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Melhores (e piores) leituras de 2020

Se ainda fosse apenas Crepúsculo...
Mas agora você está lendo Julia Quinn... :lol:
Em minha defesa, eu ainda não comecei a ler Julia Quinn. Se eu terminar Pretérito Imperfeito, do Bernardo Kucinski, hoje, amanhã começo O Duque e eu. ( :lol: ). Aliás, já que falei sobre Pretérito Imperfeito, ele estará na minha lista de melhores leituras do ano. Que livro devastador!
Seja como for, provavelmente vou dar uma chance ao Kawabata; só que esta edição que eu tenho é bem tosquinha, duma coleção antiga. De repente eu adquiro uma lindona da Estação Liberdade e comece por outro título mais relevante...
Já que o senhor não confia mais no meu bom gosto, confie no do Finarfin, e dê uma chance para Kyoto.
 
Kyoto talvez seja o livro do Kawabata que menos coisa tenha pra ser contada. Mas, pra mim, o livro se sobressai pela forma que é contado. Kawabata escreve como se pintasse um quadro.
Nesse aspecto a Estação Liberdade tem como atrativo não apenas a bela edição, mas também a tradução direta do japonês pela Meiko Shimon. Não sei se é o caso das outras edições.
 
Poxa loxa... eu tenho esse aqui parado. Será que vale a pena? :think:

Eu adorei, um dos meus favoritos do Kawabata.
No fim das contas é questão de gosto, só lendo pra saber se vale a pena.
Pelo menos é curto e leve, não exige muito esforço.

Kyoto talvez seja o livro do Kawabata que menos coisa tenha pra ser contada. Mas, pra mim, o livro se sobressai pela forma que é contado. Kawabata escreve como se pintasse um quadro.
Nesse aspecto a Estação Liberdade tem como atrativo não apenas a bela edição, mas também a tradução direta do japonês pela Meiko Shimon. Não sei se é o caso das outras edições.

Concordo com tudo que o @Finarfin colocou, @Béla van Tesma . É uma questão de gosto.

Pra mim, foi uma leitura instrutiva, capaz de entreter e de instigar a curiosidade até, mas ao mesmo tempo foi uma leitura esquecível. Deixa eu tentar explicar...

O livro parece uma crônica do cotidiano do Japão do Pós-Guerra, conjugando um esforço entre o cultivo das tradições japonesas e um perene mal estar com a crescente ocidentalização dos costumes então em voga. Kawabata resgata as festas tradicionais, as celebrações dos santuários, as crenças populares, um pouco da cultura material. Suas descrições são instigantes, tremendamente visuais - como se pintasse um quadro, como disse o Finarfin.

Para além das cenas do cotidiano, há uma pitada de drama na vida da protagonista (Chieko), introduzida com a descoberta de uma irmã gêmea que ela desconhecia e que vivia em condições bastante duras, mas isso não é nada desenvolvido. Tive a sensação de que a própria Chieko e todo o núcleo de personagens são descentralizados - isto é, que eles importam menos que o cenário. A cidade de Kyoto brilha como um quase personagem do livro, mas seus personagens humanos e sua protagonista perdem muito em densidade e em interesse. E isso enfraquece o enredo. Por isso, para mim foi uma leitura esquecível.

Além disso, a leitura me causou um incômodo: em vários momentos, o Kawabata interrompe muito abruptamente cenas e diálogos, introduzindo uma quebra na dinâmica do texto, de maneira quase desconcertante. Este pode até ser um traço de seu estilo - não sei, não li outras coisas dele - mas não me agrada muito.

Um colega já havia me alertado que, embora ele mesmo goste do Kawabata, o seu estilo um tanto quanto inconclusivo talvez não agradasse a todos. Foi um pouco o meu caso. Achei o livro esteticamente bonito, mas realmente cheguei ao final com aquele "então é isso? acabou? WTF!".
 
Exatamente. O livro acaba sem final, e parece que nunca nem chegou a começar de verdade.
E vou falar que, nesse caso, deu um charme a mais no livro. Gostei, entre outras coisas, por causa disso e não a despeito disso.

Geralmente eu não gosto de livro descritivo. Quando o autor envereda em descrever muito algo eu leio meio batido sem prestar muita atenção e sem me esforçar pra tentar imaginar os detalhes. Devo ter algum grau significativo de afantasia.

Mas dou o braço a torcer pra alguns desses autores clássicos japoneses. Não sei o que eles têm mas me pegam de jeito nas descrições. Não posso nem dizer que é porque eles escrevem como se pintassem um quadro porque eu nem gosto de artes plásticas. Nunca fui muito visual. Mas tem alguma sensibilidade na descrição deles que eu não sei explicar. É diferente do que estou acostumado a ler no ocidente. Eles me encantam mais pela sensação que despertam em mim do que pela imagem da cena que criam.
O Tanizaki, por exemplo, em uma parte do livro Em Louvor da Sombra, descreve um banheiro tradicional japonês. Tinha tudo pra eu detestar, mas, pelo contrário, adorei.
 

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