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ExtraTerrestre: Sei lá, cara. Onde existe essa direita? Não é aqui no Brasil, né? Se pensarmos nos EUA, acho que o Partido Republicano está mais para direita-autoritária e o Partido Democrata para esquerda-liberal.
Quer dizer, eu achava isso. Só que aí eu vi o gráfico abaixo e fiquei meio "wtf?".
De qualquer forma, acho que a maioria dos partidos no Brasil está no centro e com pé no autoritarismo. Atualmente até existe um embrião de partido liberal brasileiro.
Este gráfico inclusive meio que evidencia o que estou falando. Os EUA seriam um exemplo de que a polarização dar-se-ia em torno de uma função f(x) = ax + b, com a positivo. Isso é, uma reta que vai do terceiro para o primeiro quadrante. Só um ponto, o tal de Mike Gravel (democrata), está no quarto quadrante.
Mas no meu post eu nem falei de partidos políticos e de suas plataformas mais abertas. Quis falar da ideologia e da mobilização política no geral. Partidos, movimentos sociais, think tanks, o meio acadêmico, as conversas de boteco...
É claro que existe um corretismo político, embasado sobretudo no meio acadêmico de humanas das universidades públicas e na Constituição de 88 que puxa o "correto" para o lado de um estado do bem-estar social a la SPD alemão.
Mas acho que existe um discurso liberal econômico e conservador social forte sim, no Brasil. Os partidos são obrigados a se diferenciar minimamente um do outro, e o PSDB e aliados acabam dando vazão àquele papo todo da eficiência de gestão, menos ministérios/secretarias, obras feitas no lugar certo e tudo mais.
Conheço muita, mas muita gente liberal ou conservadora. Meu avô inclusive bateu palmas para a privatização da Vale na época em que a maioria torcia o nariz. Falou que ela era "cabide de emprego". E não, ele não é nenhum cara ultra-escolarizado.
Muita gente pró-agronegócio e anti-sem terra. Bolsa Família? É "pra ajudar vagabundo". Maioridade penal. Aos 8 anos de idade, e com a possibilidade de pena de morte para condenados de qualquer faixa etária.
Talvez, devido a pedras no caminho, todos os elementos de um discurso oposto ao senso comum não consigam se unir numa única produção intelectual, a não ser de maneira bem mais periférica, como certos colunistas da Veja, o Olavo de Carvalho, ou as propostas da criação de partidos como o "Liber" (mais heterodoxo, por estar em um dos dois "quadrantes proibidos"), do Cons ou do PMB (mais viáveis politicamente, em minha opinião). Mas em toda nação com algum senso de identidade esse corretismo, esse veto subjetivo, deve existir. Nos EUA, o "socialist" entra pela janela e rapta as criancinhas, à noite.
De exemplo, olha o Glenn Beck entrevistando o presidente do Partido Comunista americano:
EDIT, de novo: pelo que pesquisei, a organização por trás do próprio site do Political Compass é neozelandesa. Sendo uma sociedade um pouco mais à esquerda - até pela questão histórica dos maoris - e um pouco mais liberal que a média da Inglaterra e suas colônias de povoamento, é natural que ele jogue políticos americanos para a direita autoritária.
EDIT³: minto. Parece ser de Los Angeles. Mas Los Angeles também é um pouco mais liberal, um pouco mais à esquerda, então o argumento ainda vale, de certa forma.