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Escrevi uma pseudorresenha lá pro site da Amazon. Pensei em reorganizar as ideias, entrar um pouco no mérito da trama, e fazer uma resenha melhorzinha depois pro blogue que, néam, nunca inaugurou de fato. Opiniões.
Você lerá uma porção de resenhas pela internet concordando num ponto: o livro começa numa cena de batalha confusa que se prolonga por 50 páginas, durante as quais o leitor fica perdido entre nomes de pessoas, de lugares, de dinossauros e toda sorte de informações que são despejadas sem o devido tempo para processá-las. Só depois disso é que, pouco a pouco, o leitor consegue compreender quem é quem e mais ou menos como funciona a geopolítica do mundo. Mas a inexistência de um MAPA do mundo de Paraíso, nesta edição da DarkSide, tal como havia no original, agrava inescapavelmente a confusão e é um ponto negativo para a editora.
O estilo literário de Victor Milán é um tanto raso, eu diria até amador em vários pontos. Me surpreende saber que ele na verdade já tem uma carreira longa e bem consolidada. As cenas de combate são sempre muito confusas e entediantes (ele deveria ler a Eneida e aprender com o mestre Virgílio), e com frequência ele vomita dados aleatórios e completamente irrelevantes, como a cor da barriga do dinossauro que levou uma flecha, e se era listrada ou não, e a cor do capacete do sujeito que disparou a flecha, e se tinha penacho ou chifre, ou o que fosse. Disso resulta um texto bem menos leve e fluido do que poderia nas mãos de um autor bom de fato. Sem falar nas referências eróticas que permeiam a obra e culminam numa cena de estupro completamente gratuita para a trama. O autor parecia um adolescente espinhento com os hormônios à flor da pele escrevendo certas passagens...
Outro agravante aqui, que não é culpa de Milán, fica por conta da editora DarkSide: a tradução de Alexandre Callari não consegue maquiar os defeitos do texto original, e pior: estou convencido de que lhe acrescenta um tanto de outros problemas. Callari seguramente não tem a proficiência na sua língua materna, e isso se faz notar em praticamente todas as páginas do livro. O mau uso da nova ortografia resulta em nomes compostos de dinossauros (que são muitos) sendo escritos sempre sem hifens e causando uma confusão dos diabos no meio dessas cenas de luta e outras.
Mas a cereja no bolo da desgraça é mesmo culpa dos revisores (sim, no plural): contei cerca de uma centena de erros de revisão nesta 1.ª edição do livro, que eu espero sejam corrigidos urgentemente pela DarkSide. Os erros vão dos mais simples, como uma letra faltando na digitação, ou letras trocadas por descuido -- o que em si já denuncia a má revisão --, até erros grosseiros de gramática, como formas verbais erradas e concordância precária, etc. Tudo isso junto e misturado resulta numa EXPERIÊNCIA DE LEITURA DESASTROSA.
O projeto gráfico do livro, é preciso dizê-lo, é LINDO. Nesse ponto, e somente nesse ponto, a DarkSide está de parabéns. Foi uma pena não terem tido o mesmo esmero na tradução e revisão; e na inclusão de um mapa, que teria sido fundamental num romance cheio de nomes de lugares. A capa dura encarece o produto, mas se valesse a pena guardá-lo na coleção isso não seria um impeditivo, seria antes um incentivo a comprar o livro. Entretanto, por todo o exposto acima, eu não recomendo comprar o livro, muito menos lê-lo, e inda menos mantê-lo consigo. Faça qualquer um dos três por sua conta e risco.
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Detalhes do produto
Você lerá uma porção de resenhas pela internet concordando num ponto: o livro começa numa cena de batalha confusa que se prolonga por 50 páginas, durante as quais o leitor fica perdido entre nomes de pessoas, de lugares, de dinossauros e toda sorte de informações que são despejadas sem o devido tempo para processá-las. Só depois disso é que, pouco a pouco, o leitor consegue compreender quem é quem e mais ou menos como funciona a geopolítica do mundo. Mas a inexistência de um MAPA do mundo de Paraíso, nesta edição da DarkSide, tal como havia no original, agrava inescapavelmente a confusão e é um ponto negativo para a editora.
O estilo literário de Victor Milán é um tanto raso, eu diria até amador em vários pontos. Me surpreende saber que ele na verdade já tem uma carreira longa e bem consolidada. As cenas de combate são sempre muito confusas e entediantes (ele deveria ler a Eneida e aprender com o mestre Virgílio), e com frequência ele vomita dados aleatórios e completamente irrelevantes, como a cor da barriga do dinossauro que levou uma flecha, e se era listrada ou não, e a cor do capacete do sujeito que disparou a flecha, e se tinha penacho ou chifre, ou o que fosse. Disso resulta um texto bem menos leve e fluido do que poderia nas mãos de um autor bom de fato. Sem falar nas referências eróticas que permeiam a obra e culminam numa cena de estupro completamente gratuita para a trama. O autor parecia um adolescente espinhento com os hormônios à flor da pele escrevendo certas passagens...
Outro agravante aqui, que não é culpa de Milán, fica por conta da editora DarkSide: a tradução de Alexandre Callari não consegue maquiar os defeitos do texto original, e pior: estou convencido de que lhe acrescenta um tanto de outros problemas. Callari seguramente não tem a proficiência na sua língua materna, e isso se faz notar em praticamente todas as páginas do livro. O mau uso da nova ortografia resulta em nomes compostos de dinossauros (que são muitos) sendo escritos sempre sem hifens e causando uma confusão dos diabos no meio dessas cenas de luta e outras.
Mas a cereja no bolo da desgraça é mesmo culpa dos revisores (sim, no plural): contei cerca de uma centena de erros de revisão nesta 1.ª edição do livro, que eu espero sejam corrigidos urgentemente pela DarkSide. Os erros vão dos mais simples, como uma letra faltando na digitação, ou letras trocadas por descuido -- o que em si já denuncia a má revisão --, até erros grosseiros de gramática, como formas verbais erradas e concordância precária, etc. Tudo isso junto e misturado resulta numa EXPERIÊNCIA DE LEITURA DESASTROSA.
O projeto gráfico do livro, é preciso dizê-lo, é LINDO. Nesse ponto, e somente nesse ponto, a DarkSide está de parabéns. Foi uma pena não terem tido o mesmo esmero na tradução e revisão; e na inclusão de um mapa, que teria sido fundamental num romance cheio de nomes de lugares. A capa dura encarece o produto, mas se valesse a pena guardá-lo na coleção isso não seria um impeditivo, seria antes um incentivo a comprar o livro. Entretanto, por todo o exposto acima, eu não recomendo comprar o livro, muito menos lê-lo, e inda menos mantê-lo consigo. Faça qualquer um dos três por sua conta e risco.
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Detalhes do produto
- Capa dura: 480 páginas
- Editora: Darkside; Edição: 1ª (30 de setembro de 2015)
- Idioma: Português
- ISBN-10: 8566636740
- ISBN-13: 978-8566636741
- Dimensões do produto: 23,4 x 15,8 x 3,4 cm
- Peso do produto: 780 g
- Avaliação média: 3.9 de 5 estrelas Ver todas as análises (16 avaliações de clientes)
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