Giuseppe
Hey now
Estou relendo o livro. Lord Henry é muito desagradável, mas é um dos personagens mais marcantes da literatura; acho que quem lê o livro acaba lembrando mais dele que do Dorian. Apesar de eu não gostar do sujeito é inegável que ele rouba a cena toda vez que aparece. É um fanfarrão, gosta de dizer coisas que chocam as pessoas e se contradiz o tempo todo. Enfim, aqui é o tópico das citações. Gosto da cena em que Henry e Dorian se conhecem.Que livro fascinante O Retrato de Dorian Gray! Merece a fama. As passagens que eu marquei mais vezes são de Lorde Henry, cujos aforismos exortam um hedonismo extremo e frequentemente repugnante, mas que por vezes fazem a gente pensar. Desde que não nos deixemos influenciar malignamente como ao protagonista da obra, valem alguns momentos de excitação filosófica (mesmo que para discordar). Por exemplo:
"Quanto menos sincero for o homem, mais puramente intelectual será a ideia, pois, nesse caso, não será colorida por sua necessidades, nem por seus desejos, ou preconceitos. Gosto mais de pessoas do que de princípios, e gosto de pessoas sem princípios mais do que qualquer outra coisa na vida".
"A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais".
"As pessoas gostam de dar aquilo de que elas próprias mais necessitam".
"Quando um homem comete um ato completamente estúpido, sempre o faz inspirado pelos mais nobres motivos".
"Se uma personalidade me fascina, acho deliciosa sua maneira de expressar-se, seja ela qual for".
"Sim, Dorian, você sempre gostará de mim. Significo para você todos os pecados que jamais teve coragem de cometer".
"Talvez uma pessoa nunca se sinta tão à vontade como quando representa um papel" (aqui já é uma narração psicológica do próprio Dorian, mas nitidamente influenciado por Harry).
"O homem que chama pá a uma pá deveria ser obrigado a usá-la" (exaltação da arte pela arte e desprezo pela literatura realista).
"Lord Henry looked at him. Yes, he was certainly wonderfully handsome, with his finely-curved scarlet lips, his frank blue eyes, his crisp gold hair. There was something in his face that made one trust him at once. All the candor of youth was there, as well as all youth's passionate purity. One felt that he had kept himself unspotted from the world. No wonder Basil Hallward worshipped him. He was made to be worshipped."