Lakshmi
Everyone loves a big fat lie.
Não vejo Gollum como merecedor de ódio... Como já foi dito aqui por vários, eu o vejo como mais uma vítima, que como todas as outras, teve seus traços negativos magnificados pelo efeito do Um.
Smeagol não era uma criatura de caráter exemplar, de postura correta e honra, então, depois de centenas de anos preso em uma caverna com o Um Anel, não podíamos esperar que ele se transformasse em alguém honroso e maravilhoso.
A divisão do "eu" de Gollum é algo chocante. A tentativa constante do lado frágil e bondoso de Smeagol de obter piedade e clemência com Gollum para si próprio e até mesmo para Frodo e Sam, consegue trazer à tona empatia e pena... Entretanto, o lado impiedoso, ganancioso e egoísta de Gollum, apela para o lado negro existente em todos os seres humanos e quando isso é retratado de forma tão crua, como por Tolkien, incomoda a todos que lêem e assistem.
Vejo um pouco Gollum como a visão de Personalidade de Jung, com a noção de Sombra:
Um pouco mais sobre o conceito de Sombra:
Smeagol não era uma criatura de caráter exemplar, de postura correta e honra, então, depois de centenas de anos preso em uma caverna com o Um Anel, não podíamos esperar que ele se transformasse em alguém honroso e maravilhoso.
A divisão do "eu" de Gollum é algo chocante. A tentativa constante do lado frágil e bondoso de Smeagol de obter piedade e clemência com Gollum para si próprio e até mesmo para Frodo e Sam, consegue trazer à tona empatia e pena... Entretanto, o lado impiedoso, ganancioso e egoísta de Gollum, apela para o lado negro existente em todos os seres humanos e quando isso é retratado de forma tão crua, como por Tolkien, incomoda a todos que lêem e assistem.
Vejo um pouco Gollum como a visão de Personalidade de Jung, com a noção de Sombra:
Para sermos mais precisos quanto à natureza da sombra, podemos dizer que se assemelha a variadas constelações, cada uma delas constituindo um “complexo psíquico”. Por sua vez, cada complexo é composto por um conjunto organizado de imagens, palavras e emoções, formando uma estrutura autónoma e dissociada do eu consciente. Esta estrutura constitui uma “sub-personalidade” comparável a uma “personagem” de uma peça de teatro, autónoma, independente do encenador e dotada da sua própria personalidade.
Estes complexos surgem muitas vezes nos sonhos do homem. Por vezes exercem sobre ele uma influência tão forte que ele se sente literalmente possuído. Desta forma, o homem faz o que não quer e não pode fazer aquilo que desejaria, como lamenta S. Paulo ao falar do “homem velho” que há em si(*).
(*) Carta de S. Paulo aos Romanos 7, 19.
Um pouco mais sobre o conceito de Sombra:
A Sombra representa aquilo que consideramos inferior em nossa personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós mesmos. Em sonhos, a Sombra freqüentemente aparece como um animal, um anão, um vagabundo ou qualquer outra figura de categoria mais baixa.
A Sombra é mais perigosa quando não é reconhecida pelo seu portador. Neste caso, o indivíduo tende a projetar suas qualidades indesejáveis em outros ou a deixar-se dominar pela Sombra sem o perceber. (Dominação de Smeagol por Gollum, IMO) Quanto mais o material da Sombra tornar-se consciente, menos ele pode dominar. Entretanto, a Sombra é uma parte integral de nossa natureza e nunca pode ser simplesmente eliminada. Uma pessoa sem Sombra não é uma pessoa completa, mas uma caricatura bidimensional que rejeita a mescla do bom e do mal e a ambivalência presentes em todos nós.
Lidar com a Sombra é um processo que dura a vida inteira, quando acreditamos que conseguimos compreendê-la, ela aparece de uma nova forma.
Última edição: