Brasil "B" passa em "vestibular" dos pênaltis e pega Argentina no exame final
Daniel Tozzi
Enviado Especial
Em Lima (Peru)
A seleção "B" do Brasil saiu vitoriosa do primeiro clássico na Copa América, ao derrotar nesta quarta-feira o Uruguai nos pênaltis, depois de empate por 1 a 1 no estádio Nacional, em Lima, na semifinal da competição. A equipe de Carlos Alberto Parreira saiu atrás no placar no primeiro tempo, empatou no começo da etapa final e só definiu a vitória nas penalidades, quando brilhou o goleiro Júlio César.
Maicon persegue o uruguaio Carlos Diogo
Agora, o teste final do grupo que Parreira levou ao Peru acontecerá no domingo, na final diante da arqui-rival Argentina. Antes do início da competição, o treinador brasileiro afirmava que um confronto com os argentinos seria ideal para avaliar a capacidade dos jogadores que foram à Copa América.
Este será o primeiro confronto direto entre Brasil e Argentina numa decisão de Copa América. Em outras oportunidades os dois rivais acabaram nas duas primeiras colocações da competição. Mas, nestas ocasiões, as duas principais seleções da América do Sul nunca decidiram o título num jogo final direto.
Contra o Uruguai, a arbitragem do mexicano Marco Rodriguez, tanto criticada pela comissão técnica brasileira na véspera, não foi das melhores no aspecto disciplinar. O árbitro que no jogo de estréia do Brasil distribuiu nove cartões amarelos (cinco para os brasileiros), só puniu um jogador nesta quarta. Com uma postura passiva, Rodríguez fez vista grossa a lances ríspidos, permitindo que o jogo se tornasse duro
O jogo
Logo no primeiro minuto de jogo, o Uruguai chegou perto do gol. Depois de uma cobrança de escanteio, a defesa brasileira afastou a bola da área. No rebote, Delgado lançou nas costas da zaga para Dario Silva. Livre, o atacante finalizou de perna esquerda e só não marcou porque Júlio César fez grande defesa, desviando o chute para escanteio.
Depois agüentar alguns minutos de pressão, o Brasil conseguiu responder aos 4min, quando Adriano escapou pela esquerda em contra-ataque. O artilheiro da Copa América ganhou da marcação na corrida e finalizou rasteiro, exigindo boa defesa de Viera. No rebote, Kleberson bateu forte e mais uma vez o goleiro uruguaio evitou o gol.
Aos 12min, Dario Silva desperdiçou mais uma grande oportunidade de gol. Mas, desta vez, o uruguaio nem tinha Júlio César pelo caminho.
O lance de infelicidades começou quando Juan desviou de cabeça, tirando das mãos do goleiro brasileiro. A bola então bateu na cabeça de Bueno e sobrou livre para Dario Silva na pequena área. Sem goleiro, quase debaixo da trave, o uruguaio acabou chutando por cima do gol.
Mas, aos 22min, o Uruguai levou vantagem no jogo aéreo para abrir vantagem no placar. Pérez cobrou falta pela esquerda, Sosa subiu entre a marcação brasileira e desviou de cabeça. Antes de entrar no gol, a bola ainda pingou na frente de Júlio César e depois encobriu o goleiro da seleção.
Adriano comemora o gol no segundo tempo com Luís Fabiano e Kleberson
No último lance do primeiro tempo, a seleção brasileira conseguiu ameaçar o gol uruguaio pela primeira vez. Edu acertou um belo chute de fora da área e exigiu boa defesa de Viera. Desta forma, o Brasil foi para o intervalo em desvantagem.
Depois do descanso, a seleção brasileira voltou diferente no segundo tempo. Antes do primeiro minuto, Luís Fabiano foi lançado na direita, avanço na área e bateu cruzado. Adriano chegou antes que o goleiro Viera e desviou para as redes. Foi o sexto gol do atacante, artilheiro na competição.
Com o empate, o Brasil passou a dominar a partida e quase chegou ao gol da virada em chutes de fora da área de Adriano e Alex. Mas depois os brasileiros diminuíram o ritmo e o Uruguai equilibrou o jogo no meio-campo.
Aos 43min, depois de um chute cruzado de Adriano, Júlio Baptista bateu forte, mas Viera salvou o Uruguai. Com a igualdade no placar após 90 minutos, a semifinal acabou decidida nos pênaltis.
Nas penalidades, Luisão, Luís Fabiano, Adriano, Renato e Alex acertaram as cobranças, enquanto o goleiro Júlio César defendeu o chute de Sanchez e assegurou a dramática vitória brasileira.
BRASIL
Júlio César; Maicon, Luisão, Juan e Gustavo Nery; Renato, Kleberson (Júlio Baptista) e Edu (Diego); Alex; Adriano e Luís Fabiano
Técnico: Carlos Alberto Parreira
URUGUAI
Viera; Diogo, Bizera, Montero e Dario Rodriguez; Sosa, Christian Rodriguez (Sanchez), Delgado e Pérez (Pouso); Dario Silva e Bueno (Forlán)
Técnico: Jorge Fossati
Data: 21/07/2004 (quarta-feira)
Local: estádio Nacional, em Lima
Árbitro: Marco Rodriguez (MEX)
Auxiliares: Nelson Cano (PAR) e Freddy Vilty (BOL)
Cartão amarelo: Delgado (U)
Gols: Sosa, aos 22min do primeiro tempo; Adriano, a 1min do segundo tempo
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Jogo suado.
L Fabiano mais uma vez decepcionou. Já Alex foi muito bem, me surpreendeu.
