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Harambe, descanse em paz

O que está feito não tem como ser remediado. Agora é responsabilizar os pais e procurar meios para impedir que isso aconteça novamente.

Isso é o óbvio retumbante. O q eu quero saber é se vc ou alguém viu alguma solução melhor para o problema. Acho q ning ficou feliz c a morte do gorila. Quero saber, dada a situação da criança lá, o q mais poderia ser feito para maximizar a chance dela sair viva e o bicho tb. As ações para remediar a situação são outro papo.
 
A diferença é que se o "se" cai pro fato de o gorila matar o menino, a coisa ia ser BEM pior e (se não me engano, favor me corrigirem caso esteja errada) poderia até rolar processo feio, pesado msm, da parte dos pais da criança (por mais que esses pais tenham sido negligentes, mas enfim), pelo fato de o menino ser menor de idade, e a midia ia cair matando em cima.

Além de querer preservar a vida do menino acima da vida do gorila, o pessoal do zoológico tbm tava pensando na atitude que ficaria "menos feia" pra eles caso desse em bad. Fica "menos ruim" publicamente matar um gorila, do que por via das duvidas deixar o menino morrer por uma suposta demora em efeito de tranquilizantes.

Eu odiaria matar um animal só por matar. Mas num caso desses, nem sei o que faria, deve ser terrível ter de estar na pele de quem teve de tomar essa decisão, pq nenhuma delas seria fácil de ser tomada.
 
Na minha opinião fecal a vida de um humano não é mais importante que de um gorila, crianças existem aos bilhões gorilas, as centenas talvez? Enfim, independentemente de quantidade as duas vidas deveriam ser tratadas com igualdade, até porque era pro gorila estar na natureza, dono do zoológico assumiu a responsabilidade de cuidar do animal e era isso que deveria ter sido feito. Além disso há o descuido dos pais... Caso fosse um sequestrador abate-lo so aconteria em último caso, para o gorila infelizmente foi uma das primeiras opções.
 
Última edição:
Somos simples animais. Nem mais nem menos. O fato de criarmos conceitos diversos não nos torna algo diferente disso.
A tua ignorância me espanta. Isso é tão imbecil quanto afirmar que um polvo tem a mesma complexidade que uma água-viva. Não é pq vc quer acreditar nisso que isso vai ser verdade; vc pode sair por aí afirmando livremente que 1=2.

Na minha opinião fecal a vida de um humano não é mais importante que de um gorila, crianças existem aos bilhões gorilas, as centenas talvez? Enfim, independentemente de quantidade as duas vidas deveriam ser tratadas com igualdade, até porque era pro gorila estar na natureza, dono do zoológico assumiu a responsabilidade de cuidar do animal e era isso que deveria ter sido feito. Além disso há o descuido dos pais... Caso fosse um sequestrador abate-lo so aconteria em último caso, para o gorila infelizmente foi a primeira opção.
Concordo em partes. Sobre a comparação quantitativa (gorilas em processo de extinção), Harambe de fato era mais relevante. Sobre a responsabilidade, a maior delas, para um zoológico, é garantir a segurança dos visitantes; aí está a parte em que discordo.
 
Sinceramente eu não queria estar na pele do diretor do zôo, embora esteja imensamente triste com a morte do gorila e ao mesmo tempo aliviada por o bebê estar bem.
Talvez essa tragédia sirva para que se repense a necessidade de existência de zoos.
Por mim eles não deveriam existir,ou se existissem, deveriam ter entrada restrita com guias o tempo todo da visita, até pra evitar más ações dos babacas que judiam dos bichos e crianças com idéias extravagantes.
Aos que falam da irresponsabilidade dos pais, pelo que sei o bebê passou pela grade e, quem tem criança pequena sabe que elas têm o inacreditável poder de desaparecer em milésimos de segundos, então talvez tenhamos que também repensar essa condenação.
E se somos realmente superiores aos animais, então temos a responsabilidade de cuidar deles, de fazer esse mundo um lugar melhor também pra eles.
Nossa sobrevivência está ligada à deles,de todos eles, não precisa ser muito esperto pra perceber isso.
Que a morte do harambe (e do Cecil e de tantos outros) tenha servido ao menos pra nos conscientizar disso.
 
Então pelo o que entendi, na cabeça do @Ecthelion e do @Rique, jogar uma moeda para decidir a vida da criança e do gorila seria uma boa ideia. Sim, pq atirar um dardo tranquilizante, sabendo que o efeito não seria instantaneo, aumentando os riscos de reação do animal - isso parece o mesmo que decidir no cara ou coroa, mergulhando de cabeça no risco. É isso?

Enfim, na falta da boa vontade dos defensores do gorila, fui procurar outras alternativas que poderiam e deveriam, na minha opinião, ter sido adotadas. O tiro letal deveria ter sido a última opção e usada caso o animal apresentasse sinais de agressividade.






Senti falta de evidências sobre um treinador tentando alguma aproximação, mas o tiro sempre foi e sempre será uma opção.
 
Não posso falar pelos outros, mas a melhor ideia para ambos saírem vivos é o uso de tranquilizantes. De preferência quando viram que a criança estava fazendo merda.
Acho (apenas acho) que sim, o uso do tranquilizante poderia ser o melhor. Uma bala mal colocada também poderia colocar a criança em perigo.
Maaasssssss...
O gorila foi abatido com apenas um disparo?
Eu ainda defenderia essa posição se a criança fosse minha?
E se o gorila fosse "meu", criado por mim desde a mais tenra infância?
Complicado.
 
Como se matar o gorila tivesse sido a opção fácil para alguém de um ZOOLÓGICO. Convenhamos que o pessoal que matou o gorila tinha muito mais proximidade com o animal do que qualquer um aqui, ou até mesmo aos que criticaram, fora que o gorilas são sempre grandes atrações de zoológicos, do modo que a morte do animal não foi algo que ninguém desejou.

Várias medidas poderiam ser tomadas? Sim, e talvez a medida tomada não foi a melhor mesmo, porém uma criança corria perigo, e uma medida precisava ser tomada.


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Se fôssemos Deus poderíamos jogar no cara ou coroa. Eu creio firmemente, por exemplo, que na questão do céu e do inferno Deus arrisca tudo pela nossa liberdade, inclusive Sua própria Onipotência.

Mas não somos Deus, não podemos arriscar. Não temos Seu poder, não somos onipotentes, previdentes e por mais confiança que tenhamos na nossa ciência e na sua aplicação, a tecnologia, não podemos fazer essa aposta. A possibilidade mesma dessa aposta é imoral. Acho até que seja pior do que imoral, é blasfema, é querer nos arrogar um papel grande demais.

Eu não faria essa aposta.

Desculpe, Harambe.
 
Não somos mais simples animais. Criamos conceitos como cultura, civilização, filosofia, arquitetura, engenharia, cálculo, rádio, internet. Aprendemos a usar os recursos a nossa volta para melhor nos beneficiar. Estamos acima de qualquer espécie de animal da Terra.

"Criamos"? Você criou alguma dessas coisas? Até onde sei você tem tanto mérito nessas coisas quanto o gorila que morreu - sendo assim, por que essas coisas fariam de você mais digno que o gorila? Se sua espécie criou tudo isso, também o fizeram a família, classe ou ordem (no sentido cladístico das palavras) do gorila, não vejo diferença radical nas duas situações...

A dignidade do indivíduo está no que ele é em si mesmo, e não nas potencialidades de sua espécie, ou de sua nação, ou de sua raça, ou de qualquer outro grupo ao qual ele pertença - mesmo porque essas potencialidades na maioria das vezes sequer se atualizam no indivíduo, grande parte dos homens por exemplo não tomam qualquer parte nos méritos da civilização. Quando não é o caso de sequer terem racionalidade patente. Inclua aqui, por exemplo, doentes mentais ou neurológicos graves, recém-nascidos, homens das cavernas, fãs de Ciro Gomes, etc. Não é na alta capacidade criativa e intelectual que você fundamentará a dignidade humana, ou uma maior dignidade dos homens em relação aos animais - mesmo porque seguindo os mesmos critérios você teria que aceitar homens superiores a outros.

Definir onde a dignidade reside é tarefa dificílima. Mas decerto não será feito através de conceitos pueris como "espécie superior", "raça superior", etc. Isso é, por grupismos de toda ordem. A dignidade, seja lá o que for, é uma propriedade continuamente distribuída. E esse pensamento não constitui "sintoma de nossa sociedade doente" - já existia milênios atrás, por exemplo, nas religiões orientais: muitas vezes elas não reconhecem diferença intrínseca de dignidade entre homens e animais, qualquer assimetria não é radicalmente diferente das assimetrias que encontram-se, em menor escala, em homens de países, castas, ou condições mil diferentes. No ocidente esse tipo de crença não era rara, ainda que fosse minoritária, por influência das religiões pagãs (onde o conceito de dignidade não existia satisfatoriamente, até o homem era indigno, no sentido de que estava sujeito à vontade arbitrária dos deuses) e do cristianismo.

O pensamento em favor de um olhar menos distante aos animais também é uma consequência natural do darwinismo. O gorila não é da sua espécie meramente porque não pode haver fluxo genético entre você e o gorila. Mas entre você e o gorila há um antepassado comum - se todos descendentes desse antepassado fossem repentinamente trazidos de volta à vida, todos seriam da mesma espécie, inclusive você e o gorila. E o aconteceria então? O gorila ficaria superior? Não - apenas estaria claro que não há nada de fundamentalmente diferente entre você e o gorila: entre você e o gorila haveria uma sequência de indivíduos gradualmente diferentes entre si, e você não poderia estabelecer um critério de quem é superior e quem é inferior.

Além desses argumentos racionais, a discussão repousa antes de tudo na mera empatia - não falhasse a empatia, esses argumentos não seriam necessários, como não são necessários grandes argumentos para falar que têm dignidade equivalente o pagão e o cristão, o romano e o bárbaro, o nobre e o plebeu, o homem livre o o escravo, e por aí vai, qualquer impressão de superioridade intrínseca de um em relação ao outro é uma ilusão e repousa em preconceitos socialmente adquiridos.

Será esse o caso do gorila e do homem? Coloquemos, em um experimento mental, lado a lado um homem e um gorila, e deixemos de lado quaisquer elucubrações sobre os méritos dos parentes desses indivíduos, sobre suas capacidades intelectuais, sobre sua beleza, ou sobre qualquer outra coisa que não venha ao caso... analisemos o que aqueles indivíduos são em si mesmos, sua natureza em seu sentido mais intrínseco, natureza esta que estaria ali na nossa frente, em toda sua composição material e espiritual - se estiver despido de preconceitos, dificilmente você conseguiria intuir uma diferença gritante de um em relação ao outro em matéria de dignidade. É só imaginar um E.T. tendo que fazer essa análise, e, para facilitar ainda mais, o exemplar de homem em questão tendo alguma deficiência mental, ou o E.T. analisando recém-nascidos gorilas e humanos - decerto essas condições não prejudicarão o experimento mental, já que a dignidade humana não é menor em deficientes e recém-nascidos.

Eu justificaria a morte do gorila do zoológico mais ou menos como aquilo que aconteceu em A Guerra dos Mundos: para garantir a segurança de sua filha, o personagem de Tom Cruise teve que matar um cara que estava pirando e atraindo ameaças. Ainda que o cara não seja culpado pelo perigo que causava, e ainda que ele pudesse tranquilizar-se no instante seguinte e não mais trazer perigo, o risco é muito grande e sua morte torna-se moralmente plausível. Mas repare que o argumento não envolve superioridade ou inferioridade, trata-se apenas da nossa tendência de proteger nossos parentes mais próximos.
 
Última edição:
Concordo em partes. Sobre a comparação quantitativa (gorilas em processo de extinção), Harambe de fato era mais relevante. Sobre a responsabilidade, a maior delas, para um zoológico, é garantir a segurança dos visitantes; aí está a parte em que discordo.

Esse é meu ponto, não acho que a vida de um seja mais importante que a do outro, se fosse para ter uma importância maior deveria ser a do gorila que beira a extinção e está em cativeiro. O garoto cair foi uma fatalidade, ele poderia ter morrido na queda. Se a decisão fosse minha eu solicitaria dardos tranquilizantes, ponto final. O menino não tinha nada que ter passado da grade e caído, se o gorila por acaso atacasse o menino seria parte da fatalidade da queda, tanto quanto uma criança que cai da janela de seu apartamento e os motivos causadores da morte seriam: Falta de cuidado dos pais ou responsáveis, cerca inapropriada, enfim...A ser verificado posteriormente juridicamente.
 
Então vc jogaria cara e coroa, assumindo o risco de por 5 minutos o gorila ficar realmente agressivo e matar a criança.

Novamente. Por quê a criança é mais importante?
Sim, tentaria fazer os dois sairem vivos.
Não é jogar cara e coroa, é tomar a melhor atitude que beneficia a todos e esperar pelo melhor.

Vamos pensar de outra forma.
Um alienígena cai no nosso planeta e nos matam por medo de que matemos ele. Seria justo?
Eles também se acham superiores a nós tanto quanto nós nos achamos superiores a nós, afinal eles viajam através do espaço e possuem um intelecto superior.

Eu digo que não é justo, eles como intelecto superior tem que pensar na melhor alternativa, assim como nós humanos deveríamos ter feito.

Eu imagino essa situação como um garoto caindo no andar de cima do meu prédio na minha sacada e eu tomar um tiro porque oferecia risco ao garoto.

Enfim, essa é a minha opinião, vocês não precisam aceitar, somente é.
 
Somos simples animais. Nem mais nem menos. O fato de criarmos conceitos diversos não nos torna algo diferente disso.
A tua ignorância me espanta. Isso é tão imbecil quanto afirmar que um polvo tem a mesma complexidade que uma água-viva. Não é pq vc quer acreditar nisso que isso vai ser verdade; vc pode sair por aí afirmando livremente que 1=2.

O Amon já respondeu de forma satisfatória. :lol:

Como se matar o gorila tivesse sido a opção fácil para alguém de um ZOOLÓGICO. Convenhamos que o pessoal que matou o gorila tinha muito mais proximidade com o animal do que qualquer um aqui, ou até mesmo aos que criticaram, fora que o gorilas são sempre grandes atrações de zoológicos, do modo que a morte do animal não foi algo que ninguém desejou.

Várias medidas poderiam ser tomadas? Sim, e talvez a medida tomada não foi a melhor mesmo, porém uma criança corria perigo, e uma medida precisava ser tomada.

Se fôssemos Deus poderíamos jogar no cara ou coroa. Eu creio firmemente, por exemplo, que na questão do céu e do inferno Deus arrisca tudo pela nossa liberdade, inclusive Sua própria Onipotência.

Mas não somos Deus, não podemos arriscar. Não temos Seu poder, não somos onipotentes, previdentes e por mais confiança que tenhamos na nossa ciência e na sua aplicação, a tecnologia, não podemos fazer essa aposta. A possibilidade mesma dessa aposta é imoral. Acho até que seja pior do que imoral, é blasfema, é querer nos arrogar um papel grande demais.

Eu não faria essa aposta.

Desculpe, Harambe.


:clap:


"Criamos"? Você criou alguma dessas coisas? Até onde sei você tem tanto mérito nessas coisas quanto o gorila que morreu - sendo assim, por que essas coisas fariam de você mais digno que o gorila? Se sua espécie criou tudo isso, também o fizeram a família, classe ou ordem (no sentido cladístico das palavras) do gorila, não vejo diferença radical nas duas situações...

A dignidade do indivíduo está no que ele é em si mesmo, e não nas potencialidades de sua espécie, ou de sua nação, ou de sua raça, ou de qualquer outro grupo ao qual ele pertença - mesmo porque essas potencialidades na maioria das vezes sequer se atualizam no indivíduo, grande parte dos homens por exemplo não tomam qualquer parte nos méritos da civilização. Quando não é o caso de sequer terem racionalidade patente. Inclua aqui, por exemplo, doentes mentais ou neurológicos graves, recém-nascidos, homens das cavernas, fãs de Ciro Gomes, etc. Não é na alta capacidade criativa e intelectual que você fundamentará a dignidade humana, ou uma maior dignidade dos homens em relação aos animais - mesmo porque seguindo os mesmos critérios você teria que aceitar homens superiores a outros.

Definir onde a dignidade reside é tarefa dificílima. Mas decerto não será feito através de conceitos pueris como "espécie superior", "raça superior", etc. Isso é, por grupismos de toda ordem. A dignidade, seja lá o que for, é uma propriedade continuamente distribuída. E esse pensamento não constitui "sintoma de nossa sociedade doente" - já existia milênios atrás, por exemplo, nas religiões orientais: muitas vezes elas não reconhecem diferença intrínseca de dignidade entre homens e animais, qualquer assimetria não é radicalmente diferente das assimetrias que encontram-se, em menor escala, em homens de países, castas, ou condições mil diferentes. No ocidente esse tipo de crença não era rara, ainda que fosse minoritária, por influência das religiões pagãs e do cristianismo.

E esse pensamento também é uma consequência natural do darwinismo. O gorila não é da sua espécie meramente porque não pode haver fluxo genético entre você e o gorila. Mas entre você e o gorila há um antepassado comum - se todos descendentes desse antepassado fossem repentinamente trazidos de volta à vida, todos seriam da mesma espécie. E o aconteceria então? O gorila ficaria superior? Não - apenas estaria claro que não há nada de fundamentalmente diferente entre você e o gorila: entre você e o gorila haveria uma sequência de indivíduos gradualmente diferentes entre si, e você não poderia estabelecer um critério de quem é superior e quem é inferior.

Além desses argumentos racionais, a discussão repousa antes de tudo na mera empatia - não falhasse a empatia, esses argumentos não seriam necessários, como não são necessários grandes argumentos para falar que têm dignidade equivalente o pagão e o cristão, o romano e o bárbaro, o nobre e o plebeu, o homem livre o o escravo, e por aí, qualquer impressão de superioridade intrínseca de um em relação ao outro é uma ilusão e repousa em preconceitos socialmente adquiridos.

Será esse o caso do gorila e do homem? Coloquemos, em um experimento mental, lado a lado um homem e um gorila, e deixemos de lado quaisquer elucubrações sobre os méritos dos parentes desses indivíduos, sobre suas capacidades intelectuais, sobre sua beleza, ou sobre qualquer outra coisa que não venha ao caso... analisemos o que aqueles indivíduos são em si mesmos, a sua natureza em seu sentido mais intrínseco, natureza que estaria ali nossa frente, em toda sua composição material e espiritual - se estiver despido de preconceitos, diferentemente você conseguiria intuir uma diferença gritante de um em relação ao outro em matéria de dignidade. É só imaginar um E.T. tendo que fazer essa análise, e, para facilitar ainda mais, o exemplar de homem em questão tendo alguma deficiência mental, ou o E.T. analisando recém-nascidos gorilas e humanos - decerto essas condições não prejudicarão o experimento mental, já que a dignidade humana não é menor em deficientes e recém-nascidos.

Eu justificaria a morte do gorila do zoológico como aquilo que aconteceu em A Guerra dos Mundos: para garantir a segurança de sua filha, o personagem de Tom Cruise teve que matar um cara que estava pirando e chamando a atenção de extraterrestres. Ainda que o cara não seja culpado pelo perigo que causa, e ainda que ele pudesse tranquilizar-se no instante seguinte e não mais trazer perigo, o risco é muito grande e sua morte torna-se moralmente plausível. Mas repare que o argumento não envolve superioridade ou inferioridade, trata-se apenas da nossa tendência de proteger nossos parentes mais próximos.

Nossa Haran Sério? De Ciro Gomes a Tom Cruise, tudo pra querer dizer que o motivo pelo qual a morte do gorila é o melhor caminho do que a morte do garoto é "pela tendência de proteger nossos parentes mais próximos"? :lol:

Entendo, agora que alguém conseguiu usar argumentos decentes ao invés de se esquivar (Oi Ecthelion) que posso ter me expressado mal na questão do "Somos superiores". Mas falo isso pra ser mais direto no motivo pelo qual o tiro letal foi a melhor saída. Porque não podiam arriscar a vida de um humano em detrimento a de qualquer outro animal.

Novamente. Por quê a criança é mais importante?

Porque é humana.

Como bem disse o Ranza. Se coloque no lugar do zoo. Eles que criaram, viram o gorila crescer, se tornar parte da "Família" deles, e um grande símbolo do lugar. Acha que foi fácil? Que não analisaram várias outras opções? Com certeza cogitaram o dardo tranquilizante. Tentaram distrair o gorila sem sucesso, etc... Mas não podiam arriscar matar um humano ao invés de um animal, por mais querido e raro que ele fosse.
 

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