Antigamente quem ousasse se dedicar a ciência era tido como doido varrido, bruxo, alquimista etc e em muitas vezes condenado a morte.. por isso na grande maior parte da era antiga e medieval de fato não foi possivel dar um grande salto tecnologico.. nisso concordo contigo, mas é devido ao fato da ciência ter sido vista na maioria das vezes como inimiga.
Esse lance de matar cientistas é coisa da Igreja. Muito antes da Igreja tomar o poder no mundo os imperadores romanos foram os principais responsáveis pelo declínio do pensamento científico, e o objetivo era estratégia militar.
O maior centro de troca de conhecimento do mundo antigo foi Alexandria. Quando Roma a invadiu mandou queimar a Biblioteca, matar os escribas, confiscar o original das obras e destriur as cópias. De posse dos originais eles cometaram atrocidade ainda maior, mandaram seus copistas resumirem as obras e depois destruir os originais. A título de exemplo: Uma enciclopédia de 13 volumes chamada "Os Elementos" (de Euclides), que trazia muito da ciência grega foi resumida a um único volume que trazia apenas o que era interessante à artilharia e à balística. A humanidade deu sorte de uma cópia dessa enciclopédia ter sido preservada por um Sultão Árabe e ser "redescoberta" à época do renascimento.
Totalmente diferente do que acontece agora. Cada guerra por pior que fosse fez a tecnologia avançar consideravelmente pois houve nesse processo uma acelerada dedicação a ciência que é o que faz a diferença.
Me admira você, tão crítico em outros assuntos, engolir essa balela. Isso é propaganda da indústria armamentista que depende das guerras para vender armas, não para produzir tecnologia. É obvio que o financiamento que EUA e URSS deram à pesquisa em busca da egemonia mundial acelerou o processo, mas se o mesmo financiamento fosse dado sem nenhuma exigência militar, a ciência e a tecnologia teriam avançado na mesma proporção. O que acelera o processo não é a guerra (em alguns casos até é, devido à urgência, como no desenvolvimento dos radares), mas o que acelera o processo de desenvolvimento científico e tecnológico é a quantidade de dinheiro investida.
Pegue a indústria farmacêutica como exemplo, que se tornou absurdamente lucrativa. Não foram as guerras que trouxeram os maiores avanços e sim os investimentos em pesquisa visando os retornos (lucros) astronômicos.
Se excluirmos as duas guerras mundiais, a corrida espacial onde houve uma significativa "guerra fria" entre EUA e URSS, a guerra do vietnã e mais as duas guerras do golfo ainda estaríamos nos comunicando muito precariamente e talvez num clima de paz levariamos bem mais de 100 anos pra atingir o atual nivel tecnológico que temos.
Concordo que os avanços poderiam ser mais lentos, mas somente se um investimento em pesquisas equivalente não fosse feito. E o investimento não foi feito por causa da guerra, mas sim pelos lucros que a indústria vislumbrava.
Repare que o avanço tecnológico do fim da Guerra Fria pra cá (1989-2009) foi grosseiramente maior do que tudo o que se produziu de 1900 até 1989. Por que? É só olhar a soma dos investimentos feitos em pesquisa nos dois períodos.
E repito, as guerras só continuam a existir porque o comércio legal de armamentos é a atividade mais lucrativa do mundo. A soma do que EUA, Inglaterra, França, Rússia e China comercializam legalmente em material bélico (de passagem, material proibido pela ONU de ser produzido ou negociado por outros países) é maior do que o tráfico mundial de armas e drogas juntos.
Bom, falei mais do que precisava: O avanço tecnológio e científico é diretamente proporcional ao investimento que se faz em pesquisa. Eventualmente uma situação de urgência (guerra, epidemia, catástrofe) pode acelerar uma coisa ou outra, mas no geral é o dinheiro que importa para a evolução e não precisamos de nenhuma guerra pra isso.