Haran
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Estou desenterrando um tópico da época de recém-chegado. Ainda hoje não consegui compreender essa questão direito.
Eu preferiria pensar que ents e águias são sim seres de fora de Arda convocados por Eru. Não creio que importaria muito se eles são ou não ainu, pois, se pararmos para pensar, o que realmente seria um "ainu"? Qualquer ser que fora criado antes das músicas poderia ser classificado como um ainu, que nada mais é do que um espírito antigo distinto aos eruhíri. Sendo que a sentença de "celibato" seria posta apenas para os ainur que entraram em Arda sob a forma de emissários de Eru (valar e maiar). Outros seres, como Ungoliant e espíritos menores, não estariam sujeitos as mesmas regras.
E onde Tolkien diz que Melian foi a única que se proliferou? Tenho dúvidas sobre a possibilidade de ainur de se reproduzir. Há uma teoria que diz que um ainu de qualquer espécie poderia se unir a um outro ser e gerar uma descendência. Melian se uniu ao elfo Thingol e teve uma elfa; Ungoliant se uniu a algum tipo de aranha e teve sua prole; etc. O que não poderia acontecer é um ainu gerar sozinho ou com outro ainu. Essa teoria resolveria todos os problemas.
Porém, no trecho postado por Maglor Tolkien descarta o fato das águias terem fëar por se reproduzirem. Creio que Tolkien tomou essa decisão com a idéia de que haveria apenas duas linhagens de espíritos: eruhíri e ainur. Os primeiros são conhecidos (elfos, homens e anões) e os segundos não poderiam gerar prole; portanto decidiu que águias não teriam fëar. Tolkien descarta logo de cara, assim, a terceira linhagem de espíritos.
Alias, por que ele não fez o mesmo com os ents? Acompanhem meu raciocínio:
1º. No trecho do capítulo "Aulë e Yavanna" é dito que Yavanna convocara espíritos para assumirem a forma dos ents.
2º. Tolkien descarta no HoME a terceira linhagem de espíritos.
3º. Portanto ents têm procedência ainu (a menos que seja eruhír, mas assim os ents deveriam ser contados entre os Filhos de Ilúvatar também).
4º. Ents se reproduzem.
5º. Conclusão: ainur podem se reproduzir.
Como disse ali em cima, a sentença de "celibato" seria posta apenas para os ainur que entraram em Arda sob a forma de emissários de Eru (valar e maiar). Outros seres, como Ungoliant e espíritos menores, não estariam sujeitos as mesmas regras.
Há uma contradição aí. Por que as águias foram reduzidas a seres sem fëar enquanto os ents, com as mesmas características, não foram? Se Tolkien descartou o fato das águias serem ainur por estas se reproduzirem, por que ele não fez o mesmo com os ents?
Só resta saber se esse relato do HoME e o trecho do Silmarillion estão com concordância cronológica entre si. Talvez um seja anterior ao outro ou algum já fora descartado.
Eu preferiria pensar que ents e águias são sim seres de fora de Arda convocados por Eru. Não creio que importaria muito se eles são ou não ainu, pois, se pararmos para pensar, o que realmente seria um "ainu"? Qualquer ser que fora criado antes das músicas poderia ser classificado como um ainu, que nada mais é do que um espírito antigo distinto aos eruhíri. Sendo que a sentença de "celibato" seria posta apenas para os ainur que entraram em Arda sob a forma de emissários de Eru (valar e maiar). Outros seres, como Ungoliant e espíritos menores, não estariam sujeitos as mesmas regras.
E onde Tolkien diz que Melian foi a única que se proliferou? Tenho dúvidas sobre a possibilidade de ainur de se reproduzir. Há uma teoria que diz que um ainu de qualquer espécie poderia se unir a um outro ser e gerar uma descendência. Melian se uniu ao elfo Thingol e teve uma elfa; Ungoliant se uniu a algum tipo de aranha e teve sua prole; etc. O que não poderia acontecer é um ainu gerar sozinho ou com outro ainu. Essa teoria resolveria todos os problemas.
Porém, no trecho postado por Maglor Tolkien descarta o fato das águias terem fëar por se reproduzirem. Creio que Tolkien tomou essa decisão com a idéia de que haveria apenas duas linhagens de espíritos: eruhíri e ainur. Os primeiros são conhecidos (elfos, homens e anões) e os segundos não poderiam gerar prole; portanto decidiu que águias não teriam fëar. Tolkien descarta logo de cara, assim, a terceira linhagem de espíritos.
Alias, por que ele não fez o mesmo com os ents? Acompanhem meu raciocínio:
1º. No trecho do capítulo "Aulë e Yavanna" é dito que Yavanna convocara espíritos para assumirem a forma dos ents.
2º. Tolkien descarta no HoME a terceira linhagem de espíritos.
3º. Portanto ents têm procedência ainu (a menos que seja eruhír, mas assim os ents deveriam ser contados entre os Filhos de Ilúvatar também).
4º. Ents se reproduzem.
5º. Conclusão: ainur podem se reproduzir.
Como disse ali em cima, a sentença de "celibato" seria posta apenas para os ainur que entraram em Arda sob a forma de emissários de Eru (valar e maiar). Outros seres, como Ungoliant e espíritos menores, não estariam sujeitos as mesmas regras.
Há uma contradição aí. Por que as águias foram reduzidas a seres sem fëar enquanto os ents, com as mesmas características, não foram? Se Tolkien descartou o fato das águias serem ainur por estas se reproduzirem, por que ele não fez o mesmo com os ents?
Só resta saber se esse relato do HoME e o trecho do Silmarillion estão com concordância cronológica entre si. Talvez um seja anterior ao outro ou algum já fora descartado.
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