Éomer, meu Amigo, você nunca teve uma arma engatilhada na sua cabeça, né? Nem viu um amigo ser morto, ser assaltado e intimidado, um moleque que não aguenta um tapa seu folgar contigo e não poder dar um sôco por ele estar armado. Não teve um parente sequestrado, um traficante vendendo em frente da sua escola...
Amigos, só quem nunca sofreu na mão desses animais eé que tem pena e pensa em direitos humanos.
Eu, Amigos, falei pouco de mim nesse meu tempo de Fórum. Pois bem, eis o motivo; Eu crescí numa favela, numa casa feita de restos de madeira, num barraco, num dos bairros do m² mais caros de São Paulo, com apenas um tênis para usar, muitas vezes de 2ª mão. Uma vida sofrida.
Nem por isso virei ladrão, matei alguém, me afundei na droga e virei um desses animais. Eu sei o que é a violência, vejo-a todos os dias quando vou para o trabalho, no meu trabalho...
Não concordo
tem gente que não sofreu e é revoltada
e tem gente que sofreu e vai por outro caminho.
Mas acredito no seguinte:
- Quem tira vida, não consegue depois devolve-la. Então se tem a capacidade de matar por algumas notas, por "amor", por drogas, ou qualquer um desses motivos cretinos, deve pagar por isso.
- As punições são leves, porque um bandido teria medo de matar, se o maximo de pena que ele vai pegar é 32 ou 36 anos? (não lembro qual é o maximo no brasil, mais é por volta disso). Ai por bom comportamento reduz. Se pagar um bom advogado reduz... e por ai vai a merda...
- Se o cara pode pagar com a vida, acho que pensaria duas, três, quatro, cinco mil vezes antes de matar.
E por essas coisas que citei, eu não preciso ter uma arma apontada na minha cabeça, para acreditar.
Entendi o que você quis dizer, Hellchan.
Eu concordo em parte... eu acho que muita coisa tem que mudar, e realmente acho que deveria existir facilidade para resolver esse tipo de problema.
Na verdade, a legítima defesa de terceiro ta aí pra isso, o negócio é saber utilizar ela com moderação e nos momentos adequados. O problema surge no fato de:
1. Para que as pessoas não abusem desse instituto, a legítima de defesa só é considerada válida nos casos em que existe francamente tal excludente de ilicitude.
2. Como as vezes essa análise é feita sem bom senso, punindo-se quem não deve ser punido, muitos atiradores de elite ficam temerosos e não adotam as ações necessárias.
Aí fica essa meleca toda.
Não sou a favor de tirar a vida de todos sequestradores, sempre é pertinente tentar resolver o conflito através do diálogo ou de outra forma que não termine fatalmente - efetuar disparos contra pernas, braços, mãos, etc. -, mas concordo que em alguns casos o único modo de defender a vida da vítima é agindo de forma letal. Aí entra o que eu disse, cada caso é um caso, devemos avaliar quando há real perigo à vida de alguém e, mesmo assim, agir apenas do modo necessário. Esse tipo de ação não é ilegítimo, desde que praticada da forma correta
É dificil usar legitima defesa, quando tem um cara apontando uma arma pra ti, e você não tem NADA.
Não Hurin, eu realmente não tive uma arma engatilhada na minha cabeça uma única vez. Eu passei por dois assaltos e já tive três ou quatro armas engatilhadas na minha cabeça. E no segundo eu vi a minha mãe baleada na minha frente. A última vez por quase quatro horas, enquanto os vagabundos deixavam a minha família praticamente sem nada. E o meu pai levar uma coronhada covarde. E já vi amigos mortos por bandidos, sim. Eu também cresci em um lugar barra pesada, perdi amigos pro tráfico, mas também vi gente que dormia não num barraco, mas na rua e que nunca teve capacidade de fazer mal a uma mosca. E graças a Deus vários dos meus amigos que tavam se perdendo no mundo o meu pai ajudou a dar um futuro, um norte. Desafio qualquer um a dizer que eu não vi e vivi coisas tristes nessa vida, mas graças a Deus isso nunca despertou em mim um espírito de revanchismo. E depois de ver tantas vezes a morte de perto como eu poderia ser a favor da morte, não ser pró vida? graças a Deus eu acho que não me deixei contaminar, pois não desejo isso pra ninguém.
generalizações são sempre perigosas.
Mas continuo dizendo que, numa situação limite, foda-se a vida do bandido.
Vira bandido quem quer. Quem não se esforça. Quem se deixa cair nas drogas, no trafico.
Morar em favela, ter uma arma apontada pra ti, te oferecerem drogas, não acho que é desculpa pra certas atitudes.
Vimos diversas causas para a criminalidade aqui nesse tópico. Todas são igualmente inadmissíveis. Algumas são compreensíveis. O sistema econômico em que vivemos é altamente exploratório e excludente, e isso é fato inegável. As chances de "sucesso" não são de forma alguma igualitárias para todos, não importa o discurso ideológico hipócrita e demagógico. Um empresário bem sucedido e admirado, por exemplo, arremessa inúmeras pessoas na miséria. A retribuição vem à cavalo. Outra perspectiva é o psicopata (ou insira aqui um nome chocante à escolha), um sujeito a princípio tratado como doente.
O culpado deve ser punido, óbvio. Atentar contra alguém não tem absolutamente desculpa alguma. Aí é que busco a igualdade, assim como ele
deve ser punido, sua integridade
deve ser respeitada até o limite do possível (que se resume à ameaça extrema).
O sistema judiciário busca as causas de um crime, não somente analisar o crime em si e as consequências do tal crime. É pura ignorância não ver o fato numa perspectiva macro.
Generaliizar o poder de morte. Se o sequestrador está ameaçando uma vida, resolve-se isso instituindo o poder de morte a um terceiro (policial, magistrado, etc), ou seja, fazemos exatamente o que condenamos no sequestrador. É absurdo, é contracenso. Isso não é vacina pra colocarmos o problema como solução.
Coisa linda! Palminhas pra vocês.
Quem tem problemas mentais e/ou é mais desumano agora é o que eu gostaria de saber.
Jean Charles de Menezes assassinado por policiais britânicos com trocentos tiros na cabeça ao ser confundido com um terrorista, alguém lembra? Caso exemplar do que a liberdade de matar pode causar a inocentes num julgamento precipitado estabelecido a priori sem critérios.
Claro que não! Por isso eles vão
presos, alo-ou.
Kainof, pegar frases minhas retiradas do contexto e distorcer elas, não acho que vai ajudar a melhorar seu ponto de vista.
Se você, que é tão inteligente, tem bons argumentos, acho que pode se fazer desnecessária a retirada de fragmentos, de um contexto, afinal, suas respostas acabaram ficando incoerentes, se reler todo meu texto, e não apenas os fragmentos que você retirou.
Mas continuando a conversa... ^^
Pelo que li da resposta do pessoal, ninguém esta falando para matar todos os bandidos.
E engraçado, que raramente são os bilionários que morrem nas mãos de bandidos. Normalmente são mais pais de familias, jovens com futuro promissor... (e eu estou falando quando são BANDIDOS versus INOCENTES, e não quando são guerras entre bandidos, tráficos e etc...)
E psicopata é psicopata. Bandido é bandido. Se quer juntar os dois pra impacto, é outra história. Quando eu falei de psicapata, é UM CASO, DIFERENTE de bandido. E na nossa sociedade existe os dois. (como em qualquer outra sociedade).
E concordo que sua integridade deva ser respeitado. Mas ai ressalto que deve ser respeitada o tanto que ele respeita a de outras pessoas.
Na hora que o banido esta apontando uma arma na cabeça de um refém, existe poucos minutos para agir. Não dá pra convocar um bando de psicologos e traçar o perfil, chamar amigos e parentes para saber qual é a causa e porque o cara ta fazendo aquilo. Muitas vezes é matar ou morrer.
E concordo com você, não é a solução. Entretanto desculpa a minha frieza, mas entre matar um marginalzinho que ta ameaçando um inocente, ou deixar morrer um inocente, eu escolho o marginal.
Não acho que isso me torna igual ao marginal. O marginal teve escolha, teve chance de se render, teve chance de fazer algum bem. Já o inocente que ta nas mãos dele, não teve escolha nenhuma.
Se mesmo assim o bandido escolhe continuar agindo dessa forma, quem ta assinando sua morte, seria ele mesmo.
Sim, virou até filme o Jean Charles.
E sim, eles foram precipitados. E sim, precisa melhorar MUITO todo o sistema pra poder fazer essas coisas, sem erro.
Mas no caso que estamos falando aqui, é:
Um cara aponta uma arma na sua cabeça. Ele vai roubar tudo de você. Seu dinheiro, sua dignidade, sua vida. Você prefere que ele morra, ou que deixem você morrer?
Tirando o FÚRIA, NINGUEM sugeriu que desse arma nas mãos dos policiais para eles irem matando ai a paisana.
O que aconteceu com o Jean Charles é um erro ridiculo, pelo que entendi, ele não tava com uma arma na mão para atirarem assim nele. Foi confundido com um homem-bomba, mas ninguém tinha certeza. E isso foi um erro.
A maioria aqui esta se referindo aquele que tem certeza que ta com uma arma apontada pra cabeça de um inocente.
Tenho a leve impressão que como você mesmo disse, não dá para generalizar.
O caso do Jean Charles não tem NADA haver com o caso citado aqui. E com a força policial que muitos aqui concordam em usar.
E como ja disse no começo desse post, sobre prisões...
Isso é muito pouco no nosso Brasil. E ja expliquei o motivo.
Olha, não to tentando convencer ninguém.
Apenas estou mostrando meu ponto de vista. Não quero que concordem comigo ou discordem. Não quero mudar a cabeça de ninguém.
Espero que essa conversa continue sadia.
Eu realmente estou gostando bastante, tem alguns pontos legais para se pensar.
Se eu faltei com respeito com alguém, peço desculpas, as vezes, na empolgação, posso digitar algo que possa ter um sentido meio duvidoso.
Mas é isso ai^^