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Seria necessário ter um foco?
A tentativa de entender o que está acontecendo com o povo na rua é o esporte favorito do brasileiro nos dias de hoje. O que antes seria discutir o melhor nome para a criação ofensiva da Seleção foi substituído pelo debate acerca dos resultados e motivações da juventude que cansou de beber Todinho, zoar todos na internet paga pelo pai e foi reivindicar algo que nem sabe ao certo o que é. Ponto para essa galera.
Parece consenso que os centavos do transporte coletivo ficaram pequenos perante a fúria que estamos vendo. A dispersão da pauta é notória: transporte coletivo, educação de qualidade, gastos com a Copa do Mundo, PEC 37... De cada coisa um pouco, tal qual a combinação de temperos de um prato especial.
O que acalmaria a massa? A volta dos preços das passagens ao valor anterior? Cancelar a Copa do Mundo de 2014? Usar a base governista para abortar a PEC 37? Todas juntas? E o povo ainda continuaria nas ruas? Tenho certeza que os gabinetes estão fervendo de ideias de como conter a decepção geral da população.
Um movimento com dispersão de causas pode ser importante no aspecto comportamental, nas mudanças de intenções dos governantes, na criação de uma consciência coletiva de cidadania. Mas, no frigir dos ovos, um movimento com tantas pautas não costuma alterar efetivamente a ordem. Um foco específico talvez fosse interessante.
Por outro lado, em um baita exercício de futurologia, talvez o maior legado desse movimento seja mesmo o entendimento pelo poder constituído que acabou a fase da groselha. Que a população não aceita mais a velha conversa fiada que não resolve nada. Daí sim caminhar para uma agenda específica de reivindicações.
E, na minha opinião, o primeiro ponto deveria ser relacionado ao transporte público. Foi isso que catalisou o movimento. E esse deveria ser a pauta prioritária de resolução do poder público. A responsabilidade tem que ser puxada pelo Governo Federal. A causa extrapolou a competência dos municípios. A pauta é do Brasil.
Como Brasília poderia coordenar um movimento nacional de passe livre amplo, geral e irrestrito? Não faço a mínima ideia. Tem gente muito bem paga de terno e gravata no Distrito Federal para dar essa resposta à presidenta. Só sei que quando há vontade política, tudo se resolve e a grana aparece.
Somos um país rico. R-I-C-O. Sétima economia do mundo. Se isso não servir para franquear todo transporte público urbano no Brasil, não serve para nada. A não ser enriquecer quem já é podre de rico desde as capitanias hereditárias.
Não aceitar que o Congresso aprove a PEC 37 seria outra pauta plausível. Mas tem que direcionar a ação para deputados e senadores, constranger na base da pressão. Olho vivo, faro fino e estar pronto para ocupar as ruas largas da capital federal a qualquer momento.
Temos um fato evidente: a coisa não vai esmorecer sem uma ação real do governo. Se eles demorarem a entender, serão engolidos pelas ruas. O que aconteceu hoje na porta da Prefeitura de São Paulo é só o começo. Sem respostas rápidas e que convençam, sabe-se lá qual será o fim.
FONTE: http://www.aredacao.com.br/colunas/29118/pablo-kossa/seria-necessario-ter-um-foco
Amon disse:Yup. O preco ainda n esta satisfatorio.
Grimnir, nao estamos na situacao de depender da boa vontade de politico para revisar custos. Estamos na situacao de dizer e impor a melhor forma de resolver o problema.
"Ninguem entende" eh conversa furada. A ideia eh simples:
Preco = custo + lucro.
Custo = salario dos motoristas, aluguel das estacoes, manutencao, combustivel, etc.
O calculo complexo eh o do lucro, pq tem verba de repasse pra licitacao e uma porrada de outras coisas que nao interessam pro povo.
Ainda n existe a informacao do custo. Por isso ainda n existe o preco ideal. O objetivo, entretanto, eh diminuir o preco, se o lucro estiver desproporcional (e todos imaginamos que esteja)
Claro que pode ser que nao, mas essas infos so serao confiaveis depois que o MP terminar a investigacao (ou entao caso a CPI dos transportes de certo)
Que começo de texto podre. Não preciso nem dizer que a última frase coloca todas as manifestações de direita automaticamente como injustas.
Ué, a primeira citação diz que o MPL não foi o responsável pela massificação do movimento, mas a segunda citação diz que o MPL tem o direito de vetar o que quiser. Afinal, o movimento é ou não do MPL?
Ridículo esse texto (sem ofensas, ricardo). Estão todos enchenco a boca pra dizer que não é por causa de 20 centavos, existem dezenas de bandeiras e causas sendo defendidas, mas nenhuma pode ser de direita. Cidadão mesmo é só quem é de "esquerda". Lamentável.
René Guenon disse:É realmente esse o caráter mais visível da época moderna: necessidade de agitação incessante, de contínua mudança, de velocidade sempre crescente, como aquela em que se desenrolam os próprios acontecimentos. É a dispersão na multiplicidade, e numa multiplicidade que já não está unificada pela consciência de qualquer princípio superior. Na vida corrente, assim como nos conceitos científicos, é a análise levada ao extremo, a divisão indefinida, uma verdadeira desagregação da atividade humana em todas as ordens em que se exerça; e daí a inaptidão para a síntese, a impossibilidade de qualquer concentração, tão surpreendente aos olhos dos orientais. Essas são as consequências naturais e inevitáveis de uma materialização cada vez mais acentuada, porque a matéria é essencialmente multiplicidade e divisão, e é por isso, digamos de passagem, que tudo o que dela procede só pode engendrar lutas e conflitos de todas as espécies, tanto entre os povos como entre os indivíduos. Quanto mais nos afundamos na matéria, mais os elementos de divisão e de oposição se acentuam e se ampliam; inversamente, quanto mais nos elevamos em direção à espiritualidade pura, tanto mais nos aproximamos da unidade, que só pode ser plenamente realizada pela consciência dos princípios universais.
[...]
Seria muito fácil mostrar que a igualdade não pode existir em lugar nenhum, pela simples razão de que não poderia haver dois seres que fossem ao mesmo tempo realmente distintos e inteiramente semelhantes entre si sob todos os aspectos. Seria fácil também salientar todas as conseqüências absurdas que decorrem dessa idéia quimérica, em nome da qual se pretende impor por toda parte uma completa uniformidade, por exemplo distribuindo a todos ensino idêntico, como se todos fossem igualmente aptos a compreender as mesmas coisas e como se para as fazer compreender os mesmos métodos conviessem a todos indistintamente. Pode-se, aliás, perguntar se não se trata mais de “aprender” do que de “compreender” realmente, ou seja, se a memória não é substituta da inteligência na concepção inteiramente verbal e “livresca” do ensino atual, em que se visa apenas a acumulação de noções rudimentares e heteróclitas, e em que a qualidade é inteiramente sacrificada à quantidade, tal como se produz por toda a parte, no Mundo Moderno.
Gostaria de dizer algo sobre as manifestações e me 'manifestar' ideologicamente aqui. Eu tenho acompanhado pelas redes sociais (além dos atos em Cubatão e em Santos, onde fui participar ativamente) a sequência dos eventos e dos efeitos dos eventos nas consciências individuais de certas pessoas, manifestantes ou não, além de uma certa consciência coletiva, semi-ideológica e plenamente ideológica.
Como disseram o Movimento Passe Livre existe já há algum tempo, luta por certas medidas, certas mudanças práticas na qualidade do transporte público, a forma como se deveria administrar o serviço, e ideologicamente, é um movimento de esquerda. Não é um partido nem um movimento que prega, pelo menos que eu saiba, essa ou aquela medida genericamente classificada como 'de esquerda', mas assim se denomina, de forma mais ou menos genérica, por seus membros parecerem ser ativos membros da esquerda, se manifestarem, agirem, reivindicarem direitos tendo como pontos epistêmicos e filosóficos a longa tradição de pensadores marxistas mais ou menos ortodoxos etc. Isso todo mundo sabe, ou deveria saber.
Por outro lado, o MPL jamais considerou, pelo que vejo, a necessidade de se aderir a certos princípios ideológicos mais claros da 'direção' embora, claro, creio eu, os deixassem bem claros para que as pessoas soubessem quem eles são, o que defendem etc. Isso é belo e moral, sem problemas aqui. O problema mesmo começa quando os manifestantes se multiplicaram fantasticamente, quando uma montanha de pessoas passou a aderir às manifestações. Seria vingança contra a PM? Um sentimento latente de revolta contra a forma como o Brasil, o Estado, seu município, enfim, a Nação, é administrada, governada e fiscalizada? Um instinto bestial de quebrar coisas? Um coice no queixo das autoridades pela forma trollesca como somos tratados diariamente por elas? Creio haver um pouco disso tudo aí, tudo junto e misturado, e talvez algo mais.
Uma analogia é aquilo que os pensadores tradicionalistas consideravam ser a identidade espiritual da massa: sua identidade como prakrti, a substância indiferenciada de que purusha, o espírito, se utiliza, o Sol iluminando as potências vitais da Lua, o Céu se casando com a Terra, para que dessa união sagrada (hierogamos) se nasça o cosmo. O cosmo é então o reino hierarquizado dos espíritos que formam uma matéria composta de infinitas possibilidades, que só se atualizam pela mesma energia espiritual solar. Já falei disso aqui antes. Sol e Lua. Céu e Terra. Purusha e Prakrti. Julius Evola considerava as castas como tendo uma identidade metafísica: os brâmanes possuem toda a autoridade espiritual do Alto, os xátrias a missão sacerdotal e política (sem separação) de governar o Estado como os deuses ao cosmo, os vaixás organizam suas vidas conforme o regime puramente econômico e material do cosmo, seguidos pelos sudras, que são a poeira, os inferiores, escravos, trabalhadores. Quanto mais próxima estiver do Alto mais distante a casta está da Matéria, quanto mais Alta for mais longe estará das paixões, da violência, dos desejos e prazeres imundos, das taras e obsessões, das influências psíquicas mais baixas e mesmo inférnicas e mais próxima da ciência, da purificação das paixões e controle dos instintos, das virtudes, do comedimento, prudência, controle de si, e dotados dos maiores poderes mágicos e espirituais, seguidores do mais árduo e santo ascetismo. Sim, é um pensamento totalmente anti-moderno a ponto de ser chocante.
Os governos se seguem, e novos governos se seguem aos antigos, por conta de revoluções de diversos tipos, sejam puramente religiosas, científicas, ou puramente políticas, mas claro que no mundo não existe nada de 'puro', existe toda uma relação mais ou menos orgânica em tudo que é humano. A crítica tradicionalista se foca no caráter involutivo dos ciclos da manifestação, em como as ideologias manipulam as massas ou as direcionam, como verdadeiras marés que eles surfam, para demolir o castelo da elite dominante e substituí-la, nunca por algo melhor (raramente) mas por uma elite amparada por uma ideologia pior, ou seja, cada vez mais materialista e espiritualmente decadente. Quanto mais involuída, dissoluta, decadente está uma sociedade maior valor ela dará a ideias e instituições que representam esse estado mais material, mais inferior da manifestação, o dos instintos e paixões.
Toda essa lenga-lenga metafísica que eu sei que ninguém aqui vai concordar serve pra amparar meu ponto. O que levou as multidões às ruas não foi patriotismo, nem uma verdadeira consciência política, mas um estado normal de todo grande levante, a insatisfação da massa com a forma com que é tratada pelos governos. É uma insatisfação legítima mas que nesse caso não tem como ser coordenada exceto muito fragmentaria e pragmaticamente por pequenos grupos regionais de líderes que nada mais fazem que tentar dar alguma organização a algo que grita em uma época que os princípios da massificação, da prakrti, explodem por todos os lados, de forma caótica, descontrolada, aglutinadas em certas bandeiras muito díspares, em certa insatisfação e em certa 'festa' de orgulho nacional, de militância por não sei o quê.
É nesse contexto que enxergo algumas discussões nas redes sociais: esquerdistas se sentem 'roubados' por uma suposta 'apropriação' de seus direitos pelo que chamam de 'fascismo', cheiram 'golpe' nessas manifestações mais amplas em vez de apoio. É até compreensível essa reação pelo contexto em que se iniciou o movimento e pela própria natureza militante da esquerda brasileira, tão intensamente envolvida em questões sociais, na luta por direitos aos moldes progressistas etc. É um engano porém, pensar que haja tal instrumentalização porque a direita brasileira, seja liberal ou conservadora, é completamente incapaz de articular qualquer coisa do tipo e o próprio apartidarismo nas ruas coíbe esses delírios, nem há qualquer organização nesse sentido em diversos outros pontos da própria agenda 'fascista'. De outro lado existe aquele grupelho de conservadores, essa olavetaiada e muitos monarquistas, que se inflamam falando de 'golpe comunista', de instrumentalização da massa, que logo se iludiram com o apartidarismo e engrossaram as fileiras da prakrti, justificando essa adesão pela expulsão dos partidos. Não se trata de 'autoritarismo', mas da exacerbação pela absoluta falta de representatividade nos meios democráticos 'oficiais', além de muito ufanismo e uma idiotice contra-revolucionária bem sintomática. O ponto que quero traçar aqui é o seguinte: a naturalidade orgânica que a esquerda militante possui nos fronts 'revolucionários', sua ligação histórica e, principalmente, ideológica com uma cultura de manifestação ativa. Daí a ojeriza aos 'coxinhas'. Já a direita, além de não ter uma unidade e nenhuma representatividade (oficial, ao menos), tem quase nenhuma cultura militante, pode até ter certo envolvimento em causas sociais e na promoção da agenda progressista mas isso se limitaria mais a uma burguesia, uma classe média alimentada por clichês vários. Pelo que eu percebo entre os conservadores o que existe mesmo é toda uma 'mitologia da revolução' que demoniza o marxismo como a pior calamidade da história e o responsável pelo mal no mundo, tudo em uma visão gnóstico-fatalista de péssimo gosto e é nesse nível boçal que a coisa se manteve e nem mesmo essa cultura impediu conservadores de se unirem aos 'coxinhas' e 'comunas de Satanás'. Enfim... lembrei também dos liberotários, digo, libertários fazendo coro aos gritos liberais exigindo 'menos Estado', 'privatização'. Isso poderia ter gerado muita merda em termos práticos mas não, afinal, quem liga pros anarcomiguxos e a bosta da Ayn Rand?
Coisa muito diferente ocorre com certa extrema-direita. Não sei como vai as coisas com os neo-nazis e fascis assumidos, mas as manifestações, inicialmente vistas com ojeriza, foram apoiadas, suportadas e a elas aderiram de forma muito entusiástica, muitos integralistas e vários tradicionalistas que eu conheço. Isso é muito interessante, porque mostra bem como a questão mística da 'revolução' é uma coisa verdadeira pra essas pessoas (sim, porque nem de 'grupos' se podem chamar), como é verdadeiro o legítimo sentimento de comunhão com as críticas da esquerda às privatizações e enxugamento do Estado, enfraquecimento das instituições e da eficácia da política e do próprio diálogo democrático pelos entraves e compromissos assumidos pelo governo com as elites econômicas do país e mesmo alianças aos interesses globalistas de vários tipos. Críticas ao capitalismo de forma geral e posicionamentos geopolíticos estão sempre em pauta quando os revolutionary-conservative se unem a protestos de todo tipo. Eu acho essas convergências muito interessantes e confesso que muito do meu interesse nesses protestos se deveu a uma curiosidade pela forma como que, em discurso e na prática, se daria essa participação.
De resto, tirando esses 10% (sendo generoso) de participações mais politizadas e bem informadas (embora igualmente confusas pelo rumo todo da coisa) o grosso das manifestações é de coxinhas mesmo, de pessoas de classe média exigindo ter seus direitos respeitados, o fim da corrupção, e toda uma série de medidas a nível federal, estaduais e municipais, inicialmente como apoio a São Paulo por conta da repressão de uma polícia militarizada e desumana, posteriormente como aquilo que todo o movimento nacional é: através dessas difusas bandeiras, desse apartidarismo vago e dogmático ao mesmo tempo, dessas reivindicações mais ou menos concretas, ufanismo e até mesmo certas alucinações 'revolucionárias' e 'anarquistas' por parte de uma massa de gente do tipo mais improvável, de coxinhas a proletários, de representantes da mídia a trabalhadores comuns, angariando ódios burgueses contra o petismo, mágoas marxistas contra o lulismo, um sentimento ardente, explosivo, apaixonado de revolta da prakti, da massa indiferenciada e amorfa contra algo muito indefinido a que decidiu chamar 'governo', por conveniência. Aí existe certo oportunismo embora eu considere isso muito vago pra ser chamado realmente assim, e é aí que ouvimos coisas fantásticas, como esquerdistas chorando que anarquistas estão se aliando aos 'fascistas' e outras barbaridades do tipo, que só demonstram como ninguém entende bem o que está acontecendo, quem está manipulando quem, se há manipulação, se há levante revolucionário ou um fogo-fátuo pseudo-primaveril, enfim, uma zorra do caralho. Prakrti. Caos.
Só queria observar que essas 'análises' minhas se dão baseado no que vi em certos manifestantes tanto pelo facebook como pelos artigos de blogs e notícias que li aqui e acolá, além de conversas com diversos amigos meus e seus conhecidos. É uma coisa muito tosca, pueril, de alguém que não tem lá muitos conhecimentos em política, tem pouquíssima margem, etc, posso ter falado muita merda, mas a minha conclusão é essa mesmo. A massa se descontrolou, transbordou e o que se iniciou como um apoio se inflamou em uma coisa muito maior, mais perigosa, descontrolada e que pode acabar, se apagar de uma hora pra outra. Ou não. E é por isso que eu apoio as manifestações e participo ativamente. Primeiro, porque quero conhecer essas pessoas, seus sonhos, desejos e ideias, por mais vagos e infantiloides que sejam na maioria dos casos, quero compreender como se forma essa consciência na prática, o desenrolar dos acontecimentos, a formação de uma luta política que se desprega não apenas das ideologias dominantes como de toda e qualquer ideologia exceto de restos misturados e mastigados delas, quero mergulhar nesse caldeirão de fogo que pode se apagar amanhã. Ou não. Esse 'não' me interessa. Segundo, quero sentir na pele e conhecer como se articulará a resposta do governo, em suas diversas esferas administrativas e ideológicas, a esses gritos descompassados. Quero aprender. Terceiro, quero entender o movimento, a direção pela qual a roda segue não importa, o que importa é ver como se caminha pela estrada, como se articula e se desenvolve a marcha da revolução, aquele fogo indistinto e primevo que me incendiou na adolescência e hoje volta a me chamar a atenção pela própria natureza do tradicionalismo, a Revolução é Deus. Não é Deus como está na Bíblia e na Tradição de forma geral, falo aqui do caráter ígneo da prakrti, do seu fogo abrasador de potencialização de forças vivas que mesmo que não tenham praticamente nenhum referencial para se formarem, se cristalizarem em algo coeso, se tornam combustível. Mas combustível para que...? Não sei.
Só o que eu sei é que existe algo metafísico e profundo nesses gritos, nada que eu tenha inventado, nenhuma ilusão que eu tenha criado, mas existe algo, algo que mesmo que não frutifique em nada sólido, pode ser sim o começo de uma nova forma de se fazer política, de falar e ser ouvido, uma forma de lembrar ao governo para quem eles governa. Nesse caso, eu fico com o Caos. Em outras palavras apoio as bandeiras mais concretas da redução da tarifa de ônibus enquanto observo o desenrolar dos acontecimentos.
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Quanto a esquerdistas com choradeira de 'sequestro do movimento', to aqui cagando de montes pra vancês.
Significado de Suprapartidário
adj (supra+partido+ário) Que está acima da ideologia de qualquer partido.
http://www.dicio.com.br/suprapartidario/
É muito errado a monopolização de um alto objetivo pela esquerda principalmente porque as reivindicações são todas suprapartidárias.
Corrupção, transporte, educação, saúde, segurança.
Todo partido tem obrigação de defender as necessidades principais e o ato de excluir grupos num momento como esse é ignorância. As divergências acontecem só em relação aos projetos e programas (cada partido tem o seu), mas a necessidade sempre foi geral e una.
Não é só a situação (PT) ou a esquerda que podem ter direito a protesto. A direita também tem a garantia da constituição para fazer o mesmo e mais que isso (todo cidadão tem hora que é obrigação exercer cidadania e cobrar).