Nunca um evento histórico brasileiro foi registrado a partir de tantos ângulos e tantas câmeras. Os perfis invasores propiciavam a conexão entre a invasão e aqueles que estavam de fora, que acompanhavam os acontecimentos via mídias sociais. Antes mesmo que a imprensa e as autoridades entendessem o que se passava, milhões de bolsonaristas assistiam ao vivo à invasão por meio dos celulares de milhares de agressores. É quase como se tudo estivesse sendo feito pelos perfis apenas com o intuito de criar conteúdo para as redes sociais. A quebradeira, a destruição da porta do armário do ministro Alexandre de Moraes, o brasão da República jogado sobre uma cadeira, tudo era produção de imagem para gerar engajamento nas redes.
Se em Junho de 2013, as redes foram fundamentais para levar as pessoas às ruas, em 8 de janeiro de 2023, as pessoas foram às ruas para levar mais pessoas aos seus perfis de rede social. Por isso, essa data entrará para a história brasileira como o primeiro evento “instagramável” da mobilização política.