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Pois é, na hora de descrever um carvalho ou uma pradaria, o cara perde a linha. Mas pra dar um mínimo de detalhe sobre um dos bichos mais picas que pisaram na Terra-média, se faz de sonso.Isso tudo só mostra que as pessoas reclamam das descrições de Tolkien pelos motivos errados. Deveriam dizer não que ele descreve demais ou coisas desinteressantes, mas que ele não sabe descrever suas criaturas de modo claro e sem ambiguidade. Bastava uma frase pra evitar dezenove páginas de debate na Valinor.
Isso tudo só mostra que as pessoas reclamam das descrições de Tolkien pelos motivos errados. Deveriam dizer não que ele descreve demais ou coisas desinteressantes, mas que ele não sabe descrever suas criaturas de modo claro e sem ambiguidade. Bastava uma frase pra evitar dezenove páginas de debate na Valinor.
12: Elvish: The Vague Years
Tolkien has a very strange, and I think very clever way of using description. As we all know, he describes the physical world with great—some might say painful—detail. We always know exactly what kinds of trees the hobbits are looking at. The writing of the novel kept being held up because Tolkien realized that he had made a dreadful mistake about the phases of the moon, and had to stop writing to find out how you would stew a rabbit on the march. But when it comes to talking about his fantasy creations, he is capable of being much vaguer. Artist after artist has floundered when trying to work out what the hell he meant when he said that the city of Minas Tirith looked like a ‘mountainous ship’. Wars have been declared about whether elves ears are pointed; and although a sort of received wisdom has grown up among Dungeons and Dragons players and other scholars that orcs have a vaguely porcine face, there’s nothing in the text to support this. In the Hobbit, Tolkien’s technique is journalistic: he tends to write as if he assumes that you know perfectly well what a dragon looks like, and don’t really need to be told. In the Lord of the Rings , he adopts a very suggestive style of description: hinting and implying and building up impressions, rather than offering solid, objective detail.
Fantasy artists are inclined to draw the ents as walking, talking trees: what Tolkien actually describes is
‘As tall as trolls they were, twelve feet or more in height, their strong bodies, stout as young trees, seemed to be clad with raiment or with hide of close fitting grey and brown. Their limbs were long and their hands had many fingers, their hair was stiff and their beards grey green as moss. …’
Tall, tree like men: this is a surprisingly un-specific description. Like any good author, Tolkien is making us do some of the work. We create the tree-men in our heads.
13: Does it matter whether or not Balrogs have wings?
I am fairly convinced that the Balrog which Tolkien describes is not the bat winged Miltonic demon of D&D illustrations. The Balrog, like Gandalf, like Sauron a Maia, a supernatural, angelic or demonic being who chooses to wear a physical form for his own purposes. I think that this is what Tolkien means when characters seem to grow taller or otherwise change their appearances—he’s pointing to the extreme dualism of his world, where physical form is only the outward appearances of a more important spiritual reality.
The Wraiths have no bodies, but are only spirit; when Frodo is in the shadow world he can see the bright figure of Glorfindel, because Glorfindel is a high elf. There is technical writing in his notes about how exactly ‘body’ and ‘soul’ interact in the person of an elf, although I would feel out of my depth talking about them.
I think that what Tolkien wanted the Balrog to be was a creature of spirit, or shadow, which had an indistinct human shape. To the question ‘Did it have wings’ Tolkien might have answered ‘Yes, if it wanted to.’ Because the Balrog is intended to be literally indescribable, we all make different pictures of it in our head. Pictures which may, or may not, have wings.
The fan, almost without knowing it, has created his own balrog; Tolkien’s description is a hook on which to hang our own inner demons. In a rather complex way, Tolkien’s writing has become the basis for us to create (or maybe map out or discover) our own inner landscape of dream world. Maybe he’s dropping same heavy clues and allowing us to dredge up images from our Jungian Unconscious, if we happen to have one.
The sane human being, more used to the Jane Austens or the Virginia Woolfs—writers who tell you things, who describe properly, and who put the plot in the actual book itself, not in the footnotes and the margins—simply sees rather poor descriptions and move on.
The extreme anger which some people feel because a particular painted balrog does, or doesn’t have wings; or because Peter Jackson’s troll is the wrong color are, I think, really saying ‘Your balrog is not my balrog; it’s not the picture I’ve made in my head’.
To which the answer is ‘No, dear, of course it isn’t.’
Maybe the hippies were righter than we thought when they mis-read Lord of the Rings as a drug-soaked tale about alternative lifestyles.
Não esquece de checar essa mensagem no fim da página anterior... isso pode ser o precursor de muita novidade "canônica" aparecendo.Se se entender que ele "deixou ambíguo de propósito", o tópico perde o sentido. A resposta seria: cada um imagina como quiser, o autor queria isso. Já podem chamar a moderação pra fechá-lo.
Eita!!!Postagem interessantíssima no fórum da Tolkien Plaza onde o autor supõe que o Tolkien recortou a página do livro de Mazarbul pra, deliberadamente, representar a silhueta de um Balrog com asas. E que isso era uma técnica usada em manuscritos medievais. Acho que eu mesmo vou acabar colaborando na discussão e colocar lá , traduzidas pro inglês, diversos insights que eu postei aqui e lá no meu blog.Comparem o furo na página do livro de Mazarbul com o gif Animado aí no link abaixoIronicamente a fonte é de "narvii" .comVer anexo 93718Ver anexo 93720Tolkien’s Picture of a Balrog - A Winged One - Lord of the Rings Fanatics Plaza
www.lotrfanaticsplaza.com
Eu tb acho isso....Creio que era uma combinação das DUAS COISAS. Tolkien queria mesmo cooptar a imaginação do leitor ao seu serviço a la Lovecraft quando fazia isso e TAMBÉM queria deixar as portas abertas para si mesmo e não se comprometer com nenhum "headcanon" que ele pudesse ter antes de consolidá-lo na página impressa.No caso dos Balrogs eu tenho minhas dúvidas sobre o quanto da falta de uma descrição mais precisa é decorrência de uma preferência do autor ou de sua própria indecisão. Visto que os Balrogs claramente mudaram muito ao longo dos textos/tempo. Talvez, mais que deixar pro leitor imaginar, ele queria não fechar nenhuma porta pra qualquer que fosse seu desenvolvimento posterior.
EDIT: Eu, particularmente, gosto das coisas abertas assim. Ainda mais quando se trata de texto de fantasia. Não gosto quando o autor quer imaginar tudo por mim, e sou muito pouco afeito a descrições muito visuais.
Eita!!!
Postagem interessantíssima no fórum da Tolkien Plaza onde o autor supõe que o Tolkien recortou a página do livro de Mazarbul pra, deliberadamente, representar a silhueta de um Balrog com asas. E que isso era uma técnica usada em manuscritos medievais.
Acho que eu mesmo vou acabar colaborando na discussão e colocar lá , traduzidas pro inglês, diversos insights que eu postei aqui e lá no meu blog.
Comparem o furo na página do livro de Mazarbul com o gif Animado aí no link abaixo
Ironicamente a fonte é de "narvii" .com
Ver anexo 93718Ver anexo 93720
Tolkien’s Picture of a Balrog - A Winged One - Lord of the Rings Fanatics Plaza
www.lotrfanaticsplaza.com
Eu comentei sobre a conexão Balrog e Ifrits nessa postagem aqui de anos atrás. E, concordo com vc tb. O modo como a "diabolização" dos Balrogs acabou fazendo deles monstros gargulescos é, provavelmente, um exagero do "senso comum" mas é um dos casos onde se explica tão bem como Tolkien consegue mexer com a cabeça de gente com imaginações e referências completametne díspares.Para além do demônio cristão medieval, pra mim a associação de um Balrog com um Ifrit (gênio árabe) é inevitável. Se pegar a franquia Final Fantasy, tem dois extremos de representação do Ifrit.
O Ifrit do FFVIII, por exemplo, é a versão bestial, muito mais próxima das representações dos Balrogs que vemos por aí.
Já o Ifrit do FFXV se parece muito mais com a minha visão de como seja um Balrog
O que falta é uma capa de sombras ao redor dele e fogo saindo pelas narinas. Aí ficaria bala.
Pois é, na hora de descrever um carvalho ou uma pradaria, o cara perde a linha. Mas pra dar um mínimo de detalhe sobre um dos bichos mais picas que pisaram na Terra-média, se faz de sonso.
Indicação: Já leram o A Trama da Maldade, Weaveworld do Clive Barker?