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Twin Peaks (3ª temporada)

  • Criador do tópico Criador do tópico Fëanor
  • Data de Criação Data de Criação
(daí que eu discordo um pouco de vc, Feanor, no que pra mim não interessa saber a fundo o que cada detalhesinho quer dizer, quem, no fim das contas é filho de quem, etc).

Ah, não, eu não queria dizer que seja realmente necessário saber a fundo sobre cada coisa; mas sim que é divertido pensar que cada coisa é um elemento cheio de possíveis explicações, algo com toda uma história por trás... mais ou menos como quando você lê O Senhor dos Anéis pela primeira vez e se depara com nomes e lugares associados a tempos passados, que você não tem ideia de quem ou o que sejam, mas que, pela maneira como são apresentados, dão uma noção de profundidade ao cenário e à história. Meio que um mise en abyme, o que é especialmente válido para o onírico lynchiano.


E muita gente pode ter ficado chateada com o final, por não ter as respostas respondidas, mas esse nunca foi o ponto, nunca foi saber o que exatamente é caixa de vidro, ou onde exatamente a Audrey está etc. O que o Lynch fez aqui foi uma série de situações que permitem que ele vá adensando os temas que ele quer tratar, cumulativamente, cena após cena enriquecimento a tapeçaria de ideias que passam pela cabeça do Lynch, e porque ele tem um dom de tornar tudo interessante, sua direção sendo tão impecável nesse (e em muitos outros) sentidos, enquanto vamos assistindo vamos sendo envolvidos nessa atmosfera sedutora e inquieta. E talvez também por ele ser tão bom em nós deixar envolvidos por aqueles personagens e aquelas histórias por tão pouco que ele entrega (as cenas do casal da caixa de vidro são poucas mas nos deixa próximos a eles, as da Amanda Seyfried tbm, que só com aquela imagem dela olhando pro céu dentro do carro já ganharia esse Twin Peaks pra mim) é que as pessoas se deixem enganar e esperam uma Resposta. Mas elas não podem deixar de lembrar que não é assim que se assiste ao Lynch...

Exato. Eu mesmo gosto de conjecturar e ler teorias (acho que isso já ficou nítido :lol: ), mas não tenho absolutamente nenhum problema com as coisas ficarem em aberto eternamente. Aliás, essas duas coisas meio que operam em conjunto: o(s) sentido(s) da obra fica(m) em aberto justamente para que as pessoas possam imaginar sentidos para ela, não para que fiquem simplesmente apáticas. É o engajamento com a obra, uma prova de que você se importou com a trama, com os personagens.


Eu não tenho dúvida de que seja. Inclusive, agora está na quinta posição das minhas obras favoritas dele, depois de, nessa ordem, Mulholland Dr, Inland Empire, Eraserhead e blue velvet...

Eu acho que coloco na frente dos filmes também. Embora adore cada um, Twin Peaks é uma obra maior, mais densa, mais instigante, e que me fará pensar e ler sobre ela por muito tempo ainda. Os livros sobre a série inclusive já estão na minha fila de leituras. :g:

Até tentei um pouco antes rever a serie original, mas meio que não me empolguei, deixei no segundo episódio, que termina muito bem, mas acho que o conhecimento daquilo que esperava em The Return me fez ver aquilo como muito pouco, rsrs... Mas você deixar a poeira baixar e rever a série dos '90 e o Fire walk with me (Esse é bonzão mesmo :3) porque já quero rever o novo Twin peaks :amor: (e eu quase vi os episódios disponíveis e os revi antes do finale; nos dois primeiros dias não me aguentei e vi 11 partes, hehe, mas achei melhor depois disso ver um por dia no resto da semana, pq por mais delicioso que seja, foi tbm bem inquietante e tava meio que me sobrecarregando, rsrs)

Eu revi a série original alguns meses antes da atual. Aí já engatilhei também o Fire Walk With Me e o The Missing Pieces. E agora já estou com vontade de rever tudo :lol:
 
Ah, não, eu não queria dizer que seja realmente necessário saber a fundo sobre cada coisa; mas sim que é divertido pensar que cada coisa é um elemento cheio de possíveis explicações, algo com toda uma história por trás... mais ou menos como quando você lê O Senhor dos Anéis pela primeira vez e se depara com nomes e lugares associados a tempos passados, que você não tem ideia de quem ou o que sejam, mas que, pela maneira como são apresentados, dão uma noção de profundidade ao cenário e à história. Meio que um mise en abyme, o que é especialmente válido para o onírico lynchiano.
Ah, sim, claro... É que depois de uns eventos assim vem aquela enxurrada de vídeos e artigos de "Twin peaks: the ending explained" que eu meio que vim com esse estado mental pra cá. Desculpe se soei arrogante ;)
 
Infelizmente abandonei a série, parei no 8º episódio. Não consegui assimilar e curtir as loucuras do Lynch, não é pra mim, hehe.

O oitavo episódio é o ponto de corte: se você consegue gostar dele, você está "apto" a encarar e curtir Twin Peaks como um todo. Digo "apto" com aspas porque não tem nada a ver com capacidade, é questão de gosto mesmo, e Lynch, com suas bizarrices, naturalmente não cai no gosto de muita gente. Melhor ser sincero em falar que não curtiu do que forçar a barra. :yep:
 
Aquelas cenas "nada a ver" que ele coloca no meio, sei que na cabeça dele fazem sentido, mas eu acho totalmente deslocadas. Como nesse último episódio que ainda tentei ver, quando começou aqueles borrões amarelos depois da explosão da bomba, eu joguei a toalha. Não vou continuar assistindo algo torcendo pra que acabe logo, prefiro dedicar meu tempo a outras séries que me dão prazer em ver. Respeito o trabalho dele, mas não me apetece.
 
Tive uma experiência inquietante com essa série.

Antes vou contextualizar um pouco: eu adoro terror psicológico, é o único gênero de terror que realmente mexe comigo. Meu filme favorito de terror é O Iluminado exatamente por essa narrativa de loucura, de cenas sem nexo, sem explicação, na qual parece que você, junto com os personagens, enlouquece um pouco.

Outro fato importante: desde o ano passado eu descobri que desenvolvi síndrome do panico. Ela ataca em situações diversas, pode ser tomando banho, dirigindo (pior momento possível) ou assistindo um filme qualquer. Mas existem certos gatilhos, como lugares muito apertados, ressaca muito forte ou situações muito fora do comum ou inesperadas (acidentes, brigas ou cenas muito violentas de filmes e séries).

Com isso exposto, vou falar rapidamente da minha experiência assistindo alguns episódios de Twin Peaks: pra começar, nunca assisti as duas primeiras temporadas, sei bem superficialmente do que se trata (o assassinato da Laura Palmer, o Black Lodge e basicamente só isso) mas, lendo algumas resenhas, vi que não era necessário ter assistido as primeiras temporadas para assistir a nova (certamente o envolvimento com os personagens e muitos detalhes da trama passaram desapercebidos, mas já saquei que é mais uma série pra se sentir do que necessariamente pra se entender). Assisti o primeiro episódio num domingo de noite, quase de madrugada, e como era de se esperar, não entendi nada, mas gostei. Assisti na sequencia o segundo episódio, esse já mostrou umas cenas legais (como o ser da caixa de vidro matando o casal) e pensei que, mesmo sem entender, seria interessante continuar assistindo pq né, era tudo muito misterioso e muito incomum na direção do Lynch, e como adoro cinema/series fui assistir o terceiro episódio.

Tudo corria bem, até aquela cena no Black Lodge com "a evolução do braço" e a viagem do Cooper para aquele lugar (que não faço ideia de onde era) com a menina sem rosto. Ali, após cenas silenciosas, sem sentido, mostrando um cenário tão maluco e cenas tão doidas (a "mãe" da menina sem rosto se aproximando, a "chave" que ela ativa naquela "lage espacial", Cooper entrando naquele buraco e "saindo"(?) pelo buraco do acendedor de cigarro) que acabei interrompendo o episódio e não continuando pq simplesmente não me fez bem haha, eu realmente estava me sentindo mal, perdido, como se tivesse mais maluco que a própria história e pior: com medo de ter um ataque de panico (sei que parece frescura, mas juro que na hora foi sério :lol:).

Ai lançaram o episódio 8 e meu Deus, toda a crítica amou. Reuni uns amigos em casa (nenhum deles nunca viu nada do Lynch) e, após várias cervejas, decidi fazer todo mundo assistir junto comigo o episódio 8, na minha sala totalmente escura e todo mundo já bêbado. E a reação foi como vcs podem imaginar: "WTF GUI O QUE VC NOS FEZ ASSISTIR". Teve amigo xingando o Lynch no Face, teve gente que simplesmente não entendeu nada, mas todo mundo, literalmente todo mundo, comentou sobre o episódio por dias depois de assistirmos.

Coisa de poucos dias depois, chamei a mesma turma aqui pra casa e adivinha? Todos queriam ver o episódio de novo :lol: Acho que somente dessa forma, com outras pessoas juntas (e depois de algumas cervejas pra tomar coragem) eu conseguiria continuar a série, pra ver que tem gente tao perdida quanto eu. A série, gostando ou não, mexe com vc, pelo menos se vc, assim como eu, se deixar cair na história. Assistir sozinho, no meu apartamento, de madrugada com tudo apagado não foi uma boa experiência para mim, não pode medo que algo aparecesse no corredor ou algo do tipo, mas pq ela realmente me deixou um tanto atormentado, e isso pq não vi os capítulos mais malucos. Se tivesse me arriscado a ver o 8 sozinho, provavelmente teria parado ele logo no começo e abandonado de vez a série haha.

Enfim, parei nesses 4 episódios apenas. Sempre que eu tomo cerveja penso "vou voltar a assistir amanha! Ou hoje mesmo quando chegar em casa" mas, depois de passar a impeto etílico, eu desisto haha, já pensei em voltar a assistir sóbrio, de dia, num sábado de tarde ou coisa assim, mas acho que vou esperar um momento melhor da minha saúde mental para voltar!
** Posts duplicados combinados **
Ah, rapido adendo: Assisti A Arvore da Vida no cinema e fiz várias piadas no momento com a minha ex pq o filme era totalmente maluco, até comentei que parecia um clipe da Bjork de tão doido.
Saí do cinema frustrado, mas tinha me divertido pelo menos. Fiquei falando dele e pensando nele nos dias seguintes, assisti aquela cena da criação do Universo e do mundo, e com o tempo o filme foi ficando mais simpático. Hoje eu sempre me pego escutando "Lacrimosa", trilha da cena em questão haha
 
Última edição:
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Finalmente comecei a assistir a terceira temporada. Reconheci uns rostos das temporadas passadas, mas não foram muitos.
Eu também gosto desse estilo não-convencional do Lynch, mas confesso que de vez em quando é difícil de acompanhar sem um cochilo básico.

Vamos ver se eu consigo terminar tudo...
 
Eu quero namorar, casar e ter filhos com o oitavo episódio da terceira temporada de Twin Peaks.

P.S.: Já deve ter um ano (tem isso tudo, já?) que assisti ao episódio, mas a euforia permanece.
 

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