Re: Indicações (74ª Semana)
Indico
Jostein Gaarder.
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Semana passada não tive chance de fazer uma apresentação adequada, mas agora farei.
Não, não será uma mini-biografia. Motivos totalmente pessoais!
Imagino que Jostein não será um escritor que reverberará pela história, não é um grande filósofo ou escritor revolucionário, não é o mestre Sócrates, nem Platão, mas me ajudou a crescer. Talvez a época tenha sido propícia, e por isso tenha sido um autor marcante, de diversas formas, eu fui solidificando parte do que sou hoje.
Ler os livros dele me deram margem pra ver o quanto o mundo é grande, não só geograficamente. Entendem, o mundo é imenso, de conhecimento, de ideias, de teorias... muitas escolhas minhas moldaram-se a partir desse conhecimento. Não sei tudo, e nunca vou saber. Bang!
Então, fazendo adequadamente uma explicação de
por que indicar Jostein Gaarder.
Uma vez, lembro como se fosse ontem, minha professora de sociologia, filosofia e história nos fez a pergunta na prova:
"Por que aprender história e o que a fazia importante?"
(Sociologia mexe com a gente, entender o homem e complicado, imagina a sociedade inteira?)
Eu só lembro de ter parado, pensando, naquela época poucas coisas eram difíceis, era fácil tratar o mundo indiferente, e eu só respondi: "-Porque as pessoas precisam saber de onde vem, pra saber aonde vão!
A vida, ela é sempre a mesma, as pessoas que são diferentes. Momentos parecidos, pessoas parecidas, e mesmo assim, tudo é diferente.
Se é um mundo igual, então quero saber o que formou o modo de pensar, de agir e reagir do homem, as culturas, as guerras, o 'mundo de hoje' e, poder compreender o que vai ser do mundo amanhã."
Era simples, era rápido e era curto. Eu
"quero poder ler o mundo, entender as pessoas". Estava descobrindo que a história/sociologia/filosofia podiam me ajudar nesse objetivo, tanto que, no meio do caminho, antes de passar a ler o mundo, eu li Sócrates, e ele disse "conhece-te a ti mesmo". A palavra virou uma oração: conhecer-me antes e passar a desbravar o mundo, porque não posso entender nada, se não posso entender-me (me entender
), depois ler as pessoas, os dias, os anos...
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Mas tinha outra questão na prova:
"Seja sincero, é uma resposta pessoal. Se fosse você a estar no lugar de Sofia, o que acha que teria feito? teria se dado conta? teria descoberto o segredo? Realmente teria arriscado correr atrás das pistas ou o medo, o comodismo a/o teria dominado?" (Detalhe que, era a questão que mais valia. Eu guardei a prova de recordação).
Era muita fácil dar a resposta que todos dariam. "É claro que sim, eu teria prestado atenção nas pistas, blá, blá, blá..."
Eu repassei as aulas, os filósofos, a filosofia de vida que sigo. Relembrei d"O mundo de Sofia", que havia desbravado ideias distintas, contrárias e intransigentes, e sabem a resposta que dei?
-"Não!
Não teria tido a coragem de ir atrás, muitas coisas teriam passado despercebidas, eu estaria desatenta, estaria acomodada, minha zona de conforto era boa, e a dela (sofia) também. Daria no mesmo.
EU teria ficado na minha casa e esquecido as cartas, mas ela não, ela seguiu...
Isso fez a diferença e isso
me fez diferente.
Devemos ser eternos rebeldes, eternos insatisfeitos. Não com a vida, mas consigo mesmos. Sempre tentar melhorar, e essa melhora não acontece mudando os outros, mas a si próprios.
No fim, Gaarder não fez nada, deu o impulso. rsrsrs
P.S: Fui a única que tirou máxima na prova, mas até hoje fico em dúvida se existia uma resposta certa pra essa pergunta.
Não deve existir.
Enfim, votem no Tio Gaarder! o/