No meio das crises política e econômica, Ciro Gomes voltou a aparecer com bastante ênfase na mídia, e são tantas entrevistas que dão o que falar e é tão nítida a perspectiva de uma nova candidatura em 2018 que eu acho que tá valendo um tópico aqui para falar dele.
Não vou ser cínico, quem me acompanha no Facebook sabe que eu virei quase um fã. Não como se não enxergasse os defeitos, mas porque as qualidades que ele tem eu acho valiosas, raríssimas e particularmente necessárias para o momento que a gente está vivendo: ficha limpa, sem pacto com a pilantragem do meio político (ou seja, liberdade para fazer o que deve ser feito) e experiência na gestão pública (secretário, prefeito, governador, Ministro da Fazenda, Ministro da Integração Nacional). Também me agrada a maioria dos seus posicionamentos pessoais em debates jurídicos, lastreados por sua formação, e econômicos, por sua instrução.
O que pesa contra ele é o conhecido temperamento incisivo, e talvez parta uma inflexibilidade a partir disso. A frequente troca de partidos políticos é a demonstração disso. Ele mesmo diz que sua vida partidária é uma tragédia, e justifica que a maioria das trocas foram decorrência de decisões dos partidos que iam de encontro com seus princípios. Faz até sentido, mas também sugere uma possível dificuldade para transigir. Por outro lado, a mudança de partidos, no caso dele, não se confunde com a mudança de perfil político. Aparentemente, ele é filiado a um mesmo ideal de centro com inclinação à esquerda desde quando o próprio PSDB ainda era assim. E seus mandatos no Executivo não parecem ter sido muito conflituosos.
Após assumir a diretoria da Transnordestina, pareceu que ele não ia retornar à vida pública, até se abstinha de dar qualquer declaração sobre o cenário político, mas quando se filiou ao PDT ficou claro que voltaria a militar, e a sua bandeira central tem sido o combate ao impeachment, por faltar justa causa jurídica (exatamente como combateu o impeachment petista a FHC, ao qual era oposição ferrenha, mesmo após derrotado numa eleição em que todos os debates foram boicotados).
Enfim, apesar de defeitos acho que Ciro Gomes, mesmo bastante rodado, sustenta intocada sua trajetória, e eu confesso que tô botando muita fé nele. Se fizer alguma grande merda vai ser uma enorme decepção. E nestes tempos em que uma parcela significativa da população está cansada da polaridade inútil e desgastada em que se transformou a nossa política (e prova disso é a expressiva votação em Marina no ano passado), talvez as chances dele sejam boas para 2018. Até porque não tem mais esposa para cujo papel ele dizer que é dormir com ele.
Não vou ser cínico, quem me acompanha no Facebook sabe que eu virei quase um fã. Não como se não enxergasse os defeitos, mas porque as qualidades que ele tem eu acho valiosas, raríssimas e particularmente necessárias para o momento que a gente está vivendo: ficha limpa, sem pacto com a pilantragem do meio político (ou seja, liberdade para fazer o que deve ser feito) e experiência na gestão pública (secretário, prefeito, governador, Ministro da Fazenda, Ministro da Integração Nacional). Também me agrada a maioria dos seus posicionamentos pessoais em debates jurídicos, lastreados por sua formação, e econômicos, por sua instrução.
O que pesa contra ele é o conhecido temperamento incisivo, e talvez parta uma inflexibilidade a partir disso. A frequente troca de partidos políticos é a demonstração disso. Ele mesmo diz que sua vida partidária é uma tragédia, e justifica que a maioria das trocas foram decorrência de decisões dos partidos que iam de encontro com seus princípios. Faz até sentido, mas também sugere uma possível dificuldade para transigir. Por outro lado, a mudança de partidos, no caso dele, não se confunde com a mudança de perfil político. Aparentemente, ele é filiado a um mesmo ideal de centro com inclinação à esquerda desde quando o próprio PSDB ainda era assim. E seus mandatos no Executivo não parecem ter sido muito conflituosos.
Após assumir a diretoria da Transnordestina, pareceu que ele não ia retornar à vida pública, até se abstinha de dar qualquer declaração sobre o cenário político, mas quando se filiou ao PDT ficou claro que voltaria a militar, e a sua bandeira central tem sido o combate ao impeachment, por faltar justa causa jurídica (exatamente como combateu o impeachment petista a FHC, ao qual era oposição ferrenha, mesmo após derrotado numa eleição em que todos os debates foram boicotados).
Enfim, apesar de defeitos acho que Ciro Gomes, mesmo bastante rodado, sustenta intocada sua trajetória, e eu confesso que tô botando muita fé nele. Se fizer alguma grande merda vai ser uma enorme decepção. E nestes tempos em que uma parcela significativa da população está cansada da polaridade inútil e desgastada em que se transformou a nossa política (e prova disso é a expressiva votação em Marina no ano passado), talvez as chances dele sejam boas para 2018. Até porque não tem mais esposa para cujo papel ele dizer que é dormir com ele.