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No livro "No Caminho de Swann" Marcel Proust fala sobre o fenômeno da memória involuntária. O personagem experimenta um bolinho mergulhado no chá e do nada começa a se lembrar de uma outra época da vida quando ele era garoto e também comia o mesmo bolinho mergulhado no chá. É uma enxurrada de lembranças que chegam de uma vez só involuntariamente.
Quando eu ouço a versão que a Janis Joplin gravou de Summertime algo parecido acontece comigo. Quando eu descobri essa música eu vivia pedindo pro meu irmão tocá-la de novo. Hoje em dia ela me faz lembrar de uma viagem que eu fiz até o Mercadão Municipal de São Paulo, pois nos dias anteriores eu ouvi essa música e fiquei com ela na cabeça.
Na noite anterior à essa pequena viagem eu dormi pouco então durante o passeio eu estava meio que andando no modo automático feito um zumbi de tanto sono, mas o curioso é que mesmo minha memória sendo fraca e eu então estar praticamente um sonâmbulo eu me lembro bem daquele dia. Depois de ver os queijos e vinhos ouvi um cara dizendo pra outro: "Cê viu que morreu a cantora lá?" A cantora em questão era Amy Winehouse, que morrera no dia anterior, portanto a viagem foi em 24/07/2011 (ela faleceu no dia 23). Nem acredito que isso foi há nove anos. Lembro que almocei um pastel de carne enquanto via na TV do Mercadão uma corrida de Fórmula 1. Lembro dos caras oferecendo frutas pelo Mercadão, entregaram até cerejas. A maior parte da viagem não foi especialmente boa nem ruim, mas sabe-se lá o motivo ela ficou na minha memória e pra mim é impossível ouvir essa música sem lembrar daquilo.
Bem, Summertime pra mim sempre foi uma música especial, mas não por causa da tal viagem, pois mesmo antes disso eu já tinha uma fascinação por ela. A versão da Janis e a do Louis Armstrong com Ella Fitzgerald são minhas favoritas e sempre me passaram uma sensação estranha, boa, triste e esperançosa ao mesmo tempo. Não sei porque eu disse tudo isso aqui agora, mas não importa, se alguém leu, eu agradeço. Vamos à musica. Janis era uma força da natureza.