Esse anime caiu no esquecimento né? Ninguém fala mais dele. Pra mim é um anime do nível de Death Note, Shingeki no Kyojin, Fullmetal Alchemist e Steins;Gate - ótimos animes de ação/fantasia que não são gigantescos como Dragon Ball, quer dizer, têm de 25 a 75 episódios, e têm começo, meio e fim. No caso de Code Geass, são 2 temporadas, cada uma com 25 episódios. Comecei a rever depois de 9 anos, e de início temi que a experiência não fosse tão legal, porque dos cinco, é o anime mais "caricato" e "otaku": tem duas dúzias de personagens, como o cientista gayzão, a princesa de cabelo rosa, o protagonista
com roupa de vampiro e voz impostada, robozões, etc. Os traços são super alongados, todos personagens são magérrimos. Mas depois que você suspende a descrença e embarca, é muito foda.
É uma mistura de Death Note, V de Vingança e, sei lá, Power Ranger ou qualquer coisa japonesa que tenha robôs gigantes. É um mundo alternativo em que o Império Britânico (situado na América, a família real inglesa fugiu pra América após a invasão napoleônica, lembra o Brasil nesse ponto) dominou o Japão com a recém criada tecnologia de knightframe (aka robôs gigantes). O Japão passa a ser uma colônia do Império, denominado de área 11. Lelouch, o personagem principal, lembra o Raito de Death Noite: ganha um poder sobrenatural logo no primeiro episódio, o geass - ele dá comandos às pessoas e elas obrigatoriamente obedecem, do tipo "pule do precipício", etc. Como Death Note, esse poder está sujeito a uma série de regrinhas que o personagem descobre aos poucos e tenta inteligentemente manejá-las, a principal é que cada pessoa só pode sofrer os efeitos do geass uma única vez. Além disso, Lelouch também é um príncipe brittanian exilado no Japão, cuja mãe morreu. Ele, como o V (de Vingança), assume uma persona mascarada, o Zero, e, usando o seu poder, cria uma rebelião contra o Império. O segundo personagem principal é o Suzaku, que é um japonês amigo de infância de Lelouch, cuja família acolheu-o no exílio. Só que o Suzaku é um soldado pró-Império.
Tem uns momentos muito épicos, e em termos de último episódio (S02E25) e fechamento da história, bate fácil todos aqueles animes ali (exceto Shingeki, que não posso julgar pois só vi a primeira temporada). É um final foda, surpreendente e ainda por cima que admite duas interpretações e as duas igualmente coerentes e interessantes.
Por ser um anime bem otaku, tem seus defeitos, por exemplo alguns arcos em ambiente escolar mais voltados pra comédia, e algumas escolhas de roteiro, mas não vou detalhar aqui, até porque eles aparecem mais na segunda temporada, que ainda não revi. Talvez não me incomode tanto quanto da primeira vez. Já a primeira eu achei uma temporada bem redonda... Depois de ter assistido umas séries de 25 episódios, 40 min, 2, 3, 4 temporadas, tinha esquecido quanto bons animes conseguem ser econômicos, quer dizer, 25 episódios de um anime equivalem a 12.5 episódios de uma série regular.... Difícil uma série percorrer um arco narrativo completo de início, meio e fim em apenas duas temporadas de 12 episódios, por exemplo. Em geral uma história menor é concluída, mas resta muito a se desenvolver em termo de evolução de personagens e acontecimentos. Algumas ficam incompletas, como House of Cards, outras essa evolução sequer é feita, como Sopranos*, outras demoram muito mais temporadas, como GoT e Breaking Bad, e
ainda assim têm várias falhas... fora séries que os acontecimentos se sucedem ao sabor da temporada, sem grande arco em mente, como House.
*Fãs da série podem querer chiar, mas convenhamos, Tony não evolui em nada durante a série, e a série tem inclusive um caráter cíclico, o que impede o último episódio desembocar no primeiro são apenas personagens mortos ou mais velhos. O arco com a psicóloga, por exemplo, que é um motor da série, é resolvido às pressas.