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Autor da Semana José Mauro de Vasconcelos

  • Criador do tópico Criador do tópico Erendis
  • Data de Criação Data de Criação

Erendis

Master Pretender
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José Mauro de Vasconcelos nasceu em 26 de fevereiro de 1920, em Bangu, no Rio de Janeiro. Filho de família muito pobre, ainda menino se mudou para a casa dos tios em Natal (RN). Seu grande sonho de infância era ser nadador profissional, por isso aos 9 aprendeu a nadar nas águas do Rio Potengui e chegou a ganhar alguns prêmios em campeonatos que participava. Ingressou na Faculdade de Medicina da capital potiguar, mas abandonou o curso no segundo ano e voltou para o Rio de Janeiro em 1941, a fim de conseguir melhores oportunidades. Mais tarde percorreu o Brasil, trabalhando como boxer, modelo para escultores (no Monumento à Juventude, na antiga sede do Ministério da Educação, existe uma estátua sua, do escultor Bruno Giorgi), carregador de frutas, agricultor, operário, garimpeiro, ator de cinema, jornalista, locutor de rádio e escritor. Iniciou diversos cursos superiores, mas nunca concluiu nenhum deles. Com uma vida nada fácil, foi para São Paulo onde começou como garçom de boate e passou por outros empregos até que ganhou uma bolsa de estudos na Espanha, mas não suportou a vida acadêmica. Abandonou os estudos depois de uma semana, preferindo correr a Europa.
De volta ao Brasil trabalhou junto aos irmãos Villas-Boas, principalmente explorando a região do Araguaia, conhecendo o ambiente inóspito e lutando pelos índios. Desta aventura resultou seu primeiro livro: Banana Brava (1942) sobre o mundo dos homens dos garimpos. Depois veio Barro Blanco (1945) sobre as salinas de Macau, no Rio Grande do Norte, seu primeiro grande sucesso de crítica. Depois vieram Longe da Terra (1949), Vazante (1951), Arara Vermelha (1953) e Arraia de Fogo (1955). Porém só com Rosinha, Minha Canoa (1962), atingiu o primeiro sucesso literário e ganhou fama como escritor, sendo este livro utilizado em curso de Português na Sorbonne, em Paris. Doidão (1963), sobre sua adolescência em Natal, O Garanhão das Praias (1964), Coração de Vidro (1964) e As Confissões de Frei Abóbora (1966), antecederam seu maior sucesso popular: O Meu Pé de Laranja Lima (1968), serve-se de sua experiência pessoal para retratar o choque sofrido na infância com as bruscas mudanças da vida. Foi escrito em apenas doze dias e adaptado pela antiga Tupi e pela Globo como novelas televisivas e também levado ao cinema.
Escrevo meus livros em poucos dias. Mas em compensação passo anos ruminando ideias. Escrevo tudo a máquina. Faço um capítulo inteiro e depois é que releio o que escrevi. Escrevo a qualquer hora, de dia ou de noite. Quando estou escrevendo entro em transe. Só paro de bater nas teclas da máquina quando os dedos doem. Só aí percebo quanto trabalhei. Sou um cara capaz de varar dias escrevendo até a exaustão.
Viveu, pois, nos mais diferentes recantos do seu país e exerceu uma imensa variedade de profissões. Assim, conheceu muitas culturas e diversos tipos de pessoas e desenvolveu um estilo simples e emotivo, cujos livros transportam os leitores a um mundo de ternura e de alta sensibilidade. Em sua vasta obra, iniciada aos 22 anos de idade e lida em alemão, inglês, espanhol, francês, italiano, japonês e holandês, entre outras línguas, ainda se destacaram Rua Descalça (1969), O Palácio Japonês (1969), Farinha Órfã (1970), Chuva Crioula (1972), O Veleiro de Cristal (1973) e Vamos Aquecer o Sol (1974) e vários de seus livros ganharam versões cinematográficas. Vale observar que sua autobiografia foi escrita de forma um tanto incomum, em uma seqüência de quatro livros, de forma romanceada: Meu pé de laranja lima, sua infância em Bangu, Vamos aquecer o sol, sua mudança para Natal, O doidão, a adolescência, e Confissões do Frei Abóbora, sua vida adulta. Faleceu em São Paulo, em 24 de Julho de 1984.

Obra
Banana Brava (1942)
Barro Blanco (1948)
Longe da Terra (1949)
Vazante (1951)
Arara Vermelha (1953)
Arraia de Fogo (1955)
Rosinha, Minha Canoa (1962)
Doidão (1963)
O Garanhão das Praias (1964)
Coração de Vidro (1964)
As Confissões de Frei Abóbora (1966)
Meu Pé de Laranja Lima (1968)
Rua Descalça (1969)
O Palácio Japonês (1969)
Farinha Órfã (1970)
Chuva Crioula (1972)
O Veleiro de Cristal (1973)
Vamos Aquecer o Sol (1974)
A Ceia (1975)
O Menino Invisível (1978)
Kuryala: Capitão e Carajá (1979)

Eu, particularmente, não li tantas obras dele, tenho a impressão de ter lido O Meu Pé de Laranja Lima e Barro Blanco há muitos anos, na infância ainda, quando eu costumava pegar livros na biblioteca da escola.
Entretanto, o livro que eu mais me lembro e que li, inclusive, mais de uma vez e me marcou demais, foi Rosinha Minha Canoa:
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É um livro maravilhoso, todo lírico sobre um homem, Zé Orocó que tem amizade com uma canoa, ele conta a história de forma tão linda que é impossível ler uma vez só, inclusive me deu a maior vontade de ler de novo...
Nunca vejo muita gente falando sobre os outros livros dele, sei que O Meu Pé de Laranja Lima é um livro famoso, mas ele tem tantos outros livros, recomendo demais!
 
Por incrível que pareça, Meu Pé de Laranja Lima é um livro bastante famoso e nunca li.
Lembro que meu irmão tinha e ficava na cabeceira da cama dele e eu nem fui dar uma cheiradinha se quer!

Mas agora me interessei no livro citado pela @Erendis e se passear em alguma biblioteca por aí vou dar uma conferida!
 
a minha mãe tinha esse livro, é super antigo, ele agora está na casa da minha irmã, meio rasgado, meio comido pelo tempo, mas ainda dá pra ler de boas e eu realmente recomendo, a história é linda...
me deu vontade de pegar o tal do "Barro Blanco" de novo pra ver se é a história que eu lembro de ter lido mesmo...
 
A notícia tem dois anos mas eu soube apenas hoje. Parece que o Meu pé de laranja-lima foi traduzido para o chinês e adotado lá nas escolas do país. E com isso a vendagem da coisa chegou a astronômicos 400 mil exemplares (que devem ter aumentado até hoje) — algo totalmente impensável no Brasil. Ah, e parece que ganhou um prêmio também. Acho que os herdeiros estão bem satisfeitos. :dente:

 

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