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Verdade, bem lembrado. Agora eles se gabam de terem jogado fora os votos daquela maneira, mas quando o "capeidão" perder popularidade vão ter a cara-de-pau de dizerem que nunca o apoiaram, são mais falsos do que nota de 1,99.
 
Verdade, bem lembrado. Agora eles se gabam de terem jogado fora os votos daquela maneira, mas quando o "capeidão" perder popularidade vão ter a cara-de-pau de dizerem que nunca o apoiaram, são mais falsos do que nota de 1,99.
Lembro da época do collor, foi bem parecida com a eleição do bunda suja.
Monte de gente falando que o "caçador de marajás" ia dar jeito em tudo, ia fazer e acontecer porque ele tinha "aquilo roxo", inventando mentiras (que a globo apoiava descaradamente) sobre o lula e todas essas merdas que vemos o bunda suja fazer, elevando-as a décima potência.
Quando o embuste deu golpe, bloqueando roubando o dinheiro que as pessoas tinham na poupança e na conta corrente, aí, de repente, ninguém tinha votado no pilantra, nunca nem foi com a cara dele e estão até hoje correndo atrás do prejuízo, já que o dinheiro nunca foi devolvido com seu valor real.
 
Eu também lembro, eles atacavam o Lula com coisas terrivelmente ofensivas, o chamavam de "sapo barbudo" aos risos, entre outras coisas.
 
Eu viajo a trabalho quase todo final de semana, só consegui votar a tempo faltando apenas 6 minutos pro encerramento da votação no primeiro turno onde e a minha preferência foi o Amôedo que tinha o plano de governo mais alinhado e próximo com que o penso de melhor pro país. No segundo se tivesse sido possível a minha vontade era anular.

Mas alguém acabaria eleito e num momento que o país tem um número enorme de desempregados, sair de uma recessão entre outros problemas, torcer pro governo que acabou de ser eleito dar totalmente errado e abrir o quanto antes outro processo de impeachment (que sempre atrasa ainda mais o desenvolvimento do país quando acontece), indiretamente é o tipo de torcida que pode levar ainda mais pro fundo do poço.

Historicamente jamais simpatizei com as ideias do Bolsonaro quando deputado e muito menos acreditava que pudesse ser eleito presidente, mas agora que chegou aonde está, a minha torcida é pra que continue coerente na intenção de formar um ministério com gente bem qualificada do seu ramo de atuação em cada setor, sem troca de favores (coisa que os governos PT e PSDB nem ao menos se esforçaram em tentar) e que foque em ser bom e eficiente em setores que são essenciais pra tirar o país da crise e deixar o Brasil numa condição minimamente sustentável de prosperidade (econômica, educacional, social, etc) pois é o tipo de coisa que beneficia a todos e não somente uma maioria.

Logicamente, assim como no caso da eleição do Trump onde também muita coisa ruim e péssima foram ditas e outras inventadas durante a campanha dele, criando um clima bem negativo de polarização, pessimismo, medo e ódio na população com muita gente lá querendo deixar o país e muitos até achando que a 3a guerra mundial começaria logo com menos de um ano de mandato porque ele é inconsequente demais e destruiria completamente o país! Passado dois anos muitas dessas coisas simplesmente não aconteceram e até houve o inverso, sinceramente acho que o mesmo acontecerá no governo do Bolsonaro que pode sim acertar. Não estou na euforia de seus fãs, achando que será uma grande maravilha de governo que como qualquer outro irá cometer seus erros e terá momentos de turbulência, longe disso, mas sinceramente não sou tão pessimista de acreditar que será esse cenário de terror, ditadura e terra arrasada. Respeito a todos que tem o legítimo direito de estarem pessimistas, mas entrar no pessimismo absoluto torcendo contra, não entro.
 
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Eu creio que antes mesmo do fim do primeiro ano dele já vai ter um monte de gente pedindo pela saída dele, até mesmo os que votaram nele.
Faz bastante tempo que eu penso assim, mas se eu falar vou ser xingado e chamado de "esquerdista" (o que não sou). Incrível como quando se critica o Bolsonaro a gente pode até contar quantos segundos vai levar pra alguém gritar "VENEZUELA! ESQUERDOPATA! COMUNISTA! LADRÃO!"
Pra algumas pessoas criticar o tio Pocket é sinônimo de apoiar o governo venezuelano. Minha nossa. Não tenho problemas com eleitores do Bolsonaro (até porque quase todo mundo na minha família votou nele), eu somente critico aqueles que são fanáticos e acham que o cara é uma espécie de herói de filme de ação e que vai resolver todos os problemas que existem no país com punho de ferro E AI DE QUEM DISSER QUE NÃO.
 
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Bolsonaro se recusa a responder pergunta sobre Egito e abandona entrevista
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), não quis responder a questionamento feito pela reportagem sobre o cancelamento de uma visita que seria feita pelo governo brasileiro ao Egito.
"Não, outro assunto, outra pergunta ai", disse o capitão reformado.
Após a insistência de repórteres para que ele comentasse o tema, ele repetiu o pedido para que fosse feita outra pergunta: "Outra pergunta, vamos embora", disse, ao dar as costas e interromper a entrevista na saída do Ministério da Defesa.

O governo egípcio cancelou uma visita que o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, faria ao país árabe. O chanceler brasileiro desembarcaria nesta quarta-feira (7) e cumpriria uma agenda de compromissos entre os dias 8 e 11 de novembro.
Formalmente, a mudança foi justificada pelo Egito por uma mudança na agenda de autoridades do país.
Como este tipo de cancelamento de última hora não é comum na diplomacia, o gesto foi visto como retaliação por membros da chancelaria brasileira a declarações de Bolsonaro sobre política externa.
Ele prometeu, logo depois de eleito, transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, o que desagrada a comunidade árabe.
Fonte
 
Em grupo de WhatsApp de ruralistas, presidente da UDR, Nabhan Garcia, critica Onyx Lorenzoni: “Já vi muito pavão virar espanador”


O clima esquentou entre ruralistas e o novo governo em formação. Entre acusações de ingerência indevida e despreparo, sobrou até para espécies da fauna. “Já vi muito pavão virar espanador” foi uma das frases que circularam no WhatsApp de produtores rurais que tentam influenciar na formação do ministério de Bolsonaro. Pavão, no caso, é um futuro ministro.

Algumas semanas antes do primeiro turno, o então candidato a presidente da República Jair Bolsonaro passou a ser visto, frequentemente, ao lado de Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista, a UDR. Sua presença era tão constante que seu nome apareceu na imprensa como possível futuro ministro da Agricultura. Questionado por jornalistas, o ruralista nunca negou que pleiteava o posto. Mas o desejo pareceu distante já na primeira entrevista que Bolsonaro concedeu no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, quatro dias após a votação do primeiro turno. Naquele dia, Bolsonaro, depois se reunir com a bancada eleita pelo PSL, anunciou que três nomes estavam confirmados para o seu ministério, caso fosse eleito no segundo turno: o do economista Paulo Guedes, como ministro da Economia; o do general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, para a Defesa, e o de Onyx Lorenzoni, para a Casa Civil. Quando um repórter perguntou se Nabhan Garcia seria o ministro da Agricultura, Bolsonaro disse que não.

Começou aí uma disputa acirrada no setor ruralista em torno da indicação do novo ministro. Parte do agronegócio, mais industrializado, como os produtores de soja, de cana e papel e celulose, não aceita o nome de Garcia para o ministério. Já a turma mais próxima à UDR, torce por sua indicação. Após a vitória de Bolsonaro no segundo turno, a briga se acentuou. Nabhan Garcia, diante da resistência ao seu nome, tentou emplacar um aliado para o ministério, o deputado Jerônimo Goergen, do PP do Rio Grande do Sul. Disse se tratar de uma escolha dos ruralistas. Mas a indicação foi imediatamente desautorizada por Lorenzoni.

Inconformado, o presidente da UDR deu mostras de que não está disposto a desistir da luta. A turma ligada a ele, representada principalmente pelos pecuaristas, está em campanha aberta pela nomeação de Nabhan. Esta semana, apoiadores seus fizeram circular em grupos de WhatsApp de integrantes da UDR um pedido de doações aos associados, para que a entidade financie a compra de “um espaço nobre na mídia” em defesa da indicação de Garcia para o ministério. A mensagem instrui os associados sobre como proceder. “No grupo da UDR já temos 5 mil [reais].”

A mensagem irritou a turma que não aceita o nome de Nabhan Garcia. “Ele é o atraso”, me disse um grande produtor rural ligado ao setor de soja. Os produtores exportadores defendem um nome técnico para o ministério, que tenha boa relação com o setor e boa imagem no mercado internacional. “O Brasil já tem uma péssima imagem lá fora. É preciso colocar alguém que tenha o nome mais comprometido com uma agricultura sustentável”, me disse.

A bancada ruralista foi uma das primeiras a embarcar na candidatura de Bolsonaro e, por essa razão, ele tem tomado cuidado para não se indispor com o grupo – que, até o momento, continua fechado com ele no Congresso. Mas a insistência de Nabhan Garcia tem causado constrangimentos ao setor e ao futuro presidente. Garcia decidiu bater de frente com Lorenzoni. Esta semana ele fez uma postagem agressiva nos grupos de WhatsApp da UDR, acusando o futuro ministro de despreparo, além de chamá-lo de “pavão” e de agir de forma “deselegante e inapropriada”. Assinada por “Nabhan Garcia / UDR”, a mensagem diz o seguinte:

“Minha ponderação e recusa em entrar em confronto com alguém que está simplesmente avançando em terreno alheio e nem tampouco de sua competência e compromisso com nossa classe produtora rural, como o que fez o deputado Onyx Lorenzoni quando veio de forma deselegante e inapropriada à sua pessoa e cargo que assumirá apenas a partir de primeiro de janeiro, se é que assumirá mesmo, vir afirmar que o deputado Jerônimo Goergen não será o ministro da Agricultura, nome da indicação efetiva da base produtora de todo o Brasil, conforme compromisso público e explícito do nosso presidente agora eleito.”

Em seguida, passa a atacar o futuro ministro da Casa Civil. “Já vi muito pavão virar espanador, pois a prepotência, arrogância e despreparo para pessoas que não sabem conviver com o poder é algo que não combina em nada com a humildade e muito menos com a verdade.”

Administrador de fazendas do interior de São Paulo, Garcia ganhou a simpatia de Bolsonaro durante manifestação do setor, em abril deste ano. À época, ele chamou o então deputado a subir no caminhão de som dos ruralistas, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, para discursar para os representantes do setor que protestavam contra a cobrança de uma nova taxa. Ficaram amigos a ponto de ele ser uma das pessoas a frequentar com mais assiduidade a casa do deputado na Barra da Tijuca. Quando Bolsonaro recebeu alta no Hospital Albert Einstein (onde foi atendido para se tratar do atentado de que fora vítima em Juiz de Fora) e voltou para o Rio de Janeiro, Garcia apareceu, sorridente e à vontade, em uma foto caseira ao lado de um Bolsonaro ainda convalescente.

Parte do agronegócio vê com maus olhos essa proximidade. “Ele fica ao lado de Bolsonaro tentando vender a imagem de que representa o setor”, me disse um ruralista. “Tudo o que não queremos para o ministério”, disse. Até associados da UDR, que foi poderosa no passado, mas hoje é uma entidade de pouca visibilidade, reclamam de seu presidente. Um deles me disse que Garcia não presta contas do dinheiro que os associados pagam para a entidade. “Apesar da nossa insistência, ele se recusa a informar como vem empregando as nossas contribuições.” A briga deve esquentar até que o nome do novo ministro seja finalmente anunciado.

Ao saber do vazamento no WhatsApp, Nabhan Garcia afirmou à piauí que passou a mensagem para um grupo fechado e não para a imprensa. E me disse que, em razão do vazamento, sairia do grupo. “Não posso ficar onde existem pessoas conspirando contra mim.”

Segundo ele, essa mensagem não poderia ter sido vazada. Mas voltou a criticar o que considera uma intromissão indevida de Lorenzoni nas decisões do setor. “Não cabe ao ministro da Casa Civil fazer ou barrar indicações. Isso é prerrogativa do presidente da República”, disse. ”O Lorenzoni extrapolou de suas funções.”

Garcia disse ainda não ter pretensões de ser ministro, tanto que indicou o nome de Jerônimo Goergen. Disse que as notícias veiculadas pela imprensa de que ele pleiteava o posto de ministro são “especulação descabida”. “A prerrogativa é do presidente da República. Não autorizo ninguém a falar em meu nome. Pergunte ao Bolsonaro se alguma vez eu fiz algum pedido neste sentido”. E completou dizendo que ele continuava próximo ao futuro presidente, como conselheiro do agronegócio.

Nabhan me contou que, no momento em que eu liguei, por volta das dez e meia da noite, estava reunido com várias entidades do setor do agronegócio que pressionam o governo para participar da transição. “Não estamos falando de indicação para ministério. Estamos falando de propostas para o governo. Não é o senhor Lorenzoni que vai dizer para os ruralistas o que é melhor para o setor.”
 
Faz bastante tempo que eu penso assim, mas se eu falar vou ser xingado e chamado de "esquerdista" (o que não sou). Incrível como quando se critica o Bolsonaro a gente pode até contar quantos segundos vai levar pra alguém gritar "VENEZUELA! ESQUERDOPATA! COMUNISTA! LADRÃO!"
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Assim como o inverso criticando Lula é verdadeiro na mesma e rigorosa intensidade.

O que acho mais triste na política seja lá quem for é idolatria com requinte de endeusamento total. Mesmo que o sujeito tenha até feito algumas coisas boas, lá na frente na somatória de tudo, o saldo final entre bom e ruim se torna imensamente negativo diante do tamanho enorme da corrupção, desvio imenso de dinheiro, quebra da prosperidade do país, incompetência imensa do indicado a sua sucessão (que indiretamente também é culpa do "endeusado"), etc, mas mesmo assim a pessoa endeusada ainda goza de um certo status de "intocável" e "imaculado" e seu eleitorado nutre uma fidelidade canina impressionante.

Se tem algo que passo longe de ter por alguém na política é idolatria.
 
Assim como o inverso criticando Lula é verdadeiro na mesma e rigorosa intensidade.

O que acho mais triste na política seja lá quem for é idolatria com requinte de endeusamento total. Mesmo que o sujeito tenha até feito algumas coisas boas, lá na frente na somatória de tudo, o saldo final entre bom e ruim se torna imensamente negativo diante do tamanho enorme da corrupção, desvio imenso de dinheiro, quebra da prosperidade do país, incompetência imensa do indicado a sua sucessão (que indiretamente também é culpa do "endeusado"), etc, mas mesmo assim a pessoa endeusada ainda goza de um certo status de "intocável" e "imaculado" e seu eleitorado nutre uma fidelidade canina impressionante.

Se tem algo que passo longe de ter por alguém na política é idolatria.
Sim, o mesmo vale pra quem idolatra o Lula. Temos que ter bom senso e ver que não há heróis na política e é pura ingenuidade achar que esse ou aquele candidato/político é um herói que vai salvar a pátria e que toda vez que o cara comete um erro é tudo mentira da mídia e blablabla.
 
Gostaria de entender por que uma matéria copiada do Valor mereceu um péssimo?
Porque põe em dúvida a capacidade de julgamento do Juiz-Pavão, o fiel escudeiro do herói e deusu na Terra, do thor, o Capitão Bunda Suja. :rofl:

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“Veremos como Moro reage como político a propostas de Bolsonaro para restringir liberdades”
Renato Lessa, professor da UFF, teme que decreto de combate ao crime aprovado por Temer possa dar margem para a formação de uma "polícia política" que persiga adversários


Os dois são vistos por uma parcela da população como mitos: um por ter enfrentado a corrupção, o que lhe rendeu a alcunha de super-juiz, e o outro por suas falas linha-dura com o crime. No próximo Governo, Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, irão colocar à prova o imaginário popular que os vê como "100% virtuosos". Renato Lessa, cientista político da Universidade Federal Fluminense, alerta: "Ambos se colocam como pessoas impolutas, mas a configuração política não é pura". Para o professor, em um Governo cuja única base de liberalismo está na economia, existe uma tensão para que os entes subordinados ao superministério de Moro, como a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União, sejam utilizados para perseguir opositores. Isso porque Bolsonaro terá a seu dispor um decreto aprovado por Michel Temer que organiza uma força-tarefa que na prática pode se voltar contra inimigos internos. "A Polícia Federal sob Moro não pode se tornar uma polícia política contra movimentos sociais", diz Lessa.

Pergunta. Como você vê a decisão de Moro de aceitar fazer parte do primeiro escalão do Governo de Bolsonaro?

Resposta. Eu vejo com preocupação e estranheza. Sabemos que a natureza humana é imperfeita, mas essas pessoas [Moro e Bolsonaro] se colocam como impolutas, se apresentam como mitos, 100% virtuosas. Existe um desconforto entre essa narrativa do mito e uma configuração política, que não é pura. Outra coisa: o próprio juiz Moro disse que não era apropriado que ele tivesse participação na política, pois isso colocaria sob suspeita o trabalho feito por ele e pela força-tarefa da Lava Jato. Ele admitia que essa escolha teria implicações, e uma delas é colocar em dúvida as motivações que estiveram permeando a operação.

P. Simbolicamente o que Moro significa para o Governo?

R. O presidente eleito recuperou um mote que foi muito corrente em 1964, que é o da luta contra a corrupção e a subversão, foi assim que ele se apresentou ao país. Há uma ênfase muito forte na purificação e limpeza do país dessa gente a quem ele se refere como "os vermelhos", por mais que estes "vermelhos" tenham uma atuação dentro dos limites democráticos do Estado de Direito. Após ser eleito, Bolsonaro não agiu como se esperava de um presidente eleito, não disse que estas pessoas fazem parte do país, não pacificou o assunto. Essa passagem de Moro para a política, do ponto de vista do novo Governo, é um golpe de mídia muito forte. Mostra que eles estão comprometidos com o combate à corrupção. Como se o juiz fosse uma bala de prata contra a corrupção, mas sabemos que na política as coisas não funcionam assim.


P. Como você vê a atuação da Polícia Federal sob o comando de Moro?

R. O presidente Michel Temer editou um decreto em outubro que cria uma força-tarefa para lidar com o crime organizado. Nesse decreto, o crime está associado como uma ameaça ao Estado e às instituições, logo cria-se a figura dos inimigos internos. É uma abertura para a reinserção no direito brasileiro do crime político. O traficante já está enquadrado direito penal. Quando associo organização criminosa a uma ameaça ao Estado e às instituições, isso aponta para movimentos políticos que discordam de políticas do Governo, como o Movimento dos Sem Terra ou o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, cuja existência é legitima segundo a Constituição. Então está se desenhando para o Bolsonaro, com o auxílio do Temer, a criação de uma polícia política. A expectativa é de que, com o Moro na Justiça, a Polícia Federal possa ser empregada como esta polícia política, fiscalizando e reprimindo essas organizações que não são traficantes ou milicianos.

Entrevista completa
 
Última edição:
Já está claro que Bolsonaro agirá contra a imprensa. A questão é como a imprensa agirá com Bolsonaro
Para impor sua realidade paralela, construída com invencionices disseminadas digitalmente, o presidente tentará fragilizar, desqualificar e no limite eliminar o jornalismo profissional que se mantiver independente dele.
A caça às bruxas já está em curso.

Na quinta-feira, O Estado de S. Paulo rasgou elogios a Jair Bolsonaro. O editorial “Disposição bem-vinda” considerou “reconfortante” o presidente eleito ter “ciência” da necessidade de uma reforma previdenciária. Poucas horas depois de o jornal ir ao ar na internet e ser entregue impresso aos assinantes, o Estadão foi barrado na primeira entrevista coletiva pós-vitória do deputado. Também foram vetados repórteres dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico, da rádio CBN e da Empresa Brasil de Comunicação (à qual se vincula a TV Brasil, que Bolsonaro pretende extinguir ou privatizar).

A uma semana da votação do segundo turno, o então candidato discursara por celular para manifestantes aglomerados na avenida Paulista. Vociferou: “A Folha de S. Paulo é o maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo”; “Imprensa vendida, meus pêsames”. No dia seguinte à eleição, foi entrevistado pelo Jornal Nacional e falou mais sobre a Folha: “Por si só esse jornal se acabou. Não tem prestígio mais nenhum”.

Um assessor de imprensa de Bolsonaro emulou a truculência do chefe. Na noite de 28 de outubro, Carlos Eduardo Guimarães remeteu uma mensagem a um grupo de jornalistas. Abaixo da imagem da pesquisa boca de urna do Ibope antecipando o vencedor, insultou: “UÉ… Não tava quase empatado? Vocês são o maior engodo do Jornalismo do Brasil!!!! LIXO”. Mais tarde, desculpou-se. Seguidores do capitão hostilizaram, agrediram ou assediaram ao menos nove repórteres no domingo retrasado, denunciou a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.

Na sexta-feira, um policial federal obrigou um cinegrafista da TV Globo a apagar imagens de Bolsonaro feitas na visita ao Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia. A PF não esclareceu o motivo da censura. Na reta final da campanha, contabiliza o repórter Ricardo Balthazar, o candidato atacou a imprensa dez vezes por semana.

Jornalismo intimidado
Os vitupérios de Bolsonaro não arrefeceram quando a campanha terminou. A virulência oferece indícios de como o candidato triunfante agirá, no Planalto, com a imprensa. Ignora-se, todavia, como a imprensa se comportará em relação a ele. Para a democracia, não se trata de especulação diletante, mas de aspecto decisivo.

Se cabe ao jornalismo fiscalizar o poder, noticiando o que os poderosos conspiram para manter em segredo, a dita “harmonia entre imprensa e poder” é socialmente degradante. Nos estertores da campanha, o jornalista Janio de Freitas assinalou:

“Para a relação harmoniosa, é necessário silêncio ou complacência da imprensa sobre as falhas do poder – seja o político, o administrativo, o econômico ou privado, e o poder armado. Um certo mal-estar entre imprensa com alguma independência e o poder faz parte da relação entre críticos e criticados, que, aliás, se alternam mutuamente nos dois papéis. Jair Bolsonaro não aceita a relação em tais termos”.

Ao abordar as “agressões verbais e ameaças” do capitão, Janio advertiu sobre o “maior perigo”: a “reação intimidada da imprensa, pouco menos do que inexistente. Atitude que, na ótica de Bolsonaro e seu círculo, só pode significar o início da domesticação buscada pelo autoritarismo. Aqui e fora, sempre que a imprensa não respondeu com altivez aos ataques autoritários, sua tibieza foi debitada na conta da liberdade”.

Bolsonaro e seus partidários jogam pesado. Na quinta-feira, estimulados pelo empresário bolsonarista Luciano Hang, ensaiaram uma campanha de boicote ao PagSeguro. A empresa de pagamento online pertence ao UOL, do mesmo grupo que edita a Folha.

Bolsonaristas promovem o cancelamento de assinaturas do jornal, que deixou de veicular na primeira página os números de circulação das edições impressa e digital. Ao incluir a “Folha” no índex da publicidade federal, por desgostar de sua cobertura, Bolsonaro desafia a Constituição. A Carta estabelece, no artigo 37, o princípio da impessoalidade na administração pública. (Registro: o dinheiro consumido com publicidade do governo e de estatais é excessivo e, em parte, maroto.)

O ataque de Bolsonaro é típico de inimigos da liberdade de imprensa e da democracia. Exige contestação. O repúdio não elimina, contudo, meu lamento pela recente norma da Folha que proíbe, em texto noticioso, que se designe o campo político do futuro presidente como “extrema-direita”. Os repórteres só podem escrever “direita”.

Publicações e emissoras estrangeiras de colorações variadas, como The New York Times, Le Figaro, Financial Times, Al Jazeera, The Guardian, BBC, El País e Independent, não se atemorizam: tratam o presidente eleito como político “de extrema-direita”.

Sociedade político-editorial
O Jornal Nacional silenciou sobre a exclusão de veículos jornalísticos da coletiva de Bolsonaro (dois jornais e uma emissora de rádio alvos da restrição integram o Grupo Globo; a equipe da TV Globo foi autorizada a entrar). Poderia reportar que o entrevistado declarou não ter tomado a decisão – o deputado disse mesmo isso. Mas o JN omitiu o episódio.

Malabarismos retóricos tentam igualar quem não é igual – uma coisa é criticar a imprensa, outra é persegui-la. Ao menos desde a ditadura, um presidente eleito ou na função não fustiga tanto, em público, o jornalismo. Nem assim as coisas são contadas plenamente.


Títulos sem evasivas sobre a escalação de Sergio Moro no Ministério foram quase exclusivos de veículos estrangeiros. “Jair Bolsonaro promete alto cargo a juiz que prendeu seu rival”, titulou o londrino Times. O espanhol El País manchetou: “O juiz que encarcerou Lula da Silva aceita ser ministro da Justiça de Bolsonaro”.

O jornalismo mais influente constituiu um palanque acrítico e propagandístico de Moro nos anos recentes, comemorando a condenação do candidato favoritíssimo para derrotar Bolsonaro. Celebrou-se uma tácita sociedade político-editorial. “A imprensa ‘comprava’ tudo”, afirmou à repórter Amanda Audi uma ex-assessora do juiz.

Christianne Machiavelli quis dizer que o jornalismo reproduziu docilmente as versões oficiais da operação Lava Jato: “Talvez tenha faltado crítica da imprensa. Era tudo divulgado do jeito como era citado pelos órgãos da operação”. Bolsonaro reconheceu, sobre o desempenho de Moro: “O trabalho dele […] me ajudou a crescer, politicamente falando”.

Realidade paralela
Muito mais do que opinião, farta no mercado para todas as dietas, a informação jornalística perturba Bolsonaro. Como a reportagem de Patrícia Campos Mello sobre a compra ilícita, por empresas camaradas, de pacotes de mensagens de WhatsApp para favorecê-lo.

Já tarda uma investigação jornalística indispensável para reconstituir a campanha: em que instante um emissário de Bolsonaro convidou Moro para ministro? O general Mourão, em nova contribuição à transparência, revelou que “isso [o convite] já faz tempo, durante a campanha foi feito um contato”. Às vésperas do primeiro turno, o juiz tornou pública parte da delação de Antonio Palocci associando Lula à roubalheira na Petrobras. Forneceu matéria-prima para o previsível doping midiático-eleitoral.

A caça às bruxas já está em curso.
Altivez jornalística não equivale a impregnar frases com palavras em caps lock, pontos de exclamação e gritos destemperados, retrucando Bolsonaro no mesmo tom. Implica sobretudo informar, descobrindo e contando o que é relevante e oculto no poder. Para impor sua realidade paralela, construída com invencionices disseminadas digitalmente, o presidente tentará fragilizar, desqualificar e no limite eliminar o jornalismo profissional que se mantiver independente dele. A caça às bruxas já está em curso.

A história ensina que às vezes a ruína sucede à relativização do autoritarismo. O golpe de 1964 foi incitado pelo conglomerado midiático dos Diários Associados, cuja decadência se acentuou com a ascensão da TV Globo. O Correio da Manhã instigou a derrubada de João Goulart e não sobreviveu à ditadura. Talvez o mais golpista dos jornais 54 anos atrás tenha sido O Estado de S. Paulo, que logo sofreu com a censura. Bolsonaro pode ser louvado em editorial, mas, se contrariado por notícia, barrará o Estadão em entrevistas coletivas.

Preservar o espírito crítico onde ele não se apagou será um dos maiores desafios do jornalismo e da democracia daqui por diante. Bem como expandir a pluralidade de vozes, reforçada nos últimos tempos pelo Intercept Brasil e outros empreendimentos jornalísticos. Bolsonaro investirá no medo. A imprensa escolherá a coragem ou a covardia.
 
Bolsonaro confirma que Ministério do Trabalho vai acabar

BRASÍLIA - O presidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou nesta quarta-feira que o Ministério do Trabalho, como funciona hoje, será extinto. Ele deve ser absorvido por outra pasta, mas Bolsonaro não deu mais detalhes. Uma das alternativas em estudo é separar a estrutura em três partes.
(...)
A área de fiscalização, que envolve direitos trabalhistas, combate ao trabalho infantil e trabalho escravo, migraria para o ministério social do novo governo. A pasta deverá abarcar o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Direitos Humanos, Assistência Social e Família. A equipe de Bolsonaro já sinalizou que a nova pasta pode ser comandada pelo senador Magno Malta (PR-ES), que não foi reeleito.

O FGTS e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que estão dentro da estrutura do Ministério do Trabalho, devem migrar para o superministério da Economia, que será comandado por Paulo Guedes. Já as áreas responsáveis por registros sindicais e qualificação de trabalhadores poderiam migrar para o Ministério da Educação.

Para integrantes da equipe do presidente eleito, o Ministério do Trabalho perdeu relevância e serviria apenas como cabide de emprego, além de ser foco de corrupção. Antevendo o fim da pasta, técnicos do ministério chegaram a procurar a equipe de transição para dizer que a medida seria prejudicial. Em nota divulgada na terça-feira, a pasta destaca que completará 88 anos no próximo dia 26 e foi criada para equilibrar as relações entre trabalhadores e empregadores. O Brasil tem hoje 12,4 milhões de pessoas sem trabalho e uma taxa de desemprego de 11,9%.
(...)
O escopo de atuação do Ministério do Trabalho é amplo. Cabe a ele não só gerir fundos como o FAT e o FGTS, como a prestação de serviços de emissão de carteira de trabalho e concessão de seguro-desemprego. É a pasta responsável pela fiscalização e combate ao trabalho escravo e pela produção de estatísticas acerca do mercado formal. Ele também compila as informações prestadas pelas empresas anualmente por meio da Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

— Provavelmente, depois da Receita Federal, a maior base de informações que o governo federal possui é administrada pelo Ministério de Trabalho. A Rais tem a memória de todos os trabalhadores desde 1975 — afirma o economista Claudio Dedecca, da Unicamp.

Fonte
 
Bolsonaro pode contar com Temer no futuro governo


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Em um encontro entre os dois nesta quarta-feira no Palácio do Planalto, a porta neste sentido foi aberta. O presidente eleito falou da importância de contar com o atual, Michel Temer, após a transição de governo. Não houve informações sobre qual poderia ser a função exata de Temer. No caso de realmente assumir uma vaga, ele poderia, inclusive, manter o foro privilegiado.
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