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Pronto. Me digam se estou indo no caminho certo.

Shadowghosts
Volume I:
A sombra do dragão negro numa noite escura

Prólogo​

Era uma noite escura e tempestuosa; a chuva caía aos cântaros sobre os históricos prédios do centro de Dublin, dentre os quais havia um pub obscuro e sinistro escondido num beco diagonal pretensamente abandonado, cujos raros frequentadores chamavam de (apesar de não haver letreiro na fachada do prédio) O Leprechaun Leproso. Era um estabelecimento vip. O dono era um anão ruivo barbudo e muito ranzinza, mas qualquer semelhança com os Weasleys parava por aí. Na verdade, ele não se aparentava em nada com um bruxo, e era, bem pelo contrário, um baita trouxa. Um trouxa podre de rico e muito influente no submundo dos Shadowghosts. Ali se reunia todo tipo de gente envolvida com o sobrenatural, elfos hackers da Matrix, gnomos xamãs, draconianos samurais, dançarinos faciais orcs, bruxos mercenários, fadas prostitutas ninjas etc. Mas o próprio anão nunca demonstrara possuir nenhum poder ou dom especial; apenas o dinheiro e o interesse necessários para tocar aquele negócio, que nada mais era do que uma base de operações para criaturas especiais em atividades ilícitas.

— Ei, Norbert! — alguém gritou da mesa para o balcão onde estava o anão, secando copos; agora ficamos sabendo que ele se chama Norbert. — Ei, Norbert, me traz mais uma dose deste drinque aqui!

— Saindo mais um Denethor on Fire no capricho para o meu camarada Dumbledork — e o copo de bebida foi servido à mesa 42 com efusivos tapinhas nas costas: cortesia da casa (os tapinhas). Na verdade, Norbert queria ter-lhe dado uns tapinhas no ombro. Se não fosse pelo fato de ser um anãozinho. E se o cliente em questão não fosse um enorme troll de quase 2,5 m de altura. De modo que ele só pôde alcançar as costas, na região da lombar, mais precisamente entre as vértebras L4-L5. Seria um desperdício de onisciência narrativa se deixássemos o leitor sem esses pormenores técnicos precisos.

“Babaca”, pensou Dumbledork com seus botões. “Sujeitinho pusilânime, esse anão...” E virou de um trago só o copo pela sua bocarra de troll. O drinque não se chamava on fire à toa, e só um troll másculo como aquele seria capaz de tomá-lo guti-guti sem lacrimejar. Era um homenzarrão enorme e corpulento, devia pesar o mesmo que um urso-pardo canadiano: 378,5 Kg. Deu um arrotão, e pareceu a todos ao redor que tivesse saído fogo de sua boca, como quando o Dhalsim lança um yoga flame

— Eta bebida porreta, sô! — exclamou o troll, cujo sotaque nortenho o entregava fácil. Mas o chapéu de vaqueiro que sempre tinha na cabeçorra talvez entregasse mais rápido e de mais longe.

— E o nosso esquema, está em pé? — disse outra voz na mesa. Era uma voz muito feminina, doce e lenta, como mel escorrendo pela garganta. Era, como dizer?, uma voz no melhor estilo Lana Del Rey cantando Once upon a dream. Também me ocorreu relacionar com Fiona Apple na canção Slow like honey, mas o leitor talvez não a conheça (dica: procure no YouTube). A voz denunciava cansaço ou talvez fosse fastio. Uma apatia pelo mundo, com certeza. Havia muito spleen naquela voz melíflua. Seu nome era Catherina Munroe.

— De pé e firme — respondeu seco um elfo que completava o trio na mesa. Ele atendia pelo nome de Finn — Feito o Colosso de Rodes. — acrescentou ainda esta observação, para pagar de culto.

A moça com a voz de mel cogitou de lhe informar que o tal colosso havia ruído há séculos, e que a comparação ou era muito infeliz, ou o negócio não estava de pé mesmo, e não passava de uma ironia amarga do parceiro. Acabou optando por ir direto ao ponto.

— Que seja. Ele virá nos encontrar aqui mesmo? À meia-noite em ponto?

— Se tudo sair conforme o plano, sim. Então você poderá colocar seus… err, dotes… a serviço da nossa causa. Tenho muita curiosidade em ver do que é capaz uma fada meretriz.

— Fada meretriz ninja — corrigiu Catherina. — Você sabe que na verdade não nos deitamos com os clientes, não é? Eles nunca chegam a nos tocar mais do que o suficiente para estarmos numa posição ideal para o assassinato sem erro. O que é ótimo, porque eu não aguentaria aquele homem asqueroso perto de mim por mais de dez minutos. — "Dez minutos dá pra muita coisa", pensou o elfo, envergonhado de si mesmo pelo mau hábito da ejaculação precoce. — Usamos nosso charme natural (+10 bônus de carisma por ser fada) para atrair os machos e depois snikt! uma lâmina na têmpora, ou outra forma qualquer de morte conforme a circunstância o permita. Somos a mais letal das profissões por escondemos sob um rostinho bonito e um sorriso meigo um punhal afiado e uma morte rápida.

— Eu realmente não fazia questão dessa aulinha toda — atalhou Finn, impaciente. Já podia sentir o "rapaz" se avolumando nas calças; tinha a imaginação muito fértil nesse terreno e qualquer estímulo poderia disparar um hadouken indesejado. Tinha os olhos mortiços de peixe, esse elfo, e o aspecto muito lânguido e doente.

A fada emburrou com aquela grosseria. Agora o elfo e o troll podiam ver seu rosto inexpressivo, bastante arredondado e com bochechas fofinhas. Tinha uns olhos oblíquos e dissimulados de ressaca. Ressaca do mar ou de saquê? Tinha ascendência japonesa, na certa. Na verdade, era em tudo semelhante à atriz Akira Fubuki no auge de sua carreira no cinema japonês. Mas eu desaconselho fortemente o leitor a procurá-la no Google. Apenas imaginem o que descrevi. Obrigado.

Depois daquela breve conversa, os três se calaram, constrangidos com o silêncio que se fez na mesa e, por coincidência, também no salão todo. Para sorte deles, o anão Norbert decidira pôr um disco para tocar. Em poucos segundos, todos n’O Leprechaun Leproso estava curtindo a música celta de Loreena McKennitt. Esse anão irlandês era uma caricatura ambulante.



DRAMATIS PERSONÆ
Ver anexo 69158 Norbert, o anão ruivo trouxa. Dono do Leprechaun Leproso. É chato pra caralho e só aturam ele pelo local que disponibiliza.
Ver anexo 69159 Dumbledork, troll hacker bêbado e caipira ,"caubói da Matrix", para os íntimos. Tá mais pra zebu, mas né...

Ver anexo 69160 Finn, elfo youtuber de grande fama entre o público adolescente, usa a plataforma para cooptar os revolucionários ultrajovens a favor de sua causa.

Ver anexo 69161 Catherina Munroe, fada japonesa assassina que se disfarça de puta. Já vazou sexcam da moça na web, mas ela jura que era uma remasterização em 4K da Akira Fubuki... :dente:
:rofl: :rofl: :rofl:

Isso aqui ficou muito, mas muito bom, mesmo. Não consigo parar de rir. Eu tava pensando em comentar detalhe por detalhe, mas aí vi que ficaria uns dez anos escrevendo, e achei melhor fazer um comentário único. Lufe, perspicaz que só ele, uniu o estilo da Carol ao do Draccon, no texto, porque casal unido é unido até na escrita ruim.
 

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