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Temas Mitológicos no RPG

  • Criador do tópico Criador do tópico Margrave
  • Data de Criação Data de Criação
Re: Temas Mitologicos no RPG

Partindo do pressuposto que em uma partida os personagens-jogadores são protagonistas de um mundo mitológico, é natural que esses elementos sejam incorpados, se alguma coisa é feita de maneira banal isso nada tem a ver com sistemas, estatísticas ou coisa assim

Opa! A coisa é feita de maneira banal porque o próprio JOGO promove sim esse tipo de coisa. EStá em seus próprios ossos! Se você discorda, compare o seguinte:

- D&D: usa "Livros dos Monstros", com seres para servir de bucha em aventuras, com estatisticas mil, para dar base de comparaçòes físicas e mentais aos dois lados; a simbologia que estes seres incorporavam é descartada em prol de descrições de habitos, etc. e transformá-los em oposição para os heróis em seu modus operandi principal: o combate;

- Falkenstein: usa "livro de monstros" como um livro sobre seres da mitologia céltica, com toda sua simbologia respeitada, com sua ntureza e com "pontos fracos" não-físicos, de acordo com o folclore e mitologia de um povo; Possuem poucas estatisticas, já que "conflito-estatistico" não é tão necessarias para o foco do jogo; O modus operandi pra se derrotar estes seres é o conhecimento folclórico e mitológico dos mesmos;

Se analisarmos que D&D preza estatisticas mil, feats, talents, classes, etc. quase 90% voltado para o combate, e que Falkenstein não tem sequer ficha de personagem, a não ser um background escrito numa página, e um sistema de combate simplório, então nada mais natural do que D&D ser coerente com sua proposta e realmente apresentar os desafios em forma de "bucha" para combate. Isso é natural e legal. Mas do ponto de vista mitológico... é um crime. E PROMOVIDO PELO SISTEMA SIM SENHOR.

É o paradoxo mais irônico de Planescape! Um mundo recheado de filosofias e mitos, onde a vontade é mais forte que a espada, onde crer é poder, onde podemos ver a manifestação do vermelho vagando pelas ruas ao lado do Crier of Es-Annon, um ser imortal amnésico ao lado de um crânio flutuante, um tatuador cujas tattos invocam o poder de suas histórias e lendas, um "beco grávido"... e o que o sistema nos permite ser? especializações de combate!!! Guerreiro (combatente curto alcance), Mago (Artilharia longo alcance), Clérigo (médico de campo), Ladrão (sabotador).

É brochante! Coito interrompido! Foda mal dada! Uma criança parida com raiva!

Aí o comparamos com Unknown Armies, um sisteminha simples mas que, coincidentemente, incorpora uma mecânica caprichada para abordar o tema principal de Planescape ( "Crer é poder" ). Nada de classes de combate, nada de regrinhas e sub-regrinhas de combate tático, feats, talents, e super-poderes. Apenas aquilo que vai promover o tema do cenário (Crer é poder), e permitir a imaginação manifestar-se como quiser, sem restrições e emulações bélicas, até onde sua criatividade alcançar - ser a personficação da cor Azul, Um crânio flutuante, o Tatuador de lendas, O negociante de histórias, a prostituta do intelecto, um Deus que não quer mais ser Deus, um pintor andarilho inter-planar, etc. etc. etc.

De novo: a culpa não são das estatisticas e sim dos jogadores e no caso mais especifico de seu comentário dos escritores (que tbm são jogadores). Tudo é uma questão de foco, as estatisticas nada contribuem para banalização, ela haveria de qualquer forma.

Sim sim! Eu diria que a culpa é MAIS dos escritores e criadores desse "formato" de jogo do que dos consmidores. Repetindo: nem todos jogam assim, obviamente o grupo faz o que quiser com o jogo, e conheço muitas partidas não-bélicas e interessantes em D&D. Mas têm culpa aqueles que jogam dessa forma? Têm culpa ? Já que escritores, autores, o próprio sistema, etc. ajudam a promover esse "formato" de jogo? Os que seguem a dica, têm realmente culpa?

Quanto a Forgotten, bem, vc realmente NÃO leu os livros! Forgotten é high fantasy, mas apresenta muitos seres de maneira muito interessante, se a maioria dos jogadores (e dos críticos) não enxergam (ou convenientemente não querem enxergar) esse potencial, fazer oque?

Pois é, essa é sua visão. Nada contra. Eu olho pra Forgotten (o meu, na minha estante, que já li todo e já joguei) e vejo um copy-and-paste de culturas da Terra, sem quê nem porquê, junto de convenções Tolkienescas ultra-clichês, num playground para "os heróis do combate tático".

Prefiro mil vezes aquele Tekumel que você me mostrou (interessantissimo!), ou o Banestorm de Gurps, ou Pendragon (curiosamente, do mesmo autor de Glorantha), etc. jogos e cenário que são mais do que uma mera desculpa pro combate tático com ambientação pseudo-medieval e pseudo-tolkieniana. E quanto ao assunto da questão (Mitologia no RPG), basta olhar pra Glorantha de Runequest, e ver como dá pra se fazer um mundo mitologicamente-consciente, onde o mito é tão concreto quanto era para os povos da nossa história, e onde os personagens interagem realmente com este, não como desculpa para um "heroísmo bélico-tático"( o próprio sistema Runequest não comportava muito bem hack-slash, já que era altamente mortífero, e os jogadores iam perder personagens aos montes num "formato" de jogo assim; Parece que a nova edição se adaptou aos novos tempos porém, está menos mortifera). Ou olhar para Chulthu e Falkenstein e ver como interagir com o mito de forma interessante.

EDIT: O artigo é muito interessante Taverneiro, e concordo planenamente com o autor (ele próprio cita a vídeo-gamização, só que com outro nome), só não concordo com sua opinião na parte final.
 
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Re: Temas Mitologicos no RPG

Opa! A coisa é feita de maneira banal porque o próprio JOGO promove sim esse tipo de coisa. EStá em seus próprios ossos! Se você discorda, compare o seguinte:

- D&D: usa "Livros dos Monstros", com seres para servir de bucha em aventuras, com estatisticas mil, para dar base de comparaçòes físicas e mentais aos dois lados; a simbologia que estes seres incorporavam é descartada em prol de descrições de habitos, etc. e transformá-los em oposição para os heróis em seu modus operandi principal: o combate;

- Falkenstein: usa "livro de monstros" como um livro sobre seres da mitologia céltica, com toda sua simbologia respeitada, com sua ntureza e com "pontos fracos" não-físicos, de acordo com o folclore e mitologia de um povo; Possuem poucas estatisticas, já que "conflito-estatistico" não é tão necessarias para o foco do jogo; O modus operandi pra se derrotar estes seres é o conhecimento folclórico e mitológico dos mesmos;

Se analisarmos que D&D preza estatisticas mil, feats, talents, classes, etc. quase 90% voltado para o combate, e que Falkenstein não tem sequer ficha de personagem, a não ser um background escrito numa página, e um sistema de combate simplório, então nada mais natural do que D&D ser coerente com sua proposta e realmente apresentar os desafios em forma de "bucha" para combate. Isso é natural e legal. Mas do ponto de vista mitológico... é um crime. E PROMOVIDO PELO SISTEMA SIM SENHOR.

E qual o problema nisso? O próprio Joseph Campbell fala que a jornada do herói tem uma parte física e uma parte espiritual. A parte física o sistema abrange, enquanto a espiritual fica a cargo do Role-play. Os monstros são apresentados sim de forma crua e genérica. Mas estão lá para serem utilizados pelo DM. Quem cria a ameaça, o terror da mantícora não tem que ser o livro. Tem que ser o DM. Pois o que é uma mantícora para um camponês? É o fim do mundo. Mas para um grande herói, como um Hércules da vida? É só mais um oponente.

Aí o comparamos com Unknown Armies, um sisteminha simples mas que, coincidentemente, incorpora uma mecânica caprichada para abordar o tema principal de Planescape ( "Crer é poder" ). Nada de classes de combate, nada de regrinhas e sub-regrinhas de combate tático, feats, talents, e super-poderes. Apenas aquilo que vai promover o tema do cenário (Crer é poder), e permitir a imaginação manifestar-se como quiser, sem restrições e emulações bélicas, até onde sua criatividade alcançar - ser a personficação da cor Azul, Um crânio flutuante, o Tatuador de lendas, O negociante de histórias, a prostituta do intelecto, um Deus que não quer mais ser Deus, um pintor andarilho inter-planar, etc. etc. etc.

Sim, e tu, do alto da tua cadeira de RPGista "cabeça", que gosta de termos "maduros" e "profundos", joga Unknown Armies usando como tema o Ronaldinho Gaúcho. Ou seja: de nada adianta ter uma ambientação complexa se tem jogadores que acabam cagando pra tudo isso e banalizando o cenário.
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Se analisarmos que D&D preza estatisticas mil, feats, talents, classes, etc. quase 90% voltado para o combate, e que Falkenstein não tem sequer ficha de personagem, a não ser um background escrito numa página, e um sistema de combate simplório, então nada mais natural do que D&D ser coerente com sua proposta e realmente apresentar os desafios em forma de "bucha" para combate. Isso é natural e legal. Mas do ponto de vista mitológico... é um crime. E PROMOVIDO PELO SISTEMA SIM SENHOR.
Não necessariamente. É tão dificil adequar D&D a um estilo de jogo peculiar como o seu? Duvido que seja, pois é da natureza de um jogo cooperativo como o RPG permitir que regras sejam totalmente alteradas em conteúdo e acima de tudo da maneira que elas influem na história.

É possível ver tantos contrastes dentro de um único sistema de RPG. Não há o que discutir: é muito raro jogadores de um mesmo sistema jogarem da mesma forma. As estatísticas estão lá para serem usadas quando forem necessárias (SE forem necessárias). A interpretação (boa ou ruim, de acordo com suas preferencias) que se dá a criaturas mitologicas dentro jogo não depende das estatísticas.

Já que o alvo é D&D, sugiro uma abordagem de um dos seus cenários mais clássicos: Dragonlance. O mito em torno das criaturas draconicas nesse cenário é única. Aqui, a abordagem bate de frente com suas críticas ao D&D em geral: dragões são seres sábios, influentes, mágicos e perigosamente astutos. Nesse mesmo cenário ogros são descendentes de uma raça nobre, os altos ogros que agora ressentem de sua natureza má.

O mesmo pode ser extendido para Vampiros e outros mortos-vivos de Ravenloft, Beholders em Forgotten e mais "n" exemplos que ao longo do tempo se tornaram os principais atrativos e as características mais icônicas de cada cenário.

Como eu disse, críticos e até jogadores não enxergam porque nem ao menos terminam de ler a descrição dos monstros e perceberem que depois de cada ficha de monstros (com aqueles feats, poderes e stats) existe uma ficha contnedo motivações, comportamento e como inseri-los da maneira mais "mitologicamente" correta (se é que isso existe).

E olha que eu nem jogo D&D3E... mas sempre usei os cenários classicos de AD&D justamente por enxergar esse tipo de potencial, mais explicitos antigamente eu concordo, mas ainda remanescentes hoje em dia...
 
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Re: Temas Mitologicos no RPG

E D&D nem tem Homens patos... oO


Seguinte: O Livro dos Monstros não é o livro final do D&D, nem deveria ser é um livro na qual vem as estatisticas de criaturas, que diga-se de passagem é algo bem util se vc não é um tarado por fazer fichas.

O que o monstro representa vem do mestre e do cenario

O armitage aqui fala q Forgotten é um copy and buy de Tolkien, mas Runequest não é? Vc chama de "jornadas misticas" eu chamo de "viagens planares"

Castle Falkenstein não tem nada de "celtico" especialmente pq é um jogo steampunk... oo

Não existem desvantagens META-GAME no livro dos monstros, pq ele simplesmente não é META-GAME ele é o CORE de regras do game,ele não é um tratado de mitologia, ele não quer ser um tratado de mitologia

Vc chama de ética: O D&D chama de bem e mal, não que existam esses conceitos (assim como não existem ataques de oportunidade) mas pq é uma maneira de determinar diversas coisas, bem ou mal TODOS os jogos tem bem e mal (Falkenstein épuro bem e mal, Runequest é os seus amaldiçoados "orcs malzinhos" e elfos bonzinhos na veia) faz q nem Ravenloft faz e aniquila isso

alias, quer um jogo q diga mais o q um monstro significa q Ravenloft? Inclusive exaustivamente?
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Que feio Armitage... fala tanto de D&D quanto Sky fala de Gurps.... vcs tão kda vez mais "parecidos".... é o casamento????


XDXDXDXDXDXDXDXD

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Primeiro D&D e conto de fadas, agora isso.... putz... Armizinho deve ter ido um trauma forte com D&D... um contos de fadas hack n slash cheios de pensamentos meta-game...

huahuahuahuahuahuahua

XDXDXD
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Os heróis, deuses e semi-deuses das mitologias realizavam feitos extraordinários que iam além da capacidade humana - feitos únicos, que não se vê em cada esquina, e que sempre tinha significado/relevância para o próprio mundo. Os monstros mitológicos eram seres que encorporavam um significado, um símbolo para aquela cultura. Um combate entre um herói e um Monstro desses era algo colossal, que podia alterar o próprio destino do povo. Era um combate "mítico", ou seja, que tem significado para aquele povo.

Entendo, mas viabilizar o combate épico, heróico e torná-lo mais do que uma simples briga, a utilização desses seres é inevitável. Concordo que seja uma utilização muitas vezes banalizada, mas isso só acontece quando o combate em si é banalizado.

Mas tu mesmo disse (e nesse tópico) que o combate é parte essencial do RPG, não vejo porque tamanha revolta...

Legal ter citado Lévi-Strauss. :D

nada mais natural do que D&D ser coerente com sua proposta e realmente apresentar os desafios em forma de "bucha" para combate. Isso é natural e legal. Mas do ponto de vista mitológico... é um crime. E PROMOVIDO PELO SISTEMA SIM SENHOR.

É inegável que uma das propostas básicas do D&D é proporcionar o combate, até aí nada de errado, certo? Então, além de apresentar um ser mitológico, no mais amplo sentido do heróico, acho coerente apresentar também as estatísticas. Uma função primordial de um sistema/cenário de RPG é oferecer opções para serem usadas da forma que cada um julgar adequada. Mas não vou ficar muito tempo "chovendo no molhado", todo mundo sabe disso....
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Dragonlance.
Li pouco a respeito de Dragonlance. Me pareceu mais interessante, e mais bem amarrado que Forgotten. De fato, o pouco que li de Greyhawk, também me pareceu mais coeso em todos os sentidos que Forgotten.

Não necessariamente. É tão dificil adequar D&D a um estilo de jogo peculiar como o seu?
Pois é, "Adequar", por que as ferramentas que o sistema me dão são voltadas para o combate. Se eu quiser algo nã0-bélico, tenho que "adequar", Taverneiro.


Concordo que seja uma utilização muitas vezes banalizada, mas isso só acontece quando o combate em si é banalizado.
Mas o quê você acha que o combate é em D&D? - temos um sistema que é estruturado em torno da guerra - classes são especializações bélicas, 90% das caracteristicas, regras e sub-regras giram em torno do combate (inclusive com caracteristicas bélicas fundamentais e não-extraíveis, como BaB), a letalidade pequena permite maior taxa de sobrevivência (e maior taxa de "inimigos mortos por minuto" ), estrutura de experiencia baseada em "quantidade de de inimigos abatidos" (o sistema se afastou um pouco disso na ultima encarnação, mas ainda não totalmente ), forte recomendação de uso de tabuleiro e miniaturas para explorar as regras ao máximo, etc, etc, etc

Se isso não é banalizar o combate, não sei o que é, Kainof. E não é justo culpar os jogadores que só se divertem com hack-slash - afinal são eles que realmnente tiram proveito do sistema como um todo.

Uma função primordial de um sistema/cenário de RPG é oferecer opções para serem usadas da forma que cada um julgar adequada.
Sim, isso é verdade, como tinha dito o Taverneiro anteriormente.

É inegável que uma das propostas básicas do D&D é proporcionar o combate, até aí nada de errado, certo? Então, além de apresentar um ser mitológico, no mais amplo sentido do heróico, acho coerente apresentar também as estatísticas
Mas aí temos um problema de significados. Mitológico é diferente de Lendário. Para você fazer um ser mitológico, você tem que dar a ele algum simbolismo para o mundo, e a *morte* de tal ser tem que ser algo com consequencias drásticas para o mesmo mundo. Na maior parte das mitologias, esses tipo de interação drástica se dá entre seres mais-que-humanos - semi-deuses, deuses, etc. daí minha opinião de diminuir a todo custo o contato "mundano-mítico". No caso do lendário não tem problema, estatisticas para criar uma base de comparação não seria danoso.

Seguinte: O Livro dos Monstros não é o livro final do D&D, nem deveria ser é um livro na qual vem as estatisticas de criaturas, que diga-se de passagem é algo bem util se vc não é um tarado por fazer fichas. O que o monstro representa vem do mestre e do cenario
Dá no mesmo, já que enchem os monstros de estatisticas para servir de "bucha" de combate de heróis. Leia o que falei em cima, da diferença de Mito e Lenda, e como um monstro mitologico não pode ser banalizado e comparado com mortais. É como o Golem. Para a mitologia judaica, o Golem é significativo, é mitológico. Mas o que vemos em D&D: calabouços com Golems de pistache, Golems de calabresa, Golems de limão, etc. Deixou de ser mitológico pra ser, no máximo, lendário. Os livros dos monstros poderiam dar dicas de como entrelaçar sua forma à algum simbolismo relevante para o mundo do cenário, e depois dicas de como explorar esse simbolismo (o que , para heróis mundanos, o combate direto deveria ser o ultimo dos recursos), mas o que vemos? criaturas para servir de "bucha".

porque nem ao menos terminam de ler a descrição dos monstros e perceberem que depois de cada ficha de monstros (com aqueles feats, poderes e stats) existe uma ficha contnedo motivações, comportamento e como inseri-los da maneira mais "mitologicamente" correta (se é que isso existe).

Aqui está o ponto da questão (quem não teve saco de ler tudo, leia só a partir daqui).
O "Mitologicamente-correto" existe, e não é o que os livros de monstros fazem. Para o "Mitologicamente-correto" o que importa é o conteúdo e não a forma - o "significado" o "simbolismo" que aquele elemento trás consigo e que é uma "verdade absoluta" para aquela cultura, seja por que é relevante para a criação do mundo, para o fim do mundo, para explicação de fenômenos da natureza, etc. Não importa se tem ht: 50, ou St: 100, importa o que aquilo representa para uma cultura! Um livro de monstros mitologicamente consciente daria dicas e auxiliaria ao mestre tecer uma rede de significados, usando a "forma" que achar melhor, mas o importante são os significados! Um ser mitológico tem que ser levado a sério - "derrotar" o deus-sol pode significar que o Sol nunca mais nascerá! Derrotar o monstro que representa o "caos e barbárie" significaria que o mundo viveria em ordem para sempre, o que teria consequencias drásticas para o cenário! Matar um monstro de 1000 cabeças numa caverna *não* tem nada de mítico se o significado desse monstro começar e terminar ali, em si mesmo, pode receber uma conotação lendária, mas mítica nunca! Por outro lado matar um mero mosquito será mítico, se este mosquito for o "Pai da Peste", representar a peste e doenças para um povo, e esse ato tiver consequencias nítidas para o conjunto de assumptions (suposiçoes) que aquele povo tem como verdade.

- - -

Seria interessante, mitologicamente falando, se os monstros dos jogos de fantasia (D&D, GURPS, etc) fossem organizados por "Míticos", "Lendários" e "Mundanos". Essa classificação seria baseada no jargão dos estudiosos no assunto do mito - os teologistas e folcloristas (afinal, se usamos os jargões dos estudiosos de todas as áreas, não podemos discriminar estes). Seria mais ou menos assim:

"Monstros Míticos" - seres e criaturas que fazem parte das mitologias das culturas da Terra, sua natureza e principalmente o quê eles representam para as culturas. Haveria também dicas de como criar seu próprio monstro mitológico e como dar significado a este para uma cultura, ex: pode ser um papel na criação do mundo, algum simbolismo este trás consigo, que "verdade" este ser trás, e o quê o povo pensa desta, etc. Acho que esses seres não deveriam ter estatisticas, ou se tivesse, poucas, justamente evitar comparação com o que não deve ser comparado - mundano e mítico, já que geralmente os feitos míticos são realizados por semi-deuses e deuses;

"Monstros Lendários" - seres e criaturas que fazem parte das lendas heróicas do passado de um povo. Ou seja, uma série de criaturas que, apesar de não terem significância alguma para a mitologia daquela cultura, ainda assim têm significancia para o povo. Aí acho que poderia ser um stat-fest! estatistica para tudo que é lado, com habitos alimenticios, sexuais, comportamentais, etc. como vistos nos livros dos monstros típicos;


- - -

Afinal, o tópico é sobre mito ou lenda ? Se fosse sobre lenda, eu retiraria tudo que disse até agora. Mas é sobre mito, então...


EDIT: quanto ao exemplo do Sky sobre o Ronaldinho Gaucho em Unknown Armies, respondí no próprio tópico do jogo , pra não floodar esse aqui. Olhem lá porque a forma que o Ronaldinho Gaúcho interage com um ser mítico é muito mais inteligente e mais respeitosa do simbolismo que este trás do que a maioria dos RPGs de fantasia. (a não ser Glorantha, claro :D )

Link: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=43499.
 
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Re: Temas Mitologicos no RPG

Armitage disse:
"Mitologicamente-correto" existe, e não é o que os livros de monstros fazem.
Por Tutatis, vc não leu oq eu escrevi? Vou repetir destacando algumas palavras:

"críticos e até jogadores não enxergam porque nem ao menos terminam de ler a descrição dos monstros e perceberem que depois de cada ficha de monstros (com aqueles feats, poderes e stats) existe uma ficha contnedo motivações, comportamento e como inseri-los da maneira mais "mitologicamente" correta (se é que isso existe)."

O livro dos mosntros dá uma pequena abrangencia (de caracter genérico, mas memso assim já apresenta material descritivo suficiente até pra gancho de aventuras inteiras baseadas em um único monstro. Leia com mais atenção o Livro dos monstros: seja você crítico, mestre ou jogador... e verá que existe bem mais coisa que meras estatísticas.

Cada cenário e em especial Dragonlance e Ravenloft aprofundam ainda mais, de acordo com o clima, i.e. mitologia do cenário. Essa abordagem deve ser lida com mais atenção ainda (coisa que quase ninguém faz, pelo visto), pois pode ter certeza que o autor quer passar intencionalmente a sua visão daquele monstro dentro daquele cenário. E os cenários classicos de D&D são clássicos por conta disso, o mesmo vale para outros que ganharam sua marca ao longo do tempo como Pendragon, Ékumel, Rifts, Rokugan.

Armitage disse:
Armitage disse:
"Mitologicamente-correto" existe, e não é o que os livros de monstros fazem.
Por Tutatis, vc não leu oq eu escrevi? Vou repetir destacando algumas palavras:

"críticos e até jogadores não enxergam porque nem ao menos terminam de ler a descrição dos monstros e perceberem que depois de cada ficha de monstros (com aqueles feats, poderes e stats) existe uma ficha contnedo motivações, comportamento e como inseri-los da maneira mais "mitologicamente" correta (se é que isso existe)."

O livro dos mosntros dá uma pequena abrangencia (de caracter genérico, mas memso assim já apresenta material descritivo suficiente até pra gancho de aventuras inteiras baseadas em um único monstro. Leia com mais atenção o Livro dos monstros: seja você crítico, mestre ou jogador... e verá que existe bem mais coisa que meras estatísticas.

Cada cenário e em especial Dragonlance e Ravenloft aprofundam ainda mais, de acordo com o clima, i.e. mitologia do cenário. Essa abordagem deve ser lida com mais atenção ainda (coisa que quase ninguém faz, pelo visto), pois pode ter certeza que o autor quer passar intencionalmente a sua visão daquele monstro dentro daquele cenário. E os cenários classicos de D&D são clássicos por conta disso, o mesmo vale para outros que ganharam sua marca ao longo do tempo como Pendragon, Ékumel, Rifts, Rokugan.

Os livros dos monstros poderiam dar dicas de como entrelaçar sua forma à algum simbolismo relevante para o mundo do cenário, e depois dicas de como explorar esse simbolismo

Para um livro genérico, central (um "core rulebook") sua descrição é suficiente dentro da proposta do livro. Como eu disse, é preciso ver a descrição de acordo com o cenário.

Afinal, o tópico é sobre mito ou lenda ? Se fosse sobre lenda, eu retiraria tudo que disse até agora. Mas é sobre mito, então...
o tópico é sobre mitos no RPG (ou seja, num joguinho d efim de semana), não dissertação acadêmica sobre o que é mito, lenda, boato ou fofoca.
 
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Re: Temas Mitologicos no RPG

críticos e até jogadores não enxergam porque nem ao menos terminam de ler a descrição dos monstros e perceberem que depois de cada ficha de monstros (com aqueles feats, poderes e stats) existe uma ficha contnedo motivações, comportamento e como inseri-los da maneira mais "mitologicamente" correta (se é que isso existe)."

Quem não leu o que eu disse foi você Taverneiro. Leia de novo a diferença de Mito e Lenda. Comportamento e Motivações não tem anda a ver com mitologia!

Aonde, nos livros de monstros, há descrições do simbolismo que este carrega para uma cultura, junto da relevância deste para a MITOLOGIA da mesma (criação do mundo, fim do mundo, explicação da natureza, possiveis consequencias em sua "aniquilação" para o mundo, etc.), e aforma dos personágens (supostamente mortais, e não semi-deuses) de interagirem com estes ???

E se os livros específicos dos cenários (como Dragonlance) fazem isto, então eles descrevem as consequencias disto para o mundo - fim do mundo, extinção do Sol, fim do pecado, etc.? ISSO são feitos míticos.

o tópico é sobre mitos no RPG (ou seja, num joguinho d efim de semana), não dissertação acadêmica sobre o que é mito, lenda, boato ou fofoca.

E ninguem aqui está dissertando nenhuma tese acadêmica. Se vamos discutir sobre Mito, temos que discutir sobre seu conceito de forma correta (e não confundí-lo com Lenda) .
 
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Re: Temas Mitologicos no RPG

Quem não leu o que eu disse foi você Taverneiro. Leia de novo a diferença de Mito e Lenda. Comportamento e Motivações não tem anda a ver com mitologia!
Armitage, kiss my ass! XD

Cabe ao mestre reunir todas essas informações (sejam elas com estatisticas ou não) e criar a mitologia do seu proprio universo ficcional. O que? Seres mitologicos nao tem motivações, então voce nao leu nada sobre o minotauro e até deuses gregos?

Aonde, nos livros de monstros, há descrições do simbolismo que este carrega para uma cultura, junto da relevância deste para a MITOLOGIA da mesma
Não há por ser justamente um livro de referencia para mais de um cenário, não se pode inserir esses contextos em nenhum sistema que irá reger uma linha de vários cenários e produtos. Como eu disse essa contextualização de ser feita pelo escritor do cenário e pelo autor da aventura (que é o Mestre).

Se houvesse toda uma contextualização no livro dos monstros, cada cenário deveria reapresentar TODAS as criaturas do livro e isso não é nada viável.

Se vamos discutir sobre Mito, temos que discutir sobre seu conceito de forma correta (e não confundí-lo com Lenda) .
Considerando que estamos falando de algo para um simples jogo, não há necessidade de haver tanta precisão em termos de definição. Mitologia é formada de histórias e lendas, está tudo ligado, de uma forma ou de outra.
 
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Re: Temas Mitologicos no RPG

Ta bom Taverneiro, vamos deixar como está ( senão daqui a pouco a gente tá caindo na porrada aqui! ).

Mas você não acha que seria interessante um livro de "monstros mitológicos", com dicas de como criar toda uma simbologia em cima dos seres, como criar um vinculo deste com o povo, o que este representa pro povo, e como o povo enxerga e lida com este ser - os pequenos rituais pra atrair sua benção ou afastar suas maldições, etc. etc. ? De repente poderia até ter dicas de como inserí-los na mitologia do cenário, ou de uma cultura específica do cenário, etc.?
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Mas você não acha que seria interessante um livro de "monstros mitológicos", com dicas de como criar toda uma simbologia em cima dos seres, como criar um vinculo deste com o povo, o que este representa pro povo, e como o povo enxerga e lida com este ser - os pequenos rituais pra atrair sua benção ou afastar suas maldições, etc. etc. ? De repente poderia até ter dicas de como inserí-los na mitologia do cenário, ou de uma cultura específica do cenário, etc.?
O que to tentando dizer é que esses livros existem, indiquei até quais cenários de D&D (teoricamente o menos indicado segundo suas colocações) tem isso como ponto forte, releia lá atrás.
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Taverneiro, gancho pra aventuras é uma coisa. Gancho pra feitos Mitológicos e criação de mitologias em si é outra, completamente diferente. Ma enfim...
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Armitage, o que tu tem que entender é o seguinte: o livro dos monstros I do D&D é um livro de monstros genérico. Como é que vai se apresentar uma ligação daquele monstro com determinada mitologia se, naquele caso, não é pra ter uma mitologia (pois, sendo genérico, a mitologia e a forma como o monstro será encaixado nela ficará a cargo do mestre e do cenário que for escolhido).

Porém isso já não acontece nos outros volumes do MM, pois estes apresentam como encaixar cada um dos monstros nos cenários de Faerûn e Eberron.
 
Re: Temas Mitologicos no RPG

Taverneiro, gancho pra aventuras é uma coisa. Gancho pra feitos Mitológicos e criação de mitologias em si é outra, completamente diferente. Ma enfim...
vou tentar explicar pela ultima vez: quando eu mencionei "gancho" de aventuras eu estava me referindo ao próprio livro dos monstros. A descrição deles já é o suficiente para o mestre se orientar na hora de inserir aquele monstro na mitologia do cenário próprio do grupo. Entretanto é óbvio que nenhuma dessas descrições vai estar amarrada a um cenário específico pois o livro dos monstros é genérico dentro da proposta do D&D.

Diferentemente do livro dos monstros, os cenários de dragonlance, ravenloft, al-qadim e tantos outros trazem suas versões próprias desses monstros em termos de mitologia.

Para ilustrar mais, vamos pegar os exemplos de dragonlance: dragonianos possuem seu próprio estilo, traços psicológicos, aspirações e são devotos a um determinado deus. Suas ações motivadas por todos esses elementos criaram guerras entre os reinos e mudaram o curso da história. Nessa guerra, os lideres eram os dragões (sumos-senhores dracônicos), mais que meros "chefes de fase", essas criaturas seguem Takhisis e outros deuses, alguns generosos outros arrogantes e egoistas, e Dragonlance possui diversos personagens importantes como sendo dragões, cada um diferente do outro e por aí vaí.

São tantas as referências que a melhor forma é vc ler os livros pelo menos, pois até mesmo o mito de criação do mundo de Dragonlance envolve raças insignificantes em uma primeira análise. E isso é só a ponta do iceberg para um cenário de tantos anos de vida.

Então um (bom) cenário apresenta esses fatores para construir o clima e a mitologia do cenário, o que os faz únicos e são essas lendas que definem a originalidade da mitologia daquele mundo ficcional, independente de qualquer estatística, regra ou número de skills e poderes!!!. E acredite, D&D possui bons cenários, não há como negar. Se vc nao entende isso (ou pelo menos não se dá ao trabalho de querer entender), paciencia.

Porque pra mim Dragonlance, Ravenloft é tão bom quanto Ékumel, Traveller, Glorantha e Warhammer. E mesmo que vc não goste, poderia ao menos prestar atenção na proposta da mitologia desses cenários antes de fazer exatamente oq tu mais desce a laje por aki: generalizar baseados em estereótipos de opiniões alheias e descrição de contracapa.
 
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Legal o Dragonlance heim.

Ok Sky e Taverneiro, talvez eu tenha deixado entender que generalizei a coisa (ou talvez tenha generalizado mesmo). Mas sou fãzasso de Planescape, adoro a premissa de Dark Sun, e também admiro o pouco que conheço de Eberron. :D
 
Bom! Apesar de chegarem finalmente a acordo eu não consigo de deixar a minha ideia, que basicamente diz que ambos estão correctos e ambos estão enganados.:mrgreen:

:think:A ideia de criar monstros de nomes e formas conhecidas, servem apenas para cada um de nos se identificar mais facilmente com as raizes do jogo. Por exemplo o facto de se colocar um dragão como mau da fita, entra no nosso inconsciente que temos de ser um pseudo jasão/heroi que o destroi e fica tudo bem.
Mas no entanto, o que procuramos é uma bos sessão de pancada com ele, em que citando alguem nos armamos até aos dentes e desancamos pancada nele. No entanto estes dragões nada possuem dos elementos mitológicos se não os elementos normais da tradição inconsciente. Poucos são aqueles que durante anos estudaram os dragões, suas origens mitologicas e raizes culturais de diferentes povos. eu tento fazer-lo agora, mas porque quis saer mais sobre eles apos ter morto imensos em diferentes jogos e ver imenso em diferentes filmes.

resumindo esta primeira ideia, no jogo o animal esta desprovido da sua mitologia no nosso mundo mas possui a essência mitologica do proprio jogo, sem que isso signifique um desrespeito pela propria mitologia, pois falamo de dois mundos separados.

em segndo plano nos jogos que tenho jogados, temos as quests. esta criam um elemento de ligação entre o jogador e a jornada que ele vai realizar. muitas vezes acontece-me/nos que passamos a jornada, lemos o resumo e não percebemos a essência daquilo que nos é pedido e qual o significado desta para nós, eles (população do jogo).

Eu quero é só andar á pancada!!!!!! Mas uma das coisas que aprecio num jogo é a resoluçaõ de algumas boas charadas, para se poder resolver o mistério de algo.

junto a isto á inumeros exemplos em diferentes perspectivas de diferentes formas de se abordar um monstro e como ele aparece na mitologia do proprio jogo.

Ex. Dragão enquanto inimigo em Wold of Warcraft, mas se jogarmos ??? (agora não sei o nome):oops:o dragão aparecenos como lider e conselheiro do povo.
Noutro jogo :oops:(maldito alzheimer - alemão #&@£§), os gigantes aparecen-nos como produtores de uma das armas essenciais para derrotarmos o mau da fita, no final do jogo, mas noutros jogos eles são eres sem intelecto que temos de matar ou sermos reduzido a espectadas.

Resumindo, o universo dos monstros sãio relativos ao jogo e não á mitologia geral que conhecemos. Dai se alguem gosta de um monstro deve procurar a essência que é aplicada no nosso mundo a ele, no jogo se lhe pedem a pee dele, é só esfolar.
 
A era Hiboriana de Conan é um bom exemplo de mitologias e culturas convivendo em um mundo fictício, Robert E. Howard era um gênio nesse ponto.
 

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