Melian
Período composto por insubordinação.
Esse povo preguiçoso que reaproveita listas de blogs. Cof cof.
Lista muito boa da Ceinwyn. Destaco, principalmente, Ficções. Borges é TUDO (é claro que você também é tudo, Cortázar. Sem ciúmes, ok?). E eu sempre falo que se uma pessoa lê Ficções e não se apaixona por Funes, el memorioso, ela não aproveitou, devidamente, a leitura de Ficções.
Lista muito boa da Ceinwyn. Destaco, principalmente, Ficções. Borges é TUDO (é claro que você também é tudo, Cortázar. Sem ciúmes, ok?). E eu sempre falo que se uma pessoa lê Ficções e não se apaixona por Funes, el memorioso, ela não aproveitou, devidamente, a leitura de Ficções.
*Ceinwyn* disse:Fiquei bastante tempo da minha vida implicando com listas de favoritos. Não implicando com o fato de outros fazerem, mas com a possibilidade d'eu fazer. Não sei se por preguiça, ou por achar que não tenho imaginação pra fazer diferentes listas, ou se porque me sinto com pouca cultura(tanto erudita quanto pop) para fazer listas decentes. Na verdade, sei: não fazia por uma mistura desses elementos. Mas, como adoro mudar de opinião, bastou um amigo me mandar pelo Facebook uma lista de 10 melhores filmes de terror/suspense espanhóis pra eu encarar a tarefa de fazer meu primeiro Top 10: Top 10 livros. No final, gostei do exercício, e vou voltar aos clichês de quem gosta de fazer listas: é divertido, faz pensar no porque você gosta de algo(que é essencial)... e outras coisas que agora não to lembrando e não concordava.
Vou aqui fazer um post sobre os 5 melhores colocados, pra começar meus posts Top 5 no blog.
5. Crônicas de Artur - Bernard Cornwell
Sempre gostei de romances de aventuras, desde pequena. Como diz uma amiga, sou "bélica e perturbada",como ela(que definiu assim as meninas que gostam de histórias de aventura, etc). A-do-ro essa trilogia, um romance histórico sobre a Távola Redonda, sendo a pesquisa histórica fundamental para a ficção: Artur não é rei, os romanos saíram das Ilhas tem pouco tempo... a história é narrada por um aliado de Artur. E mesmo assim as narrativas de batalhas são ótimas. Uma ótima versão para uma história que sou apaixonada desde criancinha.
Como já falei nesse post (resenha completa da trilogia), o meu nick, Ceinwyn, veio daí: da personagem feminina que mais me identifiquei até agora.
4. Orgulho e Preconceito - Jane Austen
Possivelmente um homem que vença a barreira do preconceito de pegar um livro "de mulher" vá se surpreender com o romance, que,escrito por uma mulher, tendo como heroína uma mulher, não é nada meloso. Pelo contrário: a narrativa da história é construída de forma crítica,em relação aos personagens e ao contexto social da época, de forma que é um ótimo representante de uma aguçada visão feminina sobre a Inglaterra da virada do XVIII para o XIX.
No geral, sou mais chegada a outros tipos de literatura do que o de "menininha", mas Orgulho e Preconceito me cativou de uma forma que não tinha como não entrar nessa lista. As personagens são muito bem construídas, o contexto da história muito bem apresentado, a narrativa cativante. A heroína, Lizzie Bennet, não deixa de ter seus defeitos por ser heroínas. Mr. Darcy, seu par, é um príncipe encantado que tem seus momentos completamente irritantes. E os outros personagens, tão bem construídos que parece que os conhecemos.
3.Senhor dos Anéis - J.R.R.Tolkien
Lá vem a minha perturbação bélica de novo. Mas bom, eu gosto meesmo de aventuras, e ambientadas em algo similar à Idade Média então... Incrível é que o esqueleto da história é muito simples: há um objeto mágico extremamente poderoso e maléfico que precisa ser destruído. Ponto. O que é interessante é o desenrolar da história, em que os heróis passam por aventuras completamente cativantes e até mesmo motivadoras, podendo até fazer que nos inspiremos neles (confesso que até mesmo o chato do Frodo me inspira). Mesmo sendo fã do livro, confesso que alguns trechos podiam ser menores... e só.
E não é só a ambientação fantástica, fruto de um perfeccionismo de um linguista (Tolkien, pra quem não sabe, era prof. de Oxford e estudava línguas medievais) que faz com que a obra seja apaixonante. Qualquer pessoa que pesquise um pouco sobre as suas inspirações, se for uma pessoa curiosa, vai conhecer clássicos da literatura medieval, ou vai começar a ler sobre crítica literária(nem que seja fantástica, apenas). Tolkien, além de ótimo entretenimento, é um grande inspirador de novas leituras, e essa é uma qualidade que admiro muito em um escritor.
Pessoalmente, devo muito a ele. Passei boa parte da minha adolescência lendo bem pouco (er, de 5 a 10 livros por ano), e depois de ler Senhor dos Anéis é que o hábito de ler foi voltando com força (e só esse ano já li 10...). E ainda outra: li no início da faculdade, e com o pequeno impulso dado por SdA fui fazer as obrigatórias de medieval e... é, além de contribuir pra eu voltar a ter hábito de ler, ainda deu o pontapé inicial pra eu escolher em que queria me especializar...
2. Ficções - J. L. Borges
Engraçado que peguei esse livro na estante da minha mãe apenas pra ver o que afinal o Borges tem de gênio (tinha lido O informe Brodie e não tinha me convencido...). No final da leitura de quase todos os contos do livro, tinha que recolher meu queixo no chão. O livro é uma reunião de contos escritos na primeira metade do século passado sobre ficções inventadas pelo próprio Borges. Seria uma coletânea de resenhas, se os livros resenhados não fossem eles ficcionais. A escrita é brilhante, ora nos remetendo a hábitos de leitura diferenciados, ora realizando versões de ficções existentes, ora nos remetendo à paixão que todos nós, admiradores dos livros, temos por bibliotecas. E ainda nos faz pensar sobre noções de historicidade!
Um livro de um apaixonado por literatura para outros apaixonados. Brilhante. Brilhantemente escrito. Para ler e reler muitas vezes.
1.O Médico e o Monstro - R. L. Stevenson
Li há bastante tempo e confesso (shame on me), que nessa edição mesmo da Martin Claret (ainda escrevo aqui porque boicoitar a M.C.). Mas enfim, adoro esse livro porque ele retrata a minha visão sobre a humanidade: em geral, somos um pouco médicos e um pouco monstros. Não há maniqueísmo possível em se tratando de pessoas normais (estou claramente tirando os psicopatas do cesto). Sim, todos temos monstros dentros de nós que suprimos graças ao nosso desejo de nos manter em sociedade.
Claro que a forma de se pronunciar isso, no livro, é bem simples e com a mentalidade posta de forma clara na cientificidade do século XIX. Mas simplicidade pode ser também uma qualidade... e não é porque o livro é datado que é menos atual:é sobre o homem, e não sobre a imaginação do século retrasado que se trata.
E bom, é uma visão pessimista da humanidade, mas quem achava que eu sou otimista e amo todo mundo está bem enganado. Tenho o riso fácil e gosto de trocar idéias, mas daí a achar que todo mundo é bonzinho (inclusive eu, tenho meus demônios) tem uma grande distância...