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Superman e Mulher-Maravilha vão ficar juntos na Nova DC

  • Criador do tópico Criador do tópico Elring
  • Data de Criação Data de Criação
O flerte da Diana com o Batman, feito pra pegar carona na shipperagem que fizeram dos dois no desenho da Liga da Justiça, onde Bruce Timm já entrou com o desejo de fazer TUDO no universo pagar pau pro Morcego, COMO SEMPRE ( muito provavelmente, descontando/anulando a votada fora da Liga que a Diana deu nele no fim de Torre de Babel, não faz diferença nenhuma pra continuidade dos dois, praticamente não gerou repercussões posteriores e era, em grande parte, completamente fora da caracterização para ambos os personagens apesar de Joe Kelly, com uma previewzinha de Phil Jimenez, terem dourado a pílula com habilidade já que coisa era produto de Executive Meddling onde os quadrinhos eram forçados a acompanhar a mídia mais "visível" e prestigiada dos Cartoons( outro exemplo foi o "casanova" do Noturno virando padre nos comics da Marvel).

Haja vista que aconteceu exatamente entre esses dois momentos aí

No caso do Noturno não foi um desrespeito ao personagem uma vez que o cunho religioso dele sempre foi muito forte e abordado nas historias mesmo ele sendo um galanteador.
Nisso eu concordo que hoje a grandes descaracterizações por conta de abordagens de outras midias desses herois e também por que os quadrinhos no EUA estagnaram e eles precisavam revitalizar as franquias por isso essa aproximação de HQ com outras midias mesmo sendo na maioria dos casos danosa para os HQs.

A abordagem do Bendis de dar um "bend" ( dobrar, prostrar) na continuidade seletivamente, em muito pouco tempo, gera o efeito Continuity Snarl da TV Tropes ( porque dá "efeito cascata"), e, muito embora a Marvel negue ( como a DC negou que o Reboot pós Flashpoint era mais do que "um reboot soft"), vai terminar E está terminando NISSO DAÍ Ó:

Mas não é um restart total da cronologia apagando anos de historias boas reduzindo tudo a 5 anos e apagando todos os conceitos de decadas passadas.
Não questiono aqui o nivel das historias até por que não estou acompanhando elas, apenas o modo.

O rumor de que o "Dark Reign" de Quesada e Bendis sempre foi PROGRAMADO pra terminar em Reboot depois de todo o estardalhaço, mayhem and descaracterização arbitrária de personagens como Tony Stark,Reed Richards, Wolverine, Homem Aranha, Feiticeira Escarlate, Magneto, Xorn, Ciclope, Bishop, Xavier e sabe-se lá Deus quem mais, ainda mais quando a iniciativa Ultimate PROVOU que universo Rebootado, pelo menos de início, faz MILAGRES em termos de projeção e revitalização de franquias superheróicas quando envolvem, virtualmente, o universo inteiro; já estava rolando tem uns SETE ANOS e a DC, provavelmente, se adiantou a eles, já que a idéia já tinha ocorrido ao Marv Wolfman em 1985 mas, salientemos, NUNCA TINHA SIDO IMPLEMENTADA de verdade no universo da DC.

Cara mas ai voce pode ver que o Ultiverso tirando pequenos casos caiu enormemente de vendas mesmo o Aranha não tinha boas vendas a anos. A unica grande vantagem do Ultiverso era a liberdade criativa ja que voce podia seguir qualquer caminho tanto que varios herois morreram e não voltarma mais sendo o propio Peter um deles.

Ao contrário do que muita gente"pensa que sabe", a DC só rebootou mesmo DUAS VEZES o seu universo por completo em 1958 e agora em 2012 ( com as exceções pontuais de Green Lantern e Batman.

Atenção especial para este trecho por que eu acho este o grande ponto capital uma vez que o reboot omitiu a cronologia de dois herois o que gera incongruencias uma vez que varios fatos ocorreram com estes herois ja se conhecendo e que agora voce não sabe como aconteceu ou oque vai ser considerado ou não já que um escritor pode considerar algo e outro não.

O Reboot depois da Crise foi SÓ PARCIAL e atingiu uma MINORIA de personagens da editora centrados na linha cronológica principal, só o Superman, a Mulher Maravilha e o Hawkman ( muito mais por "erro" e não design")foram completamente rebootados com as repercussões "vazando" em cima da Legião dos Superheróis ( sim! por burrice e "queda de braço editorial" dentro da editora) e , numa escala MUITO MENOR, pros Novos Titãs por incompetência ou egocentrismo de alguns editores isolados. Mais tarde, na surdina, bem ao "modo Bendis", fizeram uns reboots nas origens (não na história) de Aquaman e Capitão Marvel mas SEM A EXCLUSÃO de suas participações retroativas no Universo.

Inclusive, foi o fato do Reboot cíclico de 25 anos mais ou menos, como defendido pelo Wolfman, NÃO TER SIDO FEITO como o autor de Crise tinha programado, que determinou a Zona com a Legião e o Gavião Negro, que foram a PRINCIPAL CAUSA de Zero Hora onde, sim, a DC, na última hora, voltou atrás na idéia de mudar mais o universo pra acomodar novas mudanças QUE JÁ TINHAM sido propostas por Wolfman.

O que prova que a DC historicamente volta atras em seus grades eventos por conta de criticas ou medo da repercussão.


Quem acompanha com detalhes, sabe que desde a época de Crise nas Infinitas Terras a DC, como Universo ficcional como um todo, teve muito mais "diretriz" e ordenamento construtivo, onde,inclusive, os escritores e editores, de um modo geral, SEMPRE disseram que tinham MUITO MAIS LIBERDADE, sem que isso implicasse em ter que fazer trocentas histórias retroativas e gambiarras sem sentido pra explicar o que a editora DEIXOU acontecer num maior ou menor grau pra depois voltar atrás.

Compara aí quantas histórias a Marvel teve nas últimas décadas cujo prime goal foi fazer controle de danos da continuidade e resultando num virtual "tudo que vc viu acontecer dos anos x em diante até ponto Y não era o que parecia ou, graças a Deus, terminou", em comparação com as da DC.

Saga do Clone e Aftermaths, Justiceiro do Garth Ennis que retconnava o Punisher Guerreiro do Sobrenatural do fim dos Noventa, Spider Man Year One, Avengers-The Crossing, Avengers Forever, as múltiplas versões e acréscimos na origem do Wolverine, a palhaçada do que aconteceu com o Xorn-Magneto, Thor-Worldengine, One More Day e suas DUAS sequências depois dos famigerados sins of the Past e The Other, Infinity Abyss, Heroes Reborn, Heroes Return, Young Justice-Children's Crusade.

Na DC: Superman-Return to Krypton e sua sequência de um ano depois, partes das fases de John Byrne e Phil Jimenez na Mulher Maravilha.

Ai não a DC historicamente sempre foi mais linha dura que a Marvel isso é fato. Claro que tem seus periodos de liberdade e tals mas sempre foi mais linha dura.

E se voce for levar em conta retcon de historias, a Marvel tem mais historicos mas ai voce pega a DC e vai ver que ela sempre gerou as Crises para consertar isso.

No fundo ambas as editoras sempre vão utilizar de recursos para atualizar seus personagens e consertar cronologia.
 
Ai não a DC historicamente sempre foi mais linha dura que a Marvel isso é fato. Claro que tem seus periodos de liberdade e tals mas sempre foi mais linha dura.

Não é o que a grande maioria dos artistas que gosta de fazer alterações radicais e krypto-revisionismos diz consistentemente dos últimos VINCE E SEIS ANOS pra cá. Grant Morrison falou isso, Garth Ennis também. Existem motivos pra que artistas como Gaiman, Morrison, Milligan e Paul Cornell façam passagens relâmpago pelo Universo da Marvel e pra que o Alan Moore, depois de fazer Capitão Bretanha, NUNCA MAIS tenha trabalhado lá. E todos sabemos que a briga dele com a DC não tem nada a ver com ausência de liberdade criativa. E detalhe: praticamente tudo o que esses caras fizeram foi ignorado/alterado, LOGO DEPOIS de suas saídas com o caso do Grant Morrison com a palhaçada Xorn-Magneto um exemplo particularmente horrendo.

O que prova que a DC historicamente volta atras em seus grades eventos por conta de criticas ou medo da repercussão.


E a Marvel não? Pra onde foram Spider Man Year One, Saga do Clone, Onslaught,Heroes Reborn e Worldengine do Thor? Alguém viu o Beyonder por aí, ele que deixou de ser um Ser Supremo extradimensional onipotente pra virar um Cubo Cósmico com complexo de grandeza? Quão rapidinha não foi a Marvel pra tentar ignorar TODO o character development do Thanos depois de concluída a Trilogia do Infinito motivo em função do qual o Starlin teve que fazer Abismo Infinito? Pra onde foram One More Day, The Other e Sins of the Past-Pecados do Passado?

E graças a Deus que isso acontece aliás!!!

Ambas voltam atrás sim; quem leu meu post inteiro percebeu isso fácil, mas quem é que voltou atrás MAIS VEZES e fez histórias pra apagar ou reinterpretar histórias INTEIRAS feitas e publicadas relativamente pouco tempo antes, num período MAIS CURTO de tempo?

Marvel Comics.

Conclusão: na média, a DC deu mais liberdade nos últimos vinte e cinco anos e, de maneira geral, FOI mais responsável e criteriosa em selecionar o que deveria ser feito com essa liberdade e deixar os efeitos dessas alterações perdurarem mais tempo, sem reinterpretar ou anular o que foi feito logo em seguida pra conveniência marketeira e golpe publicitário (tanto é que o casamento do Super com a Lois ficou aí dezesseis anos depois da finalidade marketeira ter se exaurido, dar a "amarrada" com Lois e Clark).

Ou seja, USOU melhor a liberdade conferida aos artistas e capitalizou melhor em cima disso!

Tanto é que fácil ver: quantas histórias tidas como clássicos absolutos cada uma das editoras publicou de 1986 pra cá? Faça as contas, e vc vai ver que dá uma tremenda diferença.

No caso do Noturno não foi um desrespeito ao personagem uma vez que o cunho religioso dele sempre foi muito forte e abordado nas historias mesmo ele sendo um galanteador.

Foi desrespeito sim, porque ele não era só "galanteador", era, praticamente, um "galinha" ( nem sei como compreender a sobreposição entre Amanda Sefton/Jimaine e Serise em Excalibur, parecia até relacionamento à três) e, além do mais, quanto tempo de estudo leva pra alguém ser ordernado padre no Mundo Real? Um insulto pra continuidade e pra inteligência média do leitor da Marvel, onde se deu a impressão que Noturno poderia virar padre em bem menos de um ano ou dois.

E, além do mais, dá uma zoiadinha na "explicação" que deram pro "fenômeno" nos quadrinhos da Marvel: o de que ele não era mesmo padre mas foi levado a pensar que era um por controle externo mental"

Nightcrawler has long been depicted as a devout Catholic, although he was apparently not written as such at the time of his introduction. Nightcrawler's deep religious devotion and gentle personality has stood in contrast to his physical appearance: He looks like a demon. Nightcrawler was born with pointed ears, a tail, and cloven-like feet, all of which recall images of demons.

Over the years, his Catholic faith has deepened to the point that he studied for the priesthood and was even a Catholic priest for a brief time. Later writers decided to take the character in a different direction, however, and explained away this ultimate act of religious devotion as having been caused by some form of external mind control. In contemporary X-Men comics, Nightcrawler remains a devout Catholic, but he is not planning to full-time religious life as a vocation.

Atenção especial para este trecho por que eu acho este o grande ponto capital uma vez que o reboot omitiu a cronologia de dois herois o que gera incongruencias uma vez que varios fatos ocorreram com estes herois ja se conhecendo e que agora voce não sabe como aconteceu ou oque vai ser considerado ou não já que um escritor pode considerar algo e outro não.

Não, o que o Geoff Johns escolher ignorar não vai ser válido pra David Finch no Batman ou Brian Azzarello na Wonder Woman, isso é uma coisa que vc, por não acompanhar as revistas, não está vendo acontecer, mas a DC está coordernando as continuidades dos títulos rebootados MUITO MELHOR do que o fez no período depois da Crise com um grau de dificuldade muito menor.

Como disse, as consequências, tanto pra um quanto pra outro, são totalmente desdenháveis ou insignificantes em comparação com trocentas outras que aconteceram nas diversas "liberdades poéticas" da Marvel. A falta de momentos românticos da história dos personagens um com o outro em pouco ou nada altera a participação deles em eventos do DCU ou mesmo na JLA ( que foi onde o "flerte" rolou de fato) ao passo que, por exemplo, a ignorada que o Walter Simonson deu na história do Surtur da Marvel apagou totalmente histórias feitas por Kirby e Lee onde o personagem aparecia, duas do Thor e uma do Doutor Estranho.

E, todo mundo sabe, o Batman ficou praticamente dentro de um Subuniverso na maior parte dos Anos Noventa até metade da década passada por iniciativa do editor Denny O' Neil que , inclusive, baixou o decreto de que ele nunca tinha feito parte da JLA até a JLA do Morrison estrear e que Batman era uma "lenda urbana" em Gothan City que nunca tinha sidddo filmado.

Por via de consequência, alterações de suas relações com os demais personagens do DCU e mesmo reboots totais desses últimos dão pouquíssima alteração retroativa "incontornável" na história do Cruzado de Capa. A continuidade da JLA em si é que fica mais alterada, mas até aí, não é à toa que a DC rebootou ao zero, começando do início pós Flashpoint.

Cara mas ai voce pode ver que o Ultiverso tirando pequenos casos caiu enormemente de vendas mesmo o Aranha não tinha boas vendas a anos. A unica grande vantagem do Ultiverso era a liberdade criativa ja que voce podia seguir qualquer caminho tanto que varios herois morreram e não voltarma mais sendo o propio Peter um deles.

Sim, porque usaram e MUITO MAL a liberdade que a Marvel deu pra fazer do Ultimate a "terra do faça o que quiser", como eu disse na página anterior, "queimando" o Universo muito mais rápido do que deveria. O problema não foi terem feito "reboot", foi o que rolou DEPOIS do Reboot que foi feito sem o que poderíamos chamar de "Desenvolvimento sustentado".

Nesse sentido, o Ultimate Marvel virou a cartilha perfeita de "como NÃO fazer" e a gente observa que a galera do Cinema soube muito bem aproveitar elementos da Marvel Ultimate e do Mainstream pra dar pro público o "melhor de dois mundos" Resultado: o sucesso avassalador de Avengers.

Mas não é um restart total da cronologia apagando anos de historias boas reduzindo tudo a 5 anos e apagando todos os conceitos de decadas passadas.
Não questiono aqui o nivel das historias até por que não estou acompanhando elas, apenas o modo.

Os conceitos e suas consequências, em muitos casos, já deram o que tinham que dar ou demandam pra serem explicados pro leitor novo um espaço e tratamento expositivo que os comic books NÃO TÊM condição de dar. Vide o exemplo do que houve com a Mulher Maravilha na página anterior.

Meu ponto é que o método Quesada/Bendis estará resultando, cedo em tarde, justamente nisso: reboot total da Marvel TAMBÉM. E, ademais, há, sim, razões muito boas pra reboots como esses terem lugar a cada vinte e cinco/trinta anos anos e a Marvel já passou do limite do seu "prazo de validade" e está apelando pra uma pletora de avanços e retrocessos intempestivos e inconsequentes há vinte anos que, como vc mesmo viu acontecer com o Ultimate, pq eles tentaram aplicar o MESMO estilo ao Marvel Mainstream, levaram a uma perda significativa de público leitor e, principalmente, credibilidade.

Inclusive vou falar uma coisa que parece óbvia pra quem lê em inglês: o fã médio da DC dá chilique por causa de ninharia e bagatela e bota a culpa de tudo que acontece nos "reboots", muito menos amplos e catastróficos do que se pensa, enquanto o da Marvel bota "panos quentes" e finge que as consequências não acontecem/aconteceram. Daí nasce a lenda de que a DC é um universo "adolescente" porque "vive em crise", enquanto a "Marvel se manteria fiel às diretrizes de Stan Lee" mesmo com coisas como Saga do Clone, One More Day , Spider Man Year One ou Heroes Reborn( tentativas de Reboot)rolando por aí.

Isso daí gera a repercussão midiática negativa dessa "lenda urbana" em cima da DC, o que, em grande parte, explica o fato de que a Marvel sempre vendeu, em média, mais, a despeito da qualidade mais consistente do que a DC produziu na maior parte do tempo de 1986 pra cá, porque, no reino da publicidade, percepção se torna realidade.

Tanto é que só agora, com cinquenta anos de casa, resolveram abordar "in universe" o paradoxo óbvio de que Kitty Pryde e Vance Astrovik envelheceram, enquanto o Franklin Richards pemanece um pré-adolescente forever.

E se voce for levar em conta retcon de historias, a Marvel tem mais historicos mas ai voce pega a DC e vai ver que ela sempre gerou as Crises para consertar isso.

O lance é que a DC fazia crises pra modificar coisas muito menos acabrunhadoras e paradoxais do que as que Marvel "varre pra debaixo do tapete" ( como a idade do Franklin e suas CÓSMICAS implicações, inclusive seu papel em Heroes Reborn e Heroes Return) e, como acabei de explicar, ANTES de várias dessas "crises" darem frutos ou sequer serem inteiramente publicadas, a DC voltava atrás e postergava o Reboot total que devia ter feito há 27 anos atrás, justamente por conta de pessoas como você, que parecem odiar, conceitualmente, a idéia de Reboot, ao passo que a Marvel as PUBLICAVA, mostrava consequências e depois fazia MÚLTIPLAS histórias pra desfazer o que tinha feito antes, retornando tudo ao mesmo status quo, em relativamente pouco tempo.

O simples fato dessas tramas não se chamarem "crises", não torna a continuidade da Marvel menos esburacada, complexa e paradoxal do que da DC ( em alguns casos, muito pelo contrário, os reboots "parciais" da DC geram confusões e percepções equivocadas mas cortaram, SIM, um monte de "madeira morta" e atraíram novos leitores), muito embora o "povão" marvel zombie ADORE afirmar o contrário.
 
Última edição:
Ué? Pulamos para a Marvel agora? Dessa seara, eu vou me abster de debater, já que se trata da casa onde Scott Lobdell e Rob Liefeld cometeram as maiores atrocidade em matéria de desenhos, personagens e histórias. Só notícias, e as últimas estão me deixando de cabelo em pé; agora estão dizendo que o responsável pelo projeto Arma X é o próprio Logan... e pensar que ele era meu herói predileto da Marvel e estão enterrando o Carcaju sem dó nem piedade.

E gostaria de perguntar ao Ilmarinen algo que está me incomodando em Flashpoint, mais precisamente o discurso final do Flash Reverso. Pode ser paranóia minha, mas senti uma certa vibração Heinleiniana no final e de que acabei caindo em uma Bootstrap e de que o Universo DC não está definido nesta nova linha de tempo, ainda.
 
E gostaria de perguntar ao Ilmarinen algo que está me incomodando em Flashpoint, mais precisamente o discurso final do Flash Reverso. Pode ser paranóia minha, mas senti uma certa vibração Heinleiniana no final e de que acabei caindo em uma Bootstrap e de que o Universo DC não está definido nesta nova linha de tempo, ainda.

Sobre a influência heinleiniana, sou inclinado a concordar com essa visão, se eu não me engano, implicando em que o DCU mainstream Pós Crise/Infinite Crisis-Pré Flashpoint AINDA CONTINUA a existir ( como a permanência da Legião dos Superheróis dá a entender) e que o foco da narração simplesmente MUDOU ( como o reboot de 1956, seis anos depois, revelou que tinha acontecido entre as Terras 2 e 1) pra um universo composto com "cópias" dos Universos da Earth 0, Wildstorm, do universo "Flashpoint" e do universo Vertigo pós decreto Muralha da China da Karen Berger onde os personagens Vertigo viviam separados. Isso acontece porque no Bootstrap paradox o indivíduo não pode mudar o passado sem se tornar parte permanente dele.

Então, se houve aparente modificação, o que teve lugar não foi realmente só "time travel" mas permutação e combinação de universos com timelines diferentes intersectadas estilo "crossover" pelo viajante do tempo, uma coisa que, diga-se de passagem, o elemento catalizador do Flashpoint, a tentativa do Barry de evitar a morte da mãe nas mãos de outro time traveller, o Flash Reverso, foi só "a palha que quebrou a coluna do camelo", ou seja, a proverbial "gota d'água que faltava" pra transbordar o balde.
 
Última edição:
Sobre a influência heinleiniana, sou inclinado a concordar com essa visão, se eu não me engano, implicando em que o DCU mainstream Pós Crise/Infinite Crisis-Pré Flashpoint AINDA CONTINUA a existir ( como a permanência da Legião dos Superheróis dá a entender) e que o foco da narração simplesmente MUDOU ( como o reboot de 1956, seis anos depois, revelou que tinha acontecido entre as Terras 2 e 1) pra um universo composto com "cópias" dos Universos da Earth 0, Wildstorm, do universo "Flashpoint" e do universo Vertigo pós decreto Muralha da China da Karen Berger onde os personagens Vertigo viviam separados. Isso acontece porque no Bootstrap paradox o indivíduo não pode mudar o passado sem se tornar parte permanente dele.

Então, se houve aparente modificação, o que teve lugar não foi realmente só "time travel" mas permutação e combinação de universos com timelines diferentes intersectadas estilo "crossover" pelo viajante do tempo, uma coisa que, diga-se de passagem, o elemento catalizador do Flashpoint, a tentativa do Barry de evitar a morte da mãe nas mãos de outro time traveller, o Flash Reverso, foi só "a palha que quebrou a coluna do camelo", ou seja, a proverbial "gota d'água que faltava" pra transbordar o balde.

E parece que estes dois, o Professor Zoom e Barry Allen são as forças antagônicas que fazem com que o UDC se altere de tempos em tempos. Eu sabia que o Flash era foda, mas não que sua velocidade fosse capaz de alterar a realidade e criar paradoxos como o Bootstrap de Heinlein, cada vez que ele faz uma ação em velocidade hiper-luminal, uma nova realidade é criada e por isso que ele consegue se lembrar de todas as versões. Olha, se for analisar as alterações só pelo histórico dos Flashs, até que o universo é bem corerente e tem uma espinha dorsal sólida, apesar das ramificações bizzarras que gera.

PS: Pra não dizer que tudo é perfeito em Flashpoint, aquele discurso da MM no final... me lembrou o de um certo presidente que não sabia de nada do que acontecia na sala ao lado. Acho que o tal laço da verdade que ela carrega tem sido utilizado mais como laço de bondage no últimos tempos, hein? :dente:
 
Pra ter sido ludibriada como o foi em Flashpoint a Diana do Flashpoint não deve ter muito acesso ao poder da verdade como sua contraparte mainstrem Terra 0, a vaca da Antiope e do Orm/Seamaster JAMAIS conseguiriam tê-la enganado sem ela "sentir" que havia mutreta na história com Hipólita sendo morta ou não.

E pra ilustrar o conceito descrito por vc Artgerm da Deviant Art
flash_8_by_artgerm-d314wo4.jpg
 
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Caraca Ilamarien parabens cara voce gosta realmente de posts grandes (e isso não é ironia ou sarcasmo).

Acabamos entrando numa seara de DCnauta e Marvete o que eu justamente não tava querendo por que infelizmente vai muito de gosto pessoal um pouco as defesas de cada editora.
Voce acabou citando alguns autores como o Ennis e o Morrison, mas a grande liberdade deles foi em minis ou em series de selo Vertigo. No caso mais recente o Morrison sim teve liberdade criativa no Batman mas a DC arriscou pra tentar bater a Marvel no top ten de vendas e só vem conseguindo isso após o reboot.

E se formos realmente discursar sobre cada retcon ou alteração que cada editora faz vai ser complicado. :mrgreen:

Eu não li Flash point mas fiquei com um misto de espanto e decepção com esse lance do Flash criar novas realidades em certo nivel de velocidade.
 
Sim Guilbor, gosto de posts grandes sim e, muitas vezes, o tema EXIGE esse tratamento já que as editoras nacionais pulam histórias e já que tanta gente repete tanta coisa sem muito fundamento ou crítica sobre um assunto complicado, inclusive lá fora, e sobre a idéia do Elring: o mapa não é o território, vc perde um bocado por não ter visto o que andou sendo feito nos últimos anos e conhecendo as idéias só sob a forma de sinopses.

É uma pena que muito leitor de quadrinho tenha sido afastado de forma tão peremptória do hobby durante o período Dark Age da década de 90. No geral, muitas vezes, vcs acabam lamentando coisas que já se extinguiram ou foram descartadas, em alguns casos, há quase dez anos atrás e o Reboot da DC é que leva a culpa por, por exemplo, haver descartado o "triângulo amoroso Clark/Super/Lois" sendo que Lois e Clark ( seriado) e a DC fizeram isso dezesseis anos atrás.
 
Última edição:
Ah mas eu não deixei de acompanhar os quadrinhos por conta da fase marcada pelo Jim Lee/Marc Silvestri/ McFarlane/Inominavel (Liefield). Que diga-se de passagem foi um mal desgraçado pros quadrinhos ja que o que interessava eram cada vez mais a pancadaria e heroinas em roupas minusculas do que uma boa historia.
Eu acompanhei bastante tanto DC quanto Marvel até algumas das famigeradas fases de varios personagens.

É que depois tive que começar a ser seletivo por conta dos recursos e do material não ser tão bom. Li Zero Hora, Crise Infinita, retorno do Hal e do Oliver, Liga, Titãs e etc.
Mas no fim eu acabei ficando cansado ja que as historias não saiam do lugar comum e sempre vinha uma nova Crise pra mudar tudo.

Como também fiquei muito cansado de varias historias na Marvel que não saiam do lugar comum e sempre vinha algo pra acabar bagunçando tudo ou reverter certo aspecto no universo contido da personagem.

No meu caso, volto a dizer que não tenho problemas com um romance Super e MM, eu só questiono a forma do reboot pois eu acho que se é pra zerar, que seja zerado tudo pra todos e recontado do zero e ai voce pode manter certos elementos pra alguns herois que sejam bons e não manter uma cronologia inteira de dois personagens que gera conflito com certos aspectos dos outros personagens.

Como vou ler o suposto reboot da Marvel, e se for ruim vou criticar também.
 
É que depois tive que começar a ser seletivo por conta dos recursos e do material não ser tão bom. Li Zero Hora, Crise Infinita, retorno do Hal e do Oliver, Liga, Titãs e etc.
Mas no fim eu acabei ficando cansado ja que as historias não saiam do lugar comum e sempre vinha uma nova Crise pra mudar tudo.

E que, naquilo que vc estava acompanhando, não teve praticamente efeito nenhum, não é? Ou se teve, como no caso da fodelança que Crise Infinita deu em Titãs foi por causa de coisas que nada tiveram a ver com qualquer consequência planejada de Crise Infinita, como as mortes de Superboy e Bart Allen, que foram produto de problemas envolvendo muito mais do que as intenções "reboot" do evento mas eram consequência, inclusive, de problemas judiciais da DC com os herdeiros de Siegel e Shuster .

Inclusive, Crise Infinita não fez reboot/retcon subtrativo nenhum ( pelo contrário, voltou com elemento descartado pelo Denny O' Neil e com muita coisa da continuidade pré crise da Mulher Maravilha, inclusive a rogues gallery e abriu caminho pro retorno da Legião Pré Zero Hora), criou a possibilidade narrativa pra que Grant Morrison criasse o Damian, filho do Wayne com a Talia, restabelecendo a graphic O Filho do Demônio na continuidade e produzindo as melhores histórias do Morcego das últimas três décadas em termos de título regular, com a possivel exceção do trabalho do Rucka .

É uma pena que, do material bom da DC anos noventa, a Abril, por exemplo, optou por publicar, com algumas notáveis exceções, só o que "não era tão bom", deixou de fora a maior parte de Aquaman do Peter David, pulou a Wonder Woman de Byrne, crucial pra continuidade, inclusive dos Titãs, não publicou nada do Starman do James Robinson, e quase nada do Young Justice do Peter David que também teve sua Supergirl quase toda omitida e ADULTEROU histórias da Liga da Justiça do Grant Morrison pra encobrir a participação da Hipólita como Mulher Maravilha na equipe. E isso só pra ficar em alguns dos exemplos mais gritantes.

De qualquer maneira, vc entra, sim, na classificação do contingente de vítimas do "saudosismo" atribuído às mudanças das "Crises", tanto é que vc, constantemente, as responsabiliza pela sua perda de entusiasmo pelo gênero, sendo que sua insatisfação, no geral, tem muito mais a ver com vc não ter acompanhado o que "não era tão lugar comum" publicado em qualquer uma dessas fases, já que dependia da "boa vontade" de Abril e Panini que, por exemplo, pulou completamente o criticamente aclamado Rebels do Vril Dox publicado de 2008 a 2011, por exemplo ( entre Final Crisis e o final de Flashpoint).

Se eu tivesse lido, por exemplo, só Titãs por ser fã deles, ou pela Panini dar prioridade pro material deles, eu teria abandonado os comics de superheróis há muito tempo( tenho a política de não ler histórias de fases ruins dos Titãs e MUITO MENOS comprá-las porque sou emocionalmente vinculado DEMAIS aos personagens), já que o que acontece é que o "bom", o "avant garde", muda constantemente de década pra década*. O leitor médio de universo de superherói, de preferência, se gostar do gênero MESMO e dos respectivos universos, tem que trocar sua fidelidade por personagens ou seções do universo pelo compromisso com a qualidade em si. Se ela não vem até vc, a gente tem que ir até ela.

* Meus "atuais Titãs" são os Demon Knights de Paul Cornell que, creio, NÃO ESTÃO sendo publicados aqui.Com direito a "amazona problemática", híbrido humano/demônio, mulher guerreira gostosona estrangeira e cabeluda. Estou em casa, embora meus Titãs não existam mais até segunda ordem. Estamos vendo um padrão nisso, né? É mais um de qualidade que a Panini não acha prioritário publicar, assim como não publicou o MI13 e o Capitão Bretanha do mesmo autor que era o Excalibur de quatro anos atrás na Marvel ( excelente).

Eu, por exemplo, me RECUSEI durante vinte anos a ler praticamente qualquer história das Legiões Reboot e Threeboot até ter a MINHA LEGIÃO de volta e, simplesmente, quando vi que as histórias já estavam indo pra onde não queria, mudava o foco pra outra coisa no universo decenáutico que me interessava, inclusive VERTIGO, que, na época, antes da Muralha da China da editora Karen Berger, ainda era parte integrante do mesmo universo mainstream.

O Novos Mutantes de Claremont e Sienkiewicz , por exemplo, nos anos oitenta, durante cinco anos, acabou sendo muito mais progressista, dinâmico e "menos lugar comum" do que sua contraparte adulta mutante, os X-Men. Já agora, vinte e cinco anos depois, os Novos Mutantes são, sim, um tipo de requentado retrô saudosista, enquanto os X-Men de Warrem Ellis, Grant Morrison ou Joss Whedon foram muito mais progressistas e inusitados.

É esse tipo de mudança estratégica consumista que leitor de HQ , Marvel ou DC, muitas vezes, não faz, e aí acaba "jogando o bebê fora junto com a água do banho" por se apegar a canoas furadas em termos de qualidade e, por isso, se desiludindo com o gênero em si e com o funcionamento dos universos em geral, que acabam sendo "bodes expiatórios", já que todos os outros gêneros de entretenimento guardam dissabores semelhantes ( veja só que até Star Trek sofreu reboot depois de 4 séries televisivas "modernas" sequels ou prequels da original, o mesmo valendo pra Galáctica, Macross, Patrulha Estelar e até Battle Angel Gally).

Inclusive, vc sabe que, hoje, existem VÁRIAS OPÇÕES, mesmo pra quem não tem dinheiro pra comprar tudo, ou mesmo a capacidade de ler em inglês.

Se um leitor de comic book, apegado ao Thor, depois de se esbaldar com o Thor do Simonson, se desanima em continuar a lê-lo por causa do Thor do Tom De(s) Falco que veio em seguida ou por causa do Dark Reign de Dan Jurgens que, alguns disseram, transformou o Thor em vilão na própria revista depois da morte de Odin, e, por isso, PERDE o monumental e já clássico Thor de Joe Michael Straczynski, na minha opinião, ele pode culpar a si próprio, além da própria editora, porque não prestigiou outras coisas boas publicadas no gênero superherói no período como, por exemplo, o Superman do John Byrne, Roger Stern , Marv Wolfman, George Pérez e Jerry Ordway e/ou não prestigia a nova fase boa do seu personagem favorito por conta de "mágoas do passado".

No meu caso, volto a dizer que não tenho problemas com um romance Super e MM, eu só questiono a forma do reboot pois eu acho que se é pra zerar, que seja zerado tudo pra todos e recontado do zero e ai voce pode manter certos elementos pra alguns herois que sejam bons e não manter uma cronologia inteira de dois personagens que gera conflito com certos aspectos dos outros personagens

Novamente, o relacionamento Batman/Wonder Woman rolou na revista da JLA e não nos respectivos títulos dos dois e não faz diferença nenhuma pra continuidade do Batman que foi mantida intacta.

Inclusive, é melhor assim, porque aquilo foi só uma iniciativa marketeira feita pra dar tie-in com a série televisiva da JLA e NADA tinha a ver com a caracterização dos personagens no comic book, assim como o Noturno padre também não tinha nada a ver com o histórico ou as atividades do Kurt Wagner no quadrinho.

Faz sentido, sim, preservar Batman e Green Lanterns na continuidade Pós Reboot porque suas mitologias estão, como a do Batman do O'Neil nos noventa, praticamente auto-sustentáveis e não dependem tanto de quais versões dos demais personagens, se os rebootados ou os "originais", farão parte de suas cronologias retroativamente ( só o Batman, o Lobo, o Espectro e alguns gatos pingados entre os heróis regulares da DC fizeram aparição convidada em Green Lantern ou na Tropa de 2005 pra cá), as demais que ocorreram não são afetadas retroativamente pelo tipo de alteração que Flashpoint promoveu.

Se o Superman pós Flashpoint usasse a roupa do coelhinho da Páscoa e fosse idêntico ao Captain Carrot e a Diana tivesse virado uma Big Barda marombada imigrada de Apokolips mas nascida amazona na Terra ( como Tender Mercy aí embaixo), vai lá, mas uma que agora é filha de Zeus e Hipólita ao invés de ser criada do barro e recebido o espírito reencarnado de um nascituro assassinado não faz diferença se for, retroativamente, inserida nos pontos onde a continuidade de Green Lantern requerer MESMO sua participação no lugar da "original".

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Não foi esse tipo de presença ou interação retroativa entre os não-rebootados e os rebootados que rendeu problemas no Pós Crise, foram muito mais atitudes que rolaram primeiro FORA da lógica do "universo", imposições editoriais de chefões sem visão de futuro ( tipo colocar o reboot da Wondy contemporâneo de Lendas e não da formação da Liga, como voltou a ser Pós Infinite Crisis), que geraram os problemas com a Legião, os Titãs e os Hawkmen.

Esses problemas não estão acontecendo dessa vez. Não há, por enquanto, o MENOR INDÍCIO de que vão acontecer coisas parecidas agora, ao passo que, antes mesmo da Mulher Maravilha do Pérez ser publicada, já perguntavam pra ele o que seria feito da Donna Troy, que não tinha sofrido reboot, como você pode conferir aí no meu blog.

Wonder Woman na Amazing Heroes de 1986-Matéria completa

Detalhe: trechinho que a Abril editou fora da versão adaptada dessa entrevista no Brasil, publicada na Superhomen 57.

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ADENDO:QUANDO A ABRIL "FECHOU"-EFEITOS COLATERAIS DO JEITO ABRIL DE PUBLICAR

Outro probleminha que acomete o leitor médio de quadrinho de super-herói com nossa faixa etária ( eu, você, Elring): a Abril Cultural, depois chamada Abril Jovem, publicou durante a década de 80 e comecinho dos noventa muito do que de melhor a DC e a Marvel produziram ao longo de 3 décadas inteiras, dos anos sessenta aos oitenta e começo dos noventa. Tudo de uma vez, pulando fases "ruins" inteiras, cortando páginas, editando fora crossovers, e, também, cortando muitas histórias e fases legais que fazem falta cronologicamente pra entender os universos.

Então, em grande parte, vem daí, também, a noção de que houve um "Período Dourado" do qual se sente nostalgia e cujas sucessivas fases superheróicas de ambas as editoras não conseguem equiparar de vinte anos pra cá.


Os "dourados" anos oitenta


Essa idealização do período é uma sensação ARTIFICIAL criada pela seletividade cronológica/continuística da Abril e não reflete a maturidade ou evolução artística da mídia ou seus criadores nos EUA.

Então, nesse sentido, a Abril Cultural nos deu acesso a esse material, mas "fechou" pra muita gente de nossa geração a capacidade de fruição, porque estabeleceu, por meios heterodoxos, um elevado padrão de exigência que qualquer editora, mesmo no pico da potência criativa e no topo da qualidade e liberdade editorial teria dificuldade de satisfazer, quer fazendo "reboot" total ou não.
 

Anexos

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Pra mim, os heróis de DC e Marvel são pra acompanhar em séries, filmes e desenhos. HQs, nunca mais, a não ser minisséries especiais. Além dessa dor de cabeça pra acompanhar tanta mudança, você tem que ter um saco enorme de paciência pra baixar ou de dinheiro pra comprar tudo.
 
MP3 e MP4 ninguém nunca ligou de baixar e escutar quando pudesse não, né? Por que comic books, necessariamente, deveriam ser diferentes?
 
Última edição:
Ué, ouvir e assistir não é a mesma coisa que ler. Mas, no meu caso, é mais porque me enchi de tanta invenção, tanta mudança e tanta revista. Sem contar que ler no PC não é a mesma coisa que ter a HQ na mão, e você precisa ter uma pequena fortuna para tê-las em mãos e acompanhar as trocentas histórias de forma decente.
 
Hoje em dia já começam a ter formas bem mais confortáveis de se ler arquivos digitais que não implicam em ficar na frente do PC.Tudo bem que esse tipo de recurso ainda é caro, mas daqui há pouco não será mais.

Quanto ao excesso de "invenção", sugiro dar uma lida na mensagem número 30, onde há uma sugestão de uma maneira mais "positiva" pra encarar esse tipo de problema. As pessoas lidam muito bem com isso quando em outras mídias que não as próprias HQs,

Coisas como Lost, Smalville ( que, praticamente, terminava cada temporada jogando "fora" o que tinha construído no ano respectivo) e Supernatural ( que foi programado pra terminar em cinco anos mas já vai pro sétimo), além de diversos dos desenhos e interações audiovisuais das quais vc diz ainda gostar são cheinhas desse tipo de coisa também.

A diferença, a meu ver tem mais ligação com comprometimento "emocional" do que com qualidade ou avaliação estética imparcial e com a "sindrome dos Anos Dourados da Abril" explicada no fim da mensagem trinta que tende a atingir todo mundo trintão pra cima

Já reparou que somos só nós, os balzaquianos, que estamos discutindo sobre esse tema aqui? E que nós nem somos o público alvo primário do Reboot?
 
Última edição:
É isso que me deixa mais espantado, ou os jovens de agora não tem interesse em adquirir comics, mesmo com os recentes sucesso de Avengers e Batman no cinema (querendo ou não é um potente chamariz) ou não tem interesse em debates sobre os quadrinhos atuais. O engraçado é que na área de animes e mangás ocorre o contrário, há mais debates sobre mangás e animes que estão em evidência a alguns anos do que sobre novos lançamentos e temporadas de séries.

Só que no caso dos animes e mangás, há uma fragmentação gigantesca de gêneros e estilos; o que torna mais difícil um debate com muitos posts, a não ser que seja algo surpreendente.

Já nos comics, não tenho resposta. Mesmo em sites como Omelete a grande maioria que posta comentários tem mais de vinte e cinco anos.
 
É isso que me deixa mais espantado, ou os jovens de agora não tem interesse em adquirir comics, mesmo com os recentes sucesso de Avengers e Batman no cinema (querendo ou não é um potente chamariz) ou não tem interesse em debates sobre os quadrinhos atuais. O engraçado é que na área de animes e mangás ocorre o contrário, há mais debates sobre mangás e animes que estão em evidência a alguns anos do que sobre novos lançamentos e temporadas de séries.

Só que no caso dos animes e mangás, há uma fragmentação gigantesca de gêneros e estilos; o que torna mais difícil um debate com muitos posts, a não ser que seja algo surpreendente.

Já nos comics, não tenho resposta. Mesmo em sites como Omelete a grande maioria que posta comentários tem mais de vinte e cinco anos.

Voce acaba de descobrir o motivo de todos os reboots e invencionices das editoras.
O publico alvo são crianças e adolescentes mas a maioria que acompanha fielmente são leitores de 25 anos ou mais (nós estamos na classe de balzaquianos :mrgreen:).

Infelizmente isso é a nivel mundial e por conta desse fator as editoras buscam de todas as formas uma formula de sucesso para fazer as historias serem atrativas a leitores novos.

No caso de mangás essa discussão nem é tão ativa por que eles nascem com validade mesmo que a serie dure alguns anos, ela ja tem data de validade e termina. Não há continuidade pra se respeitar o que é o inverso das comics que em alguns casos te mais de 50 anos de historias e uma continuidade que os fãs gostam de preservar por pior que seja.

Eu gosto de ler folheando as paginas, sentir a textura do papel, mas hoje a maioria das crianças e adolescentes estão acostumados a ler numa tela o que faz haver uma queda gradual do interesse de comprar revistas e estimula as editoras a começarem a publicar digitalmente.
 
Voce acaba de descobrir o motivo de todos os reboots e invencionices das editoras.
O publico alvo são crianças e adolescentes mas a maioria que acompanha fielmente são leitores de 25 anos ou mais (nós estamos na classe de balzaquianos :mrgreen:).

Bom isso não é exatamente verdadeiro Guilbor, venhamos e convenhamos, coisas como Final Crisis, por exemplo, e o Batman de Grant Morrison são praticamente ininteligíveis pro público "comum adolescente" e ainda mais pra crianças. São mais pra "jovens adultos".

O dilema com o estado dos comic books nos EUA tem a ver com coisas BEM MAIS complicadas do que a existência das continuidades complexas ( Dragon Ball Z é tão complexo quanto X-Men com linhas alternativas de tempo, ressurreições, executive meddling e reboots parciais) mas NUNCA deixou de vender bem. Decisões marketeiras, imediatistas e ingerências que afetam a qualidade atingem TODOS os meios de consumo de massa e, mesmo assim, a situação dos quadrinhos lá é bem mais séria do que deveria ser, considerando só a pedigree da mídia. Se o problema fosse a complexidade e instabilidade dos universos de superheróis, ou uma limitação com o genero em si, seria de se esperar que outros tipos de comic books estariam preenchendo o espaço deixado e sendo mais lidos que os quadrinhos das duas grandes concorrentes. Mas, com exclusão de casos excepcionais como o de Walking Dead* isso NÃO ACONTECE, muito pelo contrário.

* que, não por acaso, COINCIDE com a adaptação live-action televisiva do material estar bombando como está. Os americanos estão começando a descobrir o que o japonês já sabe há décadas: uma mídia não deve "concorrer" com a outra, elas DEVEM SE COMPLEMENTAR e se promover mutuamente.

O problema principal dos comics americanos é que eles PARARAM de vender comic book em banca há quase vinte e cinco anos ( A Crise nas Infinitas Terras praticamente marca a transição) e ,assim sendo, quadrinho lá só é encontrado em lojas especializadas. Essas lojas especializadas construíram uma bolha especulativa nos noventa que implodiu pelo final da década onde os comic shoppers estocavam quadrinho pra fazer um pé de meia esperando quando ele se tornaria "raro" e valioso, o que NUNCA aconteceu. Isso levou ao fechamento de várias lojas de maneira que é comum um americano NEM SABER que ainda existe quadrinho do Batman e do Superman pra comprar. A coisa melhorou um pouco com a penetração em outras mídias e a maior divulgação resultante mas os americanos ainda estão correndo atrás do prejuízo pra restaurar a saúde do mercado de hq nos EUA.

Um comprador de comic numa cidade de meio porte, às vezes, tem que ou ter assinatura ou dirigir 100 kms ou mais pra uma cidade vizinha onde tenha um comic shop pra pegar o quadrinho. É esse o principal fator que determina a elevação da faixa etária, gerando um comic que tem tiragens pequenas e é caro, sendo caro, vende pouco, vendendo pouco, só se torna acessivel pra gente aficcionada de poder aquisitivo mais elevado ( de modo que nos EUA o comic perdeu visibilidade por ter sido só "pregado pros convertidos por duas décadas seguidas, sem renovação proporcional do público leitor). Isso COMBINADO com a concorrência com outras mídias, o que bate exatamente com o seu caso, determinou o insulamento e guetoização do comic book estatunidense.

Vide aí tese de mestrado em português na faculdade de Passo Fundo a respeito dessa matéria Encadernados-A Leitura e os leitores de Quadrinhos de Edson Gregory Trescastro

How to save the comic book indutry

A bolha especulativa
 
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Quem diria que Watchmen, Cavaleiro das Trevas, MAUZ e Demolidor seriam os principais causadores da especulação dos quadrinhos de meado dos anos 80 até a bancarrota de 1997. Eu também imaginava que após estas obras, os quadrinhos dariam um salto em termos de qualidade e revolução, até em capa da Times o comic teve. É uma pena que tanta euforia acabou sendo mais danosa para indústria, vide que só agora o comic americano começa timidamente a retornar com muitas edições nas bancas daqui.

E parece que o ponto de ruptura foi a queda de braço entre os quadrinhistas e as majors Marvel e DC que, apesar do sucesso, pagavam uma mixaria por página para os autores e roteiristas. Só que o tiro acabou saindo pela culatra com o surgimento da Image Comics que, por primar os desenhos em detrimento do roteiro (um claro recado para artistas autorais como Alan Moore e Mark Millar), só piorou a situação dos quadrinhos e na ânsia de querer inovar na narrativa visual, acabaram pegando carona no boom dos mangás que teve início com Lobo Solitário trazido pelo Frank Miller em 87 e o filme Akira em 88. O que acabou dando origem aos famigerados mangalóides Gen13, Fathom e Witchblade que até fizeram algum sucesso, já que o público em geral desconhecia ou tinha pouco acesso aos mangás japoneses. Mas isso é um outro capítulo.

Não sabia que os comics não eram mais vendidos em bancas nos EUA. Sendo assim, a situação da DC e da Marvel não são nada confortáveis já que muitas lojas especializadas acabaram fechando como a Borders e, tal como acontece aqui, a distribuição setorizada só irá beneficiar quem tem para se deslocar até o centro da cidade e desembolsar por uma edição de luxo em detrimento do leitor de poucos rendimento mas que são a grande maioria.
 
Mas ai é que tá a Marvel e a DC não perderam nada já que não há devolução das edições como é feito pelas bancas comuns.
A tiragem de vendas é baseada nos pedidos das comics shop ou seja nem sempre a venda ao consumidor final corresponde ao numero das encomendas feitas e com isso o estoque encalhado fica todo pra revendedora e as editoras não perdem nada.
 
Mas ai é que tá a Marvel e a DC não perderam nada já que não há devolução das edições como é feito pelas bancas comuns.
A tiragem de vendas é baseada nos pedidos das comics shop ou seja nem sempre a venda ao consumidor final corresponde ao numero das encomendas feitas e com isso o estoque encalhado fica todo pra revendedora e as editoras não perdem nada.

As editoras não, mas se for distribuição setorizada como é por aqui, quem perde é aquele leitor que acompanha os lançamentos pela internet ou jornais, mas sabe que na sua cidade tal revista de herói "X" não vai contemplar sua cidade ou bairro e será obrigado a se deslocar. Pelo meno é assim que eu faço, onde moro não há tanta variedades de revistas como na capital.
 

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