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Temas Mitológicos no RPG

  • Criador do tópico Criador do tópico Margrave
  • Data de Criação Data de Criação
Re: Temas Mitologicos no RPG

...recomendo-lhe jogar com pessoas que tenham um conhecimento e gosto desenvolvido pela cultura... tanto (ou quase) quanto você. O mesmo se aplica a alguns cenários especiais, em que se os jogadores não tiverem a compreensão deste tal cenário, não flui um bom jogo

Isso é a pior coisa que tem. Quando você quer jogar num cenário ou tema que o resto do grupo não conhece, aí a) o grupo nem aceita jogar (e você fica na saudade); ou b) o grupo aceita jogar mas de tanta ignorância sobre o assunto (e desinteresse em conhecer) acaba "cagando no pau".

Já aconteceu isso comigo algumas vezes, principalmente com temáticas mais "diferentonas" ( Planescape, Transhuman Space, Unknown Armies, etc. )

O que me deixava mais puto é que eu sou do tipo "auto-motivável", ou seja, se o grupo decidir jogar algo que eu não tenha interesse/conheça, mesmo assim eu faço um esforço pra entrar na ambientação, e quando vejo já estou empolgado de novo. Já o contrário não costuma acontecer - com raras excessões (2 amigos), o resto do meu grupo nem topava jogar o que não conhecia/gostava, e pior, quando topava, ficava *bocejando* de 5 em 5 minutos. :osigh: Ninguém é obrigado a jogar o que não gosta, mas tem neguinho que SÓ joga Vampire, ou SÓ joga Forgotten, ou SÓ joga Shadowrun, etc. e se depender deles, o grupo nunca renova em nada, deixa passar varias oportunidades diferentes e interessantes, e ainda te força a jogar só o que eles querem.
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Esse é um ponto negativo de D&D : ele joga no lixo o potencial mitológico. Faz uma verdadeira esterilização mitológica - pega as formas, e joga fora os significados. Fazem vários "livro dos montros", dando stats pra estes, com um resumo de seus hábitos alimenticios, habitats, etc. é o ápice do anti-mito. O resultado são heróis matando e pilhando bandos de esfinges, mantícoras, bonnacons* e djinnies por esporte, como se caçando especies da fauna local.

(obviamente nem todo mundo joga assim, mas o fato é que o sistema deixa a "cama pronta" pra isso.)

- - -


*Olha o Bonnacon aí (tirado de um livro de mitologia medieval), prontinho pra usar em D&D :

bonnaconmotivatorcpiaoq5.jpg
 
Última edição:
Re: Temas Mitologicos no RPG

Ah sim. O legal é que o Bestiário do GURPS mal dá bola pras stats dos monstros, constando páginas e mais páginas só de lendas e histórias perdidas sobre eles :roll:

Ou talvez o GURPS Fantasy que apresenta como religiões o cristianismo, judaísmo.. (quem precisa de deuses mitológicos quando podemos ter Jesus H. Christ, certo?)
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Esse é um ponto negativo de D&D : ele joga no lixo o potencial mitológico. Faz uma verdadeira esterilização mitológica - pega as formas, e joga fora os significados. Fazem vários "livro dos montros", dando stats pra estes, com um resumo de seus hábitos alimenticios, habitats, etc. é o ápice do anti-mito. O resultado são heróis matando e pilhando bandos de esfinges, mantícoras, bonnacons* e djinnies por esporte, como se caçando especies da fauna local.

Legal cara!! =D
vc não le porra nenhuma do q foi escrito, posta um boi cagando e começa mais um flame de D&D num topico que não considerava nem sistemas... =D

Alias não tem um lugar q eu postei q vc não veio me contradizer e dizer q minha opinião não vale, meu sistema de RPG não presta, meus conhecimentos de história sucks!... =D

e qd eu perco meu tempo escrevendo uma resposta longa vc sai pela tangente e diz "ah... deixa para lá" :think:

Vc vai ler se alguem dizer q o livro dos monstros é um compendium de criaturas para VC adapatar ao mundo de campanha? hum... acho q não :think:

na moral, desisto... boa vida para ti e teu fã clube ^^
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

E como sempre, tudo volta a cair na velha disputa D&D X GURPS...


Será que, ao menos uma vez, não dá pra deixar essa briga de lado?


Armitage, acho que vc sabem postar coisas legais, mas tente se conter na hora de meter pau em D&D... talvez assim Tio Sky não precise retrucar metendo pau em Gurps. :P


Paz e Amor!!!!!!!!!

FUUIII!!!!!!!!!!!!!!!
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Que stress gente... relaxem. Paz e amor. :cool:

Já que o assunto é "Mitologia no RPG", eu só apontei o que na minha opinião é um crime, mitologicamente falando. Isso que D&D faz, e vários outros RPGs copiaram ao longo dos anos, é transformar elementos mitológicos em "blocos de estatisticas" para serem abatidos na porrada. Não que isso seja ruim no geral - é apenas ruim de um ponto de vista mitologico (que é o assunto do tópico).

Minha afirmação veio com o embasamento que a suporta, e quem quiser rebater, basta apresentar embasamento que prove o contrário ( bravatas, ofensas, etc. não vão chegar a lugar algum. Então relaxem ok? )

- - -

Sky, até GURPS faz isso que D&D faz, a única diferença é que ele não tem "livro dos monstros", ele apresenta os elementos mitologicos dentro dos seus respectivos contextos e com seus simbolismos presevados, como podemos ver nos livros de cenários: Vikings, Grécia, China, Celtas, etc. Então não acho GURPS um bom exemplo, já que ele é muito mecânico, e também enche esses monstros de estatisticas (até as psicológicas! :lol: ).


Se for pra citar jogos que conheço, que são "mitologicamente conscientes" desde suas fundações:

- Call of Cthulhu, baseado nos Cthluhu Mythos de Lovecraft trata a mitologia de forma legal - ali, os monstros NÃO têm estatisticas, eles são aborminações aterrorizantes que os jogadores não tem chance alguma de confrontar fisicamente. Ou eles desvendam mistérios ocultos dos primórdios, para tentar lidar com os monstros (uo ao menos para sobreviver), ou estão perdidos. Aliás CoC foi revolucionário para o RPG, justamente porque foi um dos primeiros a se distanciar das raízes wargamistas.

- Castle Falkenstein é a mesma coisa. Em Falk você não mata as criaturas num "conflito de estatisticas", você as derrota através do mito, ou seja, pra espantar um Troll que está assolando o vilarejo, você tem que descobrir sobre sua história, o quê ele simboliza, qual seu "ponto fraco mitologico".;

- Runequest e seu cenário Glorantha, que já falei aqui neste post e tem até um tópico sobre ele aqui no fórum. Foi criado por um estudioso de mitologia e é nítida a diferença quando o comparamos com outros cenários típicos de fantasia;

- Nobilis (ó meu avatar aí!) também é mais mitologicamente inclinado do que a norma - não ha estatisticas de "porrada", há o que cada um simboliza e personifica. Daí, os conflitos são do tipo:
"Eu sou Fogo, e evaporo você água";
"Eu sou Água, e me permito evaporar, pra logo depois concentrar-me em núvem, e chover sobre você fogo."
E assim vai...

Mas o RPG desde seus primórdios gira em torno do combate (felizmente ou infelizmente), então dar estatisticas para os monstros e descer o pau neles é uma consequencia natural, se pararmos pra pensar. Todos nós jogamos assim. Quem falar que não gosta de um combate tático tá mentindo - alguem aí jogaria uma campanha inteira, com uma dezena de sessões, sem combate nenhum? É muuuuito raro. O combate é a base do RPG, como conhecemos hoje. E isso é , de certa forma, negativo para os "monstros mitológicos".

Vocês ainda acham que falei algum absurdo? :think:
 
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Re: Temas Mitologicos no RPG

Estatísticas de montros não é só pra porrada.

E mtas vezes, ter estátiscas é algo bom, pra vc saber oq a criatura pode ou não fazer.

Estatisticas poupam trabalho na hora do jogo.

Imagine que os jogadores encontrem uma determinada criatura. Imagine agora que eles resolvem entrar numa disputa de charadas com ela. Como saber, com exatidão, se a criatura é ou não boa em charadas, sem as estatisticas? Ou se a criatura quizer mentir, como saber se ela é ou não uma boa mentirosa? O narrador pode até invetar na hora, mas a "ficha" pronta poupa mto esse trabalho.

Combate é apenas uma das possibilidades, tem mtas outras ainda. As estatisticas não visam apenas combate.


E sim, eu poderia ficar mto tempo num jogo sem rolar combate algum.
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Mas Arcanjo, só o fato de você dar estatísticas para algo, já é ruim mitologicamente falando . Isso tira o simbolismo, o mistério, o sobrenatural. Estatisticas são úteis, mas nesse caso, elas aproximam e comparam o que *NÃO* deveria ser aproximavel e comparável: o mundano e o mítico!

Por ex: Pra quê eu vou querer partir numa jornada desesperada ao mundo dos sonhos em busca do nome verdadeiro do Leprechaum que está atormentando minha vila, se eu já sei que ele tem HT:18, St:9, vantagem "imune a ataques normais", e a desvantagem "Fraqueza contra magia" ? Eu vou é descer espadada mágica na fuça do coitado, sem respeito ou temor algum. Isso vai de encontro ao seres mitológicos - os mortais sempre tiveram medo só de falar neles, da mesma forma que um religioso hoje sente frio na espinha só de questionar mentalmente seu Deus, ou Jeová, ou Alá, ou qualquer elemento da mitologia judaico-cristã (Anjos, Serafins, o Diabo, etc). Entende o que digo?

Obviamente, não significa que quem joga D&D, GURPS, Shadowrun, não pode fazer jogos mitologicamente legais. Afinal o ser humano é o fator determinante do hobbie. Mas que esse tipo de mentalidade anti-mitológica tem forte presença no mundo do RPG, isso é fato. Afinal, a vídeo-gamização está aí pra provar:

"Caracolis, eu matei uma Esfinge gigante verde selvagem ontem no MU Online. Tú tinha que ver! Me armei até os dentes, levei um monte de poções mágicas, contratei um bando de henchmen pelo caminho; Quando ela abriu a boca pra falar aquelas xaradinhas, a galera cercou e baixou a porrada nela!"

:lol:
 
Última edição:
Re: Temas Mitologicos no RPG

Por ex: Pra quê eu vou querer partir numa jornada desesperada ao mundo dos sonhos em busca do nome verdadeiro do Leprechaum que está atormentando minha vila, se eu já sei que ele tem HT:18, St:9, vantagem "imune a ataques normais", e a desvantagem "Fraqueza contra magia" ? Eu vou é descer espadada mágica na fuça do coitado, sem respeito ou temor algum. Entende o que digo?


Entendo sim. O fim do mistério foi oq levou a White-Wolf a recriar o Mundo das Trevas. Mas, nesse seu exemplo aí, é falta de interpretações dos jogadores agirem assim. As estatísticas estão lá para auxiliar, não para servir de algemas.

Mas entendo oq vc quer dizer.


Problemas como no seu exemplo existem por falta de interpretação dos jogadores e pelo fato deles decorarem ficha de tudo quanto é coisa... pensamentos meta-jogo atrapalham.
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Não Arcanjo, não é falta de interpretação por parte dos jogadores - é uma possibilidade que o jogo apresenta, e o jogador aproveita. Se não houvessem estatisticas, e unica forma de lidar com os seres mitologicos fosse realmente a mitologia, então os jogadores iam ter que correr atrás de alternativas que não o conflito físico direto.


EDIT: seu exemplo do mundo das Trevas foi na mosca! Té o incio da 2º edição, era algo sombrio, misterioso. Depois virou um jogo de "Supers" com tema de vampiros; E entendí o que você quis dizer do meta-jogo, tem razão, isso também acontece; Incluí o Call of Cthulhu na listinha ali de cima.
 
Última edição:
Re: Temas Mitologicos no RPG

O fato de o jogador saber que o bixu morre com um golpe só, não signifique que o personagem saiba.

Isso é pensamento meta-jogo e é interpretar errado.
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Não há de se falar em banalização do livro dos monstros em D&D. A busca do herói mitológico quase sempre envolveu ir atrás de um monstro e matá-lo. O que até se pode contestar é a forma como os DMs apresentam os monstros, não dando história, etc. Mas em todo jogo é assim, não é, Senhor "Ronaldinho Gaúcho em Unknown Armies"? :roll:

Sobre Call of Cthulhu: tanto a versão da Chaosium quanto da Wizards of the Coast apresentam as estatísticas dos monstros, mesmo os Great Old Ones.

E sobre GURPS não ter um livro de monstros: realmente não tem um. Tem vários. A diferença é que o GURPS divide os monstros por estilo de cenário e o D&D de outra forma: básicos, épicos + oozes, psiônicos + constructos e com classe de personagem.

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Re: Temas Mitologicos no RPG

Armitage disse:
Mas Arcanjo, só o fato de você dar estatísticas para algo, já é ruim mitologicamente falando
Fala sério Armitage XD

Não Arcanjo, não é falta de interpretação por parte dos jogadores - é uma possibilidade que o jogo apresenta, e o jogador aproveita. Se não houvessem estatisticas
Discordo. É falta de interpretação sim senhor. As estatisticas assim como todas as outras regras estão pra ajudar a simular alguma coisa. Se as estatisticas são inuteis para ciraturas mitologicaas, entao pq diabos eu perco tempo preenchendo ficha do meu personagem, que nada mais é que uma mitologia pessoal.

As regras oferecem parametros para resolução de ações e efeitos comparativos de conhecimento, caracteristicas e poder.

Engraçado voce criticar a visão competitiva dos jogadores de D20 e lfazer esse tipo de comentário, pra mim isso é visão competitiva, q vc tanto abomina, sorry.

Armitage disse:
e unica forma de lidar com os seres mitologicos fosse realmente a mitologia, então os jogadores iam ter que correr atrás de alternativas que não o conflito físico direto.
Claaaro, diga isso pro Hércules, Jasão e Perseu que nem surraram certos monstros não né?
Cabe ao jogador fazer das suas ações em jogo refletirem na história, seja ela profunda ou o mais puro hack n slash.

A premissa básica de uma interpretação: nem tudo o que o jogador sabe (ou ator, se extendermos isso pra filmes e teatro) o personagem irá saber. Simples assim.

EDIT: seu exemplo do mundo das Trevas foi na mosca! Té o incio da 2º edição, era algo sombrio, misterioso.
Era sombrio, misterioso mas eu olho meus livros (que estão fedendo a mofo) e vejo claramente as estatisticas de diversas criaturas! No máximo as edições antigas eram "incompletas".

Cada um faz da estatistica oq quiser, incluindo a possibilidade de altera-las se o Mestre quiser e dar o enfoque a sua maneira.

Ah, Sky, esses bestiários GURPS são legais, especialmente o Dragons.
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Acho que vocês ainda não "enxergaram" o que estou querendo dizer.. vejam bem, partindo do pressuposto que o papo é sobre "Mitologia no RPG", então:

"Lévi-Strauss: myth is a structured system of signifiers, whose internal networks of relationships are used to 'map' the structure of other sets of relationships; the 'content' is infinitely variable and relatively unimportant."[ O Mito sem significado não é mito. Seres mitologicos desprovidos de significados (e transformados em "blocos de estatisticas"), não são mais seres mitológicos. Estudiosos do assunto, os folcloristas, inclusive diferem "Mito" de "Lenda" - o Mito é 100% relevante para uma cultura, geralmente associado à criação do mundo, à explicação da natureza, com argumentos com qualidade de "verdade" absoluta, envolvendo deuses e semi-deuses; já a Lenda é baseada em alguma história do passado, geralmente envolvendo feitos dos heróis de um povo.


Os heróis, deuses e semi-deuses das mitologias realizavam feitos extraordinários que iam além da capacidade humana - feitos únicos, que não se vê em cada esquina, e que sempre tinha significado/relevância para o próprio mundo. Os monstros mitológicos eram seres que encorporavam um significado, um símbolo para aquela cultura. Um combate entre um herói e um Monstro desses era algo colossal, que podia alterar o próprio destino do povo. Era um combate "mítico", ou seja, que tem significado para aquele povo.

Acompanharam até aqui? Ok.

Agora olhem para o "formato" de jogo popularizado por D&D, e que se tornou a norma hoje em dia: bandos de aventureiros entrando em bosques/masmorras/torres/labirintos/cavernas pra espancar goblins, Orcs, beholders, mantícoras, esfinges, bonnacons, e no final ainda matar o Grande Dragão Verde. E o modus operandi: na base da *porrada tática*. É como eu citei aqui no exemplo:
"Caracolis, eu matei uma Esfinge verde gigante ontem no MU Online. Me armei até os dentes, levei um monte de poções mágicas, contratei um bando de henchmen pelo caminho; Quando ela abriu a boca pra falar aquelas xaradinhas, a galera cercou e baixou a porrada nela!"

Temos aí uma *banalização* de seres míticos. Seres que originalmente eram a personificação de algum simbolo, algum arquétipo, alguma verdade, pra uma cultura, e passam a ser apenas mais uma espécie da fauna regional, com hábitos alimenticios, sexuais, predatórios, etc prontinhos para serem abatidos. ABSURDO! 8-O

E como se não bastasse, os cenários são cheios de "Aventuras épicas" que os heróis fazem, uma atrás da outra, matando estes monstros pobres coitados aos montes. Um dia é um Medusa ali, no outro é um Fafnir lá, no outro é uma esfinge acolá. E no final nada disso tem relevância alguma para o mundo - nada disso é "mítico", já que as criaturas não simbolizam nada, foram estripadas de seu simbolismo para se tornarem "blocos de estatísticas", "buchas", de aventureiros num grande playground de combate tático (Forgotten Realms, Im looking at you! ).

Agora olhem para o outro lado, para os jogos que indiquei (principalmente Cthulhu e Falkenstein), possuem "formatos" de jogo (pelo menos by-the-book), que lidam muito melhor com os elementos míticos pois respeitam e interagem com seu simbolismo, ao invés de o jogarem fora e transformarem os seres em "blocos de estatísticas". Nem existe o conceito de "hack-slash" nesses jogos, você pode até forçar este estilo de jogo, mas os jogos não foram feitos com isso em mente.
 
Última edição:
Re: Temas Mitologicos no RPG

VC'S sabem q o Underdark perde 50% das suas gomas criadoras de aberrações profanas ao ano?! ÒÓ

LOGO OS Ilithides vão entrar em extinção! Por causa dessa juventude transviada, consumista e gamista! òÓ

Seus preconceituosos! Classificam monstros em "status" e "atributos"! E ainda usam conceitos humanos! O ogre não tem ND:3, vcs q tem ND:1/3!

Shame on you all òÓ

de qualquer forma abaixo vem o melhor do Gurps :

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Contemplem o verdadeiro RPG :amem:
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Taverneiro: eu não estava questionando a qualidade dos suplementos, mas sim mostrando que, diferente do que o Armitage quer dizer, GURPS tem sim "livros de monstros" a dar com um pau.

Sobre a banalização dos seres míticos: isso vai do estilo de jogo de cada um. Hate the player, not the game :wink:

E é engraçado ver o Armitage criticar as banalizações criativas do D&D enquanto ele mesmo banaliza o Unknown Armies...
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Armitage disse:
Os monstros mitológicos eram seres que encorporavam um significado, um símbolo para aquela cultura. Um combate entre um herói e um Monstro desses era algo colossal, que podia alterar o próprio destino do povo. Era um combate "mítico", ou seja, que tem significado para aquele povo.
Partindo do pressuposto que em uma partida os personagens-jogadores são protagonistas de um mundo mitológico, é natural que esses elementos sejam incorpados, se alguma coisa é feita de maneira banal isso nada tem a ver com sistemas, estatísticas ou coisa assim. A culpa é 100% dos jogadores e mestre que não sabem aproveitar o potencial de cada monstro. Se seu mestre faz isso sinto muito, mas extender isso a todos os jogadores é demais. Ou apontar para um único sistema (ainda mais considerando que este foi o PRIMEIRO RPG do mundo) também não resolve a discussão e de nada proveitoso se tira dessa bagunça toda.

Armitage disse:
E como se não bastasse, os cenários são cheios de "Aventuras épicas" que os heróis fazem, uma atrás da outra, matando estes monstros pobres coitados aos montes. Um dia é um Medusa ali, no outro é um Fafnir lá, no outro é uma esfinge acolá. E no final nada disso tem relevância alguma para o mundo - nada disso é "mítico", já que as criaturas não simbolizam nada, foram estripadas de seu simbolismo para se tornarem "blocos de estatísticas", "buchas", de aventureiros num grande playground de combate tático (Forgotten Realms, Im looking at you! ).
De novo: a culpa não são das estatisticas e sim dos jogadores e no caso mais especifico de seu comentário dos escritores (que tbm são jogadores). Tudo é uma questão de foco, as estatisticas nada contribuem para banalização, ela haveria de qualquer forma.

E não culpo ninguém: se o elemento JOGO está mais forte do que nunca paciencia, mas mesmo um jogo mais "roleplay" PRECISA ter estatísticas, do contrário não haveria razão nenhuma em construir as fichas dos próprios personagens-jogadores. O que se faz com estatística depende exclusivamente do grupo.

Quanto a Forgotten, bem, vc realmente NÃO leu os livros! Forgotten é high fantasy, mas apresenta muitos seres de maneira muito interessante, se a maioria dos jogadores (e dos críticos) não enxergam (ou convenientemente não querem enxergar) esse potencial, fazer oque?

Um artigo chamado "Burrice monstruosa" do Trevisan reflete muito do que eu penso: http://www.dragonslayer.com.br/2007/03/12/burrice-monstruosa/

Trevisan disse:
Odeio monstros desmiolados. Pronto. Falei. E não quero dizer no sentido aventuresco de ser. Algo do tipo “quando jogo, todos os meus guerreiros odeiam monstros e desejam baní-los para o Abismo o mais rápido possível”. Não é por aí. Odeio esse tipo de monstro como Mestre mesmo.

Conheço gente que adora. Alguns Mestres com quem convivi e joguei eram capazes de bolar aventuras inteiras olhando meia dúzia de fichas do finado Monstrous Compendium (o avô do Manual dos Monstros que conhecemos atualmente). Hoje em dia não sei exatamente como funciona, mas na época em que me iniciei no AD&D esse era o procedimento padrão tomado por um Mestre despreparado que se via obrigado a mestrar porque ninguém ousava se candidatar à arriscada tarefa. Eu, por outro lado, nunca consegui fazer isso. Para ser sincero, nunca fui muito apto a sequer entender as fichas de monstros.

Outra coisa que sempre me deu arrepios são os Encontros Aleatórios. O conceito é simples: enormes tabelas contendo monstros diversos e números correspondentes para cada um. Assim, se temos 20 monstros, é só rolar 1d20, olhar a tabela e fazer com que apareça no caminho dos intrépidos e desavisados aventureiros o monstro indicado. É um jeito de acabar com o tédio da viagem entre uma cidade e outra e, ao mesmo tempo, dar uma força para os Mestres que têm o costume de se perder no meio da aventura. De minha parte, sempre achei isso muito chato. E aí o rapazinho de amarelo na última fileira pergunta com brilho nos olhos: “Se você odeia monstros, então o que diabos tinha nas suas aventuras, hein?” E, com o sorriso sarcástico que só um cientista maluco consegue manter no rosto por mais de 30 segundos sem parecer rídiculo, eu respondo: “Vilões.”

As pessoas costumam afirmar de maneira insistente que o Sistema D20 (e principalmente Dungeons & Dragons) se baseia no princípo filosófico conhecido como “bater, bater, socar, mutilar, destruir e, quando acabar, bater, bater e socar de novo”. Tudo bem. Não sou hipócrita o suficiente para dizer que isso não tem uma ponta de verdade. Uma boa ponta. Mais ou menos do tamanho da ponta de iceberg que afundou o Titanic (decretando a morte do Leonardo Di Caprio, para a felicidade da comunidade masculina). Porém, como no caso do iceberg citado há pouco, existe muito mais para se ver além da superfície.

Jogadores gostam de combates com monstros (hordas de orcs com o mesmo Q.I. do George Bush, de preferência) pelo simples fato de que vencer os monstrengos representa superar um desafio. E, cá entre nós, existe coisa mais desafiadora que um Personagem do Mestre (NPC) tão inteligente quanto os jogadores, com mais recursos que eles e capaz de bolar planos ainda mais mirabolantes que o esquema tático da seleção de futebol da Holanda na Copa do Mundo de 74?

O que é mais satisfatório: frustrar os planos de um necromante maligno ou trucidar um dragão com paralisia cerebral (já que ninguém lembra o quanto os bichos são inteligentes) no final de uma masmorra? O que é mais emocionante: vencer um pequeno exército mercenário que vem atacando de modo sistemático e eficiente as vilas de um reino ou massacrar uma tribo de orcs que apareceu sabe-se lá de onde para azucrinar a vida dos personagens?

Ninguém é obrigado a concordar comigo nem tenho a pretensão de que isso aconteça, mas nas duas perguntas que fiz acima, prefiro com certeza a primeira alternativa. É sempre mais recompensador quando você sabe que seu inimigo pode ser tão ou mais perigosos que você. E não porque é mais poderoso, mas por poder ser tão ou mais inteligente.

Dar porrada até que é legal, mas ainda acho que mais vale um tirano sanguinário na mão do que dois tarrasques voando.
 
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