Juliana, a Viva Morta.
Já que este blog é meu, então falarei de minhas queridas e singelas criações. Hoje, comentarei sobre meu livro, ainda em fase de preguicite, chamado “Juliana, a Viva Morta”.
Ao contrário do que esse infeliz título pode levar a crer, não se trata de um diário de adolescente retardada que não sabe o que fazer da vida. Bom, até que poderia ser e, fosse eu uma cadela literária, já estaria produzindo não apenas um mas vários livros nesse segmento de adolescente besta, branca e classe-média que fala tolices e destila bobagens.
Mas não é o caso.
Se você não sabe, saiba agora: boa parte de minhas (poucas e boas) idéias de roteiros vem de meus sonhos. Eu sonho pra caramba, desde pequeno eu era assim e hoje, depois de grande, a quantidade de sonhos que tenho são cada vez maiores (diz meu médico que é por causa de meu ronco tremendo, coisa que me valeria uma operação mas estou com preguiça de marcar a cirurgia de remoção de minha glote).
E, naturalmente, por ser filho desse mundo Pop desmiolado, eu sonho com mortos-vivos, zumbis e canibais furiosos (gole de coca-cola, pitada na cigarrilha). Só que meus sonhos são dementes, furiosos, selvagens e sem censura. Vejo cada coisas horrível e demente que dificilmente alguém sonharia.
Tipo assim, tripas vivas que comem cachorros podres, pernas que saem da calçada de cimento e por aí vai.
E eu sempre tive vontade de escrever um livro sobre mortos-vivos. Gosto do tema, da mesma forma que gosto de alguns filmes de cadáveres que andam.
Mas nunca tive a idéia inicial, o start pra brincadeira começar a dar pique pra falar a respeito.
Há alguns meses, quando eu finalizava meu livro “
Mil Nomes“, achei por bem deixar consignado, nas últimas páginas do livro, uma lista com os livros que eu haverei de escrever. E que, com sorte, nesta semana estarão sendo apresentados para uma nova editora.
Daí, pensei que seria legal colocar meu livro de mortos-vivos. Contudo, de novo, eu não tinha idéia alguma de como começa-lo.
Ao conversar com pessoas ao meu redor, deixei a idéia pulando no fundo de minha mente quando, sem querer, durante um bate-papo, a personagem principal surgiu na minha frente!
Foi sensacional. A moça que conheci era, e é, o arquétipo perfeito, a personagem ideal de meu livro. Ela veio assim, pum! Completa!
Surgiu uma personagem que reúne as qualidades de uma defunta em vida, uma criatura inútil mas que se acha a utilidade perfeita. Um ser abissal sem a menor utilidade no mundo e que, de tão comum, consegue fazer o leitor se identificar rapidamente.
A premissa do livro é a seguinte: há uma moça de seus 18 anos, gostosa, funkeira, burra, deliciosa, meio putona, ignorante, perfeita na sua imbecilidade, completa em sua mesquinharia. Uma pós-adolescente comum, em uma cidade grande comum, que leva uma vida besta e inútil como todos nós.
Só que, pela manhã, ao se depilar para ir à escola, ela
não percebe que está morta. Que virou uma morta-viva mesmo.
O grande lance é que ela é tão burra e mesquinha que nem se percebe que seu coração parou, que não respira, que não tem circulação. E vai assim para a escola, como se nada tivesse acontecido, ocupadíssima demais em ser ela mesma.
Não vou estragar sua surpresa (mesmo porque eu não melhorei o capítulo inicial) mas a verdade é que ocorrerá uma epidemia de mortos-vivos que arrasará tudo quanto é lugar. A cidade vai se transformar num pandemônio dos diabos mas…
Atenção! A variedade de criaturas que serão apresentadas no livro será muito grande.
Porque eu não acredito que o causador da desgraça morta-vivente fique num único estágio. Pois em meus sonhos os defuntos que andam tem trocentas formas, trocentas variedades. Pois existem trocentos tipos de pessoas, não acho interessante ter só um cadáver lento e faminto andando por aí, querendo comer cérebros ou carne viva.
Por isso a Juliana será um tipo de morto-vivo diferente: ela está morta mas ainda vive. Seu corpo está em decomposição mas sem que ela avance naquele estágio de selvageria bíblica.
A idéia é fazer com que a Juliana e mais dois colegas saiam pela cidade tentando resgatar seus parentes, vizinhos ou amigos, enquanto que a Sociedade se arregaça num festival de morte, desespero e violência sem precedentes.
Vou lhe apresentar a mais completa fauna de criaturas humanóides “desmortas”, com cenas horríveis que só meus piores (e melhores) pesadelos são capazes de criar.
Haverão cientistas malucos, médicos bonzinhos, heróis poderosos, soldados desguarnecidos, criaturas maléficas e, naturalmente, crianças “mortantes” (meio mortas, meio mutantes) que lhe oferecerão um espetáculo de carne, sofrimento, delírio e… Humor!
Por isso, assine este blog! Pois vou soltar, aos poucos, alguns trechos do livro da “Juliana, a Viva Morta” e, com certeza, você vai se divertir muito!
Ops! Hora da caminha! Bons sonhos!
https://jrdobem.wordpress.com/