sobre o condado do Nazgûl. O Senhor dos Nazgûl deixou Grima encolhido no chão e foi para o norte, na procura do portador do Anel.
Após a visita de Gandalf, as teias da mentira cuidadosamente tecidas por Grima, começaram a desmanchar. Embora Théoden continuasse a dar ouvidos aos seus conselhos, os outros começaram a desafiá-lo. Théodred assumiu o comando das forças de Rohan e reforçou as defesas sobre os marcos ocidentais. Quando Saruman tentou se nomear Senhor sobre as terras de Rohan e enviou seus orcs, eles encontraram a resistência dos Rohirrim.
Saruman então decidiu que Théodred deveria ser eliminado, e enviou uma força com ordens de matá-lo. Théodred foi assassinado na Primeira Batalha na Vaus do Isen em 25 de fevereiro de 3019. Erkenbrand assumiu o comando e enviou uma mensagem à Edoras requisitando que forças fossem enviadas para o folde oeste de uma vez. Mas Grima foi contra ele, alegando que Edoras ficaria indefesa e Théoden desprotegido, embora Éomer tenha discordado.
Éomer teve também conhecimento de que um bando de Orcs havia entrado em Rohan por Emyn Muil, na fronteira oriental, e que alguns deles levavam a Mão Branca de Saruman. Éomer queria persegui-los, pois temia uma aliança entre Saruman e Sauron. Porém mais uma vez Grima instigou Théoden para proibi-lo e o rei o fez.
Éomer suspeitou que Grima fosse um traidor e ameaçou matá-lo. Para manter a ordem, Éomer levou seus homens até os orcs e os matou, ajudando, sem saber, Merry Brandebuque e Pippin Tûk a escapar do cativeiro. No caminho de volta, Éomer encontrou Aragorn, Legolas e Gimli e os convidou para irem à Edoras. Quando Éomer retornou à Edoras ele foi levado até Grima e advertido, por desafiar as ordens do rei e permitir que estranhos passassem livremente por Rohan.
Em 2 de março, Gandalf chegou acompanhado por Aragorn, Legolas e Gimli. Grima advertiu que o cajado de Gandalf fosse separado dele, mas Hama, o guarda do portão, percebeu que Gandalf era amigo e lhe permitiu ficar com o cajado.
Grima acusou Gandalf de ser um portador de más notícias, chamando-o de “Corvo da Tempestade” ou “Maus Agouros”. Disse que o mago vinha apenas em momentos de angústia para buscar ajuda ao invés de trazê-la. Então Gandalf revelou ter se tornado Gandalf o Branco e deixou Grima impotente.
"Os sábios só falam do que conhecem, Gríma, filho de Gálmód. Você se transformou num verme estúpido. Portanto fique em silêncio, e mantenha sua língua bifurcada atrás dos dentes. Não passei pelo fogo e pela morte para trocar palavras distorcidas com um servidor até que caiam raios do céu."
As Duas Torres: "O Rei do Palácio Dourado", p. 118.
Gandalf levantou seu cajado, fazendo surgir um trovão juntamente com um feixe de luz e Grima caiu no chão. Gandalf libertou Théoden da influencia de Grima e o rei decidiu cavalgar para a guerra contra Saruman. Ele pediu por sua espada e Hama forçou Grima a entregar as chaves do aposento onde a havia escondido.
Grima foi posto perante o rei. Ele tentou persuadir Théoden a mudar de idéia, mas suas palavras não tinham mais poder sobre o rei. Tentando uma última jogada, Grima pediu para ser deixado no comando de Edoras, mas Gandalf o expôs como um agente de Saruman. Éomer ameaçou matá-lo por sua traição e seus anseios sobre Éowyn, mas Gandalf o interrompeu. Théoden lhe deu a escolha de acompanhar os Rohirrim em batalha ou deixar Edoras imediatamente. Grima cuspiu aos pés do rei e fugiu em direção à Isengard.
Em algum ponto ele poderia ter sido acompanhado por um bando de orcs, mas ele chegou sozinho na manhã de 5 de março. Grima ficou atordoado ao ver que as paredes de Isengard haviam sido colocadas abaixo, e os poços e forjas haviam sido inundados, e tudo que ele pensou que era forte e invencível havia sido destruído.
Quando Grima viu Barbárvore, tentou fugir, mas o Ent o segurou e ergueu de seu cavalo, fazendo-o bajular o chão. Grima alegou que estava a serviço do rei Théoden e que tinha sido o único a ter coragem suficiente para chegar, mas Gandalf já havia advertido Barbárvore sobre Grima. Barbárvore disse a Grima que esperasse junto com ele por Théoden ou se juntasse a Saruman na torre. Grima nadou através das águas sujas para Orthanc e Saruman o puxou pra dentro.
Mais tarde naquele dia, Théoden e Gandalf chegaram para negociar com Saruman. Gandalf quebrou o cajado de Saruman e o expulsou da Ordem dos Istari. Como uma última tentativa, Grima arremessou o palantir de Orthanc abaixo e quase acertou Gandalf. Aragorn sugeriu que Grima poderia ter errado por não saber se queria atingir Gandalf ou mesmo Saruman com a pedra. Quando Saruman percebeu o que Grima havia feito ficou furioso.
Ambos permaneceram aprisionados em Orthanc pelo resto da Guerra do Anel. Em 15 de agosto, Saruman persuadiu Barbárvore a libertá-lo. Grima estava como uma sombra pálida quando saiu da torre. Ele foi o tempo todo aterrorizado por Saruman, mas tinha ainda mais medo de deixá-lo.
Saruman e Grima foram em direção ao norte, e eles encontraram em 28 de agosto com Gandalf, os hobbits, Galadriel, Celeborn e Elrond na estrada. Saruman recusou a ajuda deles e atingiu Grima com seu cajado, ordenando-lhe que o seguisse. Grima disse que odiava Saruman e que desejava poder deixá-lo, mas quando Gandalf sugeriu que o fizesse, Grima olhou aterrorizado e seguiu seu mestre.
Saruman estava decidido a buscar vingança contra a destruição de Isengard arruinando o Condado. E lá eles chegaram em 22 de setembro, onde Saruman mudou-se para Bolsão, tomando o cargo de chefe de Oto Sacola-Bolseiro. A mando de Saruman, Grima esfaqueou Oto até a morte, enquanto este dormia.
Posteriormente Saruman insinuou que Grima havia comido o corpo de Oto, mas não é sabido se isso é verdade. Grima era miserável e sempre faminto, era constantemente intimidado por Saruman.
Em 3 de novembro os hobbits finalmente derrotam os homens de Saruman na Batalha de Beirágua e Frodo Bolseiro retorna à Bolsão. Ordenou que Saruman fosse embora e Grima começou a rastejar atrás de seu mestre quando ele o chamava. Frodo disse a Grima que ele poderia ficar se assim desejasse, e receber comida e abrigo antes de seguir seu próprio caminho. Grima quis aceitar, mas Saruman revelou que fora ele que matara Oto. Quando Grima o retrucou dizendo que ele havia feito a seu comando, o mesmo zombou dele e o chutou no rosto.
Algo acordou dentro de Grima, então ele se virou contra o mestre que odiava e temia. Grima saltou nas costas de Saruman e cortou sua garganta com uma faca, matando-o. Tentou fugir, mas foi alvejado até a morte por três hobbits arqueiros.
Com a morte desses dois traidores, mestre e escravo, a Guerra do Anel chegou ao fim.
Datas Importantes
3014
Grima começa a influenciar o rei Théoden em nome de Saruman por volta desta data.
3018
19 de setembro: Gandalf chega à Edoras, mas é sua entrada é barrada.
20 de setembro: Gandalf conta a Théoden sobre a traição de Saruman, mas o rei se recusa a acreditar e o manda embora. Após sua visita, Rohan é alvejada por orcs e homens a serviço de Saruman. Os comandantes de Théoden começam a desafiar as ordens de Grima.
3019
25 de fevereiro: Théodred é assassinado na Primeira Batalha nos Vaus do Isen.
27 de fevereiro: Notícias da morte de Théodred chega à Edoras. Erkenbrand envia pedido de reforços mas Grima aconselha o rei a ir contra essa atitude. O rei Théoden segue seus conselhos. Também devido a conselhos de Grima, Éomer fica proibido de enfrentar um bando de Orcs que entraram em Rohan, mas Éomer o desafia.
30 de fevereiro: Éomer volta à Edoras e é preso sob orientação de Grima.
2 de março: Gandalf chega a Meduseld e cura Théoden. A traição de Grima é exposta e ele foge para Isengard.
3 e 4 de março: As forças de Saruman são derrotados na batalha do Abismo de Helm e Isengard é destruída pelos rios.
5 de março: Grima chega à Isengard e fica consternado ao vê-la destruída. Ele fica preso em Orthanc com Saruman. No encontro entre Théoden, Gandalf e Saruman, Grima arremessa o palantir Orthanc abaixo.
15 de agosto: Barbárvore liberta Saruman de Orthanc e Grima o acompanha ao norte.
28 de agosto: Os Hobbits e Gandalf encontram Saruman e Grima na estrada. Saruman e Grima rumam para o Condado.
22 de setembro: Saruman e Grima chegam ao Condado. Saruman entra em Bolsão e toma o cargo de chefe de Oto Sacola-Bolseiro. Momentos depois Grima mata Oto.
3 de novembro: Os hobbits derrotam os homens de Saruman na batalha do Beirágua. Grima mata Saruman e é morto pelos Hobbits arqueiros.
Nomes e títulos
Grima
O nome Grima significa "máscara" ou "capacete que esconde o rosto" em Inglês antigo. Seu nome é uma referência a sua identidade secreta como agente de Saruman.
Língua-de-Cobra
Grima era chamado de Língua-de-Cobra (ou língua de verme) por aqueles que desconfiavam dele. Esta designação implica que Grima tinha uma língua bifurcada de cobra – o que significa que ele mentiu e enganou.
"Nomenclatura de O Senhor dos Anéis", entrada para Língua-de-Cobra”.
Verme
Saruman chamava Grima apenas de Verme, o que seria uma forma curta para Língua-de-Cobra (Língua-de-Verme), mas também uma provável referência à conduta de Grima.
O Retorno do Rei: "O Expurgo do Condado", p. 299
Fontes:
A Sociedade do Anel: "O Conselho de Elrond," p. 275.
As Duas Torres: "Os Cavaleiros de Rohan", p. 38-39; "O Rei do Palácio Dourado," passim; "O Abismo de Helm", p. 133-34; "A Estrada Para Isengard," p. 149, 161-62; “Escombros e Destroços ", p. 178-79; "A Voz de Saruman", p. 183, 189-90; "O Palantir", p. 205.
O Retorno do Rei: "As Casas de Cura", p. 143; "Muitas Despedidas", p. 258, 261-62; "O Expurgo do Condado", p. 299-300.
Contos Inacabados: "O Desastre dos Campos de Lis", p. 277; "A Caçada ao Anel", p. 340; " As Batalhas dos Vaus do Isen", p. 355. 355. 359-60, 367-68 359-60, 367-68.
Traduzido e adaptado de: The Thain’s Book