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Hobbits, Elfos e Magos

Aos amantes do mundo Tolkien

 

Há 25 anos, Michael Stanton estuda e dá aulas de Literatura Inglesa na Universidade de Vermont, em especial sobre Dickens, Melville e J.R. Tolkien. Com esta autoridade, ele reuniu o que sabe sobre o Senhor dos Anéis e escreveu Hobbits, Elfos e Magos, que a Frente Editora traz aos leitores brasileiros, já que vivemos o advento de Tolkien no cinema.

 Para Stanton, o livro do escritor inglês é um santuário de lingüística, um mito heróico, fábula religiosa, uma obra literária, recriação da Europa pré-cristã, um romance antibélico. Tolkien levou 17 anos para escrevê-lo e foi editado na Inglaterra em 1954 por um aparentemente convencional professor de inglês, órfão de pais desde os 12 anos, católico, pai de quatro filhos e conhecido como um inventor de línguas (antes de entrar na adolescência, Tolkien tinha criado dois ou três idiomas e durante sua vida criou mais uma dúzia pelo menos). Tudo começa na palavra, pois afirmou Tolkien que "a invenção do idioma é o fundamento… O nome vem em primeiro lugar e a história se segue". O fato é que ele tinha um fantástico senso de imaginação, uma fantasia ilimitada e seus personagens – hobbits, elfos e magos – têm características próprias e sofrem os efeitos de uma peculiar geografia moral: o bem flui do oeste e a ele volta… O ataque ao mal vem sempre do oeste. A Terra-Média, cenário da história, fica entre as forças do bem e do mal, campo de batalha de O Senhor dos Anéis. Quem leu e se apaixonou pelos personagens não vai largar Hobbits, Elfos e Magos, pois que Stanton decifra em grande parte a recriação do mundo de J.R. Tolkien e responde às centenas de indagações a ele trazidas por seus alunos, durante todos os anos em que participou de discussões e deu aulas sobre o tema. Fonte: Redação O Estado do Paraná  em 19/07/2008 às 15:15h. E aqui uma breve biografia e contexto literário desta obra na visão de Michael Stanton:

Seguem alguns elementos da vida de Tolkien. Podemos observar como os diferentes eventos que marcaram sua história se encaixam na criação de sua obra.  John Ronald Reuel Tolkien nasceu em 3 de janeiro de 1892, o primogênito de Arthur e Mabel (Suffield) Tolkien, em Bloemfontein, África do Sul, onde seu pai trabalhava para o Bank of Africa. Depois de uma longa e produtiva carreira dedicada largamente aos estudos literários, ao ensino e à escrita, J.R.R. Tolkien morreu em 2 de setembro de 1973, na cidade costeira inglesa de Bournemouth.

Em seguida ao nascimento de Hilary, irmão de Tolkien, em 1894, Mabel Tolkien voltou à Inglaterra com os meninos, onde, em fevereiro de 1896, recebeu a notícia da morte do marido. Tol­kien cresceu em um vilarejo simpático e à moda antiga chamado Sarehole. Sua agradável qualidade pastoral e os rústicos cidadãos ajudaram a moldar a visão que Tolkien tinha da zona rural do centro da Inglaterra, conhecida como the Shire, e de seus habitantes.

Sua infância conteve mais um evento trágico — a morte da mãe quando tinha 12 anos. Entretanto, ele guardou sua lembrança e nunca se esqueceu que foi ela quem o apresentou à fé católica romana e ao estudo de idiomas, duas áreas que o sustentaram, de formas completamente diferentes, pelo resto da vida. Após a morte de Mabel, Ronald e Hilary passaram à guarda do padre Francis Morgan e foram criados por uma tia.

Tolkien formou-se pelo Exeter College, Oxford, em 1915 e, praticamente em seguida, serviu na Segunda Guerra Mundial como segundo-tenente dos fusileiros de Lancashire. Foi durante uma licença médica para se recuperar da febre das trincheiras, em 1917, que Tolkien colocou no papel os primeiros elementos de um ciclo de histórias, dentre as quais aquelas que viriam a formar O Silma­rillion, o primeiro broto da grande árvore da Terra-média.

Entre 1918 e 1920, foi um dos vários editores assistentes do OED, como é carinhosamente chamado o Oxford English Dictionary. De 1920 a 1925, foi professor assistente e depois professor de inglês na Universidade de Leeds.

De 1925 a 1945, foi membro do conselho da Pembroke Colle­ge, Oxford, com o título de Professor Rawlinson and Bosworth de Anglo-Saxão. Em 1945, mudou de faculdade e tornou-se membro da Merton College, com o título de Professor Merton de Língua e Literatura Inglesas até sua aposentadoria em 1959 (pouco antes que a Universidade de Oxford tenha revisado e melhorado seu programa de pensão, lembrou Tolkien pesarosamente). É interessante destacar que, embora tenha acumulado rica coleção de honrarias acadêmicas, Tolkien nunca estudou além do grau de bacharel.Casou-se com Edith Bratt em 1916, com quem teve três filhos e uma filha (a quem escrevia deliciosas cartas anuais do Papai Noel, que foram recentemente reunidas e publicadas); era católico devoto em um país e instituição famosos por suas tendências anti-católicas; era amigo íntimo de C.S. Lewis e outros graduados da Universidade de Oxford.

Se quisermos, podemos analisar a relevância que esses dados têm no contexto de O Senhor dos Anéis. Sua data de nascimento: é importante ter em mente que Tol­kien já era adulto antes do início da Primeira Guerra Mundial. Até certo ponto, seu pensamento e sensibilidade foram produtos da cultura vitoriana tardia. Eles se formaram em uma era, talvez não mais inocente que a nossa, mas certamente mais esperançosa. Tol­kien dava pouca importância à maioria das informações biográficas, mas considerava importante enfatizar que “Nasci em 1892 e vivi no ‘Shire’ em uma época pré-mecânica.”

A experiência da guerra: como Tolkien escreve no “Prefácio” do Senhor dos Anéis, “Em 1918, todos os

meus amigos íntimos, com a exceção de um, estavam mortos.” A Primeira Grande Guerra teve um custo terrível à geração de Tolkien e sente-se que O Senhor dos Anéis é, entre outras coisas, uma história anti-bélica. Ao mesmo tempo, é necessário evitar, resistir e mesmo combater uma leitura puramente alegórica: Mondor não é a Alemanha nazista, a pequena província de Tom Bombadil não é a Suíça etc. Tolkien fala de “aplicabilidade” (I, XV) — o comportamento do Mal é repetidamente o mesmo em diversos tempos e lugares; todas as lutas pelo poder têm características em comum.

A editoração do OED e os cargos de professor: O Senhor dos Anéis é, no sentido mais básico, sobre idiomas. A qualidade da língua de um povo é um ponto de referência moral na narrativa: a língua dos Elfos é musical e bela (aos nossos ouvidos); os Elfos são bons. O idioma dos Orcs é duro e gutural; os Orcs são maus. A re­lação entre o grande valor moral e a beleza da linguagem é implicitamente causal: os Elfos muito fizeram e sofreram com o passar das eras na Terra-média; adquiriram sabedoria, nobreza e poesia e, assim, seus idiomas transformaram-se em instrumentos de grande expressividade. Os Orcs, criaturas deformadas nascidas da escuridão, não possuem inteligência, mas sim astúcia, e são brutais e traiçoeiros. Sua áspera linguagem expressa essas qualidades.

As histórias da Terra-média iniciaram-se a partir do amor pelas línguas, como Tolkien declarou: “A invenção do idioma é o fundamento… Para mim, o nome vem em primeiro lugar e a história se segue.” Para Tolkien, o início está na palavra. É importante considerar como isso vai fundo. Inventar um planeta ou país imaginário tem suas dificuldades criativas, é claro, mas inventar uma língua, com vocabulário, sons, regras e sintaxe é uma operação psicologicamente extenuante.

Mas esse era o ofício de Tolkien: ele já tinha inventado dois ou três idiomas antes de entrar na adolescência e, durante sua carreira, inventou pelo menos uma dúzia de outros, baseando-se ou influenciando-se pelas línguas que conhecia ou que estava aprendendo. Já falava pelo menos quatro idiomas quando chegou ao colegial.Segue abaixo uma lista das línguas que Tolkien conhecia ou estudou, além do grego, latim, lombardo e gótico:   entre as línguas germânicas: nórdico ou islandês antigo, sue­co, norueguês e dinamarquês modernos, inglês antigo ou anglo-saxão, vários dialetos do inglês médio, alemão e holandês modernos;  entre as línguas românicas: francês, espanhol e italiano;   em outros grupos lingüísticos: galês moderno e medieval, russo, finlandês (as duas grandes influências no desenvolvimento da língua dos Elfos foram o galês e o finlandês). Apesar de estes fatos atestarem o contrário, traçar paralelos entre a vida e a obra tem utilidade limitada. Entretanto, a amizade de Tolkien e C.S. Lewis deve ser mencionada. Eles foram grandes amigos durante muitos anos, embora tenham se afastado nos últimos anos da vida de Lewis. Tolkien sempre relatou que foi a confiança de Lewis no valor de O Senhor dos Anéis e a sua insistência em que Tolkien desse continuidade à obra que o fizeram completar o livro.

Tolkien era um homem claramente trivial: roupas desalinhadas, salvo o brilhante colete que usava ocasionalmente, comida corriqueira, uma casa inexpressiva, quadros comuns nas paredes. Ele tinha muito pouco tempo ou utilidade para a moda ou o bom gosto.Tudo acontecia no interior, na imaginação: ele nunca se interessou por viagens, porque, de uma certa maneira, já tinha viajado. “Quando se escreve uma história (como O Senhor dos Anéis), não a partir de folhas de árvores que ainda temos que observar…, mas que cresce como uma semente na escuridão, que se alimenta das emboloradas folhas da mente, de tudo que já foi visto ou pensado ou lido e que há muito foi esquecido…”.

Apesar de sua timidez, Tolkien era um professor fascinante. Anglo-saxão não é a matéria mais glamourosa, e ainda assim, um de seus alunos, J.I.M. Stewart (Michael Innes) escreveu: “Ele transformava um auditório em um salão de festas; ele era o bardo e nós, os convidados que se alimentavam atentamente de suas palavras.”

Tolkien também se destacou como estudioso. Escreveu os primeiros comentários críticos do poema em inglês antigo, Beowulf, e foi um dos primeiros eruditos a tratar esse poema épico como uma obra de arte e não como uma mina de ouro para lingüistas pedantes. Com E.V. Gordon, editou vários textos medievais. O Senhor dos Anéis é um texto altamente literário, como exploraremos mais adiante.

Ainda assim, Tolkien completou um obra menos extensa do que poderia ter feito, pois, entre seus traços de personalidade, salien­tam-se a procrastinação e o perfeccionismo. É por isso que O Senhor dos Anéis levou 17 anos para ser escrito e publicado e O Silmarillion só viu a luz do dia postumamente, quando o filho Christopher o tomou em mãos após Tolkien ter trabalhado nele por mais de sessenta anos.

Quando os Hobbits apareceram pela primeira vez?Desde o início, os Elfos apareceram na obra imaginativa de Tolkien. Por outro lado, os Hobbits foram criados muito mais ­tarde, no final dos anos 20, ou início dos 30, quando Tolkien corrigia uma pilha monótona de provas. Sem pensar, ele escreveu no alto
de uma delas: “em um buraco no solo vivia um Hobbit”.

Conforme disse, o nome veio primeiro e depois a história. Começou então a desenvolver informações sobre os Hobbits: o que eram, em que tipo de lugar viviam, quais aventuras seriam surpreen­dentes para eles ou para um deles. Esse esforço resultou em O Hob­bit, publicado em 1937.

Quando falava sobre O Hobbit, Tolkien buscava corrigir dois mal-entendidos: O livro não foi escrito simplesmente para crianças apesar dos “‘apartes’ para os leitores juvenis”, como o biógrafo de Tolkien, Humphrey Carpenter, os chama. Tolkien “começou a se aborrecer com eles e passou a acreditar que tratar as crianças com condescendência é um erro para um escritor”. De fato, o paternalismo e o preciosismo que prejudicam O Hobbit estão ausentes em O Senhor dos Anéis; Tolkien aprendera a lição. Como respondeu a outro indagador, se O Hobbit parece “‘vestido’ para crianças em estilo ou forma, sinto muito. E as crianças também devem sentir”.

Hobbits não são pessoas pequenas. Não se deve confundí-los com os mini elfos e fadas que se escondem nas prímulas silvestres, nem com duendes ou nenhuma outra raça de seres cuja essência é ser “uma gracinha”. São pessoas de verdade e sua concepção se originou da experiência de Tolkien com a vida no campo. Ele disse: “Os Hobbits são simplesmente ingleses rústicos diminuídos no tamanho para refletir o pequeno alcance da sua imaginação, mas não o pequeno alcance de sua coragem ou força latente.”

Embora este estudo pretenda concentrar-se quase que exclusiva­mente em O Senhor dos Anéis, é apropriado dispensar algumas palavras ao Hobbit. Há pouca continuidade entre a primeira e a segun­da narrativa. O anel que Bilbo encontrou ou ganhou sob a montanha torna-se O Anel. Os próprios Hobbits, e Gollum e Gandalf, fornecem associações, mas as dessemelhanças são mais abundantes que as semelhanças: os locais são diferentes, a maioria dos personagens muda (em O Senhor dos Anéis, a raça dos Anões tem apenas dois representantes), a elaboração de paisagem e ambiente é extremamente diferente. A natureza do enredo é outra: o que acontece com Bilbo na obra anterior é uma série de aventuras de pequena escala, enquanto o destino de Frodo e seus amigos, no livro posterior, faz parte de uma batalha mundial.

E, acima de tudo, confirmando a declaração de Tolkien, o tom é diferente. Há maior seriedade em O Senhor dos Anéis; nele, as implicações morais são sentidas mais intensamente e o leitor não faz parte de uma “brincadeira íntima” com crianças imaginárias em volta de uma lareira ilusória. Personagens que aparecem nos dois livros, como Gandalf, parecem ter pelo menos uma dimensão a menos em O Hobbit.

O histórico autoral e editorialComo acontece ao longo da mitologia criada por Tolkien, partes deste conto já existiam no início de sua carreira; fragmentos de O Senhor dos Anéis antecederam os esforços conscientes de Tolkien de contar uma história longa. O sucesso de O Hobbit no Natal de 1937 levou o editor Allen and Unwin a incentivar Tolkien a escrever uma seqüência.

A composição de O Senhor dos Anéis como o conhece­mos começou logo depois do lançamento de O Hobbit.

Finalmente, 17 anos e 600.000 palavras mais tarde, O Senhor dos Anéis surgiu em 1954 e 1955. A propósito, a obra não é uma trilogia, o que implicaria que cada volume se sustentaria sozinho, podendo ser lido separadamente e fazer sentido. Ela é, na verdade, uma longa obra de ficção em três volumes (que é a forma como eram publicadas obras de autores como Dickens, no século XIX). O formato em três volumes é uma conveniência para o editor: ele não somente torna a tarefa do leitor menos volumosa, mas também garante três momentos separados de críticas. Depois de vários capítulos, começando com “Uma festa muito esperada” (todos aprovados pelo jovem Rayner Unwin), ficou claro que a história tinha mudado de direção. Segundo Humphrey Carpenter, “Tolkien não queria mais escrever histórias como O Hobbit; ele queria dar início a um trabalho sério: sua mitologia.”

Em todo caso, a guerra, seus deveres acadêmicos, mudanças de carreira e talvez a simples inabilidade de ver onde a história estava indo (ver comentários de Tolkien abaixo), impediram a finalização de um primeiro rascunho até o final de 1947. Então, a história tinha de ser revisada e, “na verdade, em grande parte reescrita” (I, XIV) e passada a limpo. Tolkien e Allen and Unwin também tiveram alguns desentendimentos. O autor ofereceu o original à editora Collins, que no final o recusou, e Tolkien voltou a negociar com sua primeira editora. Rayner Unwin sempre acreditou na história, mas, claramente, ela não seria o best-seller juvenil que O Hobbit tinha sido. A firma concordou em publicar O Senhor dos Anéis como um item de prestígio, acreditando que, na melhor das hipóteses, venderia poucos milhares de cópias. Assim, fez-se um acordo financeiro pouco comum na indústria editorial moderna: em vez do acordo de direitos autorais normal, pelo qual o autor obtém uma porcentagem de cada cópia vendida a partir da primeira, em geral 10 a 15 por cento, Tolkien não receberia nada até que os custos de produção fossem cobertos. A partir daí, ele e a editora dividiriam os ganhos meio a meio.

Alguns motivos que atrasaram a escrita de O Senhor dos Anéis já foram mencionados, mas vale à pena discorrer ligeiramente sobre o processo. Tolkien não fala do desdobramento da narrativa como se ele estivesse controlando ou mesmo escrevendo a história, mas sim como se a história estivesse acontecendo com ele. Ele escreveu: “a Busca essencial teve início imediatamente, mas encontrei no caminho coisas que me chocaram.” Ele já conhecia Tom Bombadil e havia ouvido falar das Minas de Moria e dos Cavaleiros de Rohan, mas Passolargo, e a cidade de Bri, a Floresta Dourada de Lothlórien e a Floresta de Fangorn (entre outros) eram completamente novos. O mais estranho é que Saruman ainda não lhe havia ocorrido e, assim, não entendia por que Gandalf não ia ao encontro conforme prometido!

Os autores em geral falam de suas criaturas dessa forma e, para a imaginação de Tolkien, ele estava quase literalmente na Terra-média.

De todo modo, o livro recebeu boas críticas e a edição de capa dura teve reputação modesta na Inglaterra e nos Estados Unidos até 1965, quando a edição pirata da Ace apareceu na América do ­Norte. Houghton Mifflin detinha os direitos da obra de Tolkien nos Estados Unidos e as batalhas e processos legais ofereceram para O Senhor dos Anéis uma valiosa publicidade. Foi nesse momento que, no final de 1965, Ballantine Books, em acordo com Houghton ­Mifflin, lançou a versão de bolso autorizada e revisada pelo autor.

O crescimento das vendas que se sucedeu foi o resultado não apenas do interesse público levantado pela guerra legal, mas também do boca-a-boca entre leitores. Nos dez meses seguintes ao lançamento da edição de bolso Ballantine, 250.000 cópias foram vendidas.

 No final dos anos 60, Tolkien, seu livro e personagens tornaram-se um cult nas universidades americanas. Viam-se broches e grafites com a inscrição “Frodo Vive!” em todos os lugares; a ­Tolkien Society foi formada em Harvard e o Tolkien Journal passou a ser publicado. Havia mapas, cartazes e calendários. Hoje em dia, com milhões de leitores, O Senhor dos Anéis não pode mais ser visto como um texto cult se a expressão se define por um pequeno grupo de devotos excêntricos. A influência da fantasia de Tolkien pode ser medida por dois fatos um pouco antipáticos: originou uma série de imitadores (na sua maioria mercantilistas) e tornou-se tema da crítica literária acadêmica.

 
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