Bilbo Bolseiro
Bread and butter
Eu creio que antes mesmo do fim do primeiro ano dele já vai ter um monte de gente pedindo pela saída dele, até mesmo os que votaram nele.
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Se conseguir achar alguém que admita ter votado no bunda suja.Eu creio que antes mesmo do fim do primeiro ano dele já vai ter um monte de gente pedindo pela saída dele, até mesmo os que votaram nele.
Lembro da época do collor, foi bem parecida com a eleição do bunda suja.Verdade, bem lembrado. Agora eles se gabam de terem jogado fora os votos daquela maneira, mas quando o "capeidão" perder popularidade vão ter a cara-de-pau de dizerem que nunca o apoiaram, são mais falsos do que nota de 1,99.
Faz bastante tempo que eu penso assim, mas se eu falar vou ser xingado e chamado de "esquerdista" (o que não sou). Incrível como quando se critica o Bolsonaro a gente pode até contar quantos segundos vai levar pra alguém gritar "VENEZUELA! ESQUERDOPATA! COMUNISTA! LADRÃO!"Eu creio que antes mesmo do fim do primeiro ano dele já vai ter um monte de gente pedindo pela saída dele, até mesmo os que votaram nele.
Faz bastante tempo que eu penso assim, mas se eu falar vou ser xingado e chamado de "esquerdista" (o que não sou). Incrível como quando se critica o Bolsonaro a gente pode até contar quantos segundos vai levar pra alguém gritar "VENEZUELA! ESQUERDOPATA! COMUNISTA! LADRÃO!"
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Sim, o mesmo vale pra quem idolatra o Lula. Temos que ter bom senso e ver que não há heróis na política e é pura ingenuidade achar que esse ou aquele candidato/político é um herói que vai salvar a pátria e que toda vez que o cara comete um erro é tudo mentira da mídia e blablabla.Assim como o inverso criticando Lula é verdadeiro na mesma e rigorosa intensidade.
O que acho mais triste na política seja lá quem for é idolatria com requinte de endeusamento total. Mesmo que o sujeito tenha até feito algumas coisas boas, lá na frente na somatória de tudo, o saldo final entre bom e ruim se torna imensamente negativo diante do tamanho enorme da corrupção, desvio imenso de dinheiro, quebra da prosperidade do país, incompetência imensa do indicado a sua sucessão (que indiretamente também é culpa do "endeusado"), etc, mas mesmo assim a pessoa endeusada ainda goza de um certo status de "intocável" e "imaculado" e seu eleitorado nutre uma fidelidade canina impressionante.
Se tem algo que passo longe de ter por alguém na política é idolatria.
Porque põe em dúvida a capacidade de julgamento do Juiz-Pavão, o fiel escudeiro do herói e deusu na Terra, do thor, o Capitão Bunda Suja.Gostaria de entender por que uma matéria copiada do Valor mereceu um péssimo?
Na quinta-feira, O Estado de S. Paulo rasgou elogios a Jair Bolsonaro. O editorial “Disposição bem-vinda” considerou “reconfortante” o presidente eleito ter “ciência” da necessidade de uma reforma previdenciária. Poucas horas depois de o jornal ir ao ar na internet e ser entregue impresso aos assinantes, o Estadão foi barrado na primeira entrevista coletiva pós-vitória do deputado. Também foram vetados repórteres dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico, da rádio CBN e da Empresa Brasil de Comunicação (à qual se vincula a TV Brasil, que Bolsonaro pretende extinguir ou privatizar).
A uma semana da votação do segundo turno, o então candidato discursara por celular para manifestantes aglomerados na avenida Paulista. Vociferou: “A Folha de S. Paulo é o maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo”; “Imprensa vendida, meus pêsames”. No dia seguinte à eleição, foi entrevistado pelo Jornal Nacional e falou mais sobre a Folha: “Por si só esse jornal se acabou. Não tem prestígio mais nenhum”.
Um assessor de imprensa de Bolsonaro emulou a truculência do chefe. Na noite de 28 de outubro, Carlos Eduardo Guimarães remeteu uma mensagem a um grupo de jornalistas. Abaixo da imagem da pesquisa boca de urna do Ibope antecipando o vencedor, insultou: “UÉ… Não tava quase empatado? Vocês são o maior engodo do Jornalismo do Brasil!!!! LIXO”. Mais tarde, desculpou-se. Seguidores do capitão hostilizaram, agrediram ou assediaram ao menos nove repórteres no domingo retrasado, denunciou a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.
Na sexta-feira, um policial federal obrigou um cinegrafista da TV Globo a apagar imagens de Bolsonaro feitas na visita ao Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia. A PF não esclareceu o motivo da censura. Na reta final da campanha, contabiliza o repórter Ricardo Balthazar, o candidato atacou a imprensa dez vezes por semana.
Jornalismo intimidado
Os vitupérios de Bolsonaro não arrefeceram quando a campanha terminou. A virulência oferece indícios de como o candidato triunfante agirá, no Planalto, com a imprensa. Ignora-se, todavia, como a imprensa se comportará em relação a ele. Para a democracia, não se trata de especulação diletante, mas de aspecto decisivo.
Se cabe ao jornalismo fiscalizar o poder, noticiando o que os poderosos conspiram para manter em segredo, a dita “harmonia entre imprensa e poder” é socialmente degradante. Nos estertores da campanha, o jornalista Janio de Freitas assinalou:
“Para a relação harmoniosa, é necessário silêncio ou complacência da imprensa sobre as falhas do poder – seja o político, o administrativo, o econômico ou privado, e o poder armado. Um certo mal-estar entre imprensa com alguma independência e o poder faz parte da relação entre críticos e criticados, que, aliás, se alternam mutuamente nos dois papéis. Jair Bolsonaro não aceita a relação em tais termos”.
Ao abordar as “agressões verbais e ameaças” do capitão, Janio advertiu sobre o “maior perigo”: a “reação intimidada da imprensa, pouco menos do que inexistente. Atitude que, na ótica de Bolsonaro e seu círculo, só pode significar o início da domesticação buscada pelo autoritarismo. Aqui e fora, sempre que a imprensa não respondeu com altivez aos ataques autoritários, sua tibieza foi debitada na conta da liberdade”.
Bolsonaro e seus partidários jogam pesado. Na quinta-feira, estimulados pelo empresário bolsonarista Luciano Hang, ensaiaram uma campanha de boicote ao PagSeguro. A empresa de pagamento online pertence ao UOL, do mesmo grupo que edita a Folha.
Bolsonaristas promovem o cancelamento de assinaturas do jornal, que deixou de veicular na primeira página os números de circulação das edições impressa e digital. Ao incluir a “Folha” no índex da publicidade federal, por desgostar de sua cobertura, Bolsonaro desafia a Constituição. A Carta estabelece, no artigo 37, o princípio da impessoalidade na administração pública. (Registro: o dinheiro consumido com publicidade do governo e de estatais é excessivo e, em parte, maroto.)
O ataque de Bolsonaro é típico de inimigos da liberdade de imprensa e da democracia. Exige contestação. O repúdio não elimina, contudo, meu lamento pela recente norma da Folha que proíbe, em texto noticioso, que se designe o campo político do futuro presidente como “extrema-direita”. Os repórteres só podem escrever “direita”.
Publicações e emissoras estrangeiras de colorações variadas, como The New York Times, Le Figaro, Financial Times, Al Jazeera, The Guardian, BBC, El País e Independent, não se atemorizam: tratam o presidente eleito como político “de extrema-direita”.
Sociedade político-editorial
O Jornal Nacional silenciou sobre a exclusão de veículos jornalísticos da coletiva de Bolsonaro (dois jornais e uma emissora de rádio alvos da restrição integram o Grupo Globo; a equipe da TV Globo foi autorizada a entrar). Poderia reportar que o entrevistado declarou não ter tomado a decisão – o deputado disse mesmo isso. Mas o JN omitiu o episódio.
Malabarismos retóricos tentam igualar quem não é igual – uma coisa é criticar a imprensa, outra é persegui-la. Ao menos desde a ditadura, um presidente eleito ou na função não fustiga tanto, em público, o jornalismo. Nem assim as coisas são contadas plenamente.
Títulos sem evasivas sobre a escalação de Sergio Moro no Ministério foram quase exclusivos de veículos estrangeiros. “Jair Bolsonaro promete alto cargo a juiz que prendeu seu rival”, titulou o londrino Times. O espanhol El País manchetou: “O juiz que encarcerou Lula da Silva aceita ser ministro da Justiça de Bolsonaro”.
O jornalismo mais influente constituiu um palanque acrítico e propagandístico de Moro nos anos recentes, comemorando a condenação do candidato favoritíssimo para derrotar Bolsonaro. Celebrou-se uma tácita sociedade político-editorial. “A imprensa ‘comprava’ tudo”, afirmou à repórter Amanda Audi uma ex-assessora do juiz.
Christianne Machiavelli quis dizer que o jornalismo reproduziu docilmente as versões oficiais da operação Lava Jato: “Talvez tenha faltado crítica da imprensa. Era tudo divulgado do jeito como era citado pelos órgãos da operação”. Bolsonaro reconheceu, sobre o desempenho de Moro: “O trabalho dele […] me ajudou a crescer, politicamente falando”.
Realidade paralela
Muito mais do que opinião, farta no mercado para todas as dietas, a informação jornalística perturba Bolsonaro. Como a reportagem de Patrícia Campos Mello sobre a compra ilícita, por empresas camaradas, de pacotes de mensagens de WhatsApp para favorecê-lo.
Já tarda uma investigação jornalística indispensável para reconstituir a campanha: em que instante um emissário de Bolsonaro convidou Moro para ministro? O general Mourão, em nova contribuição à transparência, revelou que “isso [o convite] já faz tempo, durante a campanha foi feito um contato”. Às vésperas do primeiro turno, o juiz tornou pública parte da delação de Antonio Palocci associando Lula à roubalheira na Petrobras. Forneceu matéria-prima para o previsível doping midiático-eleitoral.
A caça às bruxas já está em curso.
Altivez jornalística não equivale a impregnar frases com palavras em caps lock, pontos de exclamação e gritos destemperados, retrucando Bolsonaro no mesmo tom. Implica sobretudo informar, descobrindo e contando o que é relevante e oculto no poder. Para impor sua realidade paralela, construída com invencionices disseminadas digitalmente, o presidente tentará fragilizar, desqualificar e no limite eliminar o jornalismo profissional que se mantiver independente dele. A caça às bruxas já está em curso.
A história ensina que às vezes a ruína sucede à relativização do autoritarismo. O golpe de 1964 foi incitado pelo conglomerado midiático dos Diários Associados, cuja decadência se acentuou com a ascensão da TV Globo. O Correio da Manhã instigou a derrubada de João Goulart e não sobreviveu à ditadura. Talvez o mais golpista dos jornais 54 anos atrás tenha sido O Estado de S. Paulo, que logo sofreu com a censura. Bolsonaro pode ser louvado em editorial, mas, se contrariado por notícia, barrará o Estadão em entrevistas coletivas.
Preservar o espírito crítico onde ele não se apagou será um dos maiores desafios do jornalismo e da democracia daqui por diante. Bem como expandir a pluralidade de vozes, reforçada nos últimos tempos pelo Intercept Brasil e outros empreendimentos jornalísticos. Bolsonaro investirá no medo. A imprensa escolherá a coragem ou a covardia.