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'Vampira' enterrada com foice no pescoço ganha rosto com detalhes incríveis…

Fúria da cidade

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Esqueleto feminino de 1650, encontrado na Polônia, com uma foice sobre o pescoço e um cadeado no dedo do pé
Imagem: PBS (Public Broadcasting Service)/Reprodução


Um artista forense sueco recriou o rosto de uma "vampira", enterrada no século 17 e descoberta em 2022 em um cemitério na Polônia.

A descoberta do esqueleto

Em 2022, o arqueólogo Dariusz Polinski e sua equipe, da Universidade Nicolaus Copernicus, encontraram um esqueleto em Pien, no norte da Polônia. Os restos mortais estavam em um cemitério do século 17.

Eles descobriram que o esqueleto feminino estava enterrado com uma foice sobre o pescoço e um cadeado preso no pé. Essas eram consideradas práticas de proteção para impedir seu retorno do mundo dos mortos, um costume ligado ao folclore local do século 17. O esqueleto foi apelidado de Zosia.

Zosia fazia parte de mais de 50 sepultamentos atípicos encontrados na região, indicando crenças sobre mortos-vivos e rituais "anti-vampíricos." A mulher tinha entre 18 e 20 anos quando morreu. Exames indicam que ela possivelmente tinha dores crônicas de cabeça e episódios de desmaios.

O ferro, encontrado em vários objetos que "aprisionam o esqueleto", era considerado uma proteção contra o sobrenatural, segundo Polinski. Alguns itens foram adicionados em momentos diferentes, sugerindo medo contínuo dos mortos. O pesquisador observou que o cemitério, usado por cerca de quatro gerações, tem muitos sepultamentos ritualísticos não documentados.

"Deter mortos era uma prática comum". Martyn Rady, especialista em história da Europa Central, explicou à CNN que práticas para deter mortos "retornantes" eram comuns na época, e as culturas tinham formas de prevenir o retorno dos mortos. "Embora Zosia se enquadre como 'retornante', o conceito de vampiro só foi documentado oficialmente em 1720," observou Rady.

Acreditava-se em algumas culturas do leste europeu que certas pessoas, após a morte, poderiam retornar como vampiros, ameaçando os vivos ao espalhar doenças ou alimentar-se de seu sangue. Segundo o site especializado Archaeology News, essas crenças estavam frequentemente ligadas a pessoas que morreram em circunstâncias incomuns ou suspeitas, como suicídios, ou indivíduos que se acreditava terem sido possuídos por espíritos malévolos.

A trajetória da pesquisa de vampiros na região é retratada no documentário "Field of Vampires" lançado em outubro de 2024 pela série "Secrets of the Dead" no PBS (Public Broadcasting Service), canal de televisão educativo americano.

O rosto da 'vampira'


A descoberta do esqueleto inspirou a reconstrução de seu rosto pelo artista forense sueco Oscar Nilsson. Ele utilizou o crânio e o DNA da mulher para recriar sua aparência.


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Reconstrução 3D do rosto de Zosia, uma mulher enterrada no século 17 com rituais "anti-vampíricos" na Polônia
Imagem: Oscar Nilsson/Project Pien/Handout/Reuters

Zosia pode ter sido de origem escandinava, com base em análises de DNA e isótopos químicos. Objetos finos encontrados em seu túmulo, como tecidos com fios de prata e ouro, sugerem que ela tinha uma posição de alto status social.

Nilsson usou uma impressora 3D para criar um modelo do crânio e, em seguida, esculpiu o rosto com argila. A reconstrução revelou uma jovem com traços delicados.

Outras descobertas

Em 2005, arqueólogos começaram a escavar o local, onde mais de 50 sepulturas similares foram encontradas. Em uma descoberta posterior, em 2023, foram encontrados restos de uma criança enterrada de bruços e uma mulher grávida com o feto ainda presente, ambos com indícios de práticas de proteção.


 

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