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Aê, Grimnir me livrou de outro post duplo! \o/

Só para provocar um pouco (ou não), acabei de ver a seguinte imagem:

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A prática das botas e cassetetes está internalizada em nossa cultura social. A opressão e a violência policial não ocorrem apenas em regimes de exceção. O autoritarismo é nossa lei, é ele quem permeia muitas de nossas relações, inclusive em mínimas manifestações. Mas, como não sei de onde foi tirado o poster, não posso dizer categoricamente que a discussão seja sobre a opressão e a violência - que, em última instância, ao menos em nossa caso e no atual momento, independe do personagem presidencial. No entanto, pela montagem, dá pra notar que a preocupação não é com as balas de borracha. Pretende-se a desqualificação desonesta e pobre dos governantes da "esquerda", comparando toscamente momentos históricos e reforçando a alcunha de "terrorista" que lhes legou a ditadura (Pep Mujica e Dilma). Em outras palavras: a esquerda terrorista (que eu procuro, mas não encontro: nem a esquerda, nem a terrorista) é tão déspota quanto os militares que nos assombraram.

Um cartaz que pode ser usado pelos integrantes da Marcha da Família 2014. Inclusive na comissão de frente, com Rodrigo Constantino e Olavo de Carvalho.

Sobre a Venezuela, não estou acompanhando. Mas uma coisa chama a atenção: o discurso homogêneo da nossa imprensa. É qualquer coisa de se desconfiar.
 
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A prática das botas e cassetetes está internalizada em nossa cultura social. A opressão e a violência policial não ocorrem apenas em regimes de exceção. O autoritarismo é nossa lei, é ele quem permeia muitas de nossas relações, inclusive em mínimas manifestações. Mas, como não sei de onde foi tirado o poster, não posso dizer categoricamente que a discussão seja sobre a opressão e a violência - que, em última instância, ao menos em nossa caso e no atual momento, independe do personagem presidencial. No entanto, pela montagem, dá pra notar que a preocupação não é com as balas de borracha. Pretende-se a desqualificação desonesta e pobre dos governantes da "esquerda", comparando toscamente momentos históricos e reforçando a alcunha de "terrorista" que lhes legou a ditadura (Pep Mujica e Dilma). Em outras palavras: a esquerda terrorista (que eu procuro, mas não encontro: nem a esquerda, nem a terrorista) é tão déspota quanto os militares que nos assombraram.

Um cartaz que pode ser usado pelos integrantes da Marcha da Família 2014. Inclusive na comissão de frente, com Rodrigo Constantino e Olavo de Carvalho.

Sobre a Venezuela, não estou acompanhando. Mas uma coisa chama a atenção: o discurso homogêneo da nossa imprensa. É qualquer coisa de se desconfiar.

Até onde entendi, o poster compara as situações de ditadura nos respectivos países com o que está acontecendo na Venezuel. Os líderes da América Latina em questão não reconhecem como autoritarismo ditatorial o comando de Maduro.

Sinceramente acho que você não entendeu a imagem.

Denuncian la situación política en Venezuela con imágenes de Mujica, Rouseff, Fernández y Bachelet
 
Até onde entendi, o poster compara as situações de ditadura nos respectivos países com o que está acontecendo na Venezuel. Os líderes da América Latina em questão não reconhecem como autoritarismo ditatorial o comando de Maduro.

Sinceramente acho que você não entendeu a imagem.

Denuncian la situación política en Venezuela con imágenes de Mujica, Rouseff, Fernández y Bachelet

É verdade, @Grimnir.

Atravessei...

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Não fui pro link e não me atentei nos milicos. Foquei mais nas imagem do primeiro plano, e como ando no calor do momento de 64...

Mas, como disse, não acompanhei a Venezuela e o pouco que li pinta um quadro de opiniões muito homogêneas.

Valeu pela correção.
 
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Mas os lideres citados na imagem têm o respaldo da OEA. Pelo menos a coisa foi feita de forma democrática, pois houve uma votação entre os membros da organização: 29 países (Brasil inclusive) votaram contra uma interferência e 03 países: EUA, Canadá e Panamá votaram a favor. As coisas já estiveram melhores para a diplomacia estadunidense. A notícia não é recente mas serve para ilustrar o debate.

Atualizado: 08/03/2014 15:19 | Por Agência Brasil, Agência Brasil
Decisão da OEA de não convocar reunião repercute de forma positiva
A decisão da Organização dos Estados Americanos (OEA), de não convocar uma reunião de chanceleres e não enviar uma missão observadora à Venezuela, para discutir a situação de protestos continuados em algumas regiões, foi comemorada pelo governo venezuelano e repercutiu de forma positiva na imprensa local, sobretudo nos meios de comunicação ligados ao governo.

Na sexta-feira (7), durante uma reunião extraordinária do organismo, 29 países, incluindo o Brasil, votaram contra uma interferência, e somente o Canadá, os Estados Unidos e o Panamá solicitaram à OEA uma ação no país.

O embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton, considerou a decisão como 'histórica' pelo fato de o organismo ter optado pela não ingerência. O governo venezuelano reiterou, em diversas ocasiões, que é contra a ação da OEA na mediação ou observação dos prolongados conflitos que deixaram ao menos 22 mortos e mais de 260 feridos em três semanas de manifestações, bloqueios de vias e atentados ao patrimônio público.

'A resolução que votamos será conhecida nos próximos dias e fala de solidariedade, que é uma palavra bonita e histórica, porque a OEA está se afastando de decisões anteriores', comentou Chaderton, referindo-se à críticas anteriores que a Venezuela lançava contra o organismo, por considerá-lo mais alinhado aos interesses dos Estados Unidos que aos latino-americanos.

Em entrevista à televisão estatal Telesur, Chaderton comentou que o Canadá teria sido mais 'agressivo' que os Estados Unidos nas manifestações contrárias 'a atuação do governo venezuelano'. Ele também disse que a reunião ter um caráter privado acabou sendo favorável à melhor condução da conversação. 'Não tivemos um circo midiático'.

Anteriormente, a decisão da reunião não poder ser acompanhada pela imprensa, divulgada na última quinta-feira (6), provocou críticas e reações negativas, inclusive do governo venezuelano. Chaderton informou que a Venezuela 'aplaudia o respeito da OEA à soberania de um país ameaçado por ações desestabilizadoras e golpistas'.

O chanceler venezuelano Elías Jaua disse, em entrevista à emissoras de televisão locais, que a OEA 'conseguiu ver que a Venezuela trabalha pela paz e que não têm atuado contra os manifestantes, mas sim contra grupos infiltrados de extrema-direita que tentam romper a estabilidade'. Ele acrescentou que é contra esse tipo de ação que o governo está atuando para preservar a lei.

A União das Nações Sulamericanas (Unasul) convocou, a pedido do governo da Venezuela, para quarta-feira (12), uma reunião extraordinária em Santiago, no Chile, para analisar a situação. Chanceleres dos países membros terão um encontro no dia seguinte à posse da presidenta eleita Michelle Bachelet.

Hoje (8), em San Cristóbal, estado de Táchira, local em que foram iniciadas as manifestações estudantis no país, uma Conferência Regional de Paz está sendo realizada com a participação do governo, da sociedade civil e setores da oposição.

Na conferência de paz são discutidos discute temas sensíveis que geram conflito, como os problemas econômicos, escassez de alimentos e criminalidade. Neste sábado, grupos estudantis e representantes da sociedade civil preparam a marcha 'de panelas vazias, que será realizada ao mesmo tempo em que acontece a conferência.

Táchira foi o primeiro estado militarizado pelo governo venezuelano após o início da onda de protestos. Há três semanas com ações diárias de manifestações, algumas pacíficas outras de caráter violento, o comércio da cidade reduziu a jornada de trabalho e as lojas estão sendo fechadas por volta de quatro da tarde.

Agência Brasil - Todos os direitos reservados.
Fonte: http://noticias.br.msn.com/brasil/decisão-da-oea-de-não-convocar-reunião-repercute-de-forma-positiva
 
Mas os lideres citados na imagem têm o respaldo da OEA.

E...?

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Ninguém está dizendo que o Brasil deveria invadir a Venezuela. É apenas uma questão posição diplomática. O Brasil optou por fazer vista grossa.

— Não cabe ao Brasil discutir a História da Venezuela nem o que ela deve fazer, pois iria contra o que defendemos em termos de politica externa. Não nos manifestamos sobre a situação interna dos países — disse a presidente. — É importante que se olhe para a Venezuela sempre do ponto de vista também dos efetivos ganhos sociais que eles tiveram nesse processo, em termos de saúde e de educação para o seu povo.

Dilma defendeu que o diálogo, o consenso e a construção democrática são muito melhores do que qualquer tipo de ruptura institucional.

— Quando há o vazio politico, é possível que outro o ocupe. Mas há sempre um outro candidato que busca ocupá-lo. Ele se chama caos. Com o caos vem toda a desconstrução econômica, social e politica. O caso da Venezuela é distinto, não é uma situação igual à da Ucrania. Sempre tivemos dentro dos órgãos latino-americanos uma posição de dar apoio À democracia, e vamos continuar — afirmou.

-- Dilma

"Aqui manifestamos a nossa integral solidariedade ao governo da Venezuela, porque foi soberanamente eleito e está, portanto, dentro dos marcos da democracia"

-- Discursando como porta-voz da liderança do PT na Câmara, Fernando Ferro
 
A decisão da Organização dos Estados Americanos (OEA), de não convocar uma reunião de chanceleres e não enviar uma missão observadora à Venezuela,

Eu não disse que era para invadir e, lógico, que é uma questão diplomática. Tanto é que está sendo discutido na UNASUL e não estão fazendo vista grossa, mas cautelosos com a situação (Entendo assim). E a Dilma tem o direito de ter a posição dela junto com os demais membros da OEA contrários à proposta apresentada. Michelle Bachelet tomou posse recente e já querem jogar ela no fogo. :stop:
 
Claro que ela tem o direito às opiniões dela. Assim como quem fez o poster tem o direito de achar tal opinião contraditória e autoritaria. Além disso, o consenso da OEA não quer dizer nada. Uma decisão nao é menos idiota pq todos concordam com ela.
 
Venezuela abafa discurso de opositora na OEA

Com ajuda do Brasil, governo venezuelano manobra para impedir discurso da deputada María Corina Machado, uma das líderes da oposição a Nicolás Maduro

Com ajuda do Brasil e de países aliados, o governo venezuelano conseguiu abafar nesta sexta-feira uma fala da oposição em um encontro da Organização dos Estados Americanos (OEA) realizado em Washington. Por duas vezes, os membros da organização apelaram para manobras para impedir a deputada venezuelana María Corina Machado, uma das lideranças da oposição ao presidente Nicolás Maduro, de discursar sobre a repressão promovida pelo governo chavista.

Em um primeiro momento, o Conselho Permanente da organização decidiu pela proibição do acesso do público e da imprensa à reunião. A proposta recebeu 22 votos a favor, 11 contra e uma abstenção. Posteriormente, os membros da OEA resolveram simplesmente eliminar da agenda o tópico dedicado à crise venezuelana, decisão que contou com 22 votos a favor, três contra e nove abstenções. Nos dois casos, o Brasil se posicionou a favor da censura à deputada.

María Corina só conseguiu se manifestar brevemente, e a portas fechadas, graças à delegação do Panamá, que cedeu o seu tempo para a venezuelana discursar. No início deste mês, após a representação panamenha solicitar a convocação dos chanceleres do órgão para discutir a crise, Maduro anunciou que estava cortando relações com o país.

Censura - Depois do encontro, María Corina deixou claro que as manobras para impossibilitar sua fala na OEA foram um ato de censura. "É a mesma censura que o regime da Venezuela nos impôs. Seu braço censor chegou até aqui", disse a deputada, em entrevista coletiva. "Eles demonstraram que têm medo da divulgação da magnitude da repressão na Venezuela", completou. A parlamentar afirmou ainda que a oposição venezuelana pretende levar uma lista de exigências à OEA, entre elas a aplicação da Carta Democrática Interamericana - que estabelece princípios democráticos para os países-membros da organização -, uma resolução condenando a existência de presos políticos no país e o envio de uma missão de observação. “Não estamos pedindo um favor. Estamos exigindo um direito”, disse Corina.

A oposição venezuelana, no entanto, vai ter dificuldades para arrancar alguma coisa da OEA, cuja ação diante dos protestos que já deixaram mais de 30 mortos tem sido limitada pelos aliados do governo chavista. A iniciativa do Panamá de convocar os chanceleres da organização para avaliar a crise foi frustrada. Na sequência, Maduro conseguiu que seus amigos na Unasul, grupo formado para servir de palanque regional para o mentor de Maduro, o coronel Hugo Chávez, criassem uma comissão para “acompanhar, apoiar e assessorar um diálogo político amplo e construtivo” – atuação que promete ser inócua diante da gravidade da crise na Venezuela.

A proposta de fechar a reunião para a imprensa nesta sexta foi feita pela Nicarágua, uma das maiores aliadas do governo chavista. Ao votar, a representante da Venezuela Carmen Velasquez escancarou o cinismo do governo chavista: "Com total transparência, votamos por uma reunião privada". Também votaram a favor de bloquear o acesso à reunião Uruguai, El Salvador, Argentina, Bolívia e Brasil, entre outros países. "O objetivo desta reunião não é transformá-la em um circo para o público externo, como alguns representantes mostraram que pretendem fazer", disse o embaixador brasileiro Breno Dias da Costa ao justificar seu voto. Entre os países que rejeitaram a iniciativa de abafar o discurso estavam, além do Panamá, Estados Unidos, Canadá, Chile, Colômbia, México, Paraguai e Peru.

Perseguição - A deputada, que tem sido uma das incentivadoras dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro, passou a ser alvo de represálias do governo. Na última terça, a Assembleia Nacional, dominada por chavistas, criou uma comissão para investigar os protestos e apontar responsabilidades pelas mortes ocorridas em meio a um cenário de forte repressão estatal. A Assembleia também solicitou que o Ministério Público investigue María Corina, em uma manobra para suspender a imunidade parlamentar da deputada.



Opositora venezuelana perde mandato após intervir na OEA

"Estamos dando instruções para que a partir deste momento a senhora Machado não volte a entrar como deputada pelo menos neste período", afirmou presidente da Assembleia Nacional venezuelana


Caracas - O presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Diosdado Cabello, informou nesta segunda-feira (24/3) que a opositora María Corina Machado deixou de ser deputada por perder sua posse após intervir como "funcionária do governo do Panamá" na OEA, na sexta-feira (21/3).

"Segundo suas atuações e ações, a senhora Machado deixou de ser deputada. Estamos dando instruções para que a partir deste momento a senhora Machado não volte a entrar como deputada pelo menos neste período", afirmou Cabello, número dois do chavismo.

Na sexta-feira passada, a deputada foi convidada como representante pelo governo panamenho a fazer uso da palavra na sessão da Organização de Estados Americanos (OEA) que incluía um ponto de debate sobre a Venezuela, mas, depois de uma votação, sua participação foi excluída.

"O que significa que não é deputada? Não tem imunidade parlamentar, não tem acesso à Assembleia, pode ser investigada diretamente por todas as coisas que estão ocorrendo" em função dos protestos durante mais de um mês contra o governo de Nicolás Maduro, afirmou o deputado.

"Ela não tem mais imunidade parlamentar, pode ser detida a qualquer momento e sem prévia notificação", afirmou ainda.

Cabello se amparou no artigo 191 da Constituição, que assinala que os deputados "não poderão aceitar ou exercer cargos públicos sem perder sua posse, salvo em atividades docentes, acadêmicas, acidentais ou assistenciais, sempre que não supor dedicação exclusiva".
 
Ah, a bela e forte democracia bolivariana ... e o Brasil que, quando tem alguma influência internacional, insiste em fazer a maior burrada possível. Argh.
 
Na sexta-feira passada, a deputada foi convidada como representante pelo governo panamenho a fazer uso da palavra na sessão da Organização de Estados Americanos (OEA) que incluía um ponto de debate sobre a Venezuela, mas, depois de uma votação, sua participação foi excluída.

Perderam em votação de novo e você quer o quê? Que vire a casa da Mãe Joana? Deputado de um país falando por outro país depois de perder no voto,aff (Deputada do Panamá ou da Venezuela?). A "diplomacia" Estados Unidos, Canadá e Panamá perdeu mais uma votação e ainda assim querem fazer manobras e manobras. “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.” Juracy Magalhães, esse tempo se foi e o servilismo acabou, @Grimnir . Levem a questão para o conselho de segurança da ONU já que a OEA se censura tanto.
 
Última edição:
Servilismo? Menos, ricardo, muito menos. Quem aqui está falando em seguir o posicionamento dos EUA? A questão é foi usado um recurso democrático para agir de forma autoritária e censurar a deputada. Na falta de argumentos que expliquem pq aquele não seria o fórum para a deputada se manifestar, continuo a achar que foi autoritarismo - e que o Brasil tomou uma péssima decisão, independente da posição dos EUA. Por outro lado, a estratégia da deputada de usar o tempo do Panamá também foi anti-democrática. Acho que podemos ir um pouco além de mimimi anti-estadounidense aqui no fórum. Servilismo... Fala sério, ricardo.
 
Podemos ir além de mimimi anti-chavismo também aqui no fórum. Uma estratégia inadequada e como você disse: "anti-democrática". Querem tumultuar ainda mais a já conturbada situação venezuelana, a posição diplomática brasileira e dos outros membros da OEA está a meu entender correta , pois interferir em questões internas de outro país/membro é uma situação perigosa e requer cuidados e muita diplomacia. Se a maioria/OEA entendesse (abriria um precedente - entendo assim) que a deputada venezuelana poderia usar o tempo panamenho para fazer uso da palavra e não fosse dado a parlamentar esse direito- aí sim poderíamos questionar/criticar a decisão dos membros ou até mesmo dizer que houve arbitrariedade/censura: o que não é a questão. Foi no voto. Estão coerentes até agora. A última eleição da Venezuela foi bem acirrada e o país está polarizado entre o chavismo e a oposição e uma interferência externa poderá agravar ainda mais a situação. A oposição venezuelana terá a chance de tirar Maduro do poder num referendo próximo (2016 se não estiver enganado). A democracia bolivariana tem virtudes e defeitos como qualquer outra democracia no mundo.
 
ONG denuncia 59 casos de tortura à missão da Unasul na Venezuela

A ONG "Foro Penal Venezolano" informou nesta quinta-feira que apresentou à missão da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) um relatório com 59 casos de tortura e quase 2.000 detenções arbitrárias desde 12 de fevereiro, quando se acentuou a onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro.

"Na reunião realizada na quarta-feira com membros da missão, apresentamos um relatório preliminar sobre as violações aos direitos humanos e, particularmente, casos de tortura e tratamento cruel e desumano", disse o diretor da ONG, Alfredo Romero, em uma entrevista coletiva.

"Falamos de um padrão de tortura, porque as atuações lascivas e humilhantes são muito similares em, pelo menos, 19 Estados";, acrescentou.

De acordo com Romero, o relatório apresenta detalhes de 59 casos de tortura, 1.919 detenções arbitrárias e 30 assassinatos no marco das manifestações, além de denunciar os supostos excessos no uso da força por policiais.

O grupo entregou também um documento no qual pede à Unasul que solicite ao governo da Venezuela o "cessar imediato" da repressão contra os manifestantes, o uso de substâncias tóxicas proibidas para dispersar os protestos e o "desarmamento de grupos paramilitares";.

"Após a apresentação deste relatório, nenhum país pode dizer que não está ciente do que se passa na Venezuela", afirmou o advogado Gonzalo Himiob, membro da ONG, que disse esperar que os casos apresentados sejam avaliados com cuidado.

A Venezuela vive desde o início de fevereiro uma onda de protestos que derivaram em fatos de violência e deixaram, até agora, 36 pessoas mortas, centenas de feridos e quase 2.000 detidos, a maioria deles já em liberdade devido a medidas cautelares.
 
A lição que fica para esses casos, seja qual for a ideologia, é a seguinte:

Nunca confie em políticos.

Criar um culto à personalidade dos políticos, especialmente à daqueles que estão no poder, é o primeiro passo que possibilita a construção de uma tirania institucionalizada. Mesmo que os outros passos não seja necessariamente dados, em todos os casos.

Chefes de governo devem ser humildes e reconhecerem sua função como empregados (e não líderes) do povo, incumbindo-lhes apenas realizar as vontades que emanam destes.

Enfim, pelo menos o ceticismo nosso com políticos, mesmo que passivo, tem algo de bom.
 

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