Bartleby
Next time is next time. Now is now.
Acho que esse é um caso em que, como disse Clarice, ou toca ou não toca... pra mim é um filme que tem um apelo espiritual muito forte, não necessariamente a algo ou a alguma divindade em particular, mas no sentido mesmo de fazer o espectador transcender o estado em que entrou na sessão (ou em que estava ao colocar o filme para ver em casa). Foi um filme que, tanto na tv, quanto, por sorte, na telona, fez o que acho ser o que de mais importante e singular tem o cinema, como entendia bem Tarkovsky, a modulação do tempo, de modo a você ficar como que hipnotizado, sem perceber que existe o tempo lá fora; é, para mim, cinema (e narrativas em geral) na sua forma mais pura, sem as constrições de um enredo, apenas as imagens e os sons trasnportando você para um outro plano sensorial... mas, de novo, o pacto entre filme/espectador tem que acontecer primeiro... às vezes realmente não vai funcionar, por algum motivo... outras vezes, como sempre falo (e o @Níra já está de saco cheio hehe), re-assistir a um filme é uma boa prática, para ver se não é mesmo a gente que não estava num bom dia quando viu pela primeira vez, talvez a correria do dia nos deixou estressados, estávamos com sono etc... Gosto de dar esse benefício da dúvida quando percebo em mim algo que pode ter prejudicado a experiência.Me parece um pouco isso. Não quero dizer que seja, mas me parece. Se alguém puder me mostrar o propósito, ficarei agradecida, porque não o vejo ali no filme.
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