Tchurma..estou de volta depois de alguns dias sem visitar o board, mas li todos os replys e queria agradecer novamente pela força e pelas dicas. Eu e meu amigo reeditamos o trecho postado inicialmente no tópico, e queria que vcs dessem uma lida. Em breve colocarei mais alguns trechos.
Galiel ao entrar no templo, percebeu o fanatismo daquela congregação. Estavam todos com as mãos erguidas, e gritavam palavras sem sentido algum, ou pelo menos não possuíam significado para o anjo. Era um templo grande, com capacidade para umas mil pessoas, e naquele momento estava completamente lotado. Ele então começou a passar pelo corredor central, onde também podia se ver alguns humanos ajoelhados, rezando. Passou perante o líder deles, quando finalmente achou um bom local para descansar. Era uma espécie de tanque vazio, onde provavelmente eram realizados batismos. Ali entrou e sentou-se.
Estava desgastado mental e fisicamente, pois as imagens de seu amigo Mitzrael agonizando em seus braços, ainda lhe doía à alma. Galiel destruiu os assassinos de seu irmão, mas ficou muito ferido, pois aqueles eram renomados e habilidosos em espada e magia. Foi uma grande perda para as tropas infernais, sem dúvida. Galiel sangrava muito e sentia terrivelmente a perda do amigo, pois os anjos são muito sentimentais, enquanto os demônios são frios e objetivos. Mas aquela dor pareceu acender um sentimento proibido no coração dos anjos: o ódio. Esse sentimento pode se transformar numa força inimaginável, tanto perigosa para o próprio anjo, quanto para seus inimigos. Não há registros em todas as tropas celestes de alguém que não tenha se auto destruído ou ter se enchido de trevas após seu coração ter sido dominado completamente pelo ódio. Todos os anjos antes de se tornarem soldados celestiais, aprendem desde cedo sobre esse perigo e muitos outros. Mas apenas anjos jovens, desprovidos de experiência e com corações vaidosos, iludidos ao se julgarem capazes de controlar tal força, caíram nesse abismo negro. Galiel precisava com certeza de um bom tempo para se recuperar totalmente. A princípio aquele templo parecia um bom refúgio, pois os soldados do inimigo não gostavam muito de entrar em templos religiosos, com exceção daqueles que eram dedicados ao culto deles próprios. Por mais que estivesse fraco, não sentia a presença de ninguém por perto, nem de inimigos, nem de aliados.
Quando se sentiu seguro e acomodado, começou a prestar atenção nas palavras do orador. Ele dizia coisas sobre o Apocalipse, sobre a perdição dos pecadores e pessoas queimando no inferno. Para o anjo, aquelas palavras soavam como estórias sobre fantasmas contadas em acampamentos. Sentiu uma enorme vontade de se materializar perante os olhos de todos aqueles humanos e contar apenas um pouco de tudo que na verdade aconteceu e poderia acontecer um dia, mas não podia. Tinha que se limitar a apenas assistir e agir como um pastor olhando todo o seu rebanho prestes a cair em um precipício. Mas ao mesmo tempo sentiu um enorme pesar em seu coração, pois naquele meio sentia a presença de almas sinceras e desesperadas, procurando naquelas palavras um conforto para suas tristezas e falta de esperança. A alma do anjo se entristecia ao perceber que toda a confiança depositava por milhares de pessoas, era simplesmente uma mentira, um conto de fadas. Mas a paz momentânea foi logo quebrada. Sentiu a presença de inimigos, que se aproximavam de forma tão rápida quanto seus pensamentos. Provavelmente tinham localizado os corpos de seus colegas e de Mitzrael, e seguiram o rastro deixado pelo sangue do anjo.
Esforçou-se novamente para sentir a presença de alguém para lhe ajudar, mas foi em vão, estava sozinho. Levantou e aproximou-se do púlpito, onde o orador pregava, pois lá podia ter uma melhor visão do ambiente. Se aquele humano naquele momento tivesse seus olhos abertos, levaria um tremendo susto ao se deparar com aquela criatura alada e brilhante, com um pouco mais de três metros de altura, bem ao seu lado.
Pelo portão principal, passaram então três anjos negros, todos empunhando longas espadas feitas com uma espécie de metal tão escuro quanto uma noite fria de inverno. Um deles se destacava: tinha grande estatura e usava vestes imponentes, provavelmente era um oficial das trevas. Já com os olhos fixos em Galiel, eles se separaram, indo o maior pelo corredor central e um em cada corredor lateral. Possuíam feições belas e más ao mesmo tempo, mas corroídas pelo tempo e por pensamentos maus. Eles já não ouviam mais as vozes dos humanos que estavam no templo, pois naquele momento estavam ainda mais presos a sua dimensão. O Anjo de luz tentou disfarçar da melhor maneira seus ferimentos, e então levantou sua espada sagrada, e a luz emitida por ela iluminou ainda mais o ambiente, um brilho tão forte que conseguiu vencer a luminosidade do sol forte que brilhava naquele dia. O líder dos demônios, ao perceber a imponência de seu adversário parou, e olhou fixamente nos olhos do anjo, talvez tentando procurar em seu coração alguma fraqueza para tirar proveito. Pareceu não encontrar nada, ou se encontrou, achou que ainda não era o melhor momento para usá-la. O anjo das trevas sabia que ali a sua frente, estava um adversário a altura, de espírito nobre e leal ao seu criador. Galiel sentindo o perigo eminente, fechou os olhos, e se apoiou com as duas mãos em sua espada.
Então o Demônio falou numa voz alta e imperiosa, dando a sensação de que muitas vozes saíam de sua boca ao mesmo tempo :
- Sou Borlok, Capitão da sétima legião. Entregue sua espada agora e sua vida será poupada. Mas caso não o faça, prometo que terás uma morte dolorosa, tão intensa quanto à eternidade.
Galiel nada respondeu, e nem se quer abriu os olhos, provocando ainda mais a ira dos demônios. Então Borlok, impaciente, levantou seu braço esquerdo, que segurava a cabeça decepada de Mitzrael e novamente falou:
- Vejo que tu preferes ter o mesmo fim de seu amigo, tolo anjo. Pois não é essa, a cabeça de alguém q lhe era caro?
Ao ouvir aquilo, Galiel abriu seus olhos e apertou ainda mais forte o cabo de sua espada. Ergueu-a e cambaleou, de modo que os demônios puderam ver claramente os ferimentos e o sangue do anjo. Os demônios indo pela lateral avançavam rapidamente, enquanto Borlok caminhava em lentos passos pelo meio do templo, sempre com o olhar fixo no anjo e na sua espada.
Naquele momento, pensamentos rápidos passaram pela mente de Galiel. Ele lembrou dos dias de paz na Cidade Celestial, dos seus amigos e do rosto belo de seu Criador. Então reuniu toda a força restante de seu espírito e entregou seu destino. Seus inimigos se aproximavam e a escuridão que saía de seus corpos era tão poderosa que sugava a luminosidade que ele emanava. Em um mesmo ambiente existiam duas situações distintas. Em uma dimensão, um grupo enorme de religiosos reunidos, e em outra, tres demônios prestes a entrar em conflito com um anjo.
Um dos demônios levantou vôo, e usando sua espada, assemelhou-se a uma lança rápida e mortal, indo em direção ao anjo. Galiel saltando de forma impressionante, conseguiu esquivar-se do golpe fatal, enterrando sua espada nas costas do anjo negro, que caiu já sem vida no chão. Sem dar atenção ao ataque mal sucedido de seu companheiro, o outro demônio investiu contra o peito de Galiel, que como num ultimo esforço, esquivou-se, sofrendo um corte no braço esquerdo. O anjo negro só percebeu o caro preço de seu erro após sentir sua garganta sendo atravessada pela espada de Galiel, caindo em seguida inerte no chão.
Galiel já praticamente sem forças, voltou sua atenção ao líder dos demônios, já bem próximo a ele. De espada negra de Borlok saíam muitas línguas de fogo que consumiam tudo que estava em sua volta. As chamas da morte tentaram atormentar os olhos de Galiel, mas o brilho de sua espada ainda lhe deu rápida proteção. Mas num golpe rapido, Borlok fez um enorme e profundo corte no peito de Galiel, que foi jogado para trás, caindo novamente dentro do tanque.
Mas para a sorte de Galiel, naquele mesmo momento o som de muitas trombetas pode ser ouvido e Borlok, olhando rapidamente para todos os lados, rapidamente se retirou voando do templo.
Poucos segundos depois, aproximadamente quinze anjos chegaram no local de batalha, e encontraram Galiel caído, ao lado do corpo sem vida de dois demônios. Os anjos sorriram e sentiram seus corações aliviados ao verem o anjo ainda com vida, ao lado de sua espada sagrada.
Parabéns se vc chegou ateh aqui lol
Edited by - Steve Perry on 21 December 2001 09:38:55