Bloodstained: Ritual of the Night - Review
Ritual da tradição
https://br.ign.com/bloodstained-rit...view/review-bloodstained-ritual-of-the-night#
by Daemon Hatfield — Publicado 30 de Junho de 2019 às 18:00
O próspero subgênero de games “Metroidvania” existe na tentativa de recriar a magia de clássicos games como Metroid e Castlevania — até porque os desenvolvedores originais dessa franquia abandonaram a ideia há muito tempo. Disponível para Switch, PS4, Xbox One e PC, Bloodstained: Ritual of the Night conquista esse objetivo muito melhor do que a maioria, porque funciona quase que exatamente como o lendário Castlevania: Symphony of the Night. E deveria mesmo ser assim, considerando que as expectativas para o game eram altas desde que foi colocado no Kickstarter em 2015 e que o time de desenvolvimento é liderado por ninguém menos que Koji "Iga" Igarashi, diretor assistente de Symphony of the Night. É verdade que nem todos os sucessores espirituais financiados coletivamente deram certo -- olhando para um passado não tão distante, temos Mighty No. 9 como um grande exemplo. Mas as estrelas se alinharam para Bloodstained. O game surgiu como um título digno de sua herança.
A quantidade de games de Castlevania que Igarashi esteve envolvido é grande, mas ele não podia simplesmente trazer Drácula de volta e colocar outro Belmont no castelo dessa vez. Enquanto a jogabilidade é familiar, um novo mundo com seus próprios heróis, vilões e riscos ganha destaque, com cada aspecto desse universo funcionando como um apoio para as mecânicas de seu gênero. Você joga como Miriam, uma garota órfã que tem a capacidade de absorver e utilizar poderes demoníacos. Muito cuidado foi colocado do design da protagonista e é possível personalizá-la. É uma pequena que o elenco de apoio não tenha recebido o mesmo cuidado que a nossa heroína e todos sejam muito estranhos.
Por sorte, o castelo de Bloodstained é cheio de maldade e demônios. Então, prepare-se para uma exploração recheada por lutas contra monstros legais, ganho de experiência e criação de armas cada vez mais poderosas. Passamos por isso centenas de vezes em Castlevania, mas desde Symphony é possível passar por essa experiência com o poder da modernidade.
Bloodstained funciona e parece como o lendário "Castlevania: Symphony of the Night"
Está claro que Iga e sua equipe colocaram muito conteúdo em Bloodstained para garantir que o retorno ao gênero fosse triunfante. Minha jornada para desbloquear o final verdadeiro durou cerca de 20 horas. Mesmo depois de tudo isso, estou animado para retornar a jogatina porque explorar o castelo é muito divertido -- e ainda tenho 2% do mapa para descobrir e mais poderes demoníacos para desbloquear.
Há algumas habilidades e movimentos esperados, como salto duplo, que realmente permitem que você domine o terreno como deveria. Os lugares se expandem gradualmente e vão de áreas típicas de um castelo assombrado até catedrais e laboratórios secretos, para até alguns ambientes que você não esperaria encontrar dentro do castelo. Há também belas paisagens sombrias que aproveitam dos efeitos de iluminação impressionantes e uma espiada do luar. Até mesmo os salões de salvamento e locais de viagem rápida são bonitos.
A notável variedade de poderes e armas para desbloquear significa que há muita liberdade para personalizar o seu estilo de jogo. Tive muito sucesso com uma boa espada na mão e uma habilidade passiva que aumenta seu dano, combinado com um escudo de retratos que flutuam ao redor do meu corpo, um ataque de flecha para ataques distantes e outra habilidade que indica muros destrutíveis para encontrar segredos. Mas, se você preferir armas mais lentas ou poderosas, há tudo isso a sua disposição, bem como diversas outras opções.
Encontrei 79 poderes de demônios (63% do total) durante a minha aventura e mais de 50% de itens. Então, ainda há muito para descobrir no mundo do game. A aleatoriedade de drops de itens significa que nem sempre será fácil conseguir o que você quer, mas isso não chega a ser um grande problema porque enfrentar monstros para conseguir novos itens é divertido. É claro que essa aleatoriedade é uma das principais características que separa os "Igavanias" de outros jogos semelhantes.
Apesar do combate fluido e satisfatório que também bebe da fonte de games clássicos, algumas lutas -- especialmente uma que acontece perto do final do game -- comprometeram a performance do game, mesmo no PlayStation 4 Pro que estava testando. A taxa de quadros por segundo caiu muitas vezes e alguns crashes aconteceram. Vale notar que a versão do jogo para Nintendo Switch está enfrentando vários problemas de desempenho e a equipe da INTI Creates já declarou que está trabalhando para resolvê-los.
Os monstros são um dos pontos fortes de Bloodstained. De gatos gigantes com chifres de demônio a cavalos que podem nadar, sempre há algo divertido para matar enquanto exploramos o castelo. Alguns dos chefes serão familiares para pessoas que jogaram o game prequel 8-bit, Bloodstained: Curse of the Moon. Por isso, foi muito legal ver as criaturas ganhando uma nova forma com modelos 3D gigantescos.
Todos os personagens são muito bem dublados e, inclusive, o elenco conta com a presença de David Hayter, o Solid Snake de Metal Gear. Há áudio em inglês e japonês, algo que eu sempre aprecio em games produzidos no Japão. A trilha sonora foi composta por Michiru Yamane e Ippo Yamada, veteranos de Castlevania e Mega Men, respectivamente. São ótimas músicas que evocam as aventuras clássicas, mas acho que não evocam a maestria de Symphony of the Night. 22 anos depois, ainda estou cantando músicas desse game, mas não vejo o mesmo acontecendo com a trilha de Bloodstained.
Prós
Atualmente, não há escassez de bons Metroidvanias no mercado, mas Bloodstained prova que as características de um game de Koji Igarashi ainda são impactantes. Explorar os muitos segredos do castelo é uma delícia e há um conjunto estonteante de armas e poderes esperando para serem utilizados da maneira que você desejar. Castlevania: Symphony of the Night, um dos maiores jogos já feitos na história, finalmente tem um digno sucessor espiritual em consoles e PC.
Fonte: IGN Brasil
Ritual da tradição
https://br.ign.com/bloodstained-rit...view/review-bloodstained-ritual-of-the-night#
by Daemon Hatfield — Publicado 30 de Junho de 2019 às 18:00
O próspero subgênero de games “Metroidvania” existe na tentativa de recriar a magia de clássicos games como Metroid e Castlevania — até porque os desenvolvedores originais dessa franquia abandonaram a ideia há muito tempo. Disponível para Switch, PS4, Xbox One e PC, Bloodstained: Ritual of the Night conquista esse objetivo muito melhor do que a maioria, porque funciona quase que exatamente como o lendário Castlevania: Symphony of the Night. E deveria mesmo ser assim, considerando que as expectativas para o game eram altas desde que foi colocado no Kickstarter em 2015 e que o time de desenvolvimento é liderado por ninguém menos que Koji "Iga" Igarashi, diretor assistente de Symphony of the Night. É verdade que nem todos os sucessores espirituais financiados coletivamente deram certo -- olhando para um passado não tão distante, temos Mighty No. 9 como um grande exemplo. Mas as estrelas se alinharam para Bloodstained. O game surgiu como um título digno de sua herança.
A quantidade de games de Castlevania que Igarashi esteve envolvido é grande, mas ele não podia simplesmente trazer Drácula de volta e colocar outro Belmont no castelo dessa vez. Enquanto a jogabilidade é familiar, um novo mundo com seus próprios heróis, vilões e riscos ganha destaque, com cada aspecto desse universo funcionando como um apoio para as mecânicas de seu gênero. Você joga como Miriam, uma garota órfã que tem a capacidade de absorver e utilizar poderes demoníacos. Muito cuidado foi colocado do design da protagonista e é possível personalizá-la. É uma pequena que o elenco de apoio não tenha recebido o mesmo cuidado que a nossa heroína e todos sejam muito estranhos.
Por sorte, o castelo de Bloodstained é cheio de maldade e demônios. Então, prepare-se para uma exploração recheada por lutas contra monstros legais, ganho de experiência e criação de armas cada vez mais poderosas. Passamos por isso centenas de vezes em Castlevania, mas desde Symphony é possível passar por essa experiência com o poder da modernidade.
Bloodstained funciona e parece como o lendário "Castlevania: Symphony of the Night"
Está claro que Iga e sua equipe colocaram muito conteúdo em Bloodstained para garantir que o retorno ao gênero fosse triunfante. Minha jornada para desbloquear o final verdadeiro durou cerca de 20 horas. Mesmo depois de tudo isso, estou animado para retornar a jogatina porque explorar o castelo é muito divertido -- e ainda tenho 2% do mapa para descobrir e mais poderes demoníacos para desbloquear.
Há algumas habilidades e movimentos esperados, como salto duplo, que realmente permitem que você domine o terreno como deveria. Os lugares se expandem gradualmente e vão de áreas típicas de um castelo assombrado até catedrais e laboratórios secretos, para até alguns ambientes que você não esperaria encontrar dentro do castelo. Há também belas paisagens sombrias que aproveitam dos efeitos de iluminação impressionantes e uma espiada do luar. Até mesmo os salões de salvamento e locais de viagem rápida são bonitos.
A notável variedade de poderes e armas para desbloquear significa que há muita liberdade para personalizar o seu estilo de jogo. Tive muito sucesso com uma boa espada na mão e uma habilidade passiva que aumenta seu dano, combinado com um escudo de retratos que flutuam ao redor do meu corpo, um ataque de flecha para ataques distantes e outra habilidade que indica muros destrutíveis para encontrar segredos. Mas, se você preferir armas mais lentas ou poderosas, há tudo isso a sua disposição, bem como diversas outras opções.
Encontrei 79 poderes de demônios (63% do total) durante a minha aventura e mais de 50% de itens. Então, ainda há muito para descobrir no mundo do game. A aleatoriedade de drops de itens significa que nem sempre será fácil conseguir o que você quer, mas isso não chega a ser um grande problema porque enfrentar monstros para conseguir novos itens é divertido. É claro que essa aleatoriedade é uma das principais características que separa os "Igavanias" de outros jogos semelhantes.
Apesar do combate fluido e satisfatório que também bebe da fonte de games clássicos, algumas lutas -- especialmente uma que acontece perto do final do game -- comprometeram a performance do game, mesmo no PlayStation 4 Pro que estava testando. A taxa de quadros por segundo caiu muitas vezes e alguns crashes aconteceram. Vale notar que a versão do jogo para Nintendo Switch está enfrentando vários problemas de desempenho e a equipe da INTI Creates já declarou que está trabalhando para resolvê-los.
Os monstros são um dos pontos fortes de Bloodstained. De gatos gigantes com chifres de demônio a cavalos que podem nadar, sempre há algo divertido para matar enquanto exploramos o castelo. Alguns dos chefes serão familiares para pessoas que jogaram o game prequel 8-bit, Bloodstained: Curse of the Moon. Por isso, foi muito legal ver as criaturas ganhando uma nova forma com modelos 3D gigantescos.
Todos os personagens são muito bem dublados e, inclusive, o elenco conta com a presença de David Hayter, o Solid Snake de Metal Gear. Há áudio em inglês e japonês, algo que eu sempre aprecio em games produzidos no Japão. A trilha sonora foi composta por Michiru Yamane e Ippo Yamada, veteranos de Castlevania e Mega Men, respectivamente. São ótimas músicas que evocam as aventuras clássicas, mas acho que não evocam a maestria de Symphony of the Night. 22 anos depois, ainda estou cantando músicas desse game, mas não vejo o mesmo acontecendo com a trilha de Bloodstained.
Prós
- Ambientação e história
- Variedade de habilidades e armas
- Há muito conteúdo para explorar
- Problemas de performance e crashes
Atualmente, não há escassez de bons Metroidvanias no mercado, mas Bloodstained prova que as características de um game de Koji Igarashi ainda são impactantes. Explorar os muitos segredos do castelo é uma delícia e há um conjunto estonteante de armas e poderes esperando para serem utilizados da maneira que você desejar. Castlevania: Symphony of the Night, um dos maiores jogos já feitos na história, finalmente tem um digno sucessor espiritual em consoles e PC.
Fonte: IGN Brasil