Melian
Período composto por insubordinação.
A ideia para a criação deste tópico surgiu quando eu estava na Drogaria Araújo. Nesse lugar, perto dos caixas, há umas prateleiras de livros, todos caros, que, geralmente, eu não costumo parar para olhar. Certo dia, enquanto eu andava pela farmácia com a minha cestinha, e estava quase me dirigindo à fila do caixa, deparei-me com o título de um livro que chamou minha atenção. Se o título não fosse tão chamativo, eu jamais olharia para o livro em questão, nem iria tirá-lo da prateleira para ler a sinopse. Entretanto, assim que li o título, soube que precisava saber mais sobre aquela obra.
Trata-se do livro: Quantos eus que não são meus?, do Padre Fábio de Melo. Após ler a sinopse, coloquei o livro de volta na prateleira, mas seu título me acompanhou no trajeto de volta para casa. Não é um livro que eu compraria. Eu nunca comprei livro de nenhum padre ou de quaisquer líderes religiosos (ganhei a biografia do Lula de presente da Clarinha, no amigo oculto do ano retrasado. O Lula conta como líder religioso? ), mas um título psicanalítico desses, minha gente! Não comprei o livro, mas li o primeiro capítulo. Gostei. Segue um trecho para vocês apreciarem:
Os sonhos nos ajudam a entender o que queremos de nós. E é o próprio processo da vida que vai nos ajudando a distingui-los da ilusão. Sonhar é um atributo inerente à nossa condição humana, mas nem tudo o que sonhamos realizar faz sentido. Também é um atributo nosso a capacidade de discernir os sonhos que nos dizem respeito, distinguindo-os dos que não cabem no horizonte de nossas esperanças. O esclarecimento nos chega com a maturidade, pelas mãos do bom senso. [...] Há, contudo, pessoas que não podem, mesmo sabendo que o sonho não é uma ilusão, dar vazão aos processos que transformariam o sonho em realidade. Mas os sonhos não morrem? Não, nem envelhecem, como dizia o poeta. Eles amadurecem, porém não prescrevem. Quando não realizados, eles se resguardam num canto da memória e voltam a falar toda vez que recebem o direito à palavra. Portanto, nunca é tarde para retirá-los das gavetas e conceder-lhes a manufatura do presente.
Para dar seguimento à ideia do tópico, preciso citar um livro que eu comprei unicamente por causa do título: E do Meio do Mundo Prostituto só amores guardei ao meu charuto, de Rubem Fonseca. Ao ler o título da obra, tirado do Poema do Frade, de Álvares de Azevedo, eu só cliquei em "colocar no meu carrinho" (ou algo do tipo). Não li sinopse, não quis saber se o livro era "continuação", nada disso. Vi o título e decidi que precisava do livro. À época, diverti-me com a leitura. Romance policial. Mas o enredo é um grão de areia se comparado ao título, que é um universo de sentidos.
Agora, um livro para o qual eu, certamente, diria "nunca te li, sempre te amei": Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino. Sempre achei o título maravilhoso, mas nunca li o livro que é o terror da família tradicional brasileira.
Por ora, fico com os três livros mencionados. Quero ler os títulos que fizeram (ou fariam) vocês comprarem (com que vocês comprassem) algum livro.
Trata-se do livro: Quantos eus que não são meus?, do Padre Fábio de Melo. Após ler a sinopse, coloquei o livro de volta na prateleira, mas seu título me acompanhou no trajeto de volta para casa. Não é um livro que eu compraria. Eu nunca comprei livro de nenhum padre ou de quaisquer líderes religiosos (ganhei a biografia do Lula de presente da Clarinha, no amigo oculto do ano retrasado. O Lula conta como líder religioso? ), mas um título psicanalítico desses, minha gente! Não comprei o livro, mas li o primeiro capítulo. Gostei. Segue um trecho para vocês apreciarem:
Os sonhos nos ajudam a entender o que queremos de nós. E é o próprio processo da vida que vai nos ajudando a distingui-los da ilusão. Sonhar é um atributo inerente à nossa condição humana, mas nem tudo o que sonhamos realizar faz sentido. Também é um atributo nosso a capacidade de discernir os sonhos que nos dizem respeito, distinguindo-os dos que não cabem no horizonte de nossas esperanças. O esclarecimento nos chega com a maturidade, pelas mãos do bom senso. [...] Há, contudo, pessoas que não podem, mesmo sabendo que o sonho não é uma ilusão, dar vazão aos processos que transformariam o sonho em realidade. Mas os sonhos não morrem? Não, nem envelhecem, como dizia o poeta. Eles amadurecem, porém não prescrevem. Quando não realizados, eles se resguardam num canto da memória e voltam a falar toda vez que recebem o direito à palavra. Portanto, nunca é tarde para retirá-los das gavetas e conceder-lhes a manufatura do presente.
Para dar seguimento à ideia do tópico, preciso citar um livro que eu comprei unicamente por causa do título: E do Meio do Mundo Prostituto só amores guardei ao meu charuto, de Rubem Fonseca. Ao ler o título da obra, tirado do Poema do Frade, de Álvares de Azevedo, eu só cliquei em "colocar no meu carrinho" (ou algo do tipo). Não li sinopse, não quis saber se o livro era "continuação", nada disso. Vi o título e decidi que precisava do livro. À época, diverti-me com a leitura. Romance policial. Mas o enredo é um grão de areia se comparado ao título, que é um universo de sentidos.
Agora, um livro para o qual eu, certamente, diria "nunca te li, sempre te amei": Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino. Sempre achei o título maravilhoso, mas nunca li o livro que é o terror da família tradicional brasileira.
Por ora, fico com os três livros mencionados. Quero ler os títulos que fizeram (ou fariam) vocês comprarem (com que vocês comprassem) algum livro.
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