[align=justify]Pois é, aquela hora que o Tom ameaça se separar deles novamente (depois de ter passado um bom tempo na cadeia) e a Mãe pega um ferro na mão (acho que é) e começa a falar que ele não vai ir, senão ela vai bater nele ou algo assim. Caraca, aquilo é realmente assustador, a força da mulher catalisada pelo seu desespero de perder o filho e fazer a família se separar, tudo isso levando a condição de nervos a flor da pele que os Joad passaram ao longo da rota 66. Isso vem bem a calhar nessa questão que tu falaste, lhrodovalho, agora Luís Henrique Rodovalho.
Um comentário que acho que ainda não fiz mas que me lembrei agora e acho interessante: Quando Tom fala que ficou na cadeia todo mundo fica pesaroso e com pena dele, manifestando seus pêsames por ele e tudo o mais, e ele sempre responde que gostava de lá, que eles tinham o que comer, tinha rádio, amigos, mais tranquilidade etc. Isso é interessante porque mostra que a situação dos trabalhadores agrícolas no turbilhão da crise era tão desgraçada, que até viver recluso parecia uma boa opção (isso vem a calhar também se pensarmos Ratos e Homens, afinal, esses homens sofredores são realmente tratados como homens ou como animais?
Duas questões que gostaria de saber o que vocês pensam:
1. Quando Tom está chegando a terra dos Joad, bem no início do livro, antes de encontrar o Casey, ele se depara com uma tartaruga virada com o casco para baixo, sem poder se desvirar e seguir seu curso normal. Estive pensando sobre o significado disso e queria saber o que vocês pensam (depois posto o que pensei senão meu post fica muito comprido)
2. Aquele negócio de que, em cada barricada policial os Joad eram questionados sobre o fato de estarem ou não carregando mudas de plantas, o que era aquilo? Pensei (sem nenhum fundamento mais concreto) que talvez fosse porque, das duas uma:
2a) ou que, com aquela muda, os Joad (representando os trabalhadores de um modo geral) poderiam fazer um pomar e se tornarem produtores ou no mínimo auto-suficientes, não podendo assim engrossar as fileiras de mão-de-obra a ser explorada pelos proprietários;
2b) ou que, como a economia pós-crise (ou mesmo no olho do furacão, ou seria no olho do dust bowl?) passou a ser gerida de maneira direta pelo Estado, o trânsito de mudas poderia alterar os planos para recuperação econômica;
e aí, o que acham? (desculpem o tamanho do post)[/align]