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As melhores e as piores leituras de 2024

Bruce Torres

Let's be alone together.
O tempo passa
e com ele caminhamos todos juntos
sem parar
nossos livros pelo chão vão ficar...


Inundações, recordes de calor, cinema nacional na boca do povo de novo, Itamar Vieira Filho ganhando mais um prêmio, Prêmio Sesc sendo escroto com os autores, Clint Eastwood com mais um filme bacanudo, um imbecil se explodindo na frente do STF, Xandão botando banca e fazendo hora extra, Silvio Santos sem reprise, álbum da Katy Perry flopado, Coreia do Sul de popular só o kpop e os doramas... Êta ano puxado! Se ganhar no bolão da Mega Sena, até vou pra Aparecida quando descer em São Paulo!

Em meio a felicidades e tristezas, os livros que nos caíram em mãos ou que nós buscamos ou que nos acharam, mesmo a contragosto, nos permitiram ter descansos ou desagrados. Não, lidar com arte não é sempre algo satisfatório e tá tudo bem. Se assim o fosse, se toda leitura fosse válida como alguns defendem por aí, esse tipo de tópico não teria raîson d'étre, e peço desculpas desde já se errei a acentuação — beijo, franceses! Adorei a abertura das Olimpíadas, mas o filme dos tubarões no Sena não desceu!

Sem mais delongas, eis agora criado o espaço pra gente dizer o que gostamos de ler, o que não gostamos de ler, o que odiamos ler e o quanto o @Meneldur vai nos humilhar nessa. Um feliz 2025 aos meus amigos valinorianos. Que o próximo ano nos seja leve.

PS: depois faço minha lista. Hoje vou cuidar da louça do reveião.
 
Vou finalizar até a meia-noite minha 40ª leitura do ano, mas, como já sei que não estará nem entre as melhores nem entre as piores, posso elaborar aqui uma listinha. Sem grandes explicações.

👍👍👍
Alguns dos melhores livros eram releituras (o que é meio injusto, né, porque a gente já relê sabendo que são bons). Entre eles: O Perfume (Patrick Süskind) e Cavalos de Cronos (José Francisco Botelho). Das leituras inéditas, acho que vou destacar O Livro dos Abraços (Eduardo Galeano), Marcovaldo (Italo Calvino) e Domingo à Tarde (Fernando Namora).

👎👎👎
Das piores leituras... Humm. Acho que, pela expectativa criada, Tempestade e Ímpeto (Von Klingen); e depois ajuntam-se a ele Enterre Seus Mortos (Ana Paula Maia), um livro que vai do nada a lugar nenhum, e Homens Elegantes (Samir Machado de Machado), um livro que deveria ter metade do tamanho.
 
Última edição:
E lá vão os meus cinco melhores:

1) As coisas, de Tobias Carvalho: são vários contos, em diferentes formatos, sobre a vivência homossexual, cobrindo pontos que vão da dita "descoberta" às experiências sexuais ou com o preconceito sexual. São narrativas interessantes e me peguei surpreso de ter gostado de todos os textos. São textos bem fluidos. Queria ter aulas de escrita com Carvalho.
2) A primeira história do mundo, de Alberto Mussa: mistura de romance policial e reconstituição histórica sobre o assassinato de um comerciante a flechas no Rio de Janeiro do século XVI. Mussa entende que o crime "revela" a sociedade, então, a partir dessa ideia, vai explicando pro leitor como era composta a sociedade carioca então, indo das dinâmicas sociais imperialistas até mesmo à cosmogonia dos povos nativos para determinar motivações possíveis dos suspeitos.
3) The daydreamer, de Ian McEwan: é um romance infanto-juvenil muito gostoso de ler, sobre um menino que, pelo título, claro, sonha acordado, e as coisas que passam pela cabeça dele enquanto explora o mundo têm tanto peso em sua formação quanto o que ele aprende com a família. Há algo de Roald Dahl no texto e eu me peguei sorrindo várias vezes enquanto lia. Diria que foi a leitura mais leve que fiz este ano.
4) Artimanhas da ficção, de Thais Rodegheri Manzano: são ensaios curtos que servem como introdução e contextualização de obras que a autora considera como marcos literários importantes, então vai ter Dom Quixote, A princesa de Cléves, e por aí vai. Senti como se fosse uma compilação de artigos que acompanhavam fascículos de coleções literárias dos anos 2000 para trás, mas esse livro me surpreendeu por ser bem claro e direto, seria uma ótima ajuda para quem tem receio de pegar um clássico em mãos.
5) Azul corvo, de Adriana Lisboa: uma menina perde a mãe e vai parar na guarda do último homem com quem esta teve um relacionamento. Seria enredo de filme dramalhão americano, mas o que pega no livro de Lisboa é a elaboração da memória e da história, com a menina narrando os eventos que ela vivencia e também descobrindo um pouco mais sobre a mãe e o homem com quem ela passa a morar. A memória é algo muito precioso no texto e o leitor sente bem isso.

Menções honrosas: Autos de moralidade, de Barry Unsworth; A artista do corpo, de Don DeLillo; No teu deserto, de Miguel Sousa Tavares; Epifanias, de James Joyce; A hipótese humana, de Alberto Mussa; Na praia e O jardim de cimento, de Ian McEwan; O caderno vermelho, de Paul Auster; Breve romance de sonho, de Arthur Schnitzler; Uma mulher transparente, de Edgard Telles Ribeiro; Irmão Jacob, de George Eliot; Os restos mortais e Um corpo de mulher, de Fernando Sabino; A diferença invisível, de Julie Dachez; Além da crença, de Elaine Pagels; Rio 60 graus, de Fábio Fernandes; Você vai voltar para mim e outros contos, de Bernardo Kucinski; e A essência do mal, de Sebastian Faulks.

Decepções: Solo, de William Boyd (Boyd não parece estar seguro de escrever algo com Bond); James Joyce e seus tradutores, de Dirce Waltrick do Amarante (uma reunião de ensaios que poderia ter sido melhor editada); Martini seco, de Fernando Sabino (poderia ser uma esquete); Esta terra selvagem, de Isabel Moustakas (uma das maiores porcarias já escritas em língua portuguesa); 12 horas de terror, de Marcos Rey (é como ver um trem chegando à estação só pra ele descarrilar próximo à plataforma); e Romântico, sedutor e anarquista, de Ana Maria Machado (eu deveria pedir indenização da Suzano por derrubar árvores para a impressão desse livro).

Há outros que não citei em nenhuma das listas porque não achei que valessem a pena, mas um é do Jorge Luis Borges e outro é do Jack Kerouac. Paciência.
 
Li bem pouco esse ano (sad reacts only)

Como melhor leitura, destaco Tomates Verdes Fritos, de Fannie Flagg. Sim, o livro que deu origem ao filme, que por sua vez é bem mais famoso que a obra na qual é baseada, o que é uma pena. Se o filme já é uma delícia, o livro é 3x mais. Leitura leve e descompromissada, sem grandes arroubos de estilística, mas que é tão deliciosa, tão saborosa, sabe?, que é quase impossível não gostar. A narrativa vai e volta no tempo de forma muito boa, muito tranquila, sem deixar o leitor confuso ou perdido. Aquele tipo de livro que você se pega sorrindo de vez em quando e torce pelos personagens.

Ressalto como decepção Uma Casa no Fim do Mundo, de Michael Cunningham, o mesmo autor de As Horas. Apesar da ambientação e da atmosfera dos anos 60-70-80 serem muito boas, o livro é narrado em primeira pessoa a quatro vozes, e o que me incomodou é que as quatro vozes são extremamente iguais! Não há diferença alguma nas características da forma e da escrita. Se não conseguir identificar pelo contexto, há de se pensar que é o mesmo narrador. Além disso, a narração (que teoricamente deveria ser de quatro pessoas diferentes) é forçadamente poética sem necessidade, e um tanto melancólica. Mas não é aquela melancolia que faz a gente refletir ou se identificar com os personagens — é aquela melancolia chata...

Por fim, destaco que ouvi meu primeiro audiolivro inteiro pela Audible, e o primeiro audiolivro que não é Tolkien: Pare de tentar. Comece a fazer, de Julia Kristina. Autoajuda que propõe métodos para que possamos tentar entender nossos pensamentos e sentimentos, e, a partir disso, como podemos mudar nossa vida e a forma como nos vemos. Apesar de por vezes excessivamente repetitivo, acho que foi uma "leitura" que valeu a pena. Como disse no tópico da Audible, estava querendo um livro que pudesse ouvir de forma tranquila e passiva no trajeto casa-trabalho-casa, e esse foi o escolhido como "projeto piloto", e acho que gostei da experiência.
 
vou fazer a lista das melhores leituras para o bró e depois posto aqui, mas no geral foi um ano bem bom. passei um tico de raiva agora no fim do ano com um que li e achei que seria legal porque a premissa era boa, mas a execução da ideia foi péssima e eu fiquei irritada porque agora se alguém tiver a mesma ideia e tiver talento para executá-la vai ter que responder por plágio ou será fanfic no AO3. esse aqui:

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fuééém awards para ele.
 
vou fazer a lista das melhores leituras para o bró e depois posto aqui, mas no geral foi um ano bem bom. passei um tico de raiva agora no fim do ano com um que li e achei que seria legal porque a premissa era boa, mas a execução da ideia foi péssima e eu fiquei irritada porque agora se alguém tiver a mesma ideia e tiver talento para executá-la vai ter que responder por plágio ou será fanfic no AO3. esse aqui:

Ver anexo 100776

fuééém awards para ele.
Pior que 3 dos livros que listei como decepções me deu vontade de propor uma reescrita, incluindo um de não ficção. :lol:
 
é foda quando a premissa é boa, mas o autor erra a mão (até porque tem livros que a gente começa a ler justamente por causa da premissa. esse aí me pegou pq tem um lado nostálgico meu que adora amizades criadas a partir de trocas de emails)
 
Melhores:
- Botchan - Natsume Soseki (Estação Liberdade)
- A biblioteca elementar - Alberto Mussa (Record)
- Hibisco roxo - Chimamanda Ngozi Adichie (Companhia das Letras)

Piores:
- Pequeno pássaro branco - J. M. Barrie (Pandorga)
- Nunca vi a chuva - Stefano Volp (Galera)

Abandonados:
- Meu coração desnudado - Charles Baudelaire (Autêntica)
- Silêncio - Marcelo Moraes Caetano (Jaguatirica)
 
Usando as estrelinhas do @Bilbo Bolseiro para rankear as minhas leituras de 2024 (link para o meu comentário no Censo):

★★★★★ (extraordinários!)
The Beatles Tune In: Todos Esses Anos - Vol. 1 - Mark Lewisohn
The Beatles Tune In: Todos Esses Anos - Vol. 2 - Mark Lewisohn
O Senhor dos Anéis - J.R.R. Tolkien (releit.)
Você não merece ser feliz: Como conseguir mesmo assim - Craque Daniel (Daniel Furlan e Pedro Leite) (releit.)

★★★★☆ (adorei!)
Histórias Lindas de Morrer - Ana Cláudia Quintana Arantes
Harry Potter and the Deathly Hallows - J.K. Rowling
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (releit.)
Musashi - Vol. 2: O Vento, O Céu - Eiji Yoshikawa
Musashi - Vol. 3: As Duas Forças, A Harmonia Final - Eiji Yoshikawa
Primeira Pessoa do Singular - Haruki Murakami

★★★☆☆ (curti!)
A Busca do Graal - Livro I: O Arqueiro - Bernard Cornwell
Eragon - Christopher Paolini
Eldest - Christopher Paolini
Short Stories from Hogwarts: Of Heroism, Hardship and Dangerous Hobbies - J.K. Rowling
Short Stories from Hogwarts: Of Power, Politics and Pesky Poltergeists - J.K. Rowling
A História da Terra-média: O Livro dos Contos Perdidos I - J.R.R. Tolkien

★★☆☆☆ (mais ou menos)
The Shadow Over Innsmouth - H.P. Lovecraft
Trópico de Câncer - Henry Miller
O Mochileiro das Galáxias - Vol. 5: Praticamente Inofensiva - Douglas Adams

★☆☆☆☆ (não curti)
As Mil e Uma Noites (trad. Alberto Diniz)

☆☆☆☆☆ (abandonei)
Alucinadamente Feliz - Jenny Lawson

E só pra não deixar a menção ao último sem nenhum comentário: é raro eu abandonar uma leitura, mas tem livros que a gente percebe de cara que não é pra gente. Eu tive uma aversão insuperável ao senso de humor da autora, achei terrivelmente forçado e sem graça, e como ela despeja esse estilo em toda a escrita, simplesmente não deu pra continuar. Mas, fora esse aspecto, não deu pra avaliar, então fica sem nota. As Mil e Uma Noites leva o título de pior do ano porque esse eu fiz questão de chegar até o fim rs
 
Melhores leituras:
  • Madame Bovary - Gustave Flaubert: foi a primeira leitura do ano, e foi uma releitura de encher os olhos e a alma. Sem condições no quanto esta mulher era magnífica. Ela não estava à frente do seu tempo, ela estava à frente de qualquer tempo. Acho que é um calhamaço que eu deveria ter colocado no projeto Quarenta clássicos antes dos quarenta anos. (Povo diz: Se tivesse tirado o Sargento de Milícias... :rofl:).​
  • Grande sertão: Veredas - Guimarães Rosa: Foi uma releitura que não estava me pegando, então, de repente, fui envolvida pelo sol que é Diadorim e me senti girando em volta dela, que é o motivo maior da narrativa, não apenas do contado — embora dele também — mas do vivido por Riobaldo. Quando dei por mim, eu já tinha feito o pacto e tinha aceitado participar do sistema solar que é Diadorim no livro, e puxa as demais palavras-planetas para dentro da linguagem-rio que atravessa o Grande Sertão e nos atravessa: sertão, jagunço, doutor, pacto Siruiz e travessia.​
  • Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis - Roberto Schwarz: Sem esse livro eu não conseguiria montar meu projeto de doutorado. Não, eu não o li por isso, mas ele é tão perfeito, que sustentou meu projeto mesmo quando não foi citado. Existe uma crítica da obra de Machado de Assis antes e depois de Roberto Schwarz, né?​
  • O alegre canto da Perdiz - Paulina Chiziane: melhor livro da Paulina Chiziane e A MINHA MELHOR LEITURA DO ANO DE 2024. Sabe quando você está com tanta sede, que bebe a água tão rápido que nem percebe que a água acabou e continua com o copo virado? É o que aconteceu comigo, enquanto eu lia esse livro. Sem condições no quanto esse livro é dolorosamente lindo! Prosa poética costurada com a intrincada história moçambicana.​
  • A paixão segundo G.H. - Clarice Lispector: Não é o livro mais famoso da Clarice, mas, a meu ver, é sua obra maior, e esta releitura só reforçou a minha opinião. Explico melhor isso no vídeo que fiz para o LiteraCleo.​
  • Un lugar soleado para gente sombría - Mariana Enriquez: terceiro livro da Mariana Enriquez que li, e primeiro que li em espanhol na vida. Ela é uma inconteste autora do horror/fantástico moderno. Enriquez tem uma habilidade de escrita ímpar, e isso fica cada vez mais claro. Fiz um vídeo, que é um dos meus preferidos do canal, sobre esse livro.​

Piores leituras:
  • Fim de verão - Paulo Henriques Britto: é horrível quando a gente espera que o livro chegue a algum lugar e ele não chega.​
  • O elogio da literatura - Zygmunt Bauman e Ricardo Mazzeo: começa interessante e fica extremamente cansativo. Não é ruim, só não é bom.​
 
Em 2024 descumprir tudo que havia planejado e apenas me torturei com leituras medianas, resolvi apostar nas listas de espera ao invés de seguir o certo, por isso a lista de melhores esta mesmo pela complexidade que os livros deram ao meu pobre cérebro preguiçoso, e não pela diversão como costumo deixar nas listas.
Já os piores :raiva:eu tenho que aprender a não ouvir pessoas que tem um péssimo gosto literário, e o pessoal de letras com suas criticas duvidosas, e com certeza o único livro de literatura brasileira que deixei na lista foi a pior decepção.​

Melhores
O Problema dos Três Corpos - Cixin Liu
O Cair da Noite - Isaac Asimov


Piores
O Império Final: Mistborn: Nascidos da Bruma - Brandon Sanderson
Coração das trevas - Joseph Conrad
Phantastes - George MacDonald
Admirável Brasil Novo - Ruy Tapioca
 

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