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Por falta de dinheiro, eleições de 2016 serão manuais, diz portaria da Justiça

Fúria da cidade

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  • Urna eletrônica usada desde 1996
Por falta de dinheiro, as eleições municipais de 2016 serão realizadas manualmente. É a primeira vez que isso acontecerá desde 2000, quando todo o eleitorado brasileiro começou a votar eletronicamente. A informação de que o contingenciamento impedirá eleições eletrônicas foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) desta segunda-feira, 30.

"O contingenciamento imposto à Justiça Eleitoral inviabilizará as eleições de 2016 por meio eletrônico", diz o artigo 2.º da Portaria Conjunta 3, de sexta-feira (27). O texto é assinado pelos presidentes dos STF (Supremo Tribunal Federal), TSE (Tribunal Superior Eleitoral), STJ (Superior Tribunal de Justiça), TST (Tribunal Superior do Trabalho), STM (Superior Tribunal Militar), TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) e respectivos conselhos.

A portaria afirma ainda que ficam indisponíveis para empenho e movimentação financeira um total de R$ 1,7 bilhão para STF (R$ 53,2 milhões), STJ (R$ 73,3 milhões), Justiça Federal (R$ 555 milhões), Justiça Militar da União (R$ 14,9 milhões), Justiça Eleitoral (R$ 428,9 milhões), Justiça do Trabalho (R$ 423 milhões), Justiça do Distrito Federal (R$ 63 milhões) e Conselho Nacional de Justiça (R$ 131 milhões).
As urnas eletrônicas foram usadas pela primeira vez em 1996. Mas somente nas eleições de 2000 todo o eleitorado votou eletronicamente.

Fonte

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De volta ao papel. Não escondo que estava até com uma certa saudade.
 
E eu que sempre imaginei que a tecnologia viria pra derrubar custos.
Aqui no STJ ocorreu ao contrário... interessante, não?
 
Só pra constar: Nada impede que isso seja uma briga entre Judiciário e Executivo. O Executivo anuncia cortes de recursos para o Judiciário e o Judiciário responde com uma ameaça (talvez pouco crível) que constrange o governo com o público.

Faz sentido que os custos sejam menores sem as urnas eletrônicas? Não.
O anúncio do Judiciário expôs o governo diante da opinião pública? Sim.

Então é uma possibilidade bem plausível.
 
Isso seria um pesadelo para mim, que trabalho na apuração dos votos no dia da eleição. Na verdade não é bem apuração, a gente só faz conferir se a zerésima e os boletins de urna estão conformes, e é uma maravilha, folgas dobradas adquiridas no mole. :mrgreen: Se passar a ser manual, acho que a CONTAGEM vai sobrar pra gente, vou fugir!
 
Sem dúvida que uma eleição manual nos tempos atuais movimentará muito mais gente, inclusive os fiscais de partidos que dependendo do grau de equilíbrio do pleito, proporcionam um ambiente pra lá de tenso.
 
O Judiciário alfinetou de maneira quase elegante a presidente Dilma Rousseff nesta semana. Numa portaria conjunta dos tribunais superiores, os meritíssimos ministros informaram que o corte de verba anunciado pelo governo inviabiliza as eleições em formato eletrônico para o ano que vem.

Sem estridências: nada mais formal do que uma portaria. Sem adjetivos: tudo na linguagem sisuda do pessoal que veste a toga. Mas o recado estava dado. A presidente atrapalha o bom andamento da nação.

Obviamente, apesar da elegância, a mensagem é um blefe, para não usar termo mais pesado. No fundo, claro que ninguém quer perder dinheiro, e é evidente que o governo federal tem imensa parcela de culpa na falta de verba. Afinal, cortar R$ 10 bilhões do orçamento é coisa para quem gastou demais. A estocada tem seu sentido, e Dilma bem mereceu ser alvejada. Mas os senhores ministros também têm sua parcela de culpa no cartório.

Os tribunais dizem que a compra de urnas eletrônicas, necessária para que não se volte a votar em papel, depende de R$ 200 milhões. Dilma anunciou a suspensão de R$ 428 milhões para a Justiça Eleitoral daqui até novembro. Culpa do governo? Culpa do governo.

Mas o repórter Andrea Torrente lembra bem: só o auxílio-moradia implantado recentemente pelos meritíssimos custa aos mesmíssimos cofres coisa de R$ 1 bilhão por ano – ou mais, contando os efeitos-cascata que sempre se seguem às mordomias.

Daria para dizer que as casas de nossos juízes custaram cinco vezes o necessário para garantir as eleições do ano que vem? Não. Pelo simples fato de que o auxílio-moradia, como se sabe, não é para pagar moradia. O próprio presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Renato Nalini, disse ao vivo e a cores em rede de tevê que isso era um jeito de aumentar o salário dos juízes. Afinal, dizia ele, a população merece um juiz bem vestido e não dá para ficar indo a Miami comprar terno toda hora.

A Bolsa-Miami não é o que vai nos roubar a eleição eletrônica. Até porque é evidente que se trata de um blefe para que não tirem verbas do Judiciário. Mas é uma pequena amostra de como os juízes desperdiçam tanto dinheiro quanto os políticos.

Aumentam os próprios salários, criam benefícios, apresentam uma nova lei da magistratura que garante privilégios até para seus filhos e ao mesmo tempo reclamam que não têm como atender minimamente a população.

Os juízes não precisam do auxílio-moradia. Os que ganham menos ganham muito bem: acima de R$ 20 mil. Os R$ 4,5 mil extras que lhes são pagos todo mês foram um presente do próprio Supremo Tribunal Federal, que agora assina a resolução conjunta ameaçando com o fim da votação eletrônica. Os juízes não precisam estar fora de sua cidade de origem para receber a verba; nem precisam gastá-lo com residência; nem precisam comprovar como gastaram. É salário em cima de um salário já alto.

Nada contra juízes ganharem bem. Mas os privilégios têm que ter como teto o bom senso. Mais do que juízes bem vestidos, a população precisa de bons serviços. E num país em que falta tanta coisa já está mais do que na hora de suas excelências pararem de aumentar os gastos consigo mesmos

fonte
 
O único papel que tenho raiva são os famosos "santinhos" distribuídos próximos aos colégios eleitorais. Uma vez cai um tombo feio no chão porque no dia da eleição choveu e todos aqueles papéis acumulados no chão depois de molhados viraram uma gosma e escorreguei nela.
 
Eu que sou mesário, mas nunca trabalhei numa eleição usando papel, eu não consigo imaginar a trabalheira que dá para contar os votos, e depois reconta, que stress deve ser.

Ainda bem que a votação eletrônica está garantida para o ano que vem.
 
Eu que sou mesário, mas nunca trabalhei numa eleição usando papel, eu não consigo imaginar a trabalheira que dá para contar os votos, e depois reconta, que stress deve ser.

Ainda bem que a votação eletrônica está garantida para o ano que vem.

Idem comigo (sou mesária) já tava sofrendo por antecipação imaginando o caos que deve ser trabalhar com voto de papel.
E que palhaçada esse negócio hein?
No fim, conforme a notícia que a Ana postou, parece que foi pra causar mesmo. :tsc:
 

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