"Nib escuta Gorpo gritar sobre um fantasma, e ergue uma sobrancelha. Ele desce da carroça e se posta ao lado de Jonathan com sua besta. Ele não sabe o quanto ela vai adiantar contra um fantasma, mas quer estar precavido caso o "fantasma" não seja o que parece.
Ele pigarreia, pronto para fazer um de seus truques de sempre. Ele sabe que sua voz tem poder. Um mago já lhe dissera que o que ele fazia era magia e que com estudo ele conseguiria dominar esse poder, mas ele não levou isso a sério. Um feiticeiro dissera que era o despertar de seus dons, e que com treino ele poderia desenvolver poderes incríveis, mas ele também ignorou-o. Ele estudou um pouquinho de magia, o bastante para ler pergaminhos ou usar magias, e o que ele faz não se parece nada com isso: ele apenas brinca com as palavras, evocando seus sons e entonações mais fundos, e as coisas ocorrem: se ele fala palavras claras, brilhantes, piscantes, luzes aparecem; se ele fala palavras inteiriças, firmes, unidas, coisas quebradas se juntam de novo; e por aí ia.
Recentemente ele tivera uma sensação diferente, ouvindo uma das músicas do alaúde, e sentia que poderia reproduzi-la com algum treino. As notas da música deslizavam umas sobre as outras, como se escorressem de uma cascata, em uma melodia contínua e suave.
Ele pigarreia de novo. Uma vozinha incômoda em sua cabeça insiste em lhe dizer que ele nunca ouviu nenhuma música ou conto que fale de fantasmas e tenha um final feliz."