A investigação da Polícia Federal (PF) sobre os eventos ocorridos em 8 de janeiro avança na coleta de provas que sugerem a participação dos “kids pretos,” membros das Forças Especiais do Exército, em ações de incentivo e facilitação da invasão das instalações dos Três Poderes, em Brasília.
De acordo com fontes ligadas à apuração, imagens das câmeras de segurança na Esplanada e depoimentos de manifestantes indicam que os “kids pretos” estavam estrategicamente posicionados na Praça dos Três Poderes durante os eventos tumultuados daquele dia. A informação foi divulgada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
No decorrer da investigação, a Polícia Federal coletou depoimentos e evidências que sugerem que esses militares podem ter liderado a invasão do Congresso Nacional, abrindo passagens no teto do edifício e orientando outros manifestantes.
O mesmo método foi observado na invasão do Palácio do Planalto, onde os “kids pretos” utilizaram gradis para facilitar o acesso à entrada principal do palácio. Nos depoimentos, vários dos golpistas presos por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) mencionaram a presença desses indivíduos no meio da multidão e disseram ter sido orientados sobre o rumo a tomar.
Atualmente, a PF enfrenta o desafio de identificar com precisão os indivíduos envolvidos e determinar o grau de participação de cada um nas invasões, com base em imagens e depoimentos.
Alguns dos “kids pretos” já identificados incluem o general da reserva Ridauto Fernandes, alvo de busca e apreensão recentemente, conhecido por seu apoio a intervenções militares e defesa da ditadura militar.
Vale destacar que vários outros “kids pretos” ocuparam cargos de destaque no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), totalizando pelo menos 26, de acordo com a revista Piauí. O próprio Bolsonaro tentou ingressar nessa tropa durante sua carreira militar, chegando a completar a primeira etapa de treinamento como paraquedista.
Um deles foi o general Luiz Eduardo Ramos, que comandou a Casa Civil e a Secretaria-Geral da Presidência, além da de Governo, e por Eduardo Pazuello, que comandou a Saúde durante o período mais crítico da pandemia. Além disso, o tenente-coronel Mauro Cid também era membro das Forças Especiais.